Arquivo do mês: maio 2018

O DIREITO

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“As pessoas tendem a esquecer os seus deveres, mas lembrar dos seus direitos” (Indira Gandhi)

A palavra “Direito” aparece em três classificações gramaticais, como substantivo, adjetivo e advérbio. O substantivo se refere à Ciência do Direito, a normatização das relações sociais; como adjetivo é aquilo que está de acordo com a lei, os costumes, o senso comum e as normas morais e éticas; o advérbio é um qualificativo pessoal, correto, decente, íntegro…

Nos interessa, neste texto, o fenômeno histórico, objetivo e prescrito, do relacionamento social estabelecido no conjunto das normas jurídicas vigentes num Estado ou numa Confederação.

Este Direito nasceu como um poder do Estado e vem de longe: papiros já registravam a 3.000 anos, uma compilação de leis do antigo Egito; e o famoso Código de Hamurabi babilônico foi talhado em pedra em 1760 a.C.

A palavra Direito vem do latim, “directus, a, um”, do particípio passado do verbo dirigere significando “o que segue regras pré-determinadas ou um preceito de conduta”. Chegou ao idioma português como “directo” e “direyto” até a grafia atual.

Cada país tem as suas próprias normas disciplinadoras econômicas, políticas e sociais, chamadas de “direito objetivo”. Os principais “direitos nacionais” têm origem romano-germânica ou de origem anglo-saxónica.

Há um Direito Internacional que regula as relações entre Estados e também direitos supranacionais, como o Direito da União Europeia.

Aqui no Brasil o Direito Positivo se divide como o direito civil, direito penal, direito comercial, direito constitucional, direito administrativo e até o fascio-populista “Direito Trabalhista” e sua execução obedece a textos criados, editados e baixados pelo Poder Legislativo ou pela Administração Federal Pública.

Encontrei numa edição da revista Veja dos fins do ano passado (2017) uma curiosa e simpática proposta do colunista J.R Guzzo defendendo o “Direito das Ruas”, num artigo onde, como eu, faz críticas à burocrática Justiça do Trabalho.

O “Direito das Ruas” inspirou-me, como humanista, a lembrança do grande Castro Alves e o seu poema ”O Povo ao Poder” onde cantou ”A praça! A praça é do povo / Como o céu é do condor”/ É antro onde a liberdade/ Cria a águia ao seu calor! ”

Foi na praça e nas ruas que os brasileiros exercendo o Direito das Ruas derrubaram a incompetente e corrupta Dilma Rousseff exigindo o impeachment que livrou o País da corja lulopetista. E impôs-se em outras ocasiões, como agora na greve dos caminhoneiros, alertando o governo para os impostos escorchantes.

Ocorre, porém, que o artigo que comentamos traça um paralelo às exigências populares e. lamentando que o cumprimento da lei no Brasil é um risco, faz sentir à magistratura, juízes e procuradores, o seu dever de consagrar as leis na aplicação da Justiça.

Guzzo censura um grupo de juízes do trabalho que se manifestou declarando que a nova Lei Trabalhista é ruim… Esses magistrados propuseram-se a negar o “Direito das Ruas” aplicado pelo povo para dar fim à famigerada legislação fascista da CLT, defendendo um tal de “Novo Direito” voltando ao carcomido Direito do Trabalho.

Como é discutível e até condenável que um corpo jurídico crie a insegurança jurídica com uma interpretação troncha da Lei, leva o articulista da Veja a cair de porrada na Justiça do Trabalho chamando-a de “um pesqueiro com mais de 40 mil funcionários, 3.500 juízes com salário inicial de R$ 27,500/mês e privilégios que causam espanto”.

Vemos nesta cegueira pela CLT os restos da era fascio-populista da ditadura Vargas, não levada em conta pela ditadura militar, inchada pelos pelegos nos governos lulopetistas e somente vista pelo desprezado e combatido governo Temer.

O Direito existe para nivelar as desigualdades e harmonizar as relações humanas. O Direito das Ruas deve cultuar a Justiça e, como propõe Saramago, criar o “Dia dos Deveres Humanos”…

PRIVILÉGIOS

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“O governo não passa de um aglomerado de burocratas e políticos, que almoçam poder, promoção e privilégios. Somente na sobremesa pensam no ‘bem comum’” (Roberto Campos)

Por serem inconstitucionais e inegavelmente antidemocráticos, os privilégios são vantagens atribuídas à uma pessoa ou a um grupo em comparação aos demais, garantindo-lhes direitos especiais, imunidades e ressalvas.

Nada mais condenável do que os privilégios atribuídos por si e para si dos políticos que legislam em causa própria. O mais reprovável entre todos que vigoram no Brasil é o foro privilegiado, contra os quais 83% dos brasileiros se manifestam contra.

O privilégio é quase uma exclusividade da “classe política”, que nunca foi classe, mas um agrupamento de oportunistas e demagogos, salvando-se com raras exceções entre eles, pessoas decentes. Registre-se entre tais benefícios os cartões corporativos, as aposentadorias precoces de parlamentares, ex-governadores e ex-prefeitos e também as imorais vantagens que os ex-presidentes usufruem.

Para manter a desigualdade injusta e criminosa entre os privilegiados e os demais cidadãos, os políticos perdem a credibilidade e o respeito, arriscando as suas carreiras. Mesmo assim travam uma guerra suja quando ameaçados de perder um pouco das suas vantagens materiais.

O verbete “Privilégio” é dicionarizado como substantivo masculino, apresentando quatro sentidos, como Direito Especial (prerrogativa, distinção, garantia, imunidade, isenção); Permissão (autorização, concessão, licença, permissão, oportunidade); Privilégio legal de controle exclusivo (cartel, controle, exclusividade, monopólio, patente, posse); e, como Dom Natural (atributo, condão, dom, faculdade, predicado, qualidade, talento).

Na nossa Pátria Mãe infelicitada por indivíduos e grupos que têm ocupado os governos e dirigindo o Estado, há privilégios até entre os presos. O arquicorrupto Sérgio Cabral até ser flagrado, mantinha na sua cela queijos e presuntos importados e recebia refeições de restaurantes gourmet…

O chefão da quadrilha petista, Lula da Silva, por ser “ex-presidente” recebe regalias na prisão como esteira elétrica, frigobar, visitas frequentes e até – embora ateu –assistência religiosa de frades excomungados…  O mesmo argumento da “dignidade do cargo” se estende agora a Eduardo Azeredo, ampliando esta coisa absurda.

Destacando pessoas sobre as outras (ínfimas minorias sobre a maioria, claro) que recebem benefícios além dos comuns a todos, o sistema vigente criou condições peculiares aos que exercem cargos e funções públicas indicados pelos partidos que participam do desgraçado “presidencialismo de coalizão”.

Saindo do campo das individualidades, chegamos aos 38 partidos de fachada, iguais nos programas e no incomensurável apetite pelos recursos públicos para manutenção da organização e para campanhas eleitorais que os contribuintes não apoiam…  E já apareceu um arrumadinho no Tribunal Superior do Trabalho para financiar pelegos sindicais, burlando a lei que extinguiu a contribuição sindical obrigatória.

Sem o desejar, a cidadania contribui também, através de polpudas verbas federais, estaduais e municipais para ONGs, que se dizem não-governamentais, mas mamam verbas do Erário para atuar em defesa de ideologias, partidos e políticos profissionais.

Alertamos para que a Nação repudie a existência de privilégios, sejam lá quais forem e para quem se destinem, lembrando que um povo que admite esta realidade que fere os princípios democráticos, torna-se cúmplice do crime.

Como pensador, Gandhi deixou lições das quais tem uma que adoto e sigo integralmente: “Odeio o privilégio e o monopólio. Para mim, tudo o que não pode ser dividido com o povo é tabu”.

A MÍDIA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“A massa mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia controla a massa” (George Orwell)

Na sua conhecida “Bíblia do Caos”, Millôr Fernandes traz um pensamento irrefutável, ao escrever que “Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data ”… Não está longe da verdade que, aliás, poderia ser estendida aos cursos de jornalismo.

No universo “acadêmico” em que militei, irritava-me profundamente ao pegar um livro e ver escrito nele que a invenção da imprensa se deve a Gutenberg, ignorando ou desprezando que a tipografia, usando tipos móveis, surgiu na China em 200 a/C.

Aliás, os chineses também confeccionavam papel, embora rude, a quase 5.000 a/C, e o aperfeiçoou tal como conhecemos hoje por volta de 104 d.C.; será criminoso, porém, desprezar, ou mesmo minimizar, a importância da criação de Gutenberg, que causou uma revolução no Ocidente, fazendo ruir velhas concepções religiosas e sociais pela difusão da informação.

A impressão em bloco com caracteres móveis tirou dos monges que levavam meses para copiar um livro (em latim, elitizando a leitura) e acabou com o monopólio que a Igreja Católica detinha na divulgação da cultura.

Passaram-se mais ou menos 500 anos da imprensa gutemberguiana para nascer a mídia, trazendo a novidade de intermediar a expressão transmitindo mensagens através do cinema, dos jornais, das rádios difusoras, da televisão e dos meios eletrônicos e telemáticos de comunicação.

Dicionarizada, a palavra mídia é um substantivo feminino que define os suportes de transmissão da informação e indicando também o seguimento da publicidade que seleciona veiculação e programação de peças de propaganda.

Assim, surge em nosso tempo, outra revolução no campo da informação com o surgimento da Internet, provocando uma crise sem precedentes nas variadas mídias, jornais, rádio, revistas e televisão. Com este novo padrão de irradiação de mensagens, o universo midiático democratizou-se e por isso sofre o combate dos meios tradicionais e do poder político que os controla.

A Internet na sua origem foi basicamente usada pelas comunidades científicas vinculadas às universidades, mas ao se transformar no amplo sistema de comunicação que conhecemos como “rede social”, é alvo de forças poderosas.

Os ataques começaram tentando desmoraliza-la taxando-a de “fantasia futurista” e subestimando a crescente força das pessoas que se incorporaram nela como receptores e transmissores da informação materializando, pela rápida difusão das redes sociais, as previsões de McLuhan.

Sem conseguir controlar o individualismo que se impôs com o direito de cada um manter o seu próprio canal de comunicação e entretimento, a antiga mídia de massa trava agora a última batalha, infiltrando mercenários na web sob as asas dos provedores.

O financiamento globalista estimula e facilita a manutenção de plataformas para disseminar “fake news” e, contraditoriamente, exercem poder de censura. No Brasil, o Facebook contrata um comitê privado “para coibir notícias falsas”, cujos agentes são ligados ao PT e seus puxadinhos.

Revela-se o projeto de “fact-checking”, de onde emerge a autodenominada “Agência Pública” provida pelo fascista húngaro-americano George Soros. A razão social dessa arapuca propõe realizar jornalismo investigativo, mas na realidade é um braço do narcopopulismo na Internet.

Na “Agência Pública” atuam jornalistas lulopetistas tipo Ricardo Kotscho, que foi secretário do governo Lula, e Eugênio Bucci, que teve o desplante de usar uma página da revista Época para uma elegia fúnebre da defunta Marisa Letícia com extremo puxa-saquismo.

Os operadores da vanguarda do atraso estão comprometidos com Soros conforme documentos vazados da Open Society Foundation, disponíveis na Internet; pena que não tenhamos um governo com a altivez de estadista para reprimi-los.

FANATISMO

MIRANDA SÁ (E-Mail: mirandasa@uol.com.br)

“Uma ideia morta produz mais fanatismo do que uma ideia viva; ou melhor, apenas a morta o produz. Pois os estúpidos, assim como os corvos, sentem apenas o cheiro das coisas mortas” (Leonardo Sciascia)

Falta de entendimento entre os atuais líderes mundiais, conflitos regionais, intolerância religiosa, racismo, violência e até ameaças de uma guerra mundial são sintomas geopolíticos do fanatismo, uma espécie de revolta contra algo que faltou às pessoas que o vivem.

Esta praga que grassa em todos os quadrantes do planeta se manifesta em indivíduos e na sua pior versão, em organizações religiosas ou políticas. Quando se trata de pessoa, não pode ser considerado um distúrbio mental; mas quando se relaciona com um grupo ou movimento, deve ser visto sempre como uma patologia.

O “Fanatismo”, dicionarizado, é um substantivo masculino abrangente, que reflete a adesão cega a um sistema doutrinário ou ideológico, indo da dedicação religiosa obsessiva à cegueira política e ao facciosismo partidário.

A palavra fanatismo vem do francês “fanatisme” que, por sua vez deriva do latim ‘fanaticus’, que tinha inicialmente o significado «aquele que se diz inspirado pelos deuses”, era atribuído aos sacerdotes guardiões do “fanus” – templo ou lugar sagrado.

A designação foi se modificando através do tempo chegando-nos como adoração, cegueira ou mania a alguém ou alguma coisa, apresentando-se como um estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente.

É claro que o exemplo não é o do torcedor que ama o clube, ir aos jogos, gritar, cantar e vibrar nos estádios; nem do eleitor que defende o seu partido, seu candidato, divulgando e fazendo propaganda. Fanáticos entre eles, são exceções…

O aspecto doentio está em transformar o clube ou o partido numa seita extremista e intransigente, que cria preconceitos e leva à intolerância. A História da Humanidade registra isto em várias épocas, e ainda hoje, doutrinas religiosas e políticas geraram, justificaram, e geram e justificam o fanatismo…

Racista obcecado, Hitler comandou o que chamou de “limpeza étnica” na Europa, sacrificando ciganos, judeus e eslavos; e Stálin levado pelo pavor de ser assassinado, prendeu, torturou e matou médicos, como fizera uma década antes com os militares que serviram sob o comando de Trotsky…

O cinema nos traz o fanatismo como tema, como no documentário de Alan Resnais “Noite e Neblina”, sobre o Holocausto, e o filme “A onda” que recomendamos em artigo anterior, mostrando a facilidade de fanatizar a juventude.

O fanatismo é filho bastardo do fascismo, com o nome de populismo; nasce da fraqueza de pessoas necessitadas de se sentir valorizadas e amparadas no meio em que vivem; por isso, é um fim em si mesmo, algemas que prendem os medíocres.

Como decorrência direta do populismo, o fanatismo se incorpora no culto à personalidade do líder, nas legendas, nas cores e símbolos…  Apoia-se em discursos demagógicos e nas ideologias em decomposição que impõem o espírito de seita.

Por sua vez, o populismo é historicamente associado ao esquerdismo do século 21, e não há exemplo melhor do que o enfermiço fanatismo lulopetista. Só assim se explica que pessoas de nível universitário, aparentemente normais, adorem Lula da Silva, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, mitificando-o como “preso político”.

As manifestações esquizofrênicas que alienam as pessoas de decisões próprias, leva esses fissurados a justificar o roubo dos hierarcas petistas e os eleja como “heróis”. Lembram-nos o filósofo Diderot que escreveu: “do fanatismo à barbárie não há mais do que um passo”.

 

A PALAVRA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Uma palavra grosseira ensinou-me por vezes mais do que dez belas frases” (Diderot)

Não sou antropólogo, sequer estudioso de ciências e disciplinas relativas ao estudo do ser humano, mas palpiteiro. Acho que o dom da fala e a articulação das palavras representaram o maior salto civilizatório na História da Humanidade.

Somente pelas palavras o ser humano alcança a compreensão mútua. O conceito de “palavra” é abrangente e complexo, pois engloba variadas expressões linguísticas: fonologia, morfologia, sintaxe, semântica, etc.

Dicionarizado, o verbete “palavra” é um substantivo feminino, unidade da fala e da sua escrita, onde se situa entre espaços em branco. Seu conceito é “a manifestação verbal ou escrita para enunciar ideias ”.

Chegou à língua portuguesa através do latim, “parábola”, que por sua vez deriva do grego parabolé. No seu aspecto semântico tem diversos sentidos, como Vocábulo: termo, verbete; como Fala: discurso; como Declaração: afirmação; como Promessa: compromisso; como Doutrina: mandamento; como interjeição de veracidade: juro, prometo, sério, verdade.

No universo das representações mentais, das opiniões e até de divagações concretas ou abstratas. A palavra constitui o eixo do entendimento, quando preciso, o seu valor é único por que não há dois vocábulos iguais, e na sua equivalência pode perder o sentido.

Já escrevi uma vez que as palavras são como os seres viventes; nascem, se desenvolvem, amadurecem, se aposentam, adoecem, vão para a UTI, envelhecem e, mesmo incorporando a eternidade, saem de circulação…

Entre as palavras, estão os superlativos que minguaram no relacionamento, mas foram muito usados antigamente em cartas e nos ofícios, com Distintíssimo, Ilustríssimo e Excelentíssimo.

Atualmente a nossa gíria adota uns, como o que o nosso Lobão escreveu outro dia no Twitter, “A esquerda é cafonérrima”, que não está nos dicionários…

Desde menino trabalhei com as palavras. Até ensaiei escrever poesia como todos os jovens da minha época; entretanto, como jornalista, me limito aos textos objetivos, informativos e analíticos, procurando “a linguagem sem solenidade que permite pensar” como ensina Eduardo Galeano.

Na acepção semântica de promessa e compromisso, a palavra vale quase como uma obrigação, uma dívida que os políticos profissionais dão calote. A falta deste dever que deveria ser honrado com os seus eleitores, os ocupantes de cargos no Executivo e parlamentares negaceiam.

Com raríssimas exceções (aí vale o superlativo) a quebra de palavra no exercício da função pública deveria ser considerada crime de traição à sociedade. A nós, cidadãos e cidadãs, que não somos juízes, infelizmente não nos cabe julgar.

Todavia, para os políticos em geral, principalmente, repito, para os políticos profissionais, resta-nos o que os ancestrais chamavam “epítetos injuriosos” – o popular “palavrão” –, que alguns dicionários se recusam a dar a significação popular de xingamento, conceituando-o de “expressão pomposa e empolada”…

O Aurélio, porém, vai direto ao assunto: “palavra obscena”; e é o que merecem em certas circunstâncias aqueles que, na sua obscenidade, a palavra, como compromisso, perdeu o significado.

Antigamente mandar a pessoa para o inferno era uma expressão que feria o pudor; os pesquisadores encontraram n’ “O Mercador de Veneza” o único palavrão usado por Shakespeare: “Já vai tarde”…  Acho que é em inglês antigo…

Hoje, os palavrões “vivem” nos porões do nosso inconsciente, mas para aliviar a nossa consciência devem ser dirigidos a todos que defendem o criminoso Lula da Silva, preso comum, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro…

ESQUIZOFRENIA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Esse peculiar cheiro de cabra é característico do ácido trans-3-metil-2 hexenóico. Recorde-o sempre, é o cheiro da esquizofrenia” (Thomas Harris – “O silêncio dos inocentes”)

Um programa bastante popular de um dos canais “History” comentou que a esquizofrenia passou a ser comum nas grandes concentrações urbanas, principalmente entre as mulheres…

Não concordo com a generalização. Esta perturbação mental seria considerada assim se cada uma das nossas ações, atitudes e expressões fossem um desdobramento de personalidade; e discordo, também, que a esquizofrenia atinja essencialmente a mulheres.

É claro que quase ninguém, com um mínimo de inteligência, restringe os seus pensamentos a uma disciplina rígida, inumana, sem que isto seja uma perturbação mental e, sem dúvida, isto se trata de situações pontuais.

Dicionarizado, o verbete Esquizofrenia é um substantivo feminino, derivado do grego, “skiso”, divide, separa, e “fren”, pensamento. Quem primeiro registrou esta manifestação psíquica foi o psiquiatra Emil Kraepelin, qualificando-a como “demência precoce”.

No século passado, novos estudos de outro psiquiatra, Eugen Bleuler, mostraram ser o termo “demência precoce” inadequado pela amplitude das manifestações em casos diversos; esta revelação levou Bleuler a batizar a doença de “esquizofrenia”.

A esquizofrenia abrange delírios persecutórios, alucinações, perturbações auditivas e instabilidade afetiva; e os seus sintomas se confundem com alienação egoísta, crises existenciais e revoltas contra o sistema e/ou o mundo.

Dos oito tipos de esquizofrenia estudados na psiquiatria o exemplo mais encontrado, é chamado de “simples”, recorrente do negativismo, uma fuga à realidade que justifica desvios de conduta e até de crimes.

Tivemos outro dia uma polêmica no Twitter, alguém justificando que as discriminações mórbidas, racistas, homofóbicas, a violência e outras transgressões, são resultantes da pobreza e da ignorância dela decorrente.

Intervindo na discussão, o tuiteiro Roberto Sobral disse que “a desculpa de ser “ignorante” não cola mais, somos bombardeados com todo tipo de informação numa sociedade onde a pessoa passa fome ou mora na rua, mas tem um Smartphone com fácil acesso à internet”.

Uma verdade irrefutável. Convenhamos, entretanto, que a parte da sociedade ligada à política, tem propensão ao negativismo, revoltando-se contra tudo e contra todos que não se alinhem na sua corrente de pensamento. Vê-se isto claramente entre os militantes e simpatizantes do PT e seus puxadinhos.

Em sua maioria, os seguidores do lulopetismo apresentam desdobramento da personalidade chegando às vezes às raias do absurdo. A defesa que fazem do Chefe, sentenciado à prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, considerando-o “preso político”, é inegavelmente esquizofrênica.

Os “parlamentares esquerdistas” também assumem posições disparatadas, defendendo o elitista foro privilegiado, o criminoso “caixa dois” nas campanhas eleitorais, e até convergiram para apoiar o seu arqui-inimigo Temer, que propôs usar o dinheiro do seguro-desemprego para cobrir o calote das ditaduras venezuelana e moçambicana.

Quanto aos intelectuais lulopetistas, que não pensam, no dizer de Roberto Campos, fazem contorções linguísticas para justificar a corrupção institucionalizada nos governos de Lula e Dilma apesar das múltiplas denúncias e delações sobre o recebimento de doação do ditador Kadafi e a compra de Pasadena.

Nesses personagens, a psiquiatria aponta transtornos mentais no fanatismo político que terminam levando ao terrorismo. No varejo, temos os exemplos doentios significativos, sendo dois dignos de nota: da “atriz global”, Maria Ribeiro, que numa entrevista teve o atrevimento de dizer que “Lula roubou porque “todo mundo roubou, antes podia roubar”.

… E também da doublé de “filósofa” e artista plástica Márcia Tiburi, que defende o roubo como expressão “revolucionária” e diz que as mulheres sentem atração sexual por Lula…

Estudiosos da mente afirmam que a genética é responsável por, pelos menos, 50% dos casos de esquizofrenia, os outros 50% são decorrentes de fatores ambientais. Assim concluímos que os primeiros têm um DNA petista, e os outros são os seus seguidores.

Os meios científicos dizem que o tratamento na esquizofrenia pode ajudar, mas não tem cura, tornando-se crônica podendo durar anos ou a vida inteira.

 

BEM vs MAL

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“O mal só triunfará enquanto os do bem nada fizerem” (Edmund Burke)

Falar sobre o Bem e o Mal pode parecer uma explanação religiosa para estimular a consciência das pessoas; considero, entretanto, que é uma ferramenta intelectual para favorecer a emancipação humana das correntes ideológicas que aprisionam a democracia autêntica, a igualdade social e a liberdade individual.

Sem a noção da dicotomia do Bem e do Mal, sacrifica-se a Justiça que a serviço do Mal faz a balança pender em favor daqueles usuários de foro privilegiado, mais iguais do que os outros, como temos assistido na conjuntura nacional.

A defesa do Bem, é a condição fundamental de termos uma Justiça guardiã da igualdade, com a faculdade de estabelecer julgamentos isentos de pressões, sejam do poder ou das minorias ruidosas.

Para evitar que o poder político fique a serviço de uns poucos, é necessário e urgente o despertar dos homens e mulheres, para que a função do Estado não se limite a garantir eleições teoricamente “livres”, mas que afaste o despotismo coronelista, o partidarismo de grupos e a fraude na apuração dos votos.

Não é difícil fazer a distinção do Bem e do Mal. Em religião, ética e filosofia, o bem e o mal referem-se à avaliação de objetos, desejos e comportamentos através de um espectro dualístico. Segundo uma alegoria de Paulo Coelho, “O que vai contra a nossa natureza é o Mal” – respondeu o mestre. – “Todo o resto é o Bem”.

Discutindo esta dicotomia, o filósofo João Antonio Wiegerink escreveu: “o bem e o mal são elementos temporais e espaciais, portanto relativos, pertencentes aos momentos históricos”. No momento histórico que atravessamos, é fácil encontrá-los e distingui-los.

Estes contrários nos fazem ver que, infelizmente, o entendimento das massas pobres, sôfregas em suprir a necessidade primária de alimento, abrigo, preservação da saúde e segurança, cede lugar à independência e a exigência pelos seus direitos políticos e sociais.

Como a miséria é má conselheira, a alienação não distingue o certo ou errado, bom ou mau, moral ou imoral. Disso se aproveitam os agentes do mal prometendo utopias irrealizáveis, impondo a luta de classes e até copos d’água no deserto…

Foi isto o que assistimos na Era Petista, que proveu esmolas em vez de trabalho e ignorância em lugar da informação. Agora, mesmo apeados do poder, os lulopetistas defendem as “políticas sociais” nefastas e repetem mentiras para esconder os crimes praticados por Lula da Silva, seu chefe.

Há outros exemplos notáveis do que é o “mal” em governos totalitários, comunistas ou fascistas, usando o Estado como capataz das relações sociais e econômicas, controlando a Educação e disciplinando os meios de comunicação; e, pior, apagam no Brasil, a nossa História e os verdadeiros heróis do povo, substituindo-os pelos corruptos da tesouraria partidária.

Independente, porém, das cartilhas do partido e das ideologias de experiência negativa que escravizou o povo e infligiu castigos para os discordantes, a realidade não confunde os valores de justiça, a moral e o respeito humano mútuo.

Não dá para esquecer que o “mal” quer submeter os seus opositores e as minorias étnicas, linguísticas, religiosas e políticas aos seus tribunais de exceção, como na Venezuela, onde foram excluídos os magistrados verdadeiramente cumpridores da Justiça.

Cabe, portanto, aos que veem no “bem” a consideração pela vida e o seu progresso, pela justiça, pela liberdade e felicidade, lutar contra o “mal” que divide a sociedade entre “nós e os outros” e planejam a submissão nacional ao partido e ao Estado.

A luta do “bem” contra o “mal” pode, em tese, parecer eterna; mas não é. Se imprimirmos e defendermos a cultura do bem, conseguiremos banir a demagogia, o populismo barato, a ganância dos políticos profissionais e a transformação doa poderes republicanos em mercados varejistas de vantagens e privilégios.