Arquivo do mês: janeiro 2016

Cabeleira do Zezé (João Roberto Kelly-Roberto Faissal, 1963)

Cecília Meireles – Noções

Noções

Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.

Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que
a atinge.

Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se
encontram.

Virei-me sobre a minha própria existência, e contemplei-a
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.

Ó meu Deus, isto é a minha alma:
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e
precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e
inúmera…

O “X” do problema

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Não posso mudar minha massa de sangue” (Noel Rosa)

Noel Rosa, o genial poeta e compositor carioca, da Vila Izabel, lembrou-me, e epigrafei a natureza de quem não pode mudar a massa de sangue, como ocorre com os pelegos corruptos que tomaram conta do Brasil. No Rio de Janeiro de Noel, por exemplo, a atuação dos governantes é imoral.

No Estado e na capital, legiões de eleitores são organizadas por ONGs que recebem vultosas quantias do governo, mesmo se exibindo como não-governamentais; e o aparelho administrativo infiltrado de eleitores dependentes de empregos, do recolhimento de lixo às guardas municipais. Verdadeiros currais eleitorais.

Na Federação, com governo sob o lulo-petismo, é igual ou pior. Levantamentos mostram mais de 120 mil ocupando cargos no Executivo sem concurso, outros tantos no Congresso Nacional e no Judiciário. Mais revoltante ainda é ver-se aproveitadores corrompidos e corrompendo manobrando licitações e compras fajutas.

Noel Rosa falou desse pessoal, cantando: “O seu dinheiro nasce de repente/ E embora não se saiba se é verdade./ Onde está a honestidade?/ Onde está a honestidade?”.

Veja-se o triste capítulo da História do Brasil revelando um esquema de explorar os trabalhadores através de uma cooperativa habitacional criado pelos pelegos do PT. Assim nasceu a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, a BANCOOP. O seu fundador foi o então presidente do PT Ricardo Berzoini, atual ministro das Comunicações.

Cerca de 20 mil cooperados aderiram à cooperativa, acreditando terem encontrado um meio de adquirir a casa própria. A maioria foi  iludida, mesmo com a Bancoop tendo o suporte de fundos de pensão e, após Lula da Silva assumir a presidência da República recebido mais de R$ 40 milhões. Tudo escorreu para o caixa dois do PT.

Não demorou muito para que cooperados enxergassem a maracutaia e procurassem a Justiça. Em 2010 a juíza Patrícia Inigo Funes e Silva, da 5ª Vara Criminal de São Paulo, aceitou a denúncia contra João Vaccari Neto e outras cinco pessoas envolvidas no caso de desvio de dinheiro da Bancoop.

Mesmo assim, por força da influência de Lula e hierarcas petistas, o processo não andou, embora tendo provas robustas de que empreiteiros e prestadores de serviço emitiam notas frias em favor da diretoria da Bancoop. Até por serviços fictícios. Os repasses iam para o petista Hélio Malheiro, e o dinheiro depositado era sacado pelo então presidente Luiz Malheiro. No fim da linha, chegavam a João Vaccari Neto.

Neste quadro,  8.500 famílias sofreram prejuízos na  Bancoop, e do total dessas famílias roubadas,  cerca de 3.000 nem chegaram a receber os imóveis construídos pela entidade.

Mas houve quem se beneficiasse além do Caixa “2” do PT.  Apareceram depois que a OAS assumiu um condomínio em Guarujá, onde o Edifício Solaris está sob investigação da Operação Lava Jato, na sua etapa “Triplo X”.

Aí está o “X” do problema… No Solaris estão  vários apartamentos de hierarcas do PT e dos pelegos que dirigiram a cooperativa. Muitos estão com famílias de pelegos entrelaçadas e até a CUT possui dois apartamentos! Lá, encontra-se um  triplex, milionariamente reformado, que foi ocupado por Lula da Silva e família; tinha até elevador particular.

Consta da defesa do ex-presidente que a família Da Silva desistiu do imóvel ao vazarem as primeiras investigações da PF e do MPF através da Lava Jato.

Como cachorro caído de caminhão de mudança, fica a suspeita sobre os Lula da Silva de que houve tramenha nas transações de compra e venda do imóvel;  e também a desconfiança de que a OAS usava o Edifício Solaris para pagar propinas. O tempo dirá “Onde está a honestidade?”!

TALIÃO

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” (Rui Barbosa)

Aplaudi o corajoso pioneirismo do ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, e continuo regateando-lhe o meu aplauso pela condenação dos corruptos no caso do Mensalão. Acho, entretanto, que as penas foram incompletas; os ladrões do dinheiro público deveriam ter devolvido ao Estado o que surrupiaram…

Tenho, nesse contexto, uma discordância saudável. Sei da brandura da legislação brasileira com os infratores, principalmente os criminosos de alto coturno; mas não me conformo.

Concordo com a simplicidade objetiva da mais antiga referência à retribuição de uma ofensa com a mesma intensidade, que está no Código de Hamurábi, estabelecido cerca de 1800 a.C. na Babilônia.

As regras de Direito contidas ali, incluem o que é conhecido como a lei de talião, a “lex talionis”, que foi adotada pelo Direito Romano. Ao contrário de citações encontradas, “talião” se escreve com letra minúscula por que não se trata de um nome próprio como é presumido, vem de “talis”, idêntico.

Por analogia, o réu é punido taliter, ou seja, por analogia, de maneira igual ao dano causado. Temos a palavra retaliação, indicando retribuição de uma ofensa com a mesma intensidade, oriunda do mesmo radical latino talis.

Este tipo de punição ficou conhecido como “Olho por Olho, Dente por Dente”, mas a Bíblia, no Êxodo 21:24, amplia o conceito de pena para “mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe”…

Assim, os assaltantes do Erário estão na obrigação de acrescentar às penas estipuladas a devolução aos cofres públicos do que levaram. E é isto que temos visto nas sentenças estipuladas pelo juiz Sérgio Moro para os condenados do Petrolão.

Nada pior para os ambiciosos, gananciosos, usurários e praticantes de ganho ilícito, do que ver dissipar-se dos seus bens parte da riqueza acumulada ilegalmente. Não é por acaso que estrebucham! Os envolvidos nos escândalos das propinas se debatem por todos os meios.

A mais recente demonstração deste inconformismo ficou patente no chamado “Manifesto da Oderbrecht”, produzido pelo advogado de Marcelo Oderbrecht, Nabor Bulhões, contra a Operação Lava Jato e a atuação de Sérgio Moro.

A “Carta” contém 104 assinaturas de causídicos, muitos deles defensores de empreiteiros e políticos envolvidos na investida contra a Petrobras. Foi publicada como matéria paga nos jornalões, e quem a leu demonstrou repúdio.

Os brasileiros bem informados se indignaram. E representando o apoio do povo à Polícia Federal, Ministério Público Federal e ao juiz Moro, várias entidades representativas de advogados, juízes e promotores reagiram.

O Petrolão, seguimento da ação corrupta instaurada pelo lulo-petismo com o Mensalão, escandalizou o País e atravessou as fronteiras, objeto de publicações no exterior. É, sem dúvida, a maior ocorrência de corrupção da História do Brasil, revelada por investigações criteriosas, ricas em testemunhos e provas inabaláveis.

Exigimos que os corruptos devolvam todo dinheiro apropriado indevidamente do patrimônio nacional. “Não devemos desanimar da virtude, nem ter vergonha de sermos honestos.”

DESONESTIDADE

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Ajuntar tesouros com língua falsa é uma vaidade fugitiva; aqueles que os buscam, buscam a morte.” (Provérbios 21:6)

Está na formação e no caráter das pessoas a escolha entre ser honesto, não mentir, roubar, enganar ou trapacear, ou então escolher o lado oposto, ser desonesto, mentiroso, ímprobo, iníquo, desleal.

Ser honesto significa adotar um comportamento de respeito aos bens alheios, principalmente quando se trata do patrimônio público. Agindo dessa maneira, não precisa de jeito algum alardear honestidade.

Vem de longe, do século XVIII a.C, leis compiladas no famoso Código de Hamurabi trazendo punições para a desonestidade. Também os ensinamentos de Buda trazem condenações para os desonestos, explicitando que “mentir para se justificar e se proteger não é ‘ser honesto’.

A tradição religiosa judaico-cristã também combate o desonesto. No Novo Testamento, o evangelista Lucas, ensina a virtude através de contos populares, como o “Filho Pródigo” e o “Bom samaritano”, explicitando: “Quem é fiel nas coisas pequenas também será nas grandes; e quem é desonesto nas coisas pequenas também será nas grandes.”

Apesar dessas lições, escarnecendo do povo que acompanha a sua trajetória política e pessoal, o fanfarrão Lula da Silva num café da manhã com blogueiros partidários apossou-se do monopólio da honestidade dizendo “Não tem uma viva alma mais honesta do que eu”.

A imprensa divulgou que esta bazófia arrancou gargalhada da platéia. E não foi por acaso: com a frase encerra duas grandes mentiras. Mostrou desonestidade usando auditório de mercenários pagos com dinheiro público e falou de “alma viva” sabendo-se que as almas são dos mortos…

Para Lula, não custa dinheiro do seu bolso nem esforço nenhum vangloriar-se diante de comparsas que mamam nas tetas do Erário ou comem os restos do banquete das propinas. Felizmente fica impossível que a sua fala fique presa intramuros, e o povo brasileiro tomando conhecimento delas fica indignado.

O sentimento de repulsa é ter a noção, quase certeza, da trajetória corrupta, do ex-presidente desde a vida sindical. Poucos, de sã consciência, desconhecem o trabalho anticorrupção da Operação Lava Jato, executada pela Polícia Federal, Ministério Público e o juiz Sérgio Moro.

Não bastassem as investigações que envolvem o Pelegão, bastam as suas companhias por si só para envolvê-lo nas teias da corrupção na Petrobras, empresas estatais e fundos de pensão. Seus parceiros, hierarcas do PT estão presos ou sob buscas policiais e jurídicas; e quanto aos aliados, basta citar alguns nomes como Renan Calheiros, Jáder Barbalho, Collor, Gedel Vieira, Sarney, Lobão e Maluf…

Na verdade, o nome de Lula ainda não apareceu como deveria, pois é suspeito de ser o mentor e chefe da organização criminosa que assaltou o Brasil; mas já é alvo de várias delações de réus envolvidos em criminosas transações com seus companheiros José Dirceu, ex-ministro chefe da Casa Civil, e João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT.

Sagaz, com doutorado na escola dos pelegos sindicais, Lula sabe que é muito mais fácil corromper do que persuadir; mas não tendo estudo não aprendeu com Sócrates que “Se o desonesto soubesse a vantagem de ser honesto, ele seria honesto ao menos por desonestidade”.

SARCÓFAGOS

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Os embalsamadores removiam primeiro o cérebro, por que os antigos egípcios acreditavam que o pensamento vinha do coração e, portanto, o cérebro era supérfluo…” (Charlotte Booth)

Tenho me preocupado com as múmias stalinistas que escaparam das ruínas do Muro de Berlim e voltam como zumbis, e como num filme de terror insistem em ressuscitar uma deperecida ideologia, acumpliciados aos bandidos do narco-populismo bolivariano.

Felizmente não há muitos mortos-vivos entre os jovens, conforme pesquisa de opinião recente. Mas ainda encontramos alguns amigos, colegas e ex-colegas de trabalho, parentes e – coisa triste – pessoas que participaram de antigas lutas patrióticas e hoje abjuram a Pátria Brasileira, submetendo-se à confusa e intangível Pátria Grande.

Abandonaram este funesto desfile as melhores cabeças do esquerdismo aqueles que, quando jovens, acreditaram na faraônica utopia stalinista. Abriram as mentes e enxergaram a realidade, repudiando a farsa dos pelegos lulo-petistas.

Outros, porém, trazendo da origem o DNA da fraude, aceitaram tornar-se cópias de papel carbono da pelegagem no poder, alguns se mantiveram lucrativamente na militância mercenária e caricata que definhou por motivos óbvios.

Mantêm-se também as múmias que mamam nas tetas do corrupto PT-governo os privilégios dos empréstimos a fundo perdido, no aparelhismo da administração pública ou nas bolsas subserviência que vão da miséria real à exploração de uma cultura suspeita. Esses perderam pelos próprios interesses a visão histórica da vida em sociedade.

Conheço alguns que em mansões ou do alto de apartamentos de milhões de reais por metro quadrado usam a máscara da solidariedade pela miséria alheia para lucrar com isso; outros, afundados em poltronas com a boca escancarada, cheia de dentes, ouvem nostálgicas músicas de protesto dos anos 1960.

Esses esquerdopatas participam de cruzeiros em transatlânticos de luxo nos mares helênicos discursando sobre os emigrantes fugidos das ditaduras que eles mesmos defendem metaforicamente…

As múmias stalinistas esperam uma vida futura, sem acompanhar a evolução que ocorre no exterior das sólidas, mudas e frias paredes de pedra dos seus túmulos. Cegas e surdas não reagem aos estímulos da realidade.

Estimulam suas tropas de choque a brigar por $0,30 nas passagens dos transportes públicos, mas não veem nem mostram indignação diante do faraó da iniqüidade, Lula, o pelegão que após afastar-se da Presidência da República deixou o Brasil roubado e ainda levou consigo o acervo do Palácio do Planalto.

Na chegada em Brasília, Lula trazia uma mão na frente e outra atrás; na saída, levou onze caminhões baú, sendo um climatizado; como constou no edital de licitação para o respectivo transporte. Para não falar das propriedades adquiridas suspeitosamente. E parece aos felás da idiotice tratar-se de uma coisa normal, por que não esboçam um protesto…  Nunca no correr dos séculos se viu algo semelhante!

A mudança de Lula, claro, foi toda paga com dinheiro público. Entre os objetos, levou para casa duas bicicletas e duas esteiras ergométricas da presidência (que foram devolvidas posteriormente). Levou a cama do Alvorada, uma peça de cristal com o primeiro artigo da Constituição Americana dada por Obama, um conjunto de taças de prata presente da rainha Elizabeth, uma coleção de jóias da família Real ofertada pelos Emirados Árabes, 9 mil livros e obras de arte diversas.

Trata-se de um capítulo para acrescentar ao perfil de um pelego, cujo primarismo convive com a sagacidade inegável e uma desonestidade comprovada na trajetória sindicalista e no exercício da política, onde as tramóias sempre estiveram presentes.

Esta personalidade é cultuada pelos “socialistas bolivarianos”, que adotaram a indefinível e escorregadia moda narco-populista na infelicitada América Latina.

Foi fácil para marxistas dos Irmãos Marx (ou do Frei Boff) da turma do PCdoB, que na corrida desesperada de mortos-vivos correram de Stálin morto e denunciado por crimes, para Enver Hoxha – o tirano albanês – e deste para Mao-Tse Tung…

Na tresloucada tentativa de ressuscitar no século 21, as múmias stalinistas sem cérebro assistem o final da Era Petista, autocorrompida e autodestruída pela corrupção desenfreada, a inaptidão para o trabalho e a incompetência para gerir a administração pública. Seu destino já está traçado pela História: à volta aos sarcófagos.

 

DELAÇÃO

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“A corrupção dos governantes quase sempre começa pela corrupção dos seus princípios” (Montequieu)

Um anunciado ‘manifesto’ de advogados inspirou-me para escrever este texto, por que dentre eles encontram-se defensores de políticos corruptos, e de empreiteiros tanto ou mais, de políticos e empresários presos por participação no esquema de corrupção instalado na Petrobras.

Felizmente não são muitos os que negaram o instituto da delação premiada, consagrada nas convenções da ONU de Palermo de 2000 e de Mérida de 2003. Os patrocinadores desconhecem que o uso deste instituto é um instrumento eficaz para o combate as organizações criminosas e à corrupção.

O advogado é, pela formação, um driblador da lei. Se assumirem ser “de esquerda”, levam-me a um pensamento de Vladimir Lênin que nos meus tempos de estudante era comentado: “Advogados, nem os do partido”! Se forem filiados ao PT deviam respeitar a sua representante na presidência da República: Dilma sinalizou em discurso na ONU a intenção de usar o combate à corrupção com maior freqüência.

Os contestadores da Operação Lava Jato podem não gostar do juiz Sérgio Moro; mas, se estudiosos (que duvido) deveriam ler os seus artigos publicados, citando o exemplo notável do uso da delação premiada na Operação Mãos Limpas que destroçou a máfia na Itália.

Moro é transparente ao adotar a delação premiada. Não se entrega ao delator, adotando o princípio de que a palavra de criminoso colaborador deve sempre ser vista com desconfiança e que o depoimento deve ser amparado em prova de corroboração.

Na realidade, a Lei que rege a delação premiada impõe que nenhuma sentença condenatória deverá ter como fundamento as declarações de agente colaborador (artigo 4º, §16).

O escorregão falsamente “ideológico” dos advogados manifestantes se baseia no que dizem que “no plano do desrespeito a direitos e garantias fundamentais dos acusados, a Lava Jato já ocupa um lugar de destaque na história do país’.

Coisa triste vinda de quem estudou o Direito Positivo. Todos os acadêmicos de Direito sabem que a corrupção é um crime difícil de descobrir e comprovar. O louvável na Lava Jato vem exatamente transpor as dificuldades pelo trabalho da Polícia Federal e da ação patriótica do Ministério Público Federal.

Soma-se à ação conjunta da PF, do MPF e do juiz Sérgio Moro a técnica de investigação pela adoção da delação premiada. É claro que este instituto é insuficiente para condenar os corruptos e corruptores, mas cria condições de cumprir esta tarefa de faxina para varrer do Brasil a depravação no trato da coisa pública.

Talvez seja isto  que preocupa os ocupantes dos poderes republicanos e seja também motivo do preconceito entre os que se manifestam contra a Lava Jato. É impossível desconhecer que a colaboração de criminosos contra criminosos oferece informações e provas que se ampliam para outras atividades ilícitas.

É o “efeito dominó” que assusta os defensores dos envolvidos nos esquemas de corrupção que se tornaram uma triste rotina no PT-governo. Não é por acaso que o lulo-petismo fala de ‘investigação seletiva’: encontram-se presos diversos hierarcas do PT e a cada dia surgem outros protagonistas do assalto ao patrimônio público.

Pena que alguns confusos pensadores ainda não se tocaram para isto. Há até quem confunda a delação premiada com a imoral e ilegal Lei da Repatriação de dinheiro sujo sancionada por Dilma para atender quem driblou a Receita.

Nada como esta medida governamental para comprovar que vivemos numa Cleptocracia arrogante e antidemocrática. E os advogados contestadores, concorrendo com os Black-blocs das manifestações pró-centavos acusam os defensores da lei e a imprensa independente, fazendo coro ao estribilho governista contra os vazamentos.

Quem se puser contra a Lava Jato é inimigo do Brasil e do povo brasileiro  que anseia pela punição dos corruptos, independente dos cargos que ocupem, do sobrenome que ostentem e da filiação partidária que adotem.

 

CLEPTOCRACIA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Os golpes contra a democracia só podem vingar se o processo político-eleitoral estiver desmoralizado e as instituições combalidas.” 
(João Batista Ericeira)

As línguas neolatinas, como os países que adotam o idioma português, usam como sufixo a palavra grega κρατία cracia, que traduzida tem vários significados; força, poder, domínio e influência ou supremacia de certo grupo.

Na política, encontramos Aristocracia, Burocracia, Democracia, Meritocracia, etc.; e a sapiência dos gregos também criou Cleptocracia, termo que expressa literalmente “Governo de ladrões”, o poder nas mãos dos que assaltam, corrompem, furtam, roubam, enfim, metem a mão na economia popular e despojam o Erário do País.

Está definido o PT-governo da pelegagem. Triste é que os governantes obtiveram o voto de milhões de brasileiros iludidos; só não enganou os grupos e partidos de influência stalinista que adotam a tática de aliar-se aos corruptos, para desacreditar e desmoralizar as instituições e aproveitar-se disto.

Não há exemplo mais do que perfeito a ação dos partidecos nas ruas depredando a propriedade privada e o patrimônio público, como fizeram em Sampa, ou a lesiva administração do PCdoB no PT-governo criando ONGs fantasmas para expropriar o Tesouro.

Fica claro o exemplo dado pela senadora Vanessa Grazziotin que gastou mais de meio milhão de reais da sua verba de gabinete, demonstrando a distorção dos princípios que formaram seu partido, descambando para o narco-populismo, como sabujo do lulo-petismo.

O PCdoB com outros partidos nanicos ditos “de esquerda” atua como viúvas do ‘socialismo real’ soterrado nas ruínas do Muro de Berlim.  Trocaram o marxismo pelo ‘esquerdismo’, ideologia classificada pela ciência política, a filosofia e a História como uma aberração dos ideais libertários da Revolução Francesa e da Comuna de Paris.

Falta-lhes conhecimento teórico, principalmente da História. Doutrinadores e doutrinados apenas papagaiam palavras de ordem; e o que mais me torna apreensivo é o comportamento das frações juvenis que servem de bucha de canhão para as hierarquias partidárias de cleptocratas.

Parece-me impossível não ver que os aparelhos pretensamente ideológicos são somente grupos de pressão, tarefeiros que sustentam a cleptocracia autoritária e burocrática lulo-petista.

Alguns poucos jovens trabalhadores e estudantes equivocados não têm objetivos futuros; só lhes preocupa o imediatismo econômico, como no caso de aumentos de transportes, iludidos que assim arregimentarão e conduzirão as massas… E tornam-se reféns dos vândalos do lunpemproletariado, como assistimos nas ruas de Sampa e do Rio.

Porque não se manifestam contra o desemprego, o corte de verbas para a Educação e para a Saúde, o respeito à legislação trabalhista e a defesa dos direitos previdenciários? Desdenham os reais interesses do povo porque não capitalizam como lhes agrada a denúncia à repressão policial, orgasmo freudiano dos subversivos intelectuais…

Quem estuda sabe que o populismo é uma prática reformista… E quando se trata da sua versão latino-americana, o gosmento narco-populismo, é muito pior que isto:

Além de ser uma traição aos trabalhadores e ao povo em geral, o ‘socialismo bolivariano’ é uma contribuição para garantir o roubo dos governantes corruptos, a ineficiência dos serviços públicos, enfim, avaliza a cleptocracia.

 

 

 

JUVENTUDE

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

 “A juventude se torna muito importante por ser a fase das grandes opções da vida.” (Jorge Boran)

Quando a política e as instituições dependentes dela degeneram e deperecem relembra-se um antigo pensamento – sempre vigente – de que a juventude é o futuro do mundo. Certo; mas de que juventude falamos?

Confesso que o comportamento da juventude brasileira me preocupa muito. Reflexos do passado levam-me à mocidade distante, buliçosa e atuante, bem intencionada, explodindo como um vulcão renovador com as lavas candentes da mudança.

Entristece-me ver como se multiplicam entre nós as críticas aos jovens brasileiros como se houvesse uma individualização padronizada para ser julgada. Longe disso, o alvo dos ataques volta-se para os jovens engajados no esquerdismo sistemático, fruto de teorias mal interpretadas, e conduzidos por poderosos interesses de uma facção sectária.

Relembro meus tempos de estudante, participando da União Nacional dos Estudantes, onde reinava a independência dos partidos e dos governos. Uma vez chegou-nos a orientação para combater a “America Can” uma empresa norte-americana fabricante de latas; o sentimento nacionalista aflorou e fizemos a campanha.

Descobri cedo que se tratou de uma jogada empresarial do grupo Matarazzo, que não queria concorrentes. A Can iria baratear o custo de produção, mas em nome do ideal, atrasamos alguns anos o desenvolvimento da indústria brasileira de produtos de alimentos enlatados…

Hoje é quase certo que as frações partidariamente organizadas dos estudantes estejam caindo no mesmo engodo, aliando-se a uma corrente que adota os princípios distorcidos da ideologia degenerada dos pelegos sindicais. Nada mais fraco do que aquele que sente o forte desejo de transformação da realidade e escorrega no que Trotsky chamou de “socialismo dos imbecís”, caindo fatalmente no fascismo.

Acabamos de testemunhar uma ação para-fascista nas manifestações violentas ocorridas no Rio e em Sampa protestando contra o aumento das passagens dos transportes; foi de uma violência inominável contra a propriedade privada e patrimônio público.

Voltaram os “black-blocs” covardes, mascarados, depredando o que encontraram pela frente. São acobertados por partidos ditos “de esquerda” e de organizações pelegas que recebem verbas governamentais.

Estas pessoas não são “revolucionárias” como pensam, mas arruaceiras. Repito e alerto que se trata apenas de frações. Minoritárias. Assisti uma entrevista da atriz Irene Ravache no Roda Viva: Perguntada sobre o que achava da juventude brasileira, ela respondeu com grande lucidez, que sim; confiava nas moças e moços que pegam uma condução de manhã cedo para ir ao trabalho e depois vão à escola.

Observo que junto aos trabalhadores juvenis, temos estudantes que se debruçam nos livros e nas apostilas, ou atentos às aulas à distância, preparando-se para uma formatura ou para enfrentar concursos. Estes, sim, representam a maioria que busca caminhos novos para enfrentar a vida. Nestes acredito.

Analisamos, porém, os outros que vivem para e da política como grupos de pressão. O que realmente eles pensam da política? Estarão atentos às reivindicações populares, aos interesses nacionais e querendo defender a elevação do Brasil ao nível dos países desenvolvidos, ou ficam como papagaios repetindo slogans desgastados pelo uso?

No mundo de hoje há uma grande facilidade de obter a informação, mas é preciso tomar cuidado com o noticiário dirigido de uma mídia sensível às verbas governamentais. O jovem deve procurar fugir dos maus exemplos, dos falsos líderes, de um poder desacreditado.

Dá-me pena em ouvir argumentos dos partidários do governo, convictos de ideologias distorcidas e iludidos pelo cenário teatral de falsas utopias, como ocorre com a UNE, UBES e MPL, meros apêndices do governo enganador e corrupto do lulo-petismo.

Por isto fico com a maioria silenciosa que luta para se manter e progredir. Acredito nos jovens que trabalham para garantir o seu futuro, com ordem e progresso.

 

 

QUE LENIÊNCIA!

MIRANDA SÁ (E-mail: miarandasa@uol.com.br)

“A grande arte do comissário consiste em descobrir o que é simples” (Friedrich Dürrenmatt – ‘A Suspeita’)

Se substituirmos a palavra ‘comissário’ usada pelo grande Dürrenmatt por ‘investigador’, ‘procurador’ e ‘juiz’ temos a visão simplista do que fazem os policiais federais, procuradores e o juiz Sérgio Moro, saneadores da corrupção através da Operação Lava Jato.

O ficcionista, teatrólogo e teólogo suíço resumiu o processo de investigação que assistimos no decorrer da operação realizada para descobrir o óbvio: a roubalheira desenfreada dos lulo-petistas que assumiram o poder por um estelionato eleitoral.

Acha-se diante dos nossos olhos, entra pelos nossos ouvidos, enfim, está em todas as cabeças pensantes (e sensoriais) deste país o que os pelegos fizeram desviando verbas públicas, assaltando a Petrobras, as empresas estatais e os fundos de pensão.

É, sem dúvida, uma simples constatação, agora oficialmente escancarada – com a chancela da Presidência da República – com a Medida Provisória da Leniência, a essência criminosa de quem governa o Brasil como uma cafetina em casa de tolerância.

Não há nada mais claro do que constatar de que Dilma Rousseff assinou a desonesta MP 703/2015 como um ‘cala boca’ para evitar que os donos e executivos das empreiteiras, investigados e presos, revelem minúcias do sistema corrupto instalado no País que esclarecerão quem o manipula, Lula da Silva.

Como tudo que sai da lavra criminosa do PT-governo, a “MP da Leniência” traz um floreado de justificativas, com ênfase à preservação dos empregos e, por incrível que pareça, para ‘aperfeiçoar os métodos de controle sobre o uso dos recursos públicos’…

A garantia dos empregos é um canto de sereia com o que nos acostumamos: uma cantilena enganosa que escorreu dinheiro público nos créditos subsidiados do BNDES e no favorecimento do setor automobilístico que nada garantiram a não ser os próprios lucros.

Fica transparente que a finalidade dos ‘acordos de leniência’, não passa de fogos de artifício para ofuscar a vista da cidadania novos contratos das empreiteiras corruptas e corruptoras com o PT-governo; servindo para garantir o financiamento das campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores e restabelecer o fluxo das propinas para os hierarcas partidários.

A grande arte dos comissários que combatem este tumor maligno é ver com clareza o objetivo suspeito e ilícito que investe contra o Estado Democrático de Direito. Entre os defensores da coisa pública, temos Walton Rodrigues, ministro do TCU, que atendeu ao Ministério Público de Contas, e pediu explicações ao Planalto.

O MPC alegou desrespeito ao Tribunal afrontando seus poderes de fiscalização. O ministro Walton determinou então que a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) têm 15 dias para prestar  esclarecimentos sobre o funcionamento da medida provisória.

Também no Congresso, o vice-líder da Minoria na Câmara dos Deputados, deputado Raul Jungmann, foi curto e grosso: “A finalidade da MP é favorecer as empresas envolvidas no Petrolão, a atividade da organização criminosa que funcionou na Petrobras e foi desmontada pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal”.

Agora nos cabe, a todos patriotas brasileiros, lúcidos e independentes, impedir mais esta investida desonesta do lulo-petismo. A anulação da Medida Provisória da Leniência é uma tarefa necessária e urgente para amputar o braço facínora da pelegagem.

É hora de a nacionalidade assumir sua parte, compartilhando com os promotores, policiais federais e com o juiz Sérgio Moro indo às ruas contra os favores governamentais à indecorosa infecção de rapina instituída pela degenerada máfia das empreiteiras, que Dilma defende.