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Carlos Drummond de Andrade

UM HOMEM E SEU CARNAVAL

 

Deus me abandonou
no meio da orgia
entre uma baiana e uma egípcia.
Estou perdido

Sem olhos, sem boca
sem dimensões.
As fitas, as cores, os barulhos
passam por mim de raspão.
Pobre poesia.

O pandeiro bate
é dentro do peito
mas ninguém percebe.
Estou lívido, gago.
Eternas namoradas
riem para mim
demonstrando os corpos,
os dentes.
Impossível perdoá-las,
sequer esquecê-las.

Deus me abandonou
no meio do rio.
Estou me afogando
peixes sulfúreos
ondas de éter
curvas curvas curvas
bandeiras de préstitos
pneus silenciosos
grandes abraços largos espaços
eternamente.

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DOS ASSISTIDOS

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Criei uma “fake news” abrindo uma brecha no rigor que me leva à busca da verdade dos fatos. Nasceu da comemoração do aniversário do PT, partido fundado pelo general Golbery do Couto e Silva e entregue ao pelego da VW, Lula da Silva, seu informante, segundo Tuma Jr., e ainda não desmentido…

Na festa, entre as louvaminhas à Lula, que sempre rebusca na memória ideias antigas, ainda do tempo de pelegagem para enriquecer a sua demagogia, houve discursos com propostas de renovação do partido; entre esses, um “cumpanhero” da antiga (aliás todos dirigentes são “da antiga”) sugeriu que se fizesse um broche com a inscrição “PT-40 Anos”. É dos mais inteligentes.

A minha “fake” se faz presente, imaginando que alguém deveria propor, na verdade, a troca da legenda “PT” por “PA”, já que o partido não é mais dos trabalhadores, mas dos “assistidos” pela bolsas eleitorais populistas…

Comprova-se isto numa notinha saída distraidamente na imprensa mercenária vendida à Secom, informando sobre a filmagem de uma quilométrica fila de pacientes de baixo poder econômico numa Unidade Básica de Saúde. São os trabalhadores sem condição de ir ao Sírio Libanês.

Muitos trabalhadores também formaram fila esta semana em frente ao Sindicato dos Trabalhadores Terceirizados do Distrito Federal, nesta semana, para dar uma declaração a fim de não pagar a taxa de assistência sindical, instituída pelo Governo Lula.

E há um geral inconformismo pela volta do famigerado imposto sindical, que a novilíngua lulopetista batizou de “Contribuição” (agora teremos uma contribuição obrigatória). Foi anunciado um projeto de Lei diretamente pelo petista ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que deve ser apresentado neste primeiro semestre instituindo esta deformidade por “acordo” ou “convenção coletiva”.

Há uma revolta surda entre os petroleiros e engenheiros da Petrobras pela má gestão impressa por Lula à empresa. Recrudesce igualmente entre os acionários com o recente anúncio do prejuízo do último trimestre do ano que, de acordo com o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo que foi diretor da Previ, ocorreu por causa de “um item de natureza contábil”.

Ocorre que a Petrobrás perde inexplicavelmente R$ 10 bi vendendo combustível mais barato no Exterior, e pagando antecipadamente aos fornecedores. Também as despesas operacionais aumentaram no quarto trimestre do ano passado, 31,9% maior do que no mesmo período de 2023…. Deixando um cheiro gasoso de Petrolão.

Dos Correios, entregue aos lulopetistas nem vale a pena repetir o desastre, em verdade prejudicial aos que na empresa prestam serviço. É o único monopólio do mundo que dá prejuízo, que não é pequeno; no ano passado foi de R$ 3,2 bilhões.

São os trabalhadores que vão pagar a conta, porque é impossível reverter o rombo que até agora não recebeu uma observação do Governo Petista, e muito menos teve uma proposta para resolver o problema.

Assim, o mundo do trabalho é pisoteado pelo Partido dos Trabalhadores, onde o populismo que venceu a ideologia atende a execrável Bolsa Família e o inoperante há 20 anos Fome Zero; e mais o Auxílio Reconstrução, o Seguro Defeso, o Gás Social, o novo Pé-de-Meia, e outros que não lembro…. Somam-se aos programas invejosos de estados e municípios.

Desta maneira, os trabalhadores trabalham para sustentar que não trabalha, graças ao Partido dos Assistidos. É a mentirosa ideologia socialista do Partido dos Assistidos; uma mera ficção que  tem a ver com a realidade que vivemos e observamos.

Esta “fake news” é uma caricatura do que ocorre, e parece que o mais nojento de tudo torna-se viva no cenário político nacional de uma ideologia distorcida e enganadora para os que sonham com o respeito a quem produz.

 

DA LIBERDADE

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Nos tempos em que Pátria, patriotismo e patriota, não eram palavras vãs, hoje usadas somente na demagogia populista, crianças e adolescentes cantavam hinos nas escolas, e, entre eles, o da Proclamação da República, de Medeiros e Albuquerque e Leopoldo Américo Miguez.

“Liberdade!/ Liberdade!/ Abre as asas sobre nós!” um verso que foi um grito de guerra na minha juventude, o sonho de uma terra livre de livres irmãos. De coração, garanto que ainda ecoa no meu nonagenário com mais se 70 anos de exercício jornalístico.

Já adulto e me iniciando no saudoso jornal “A Manhã”, escrevendo sobre o futebol amador, fuçando as estantes do meu pai encontrei a curiosa figura do arcebispo católico, escritor, filósofo, pedagogo e teólogo francês, François Fénelon, cujas ideias valeram-lhe uma forte oposição tanto da Igreja quanto do Estado.

A História registra que foi nos finais do século 17 que vieram de Fénelon as noções de liberdade, igualdade e fraternidade, usadas mais tarde como consigna da Revolução Francesa. Tiveram um alvo perfeito, atingindo o absolutismo monárquico no Estado e o arbítrio clerical na Igreja. É interessante registrar que François Fénelon é um dos espíritos da codificação espírita como um dos Espíritos da Verdade que se comunicou com Allan Kardec.

Mais tarde como bandeira revolucionária, a Liberdade teve grande relevância na França, surgindo na insurreição popular de 1871, conhecida como Comuna de Paris, evento estudado com afinco por Karl Marx, precedendo a publicação do Manifesto Comunista. Vivia-se naquela época a chamada Primavera dos Povos por causa da brisa da Liberdade que cobria a Europa e influenciou a Revolução Americana.

Dos ventos soprados do norte do continente americano, tivemos em 1817 a Revolução Pernambucana, um levante independentista que defendia a República e as liberdades de credo e de expressão. Foi lindamente romanceada no livro “Dezessete”, do escritor, jornalista e poeta paraibano, Eudes Barros.

“Dezessete” precedeu o último levante  pela independência do Brasil em 1824, a Confederação do Equador, que também eclodiu em Pernambuco e recebeu a adesão de quase todas províncias do atual Nordeste.

Este conflito teve as raízes do liberalismo iluminista de François Fénelon; defendeu uma Constituição que promovesse a descentralização política do governo, concedendo às províncias autonomia política, administrativa e financeira.

Seu idealizador e líder foi o frade Joaquim do Amor Divino Rabelo, popularmente conhecido como Frei Caneca, uma personalidade que expressava ideias liberais e republicanas. Sua formação ideológica nasceu na subversiva Academia do Paraíso, entidade que reunia admiradores da Revolução Francesa e da independência dos Estados Unidos da América.

A Confederação pouco durou; sofreu a violentíssima repressão de numerosas tropas terrestres e de uma esquadra de mercenários ingleses financiada pelo governo imperial.

Derrotado o movimento, Frei Caneca foi condenado à morte por enforcamento, indiciado como um dos chefes da rebelião. Terminou, porém, sendo fuzilado num muro vizinho ao Forte das Cinco Pontas em Recife, parede que continua de pé com o busto dele e uma placa alusiva promovidos pelo Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.

A minha homenagem ao Herói e Mártir da brasilidade é deixar patente que o seu ímpeto revolucionário foi além do autoritarismo monárquico e da crise econômica que se abatia no país; defendeu acima de tudo, como princípio, liberdade, igualdade e justiça social.

O sonho de Caneca se insere num Estado Democrático de Direito. Atentar contra ele é fuzilá-lo outra vez; por isto, é um imperativo da consciência nacional condenar a trama golpista de Bolsonaro e das viúvas da ditadura militar que o cercavam.

A Liberdade é inegociável. O fundador da Filosofia Crítica, Immanuel Kant, considerou a liberdade como base do seu sistema filosófico, como ética e dever. Assim, a defesa da Liberdade se torna uma obrigação e exige rigorosa punição de quem a ameaça com um golpe ou com a censura….

 

 

 

 

 

 

 

DAS MEDIDAS

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Lembro do tempo em que o alfaiate tomava a medida das pessoas e fazia um terno; e outro profissional tão antigo e, como o alfaiate, quase desaparecido, o chapeleiro, fazia um chapéu sem sequer conhecer o cliente, apenas com dados da cabeça dele.

Também o psicólogo – tira a medida do que está no interior do crâneo, revelando pelos medidores freudianos ou junguianos, verdades desconhecidas até pelo paciente…

Como verbete dicionarizado, “Medida” é um substantivo feminino de origem latina, particípio passado de Metire, “medir”. Define-se como uma determinada quantidade para avaliar dimensões ou frações mensuráveis.

Para medir grandezas físicas temos instrumentos, as unidades de medida que são: para o comprimento: metro (m), para a massa: grama (g) e para o volume: metro cúbico (m3).

Para quantificar a percepção humana, Platão nos trouxe um enunciado de Protágoras, filósofo e matemático grego, criador da corrente de pensamento conhecida como pitagorismo: “O homem é a medida de todas as coisas, das que são como são e das que não são como não são”.

Isto induz que se uma pessoa pensa que uma coisa é verdade, tal coisa é a verdade para ela; serviu de base filosófica para o dialética materialista de Heráclito, defensor de que o conhecimento humano pode ser alterado conforme circunstâncias mutáveis.

Heráclito formulou como exemplo que “ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não encontra as mesmas águas, e o próprio indivíduo já se modificou”.

Da sabedoria grega antiga concluímos que o ser humano tem o poder para determinar o valor ou significado das coisas, criando a sua própria realidade. E assim possuímos a representação cultural de medidas políticas. Com elas temos a formação dos governos autoritários dispondo restrições e controle para a cidadania.

Com referência a estes critérios, sabemos que tais ações provocam reação dos defensores da liberdade de expressão que assumem nas redes sociais a luta contra a censura que o Governo Lula e seus sabujos no Judiciário e Legislativo tentam implantar.

Pela contradição no exercício de suas funções, o Supremo Tribunal Federal, inoculou-se com o vírus da lerdeza coletiva, do interesse pessoal e permitiu a entrada da política no Tribunal, expulsando de lá a Justiça boa e perfeita.

É inegável que com isto fica escancarado o problema das decisões monocráticas. A questão é tão chocante que se põe à frente dos privilégios gozados pela magistratura – A mais cara do mundo –, e mantém nela um comportamento leniente enfermiço diante do crime e dos criminosos.

Neste campo, a febre do autoritarismo fica a serviço dos aspirantes da “Democracia Relativa” com tremores doentios que levam um ministro do STF a dizer que as redes sociais não têm regulamentação. Ele ignora por falta de estudo ou acumpliciado com o totalitarismo, que já temos o Marco Civil da Internet, permitindo que qualquer juiz peça a retirada do conteúdo das redes a qualquer tempo.

Aliás, não é falta de estudo. Acho proposital a fala equivocada do ministro Alexandre de Moraes, pois julgo impossível seu desconhecimento de que o código penal tipifica os crimes contra a honra, a fraude e o estelionato, punindo-os em qualquer contexto, em tempo e espaço.

Portando, qualquer crime cometido no mundo virtual pode e deve ser reprimido, investigado, e os culpados devem ser punidos. Não o fazer, alegando necessidade de repressão ou censura prévia, nada tem a ver com o Estado Democrático de Direito.

Por isto, é um dever da nacionalidade repudiar a volta da censura ditatorial, que só existe na cabeça de golpistas fanáticos de Bolsonaro ou defensores lulistas da Ditadura Maduro, que lhes inspira.

DA MENTIRA

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

O título vem numerado porque já abordei outras vezes este tema; perdoem-me o teologismo sectário e a fé inocente dos justos, lendo-me a confissão de que não creio nas religiões, considerando-as as mães da Mentira.

Respeito os que adoram, cantam e louvam o deus barbudo de olhos languidos (geralmente azuis) uma imagem de homem em sacrifício…. Mas vejo nos primitivos mais verdade, adorando o sol na claridade do dia e louvando as estrelas no negro espaço da noite. É a energia universal a minha concepção de Deus, como viram Spinoza e Einstein.

Não posso crer que o deus egípcio Osíris, assassinado e esquartejado pelo irmão Set e teve o corpo recomposto pela esposa Ísis? É-me impossível acreditar que o Homem foi feito de barro e a mulher da sua costela! Não admito que uma loba alimentou Rômulo e Remo, fundadores de Roma e aceitar a infalibilidade dos papas….

Também não creio em pesquisas. Como profissional de imprensa, fui contratado e trabalhei em duas delas; aprendi então que basta que se queira e não é preciso falsificar números nem fraudar estatística; só estabeleça o universo da inquirição. Daí, a pesquisa limitada a um espaço e à frequência das pessoas, o resultado que se espera virá como se quer.

É assim que a Mentira, como as pesquisas e os livros “escritos por deus”, não precisa se fantasiar de verdade para frequentar os poderes republicanos, as igrejas e os partidos; e nesse avesso carnaval, saio no bloco de Afonso Romano de Sant´Anna, cantando como ele que: “De tanto mentir tão brava/mente constroem um país de mentira diaria/mente”.

Nesse cenário momesco recordo um texto de Anatole France transcrevendo uma milenar lenda chinesa para assistir ao desfile de “um gênio feioso, de cabeça grande e grandes olhos habita cavernas escuras, vagueia pelas noites em busca do prazer que consiste em divertir-se às custas dos mortais; a sua diversão é penetrar nas moradias e abrir cirurgicamente o crânio dos dorminhocos.

A operação se realiza com a extração do cérebro da pessoa, trocando-o pelo de outra; assim, percorre pelas cidades repetindo várias vezes a proeza. Ao amanhecer, volta para o subterrâneo e se alegra por saber que o militar acordará com o misticismo de um monge, a devassa terá o pudor de um virgem, os magistrados farão a justiça dos santos; o político despertará puro como um eremita e o moralista sofrerá a fissura de um drogado.

Reconto esta historieta lembrando que anteriormente gravei uma pergunta que me saiu da cabeça: – Já imaginaram se este gênio gozador se materializasse no Brasil e saísse fazendo o troca-troca de mentalidades?

Feito o transplante de cérebros, veríamos os picaretas do Congresso Nacional assumindo o papel de legisladores patriotas pensando na Nação; os togados do STF ministrando Justiça boa e perfeita condenando ladrões do dinheiro público, e os donos das legendas partidárias e pelegos sindicais dispensando dinheiro público, cobrando da militância das entidades o pagamento do seu trabalho.

Sem ser muito exigente, gostaria de ver o gênio cabeçudo fazendo o empresariado criar empregos com justa remuneração e intelectuais pensando um futuro promissor para as novas gerações….

O que faria o cirurgião fabuloso de cérebros visitando a fraudulenta polarização armada pela imprensa mercenária que cozinha a sopa de letrinhas dos partidos com o tempero da baba dos fanáticos cultuadores de personalidades Bolsonaro e Lula? São os dois, pra vergonha alheia, campeões da mentira, sempre prontos para se alternar no poder e servir ao sistema que reconheceram no Congresso, ao apoiar os picaretas do Centrão.

Eleger Alcolumbre e Motta foi uma manifestação explícita em favor do nojento orçamento secreto e ainda mais repugnantes as emendas parlamentares, ambos expostos no balcão de negócios sujos da politicagem.

Assim se mantém o vício corruptor das mamatas e dos privilégios pagos pelos imorais fundos partidário e eleitoral; e assim sobem ao palanque levando a Mentira discursiva: Lula com a treta descarada da “democracia relativa” em defesa da ditadura Maduro; e o outro, Bolsonaro, ávido por dinheiro como assistimos no caso das joias entrando clandestinamente no país.

A verdade é que não existe nem democracia nem honestidade relativas; são, na verdade, meias-mentiras, o caminho certo para se chegar à Mentira.

DO ESPELHO

MIRANDASA (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Encadeando respostas coletivas (as individuais, respondo diretamente) trago aos que levantaram dúvidas sobre o pensamento de Baruch Spinoza citados no meio artigo “DA DEFINIÇÃO”. Em consideração aos que creem num Deus com imagem e semelhança do homem, reafirmo que embora divirja deles, os respeito…

Não poderia, entretanto, deixar de lado o que a História capitula sobre o cristianismo primitivo e o seu desvirtuamento pelo papado no Primeiro Concílio de Niceia, em 325 d.C., ao escolher quatro, entre dezenas de memórias sobre Jesus Cristo de diversas pessoas usando o nome de contemporâneos dele.

Além de dogmatizar os textos escolhidos dos pseudo João, Lucas, Marcos e Mateus, ao sabor de interesses da burocracia eclesial, desprezou-se diversos outros relatos que circulavam entre os crentes no Oriente Próximo e na África. Estes últimos foram considerados apócrifos, isto é, destituído de aprovação dogmática do Papado.

É interessante constatar que muitos dos textos exorcizados continuaram circulando nas igrejas Armênia, Copta, Etíope, Maronita, Siríaca, Siro-Malancar e na federação das igrejas ortodoxas Russa, Grega, Melquita, Rutena e Ucraniana. E, o que é importante para os cristãos, trazem informações que não constam dos Evangelhos Canônicos.

Algumas passagens literárias dos evangelhos apócrifos são tão importantes para o cristianismo que incentivaram a criação de festas adotadas pela Igreja Católica, em nome dos avós de Jesus, Joaquim e Ana. E detalhes como os nomes dos Reis Magos….

Muito piores foram as distorções surgidas na Idade Média sob o domínio imperial do papado. Ainda bem que os próprios jesuítas condenaram o revisionismo doutrinário e os abusos individuais dos papas; um deles, Gerard Manley Hopkins, conhecido e laureado como um dos maiores poetas da língua inglesa, escreveu: – “O mundo medieval foi aquele em que tudo teve sujeira e mal cheiro de gente”.

A nova realidade desfigurada de uma religião, felizmente, fica restrita aos teólogos que aceitam o dogmatismo sem discussão; curiosamente, somente encontramos a fraude vaticana em denominações evangélicas a gosto dos vendilhões do Templo…. A massa popular a ignora, mantendo a fé apenas nas crenças primitivas guardadas no inconsciente coletivo.

É por isto, que entre os missivistas aos quais respondo, veio a pergunta de como o Deus-Natureza disciplina a ética e a moral da humanidade; ora, até o budismo, uma religião sem deus, tem princípios que regem o comportamento humano. Lembro de fábula moderna condenando a usura que sequer consta nos mandamentos….

É de origem judaica. Conta que um milionário judeu acumulador de dinheiro foi à Sinagoga se queixar com o rabino das críticas ofensivas que sofre da comunidade; o sacerdote, de respeitada cultura humanista além da Torah, levou-o até a janela e perguntou-lhe o que via através da vidraça.

– “Vejo pessoas passando na calçada defronte”, disse o ricaço. O rabino pegou-o pelo braço e levou-o para frente de um espelho: – “O que vês agora?”, perguntou. E o reclamante respondeu que via a si mesmo.

O rabino, sentando-se e mandando-o sentar-se também, falou: – “Você comprovou, irmão, a diferença entre o vidro e o espelho, pelo vidro a gente vê os outros, mas quando este é revestido de prata só vemos a nós mesmos”.

A simplicidade humanista é como o cristal, através do qual se vê a solidariedade humana, razão da nossa existência social e política, enquanto a prata espelha o egoísmo egocêntrico dos corruptos, moucos aos gemidos lamentosos do povão.

É por isso que se vê embaciada a realidade brasileira da politicagem reinante, aqui está presente um espelho feiticeiro como aquele dos irmãos Grimm aproveitado do conto de fadas folclórico escandinavo “Schneewittchen” – Branca de Neve.

Como a rainha bruxa monitorou o crescimento corporal e a beleza da  sua enteada, a princesinha, os polarizadores da política brasileira Bolso e Lula se olham no reflexo e veem um ao outro, sem se envergonhar de fazer a pergunta clássica, nas vésperas da eleição do candidato dos dois à presidência do Senado: “Há alguém no mundo mais corrupto do que eu?”

DO WOKEÍSMO

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

O globalismo rendeu na linguagem ocidental coisas boas e coisas ruins. Entre as que considero más são duas gírias que conquistaram principalmente a juventude desocupada (os nem-nem) e os filhinhos de papai. São “Vibe” e “Woke”.

Vibe é um substantivo feminino vindo da abreviação do inglês vibration, significando entusiasmo pessoal por alguma coisa ou sentimento abstrato; Woke, substantivo masculino, que abordei em textos anteriores, é mais do que um termo, mas uma cultura sinistra que evoca diversidades para valorizar minorias suspeitosamente perseguidas pelo “sistema”.

Considero que ambas expressões são facilmente acolhidas por pessoas obsessivas com tendência às interpretações distorcidas da realidade. No caso do wokeísmo – que restaurou o “Dabliú” para o Dicionário Brasilês do professor gaúcho José Carlos Bortoloti, e uso como título deste artigo e que considero sinistro, de mal agouro.

Peço perdão pela insistência do sinistro que os brasileiros usam como canhoto, assustador, trágico e, em termo jurídico, referindo-se a acidentes imprevistos cobertos por um seguro contratado e que a Seguradora obriga-se a pagar os danos.

O Woke, como sinistro não tem Companhia de Seguros que garanta os danos que causa. É uma falsa ideologia a serviço da propaganda hipócrita dos programas partidários e eclesiais; por isto, multiplicou ONGs interessadas  em verbas governamentais ou servir como intermediárias das agências de propaganda para as empresas privadas.

Persisto no tema pelo conhecimento de um caso divulgado nas redes sociais e que não tive necessidade de checar porque está na cara, só não vê, não ouve, não sente quem não quer o que foi exposto.

Partiu de um ex-estagiário de apresentador da TV-Globo, com o perfil clássico do Cid Moreira, currículo acadêmico e, segundo o próprio, preparou-se para isto por vocação. Diz que foi despedido com a alegação de corte de despesas da empresa, e não se conformou; denuncia que os dirigentes da Globo adotaram a política identitária, escolhendo novas figuras para a telinha, representando minorias, gordos ou esquálidos, penteados afro ou descabelados, e preferencialmente pessoas engajadas em movimentos wokeístas.

Dá para constatar isto sem muito pesquisar; mas a Globo não ficou só. Band, CNN e como não poderia deixar de ser, a TV Brasil e o Canal Brasil aderiram e empresas como a Claro, a Natura, Tim e Shopee.

Nos Estados Unidos, empresas abandonaram essa paranoia; Boeing, Harley Davidson, Jack Daniel’s, John Deere. Target, Tractor Supply e Toyota fizeram questão de anunciar este desprezo. A Kimberly-Clark fabricante das fraldas Huggies e a Amazon abandonaram o besteirol nos EUA, mas o mantém aqui.

A economia capitalista que “capitalizou” quase revolucionariamente a moda wokeísta, aplicando-a na publicidade e usando agentes e funcionários de acentuado perfil minoritário tiveram no correr do tempo uma resposta negativa com suas marcas trazendo bandeiras arco-íris e logotipos censuráveis. Isto se esgotou pela população enfarada pelo estreitamento auditivo e visual.

No Brasil, porém, validou-se a ilação de Millôr dizendo que “quando uma ideologia fica bem velhinha lá fora, vem morar no Brasil”. Foi o que ocorreu com a cultura woke, hoje ignorada na Europa e banida nos Estados Unidos e vitoriosa aqui..

A falsa esquerda, populista, apadrinhou essa odienta “cultura”, na contramão de intelectuais marxistas norte-americanos que apoiaram as ideias da filósofa Susan Neiman no seu livro “A Esquerda Não É Woke” (publicado em 2023), dizendo que o woke mistura ‘sentimentos tradicionais de esquerda’ com ‘suposições filosóficas muito à direita’

Neiman sofreu de militantes agressivos a condenação acusada de reverter reivindicações populares”, invertendo a dialética do antirracismo e mesmo – sem qualquer referência-, condenando o movimento LGBTQIAPN+… Esta agressão contou com o apoio de políticos hipócritas e religiosos fraudulentamente progressistas. A Filósofa vive hoje na Alemanha como diretora do Fórum Einstein.

Na cena política brasileira, a falsa polarização faz uma trégua unindo-se para apoiar um perfil woke, Davi Alcolumbre, com as características exatas das “minorias”; tem nome bíblico, é corporalmente avantajado e, sobretudo, igualitário na corrupção praticada por Bolsonaro e Lula.

Esta convergência dos polarizadores comprova a aprovação ao Wokeísmo e o abandono dos princípios de justiça, patriotismo e principalmente, da moralidade.

DO DESPERTAR

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Das lições que os democratas progressistas adotaram após a desestalinização na antiga URSS e a consequente queda do muro de Berlim, foi a convergência para o Centro Democrático, apoiando-se politicamente na defesa da paz entre os povos, do meio ambiente e de uma economia que proporcionasse ao mundo do trabalho o bem-estar.

Este quadro tecnocolorido foi pintado com traços vigorosos nas experiências vividas pela social-democracia do Norte Europeu. Isto nos faz lembrar dos esquerdistas atuais que se dizem marxistas, mas nunca estudaram Marx nem mesmo os trabalhos publicados pelos que cantam loas ao autor d’ “O Capital”.

O escritor e filósofo francês Jean Paul Sartre, pai do Existencialismo e dissidente do stalinismo, pensou dialeticamente e definiu com perfeição as duas principais correntes econômicas, dizendo que: – “Se o capitalismo é a realidade o marxismo é a melhor teoria”.

Esta dicotomia cabe perfeitamente no campo da Economia; quando envereda nas trilhas da filosofia e da sociologia, nada se vê de “melhor teoria” nas propostas coletivistas e no materialismo histórico. O coletivismo mata a individualidade e o “materialismo histórico” não passa de uma ilação ficcionista tendo como móvel a luta de classes.

À época em que foram levantadas, tais teorias convenceram de imediato um grupo de intelectuais preguiçosos no pensar, mas excelentes propagandistas de uma obra discutível e criando o culto ao seu ídolo.

No dizer de Bakunin “os propósitos ditirâmbicos desses personagens” impediram-nos compreender a evolução que o capitalismo delineava com o avanço da revolução industrial. Isto deu ao mundo trabalho novas perspectivas que não a ideia esdrúxula de uma sociedade identitária, sem classes, com um governo complexo para administrar a economia e a distribuição dos valores produzidos.

Viu-se, então, que para executar o projeto “comunista”, tivemos a primeira experiência na URSS, onde criou-se um “Estado Banqueiro” e o surgimento de uma nova classe para sustentar um governo hierarquicamente totalitário. O que se viu, e o Relatório Kruschev atestou, que o reino stalinista foi na verdade um regime ditatorial, abusivo, arbitrário e despótico.

A propaganda internacional alardeava outra coisa. Um paraíso artificial vivendo as benesses do “Pai do Povos Amantes da Paz”, para qualificar o Ditador como um dos mais simples designativos. Isto deixou seguidores enviuvados do “comunismo” soterrado nos escombros do Muro de Berlim”.

O marxismo-stalinista escondeu a realidade que se estabelecia na Europa, profetizada pelo notável pensador alemão Edouard Bernstein que desafiou os principais aspectos do pensamento de Karl Marx e é considerado o profeta da social-democracia.

Como ideólogo, Bernstein se diferenciou dos “apóstolos fiéis” da igreja stalinista, mas seus seminaristas atuais dessa igreja continuam rezando o credo stalinista.

Veem assim nas ditaturas populistas o extrato da utopia. Então, a teoria marxista cobriu-se de pó nas prateleiras nas prateleiras cedendo lugar à doutrina “woke”, não mais reconhecendo a “luta de classes”, mas a defesa de minorias injustiçadas supostamente pelo capitalismo.

O termo Woke, nascido na comunidade afro-americana significou inicialmente a ideia de “acordar, despertar” para “todas as injustiças”; ganhou mais tarde uma definição mais ampla ao ser adotado pela gíria novaiorquina com o atributo individual de “ser” ou “estar woke”, dependendo da condição social e política com as quais se identifica.

Surgiu então organizadamente uma expansão massiva com o propósito propagandista de atrair a massa das sociedades subdesenvolvidas como proposta socialista, submetendo as mentalidades colonizáveis.

Genialmente, Millôr disse que quando uma ideologia fica velhinha lá fora, vem morar no Brasil. E foi assim que a cultura Woke chegou aqui, após ser ignorada na Europa e repudiada nos EUA pelas grandes empresas e órgãos governamentais.

Entretanto encontrou aqui no campo fértil da polarização eleitoral do lulismo e o bolsonarismo, a sua existência, mostrada de um lado com a bandeira populista da pelegagem sindical e, do outro, no paternalismo surfando nas ondas do oportunismo da picaretagem parlamentar das rachadinhas.

É desta maneira que a massa ignara conduzida pela pelegagem lulopetista enxerga as maravilhas nas ditaduras populistas fantasiadas de marxismo. Os regimes bananeiros de Cuba, Nicarágua e Venezuela refletem apenas o fracasso da teoria marxista quando levada à prática.

 

DA CENSURA

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

No Brasil, com o fim da ditadura militar e chegada a sonhada redemocratização, os autênticos defensores da Democracia levantaram o slogan “Censura, Nunca Mais!”, amplamente divulgado e naturalmente seguido por diversos grupos ideológicos que estiveram entre os perseguidos pelo regime autoritário.

Hoje vemos que muitos seguimentos não eram tão democratas a ponto de defender a liberdade de opinião; namorados de ditaduras, auto-assumidos como “de direita” e “de esquerda” usaram a divisa nas suas propagandas, assumindo o poder abandonaram-na, aliás, deletaram-na dos seus programas.

Temos atualmente o mais-do-que-perfeito exemplo disto, vendo o Governo Lula, eleito com promessas de defesa da Democracia contra as ameaças fascistas do bolsonarismo, assumir a censura das redes sociais, onde participam pessoas livres da mídia corrompida pelo mercenarismo; são jornalistas ainda independentes, intelectuais progressistas, políticos(as) liberais e jovens defensores da Liberdade.

A resistência que assistimos de 76% da nacionalidade ao arbítrio totalitário dos hostis adjetivadores da Democracia, que qualificaram a ditadura chavista da Venezuela de “democracia relativa” é notável. O atentado à Democracia, movido pelo nefasto Consórcio Lula-STF-Picaretas tenta há dois anos implantar essa repressão fascistóide sem êxito.

Os brasileiros estão conseguindo barrar a marcha obscura da ditadura, coisa que os alemães não o fizeram na década de 1930, quando, ao conquistar o governo, os nazistas trouxeram um tsunâmi de decretos e regulamentos ameaçando graves punições para quem ousasse escrever críticas e denúncias ao novo regime.

A História nos leva a lembrar a sinistra figura de Joseph Goebbels que ocupou o Ministério da Propaganda e Informação do 3º Reich, usando a Câmara de Cultura para perseguir escritores, filósofos e poetas impedindo-os de exercer a livre manifestação do pensamento.

Foi do dr. Goebbels que nasceu e foi executada a ideia da queima de livros – a “Bücherverbrennung” – uma manifestação de nazistas que levou à fogueira obras de Brecht, Einstein, Erich Maria Remarque, Hemingway, Heine, Ibsen, Freud, Stefan Zweig e Thomas Man.

As novas gerações não ouvem falar disto. E por ignorar a História (que parece ocultar propositalmente este fato) permitiram que os nazistas ressuscitassem intitulando-se antifascistas, do modo como Churchill profetizou.

E é preciso combate-los, custe o que custar, lembrando os discurso-denúncia que o bravo paraibano José Américo de Almeida proferiu em 1937 empenhado na sua candidatura presidencial. Ele alertou a Nação antevendo o golpe de Vargas que cancelou as eleições e instaurou o Estado Novo, dizendo: – “É preciso que alguém fale, e fale alto, e diga tudo, custe o que custar!”

Esta divisa deveria ser uma tarefa dos amantes da Liberdade. Ninguém deve calar-se nestas antevésperas do julgamento do STF com seus ministros associados ao projeto populista de continuidade do lulopetismo no governo central.

Esta trama levará à criação de uma “Brazuela”, um país infelicitado por copiar a ditadura Maduro que Lula e seus sequazes reverenciam antidemocraticamente, envergonhando a Nação Brasileira perante o mundo.

Venho repetindo à exaustão o alerta memorável do importante independentista e liberal norte-americano John Adams, eleito sucessor de George Washington: “Liberdade, uma vez perdida, estará perdida para sempre.”

Mesmo com limitações para influenciar pessoas, lembro que, com o suicídio, Goebbels escapou do Tribunal de Nuremberg, mas os inconfidentes defensores da censura magistrados e políticos, serão julgados e sentenciados como assassinos da Democracia no Tribunal da História.

DO DESTINO

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Um dos meus queridos camaradas da Tribo do Bem – Comunidade virtual que vem dos tempos da primeira versão do Twitter – achou estranha a expressão “caçuá cheio de Esperança” que usei na primeira postagem de 2025.

Muito usado no Nordeste, o termo Caçuá se refere a um cesto de cipós que serve de cangalha dos jumentos para carregar mercadorias ou objetos de uso pessoal do dono do animal. Dicionarizado, o verbete é gramaticalmente um substantivo masculino de etimologia desconhecida.

Ainda hoje nos sertões, os caçuás além de servir de armação de transporte de cargas, é usado como berço, facilmente balançado para acalmar bebês chorões… E é como berço esplêndido que o Brasil vem deitado, o hino fala “eternamente”, sem reagir aos desmandos da política corrupta e corruptora.

Não creio que seja imorredoura a letargia nacional diante da criminosa polarização, que muda de contendores e agora confronta os políticos populistas e corruptos, Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Não é este o destino da nossa Pátria.

Embora o conceito de Destino seja antiquíssimo, sempre discutido, estudado e pensado pela civilização, na nossa cultura ocidental é herdeira da filosofia grega, a sua concepção tem a mesma visão filosófica dos antigos estoicos, Crispo, Posidônio e Zenão; “é uma ‘causa necessária’ de tudo”, ou, “a razão pela qual o mundo é dirigido”.

No panteão da Mitologia Grega havia três deusas primordiais, as Moiras, cujas decisões não podiam ser contestadas nem mesmo por Zeus, senhor de todas as forças da natureza e todos seres viventes. Eram irmãs, e traçavam o destino dos deuses e dos seres humanos.

A irmã mais velha, Cloto, se responsabilizava por tecer o fio da vida de cada pessoa a partir do nascimento; a do meio, Láquesis, media rigorosamente o fio da vida e determinava o tempo que a pessoa passaria na Terra; a mais nova, Átropos, se encarregava de cortar o fio da vida no momento da morte.

Como verbete dicionarizado, a palavra Destino é um substantivo masculino com vários significados, como fatalidade, determinando os acontecimentos superiores acima dos propósitos humanos; seus sinônimos são: Sina, Sorte, Futuro, Fatalidade, Fortuna; e “moira”, no singular, também significa destino.

Conforme observou Homero, o destino é um fio que se enrola em cada pessoa. E esse fio é tão inamovível quanto fiel ao comprimento que Láquesis mediu. A inevitabilidade de tudo que acontecia, acontece e vai acontecer.

No contraditório, para o budismo – uma religião sem deuses – não há destino, tudo é causa e consequência; o que vivemos numa vida se manifesta em outra vida, com outra identidade, com repercussões e efeitos. Na visão de Buda, o importante é que a pessoa pode mudar seu karma, pode modifica-lo pelo comportamento.

Tenho certeza que as Moiras respeitam o Destino da nossa Pátria, dedicando-lhe bons augúrios ao seu povo miscigenado pelo sangue de origem diversa, amarelo, branco, preto e vermelho, a brava gente que constrói o futuro do país a despeito da degenerescência política dominante.

Sob o pendão verde amarelo a maravilhosa Nação Brasileira, nos leva ao poeta Olavo Bilac, que com o seu ufanismo de patriotismo sincero e ingênuo, lembra que mesmo nos momentos de dor, tremula uma mensagem positiva de esperança, paz e grandeza.

Comungo com a declaração de amorosa esperança do poeta e como ele poetou, alguém via me inquirir: – “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso!”, ao que respondo que as ouço de olho nos espíritos dos nossos heróis vagando no espaço.

E, parodiando Charles Bukowski – o velho safado da poesia norte-americana, um pássaro azul que do meu peito quer sair cantará o destino radioso do Brasil.