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Mário Quintana

OS POEMAS


Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti…

Biografia de Mário Quintana aqui

Quem Sabe um Dia Quem Sabe um Dia Quem sabe um dia Quem sabe um seremos Quem sabe um viveremos Quem sabe um morreremos! Quem é que Quem é macho Quem é fêmea Quem é humano, apenas! Sabe amar Sabe de mim e de si Sabe de ...

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Mário Quintana

O mapa

Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo…

(E nem que fosse o meu corpo!)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei…

Ha tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Ha tanta moca bonita
Nas ruas que não andei
(E ha uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei…)

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso…

 

Mário Quintana

 

O Poeta

Mario de Miranda Quintana nasceu na cidade de Alegrete (RS), no dia 30 de julho de 1906, quarto filho de Celso de Oliveira Quintana, farmacêutico, e de D. Virgínia de Miranda Quintana. Com 7 anos, auxiliado pelos pais, aprende a ler tendo como cartilha o jornal Correio do Povo. Seus pais ensinam-lhe, também, rudimentos de francês.

No ano de 1914 inicia seus estudos na Escola Elementar Mista de Dona Mimi Contino.

Em 1915, ainda em Alegrete, freqüentou a escola do mestre português Antônio Cabral Beirão, onde conclui o curso primário. Nessa época trabalhou na farmácia da família. Foi matriculado no Colégio Militar de Porto Alegre, em regime de internato, no ano de 1919. Começa a produzir seus primeiros trabalhos, que são publicados na revista Hyloea, órgão da Sociedade Cívica e Literária dos alunos do Colégio.

Por motivos de saúde, em 1924 deixa o Colégio Militar. Emprega-se na Livraria do Globo, onde trabalha por três meses com Mansueto Bernardi. A Livraria era uma editora de renome nacional.

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Os Poemas Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam vôo como de um alçapão. Eles não têm pouso nem porto alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem. E olhas, ...

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EU OUÇO MÚSICA   Eu ouço música como quem apanha chuva: resignado e triste de saber que existe um mundo do Outro Mundo...     Eu ouço música como quem está morto e sente já um profundo desconforto de me verem ainda neste mundo de cá...     Perdoai, maestros, meu estranho ar!     Eu ouço música como um anjo ...

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PROJETO DE PREFÁCIO   Sábias agudezas... refinamentos... - não! Nada disso encontrarás aqui. Um poema não é para te distraíres como com essas imagens mutantes de caleidoscópios. Um poema não é quando te deténs para apreciar um detalhe Um poema não é também quando paras no fim, porque ...

Publicado em por Marjorie Salu | Comentários desativados em Poesia

5 de maio de 1994 — A poesia de Mário Quintana Mário Quintana escreveu sobre a morte: "A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos". O escritor abandonou o colégio no ...

Publicado em por Miranda Sá | Comentários desativados em História – há 15 anos…