PRIVILÉGIOS

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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“O governo não passa de um aglomerado de burocratas e políticos, que almoçam poder, promoção e privilégios. Somente na sobremesa pensam no ‘bem comum’” (Roberto Campos)

Por serem inconstitucionais e inegavelmente antidemocráticos, os privilégios são vantagens atribuídas à uma pessoa ou a um grupo em comparação aos demais, garantindo-lhes direitos especiais, imunidades e ressalvas.

Nada mais condenável do que os privilégios atribuídos por si e para si dos políticos que legislam em causa própria. O mais reprovável entre todos que vigoram no Brasil é o foro privilegiado, contra os quais 83% dos brasileiros se manifestam contra.

O privilégio é quase uma exclusividade da “classe política”, que nunca foi classe, mas um agrupamento de oportunistas e demagogos, salvando-se com raras exceções entre eles, pessoas decentes. Registre-se entre tais benefícios os cartões corporativos, as aposentadorias precoces de parlamentares, ex-governadores e ex-prefeitos e também as imorais vantagens que os ex-presidentes usufruem.

Para manter a desigualdade injusta e criminosa entre os privilegiados e os demais cidadãos, os políticos perdem a credibilidade e o respeito, arriscando as suas carreiras. Mesmo assim travam uma guerra suja quando ameaçados de perder um pouco das suas vantagens materiais.

O verbete “Privilégio” é dicionarizado como substantivo masculino, apresentando quatro sentidos, como Direito Especial (prerrogativa, distinção, garantia, imunidade, isenção); Permissão (autorização, concessão, licença, permissão, oportunidade); Privilégio legal de controle exclusivo (cartel, controle, exclusividade, monopólio, patente, posse); e, como Dom Natural (atributo, condão, dom, faculdade, predicado, qualidade, talento).

Na nossa Pátria Mãe infelicitada por indivíduos e grupos que têm ocupado os governos e dirigindo o Estado, há privilégios até entre os presos. O arquicorrupto Sérgio Cabral até ser flagrado, mantinha na sua cela queijos e presuntos importados e recebia refeições de restaurantes gourmet…

O chefão da quadrilha petista, Lula da Silva, por ser “ex-presidente” recebe regalias na prisão como esteira elétrica, frigobar, visitas frequentes e até – embora ateu –assistência religiosa de frades excomungados…  O mesmo argumento da “dignidade do cargo” se estende agora a Eduardo Azeredo, ampliando esta coisa absurda.

Destacando pessoas sobre as outras (ínfimas minorias sobre a maioria, claro) que recebem benefícios além dos comuns a todos, o sistema vigente criou condições peculiares aos que exercem cargos e funções públicas indicados pelos partidos que participam do desgraçado “presidencialismo de coalizão”.

Saindo do campo das individualidades, chegamos aos 38 partidos de fachada, iguais nos programas e no incomensurável apetite pelos recursos públicos para manutenção da organização e para campanhas eleitorais que os contribuintes não apoiam…  E já apareceu um arrumadinho no Tribunal Superior do Trabalho para financiar pelegos sindicais, burlando a lei que extinguiu a contribuição sindical obrigatória.

Sem o desejar, a cidadania contribui também, através de polpudas verbas federais, estaduais e municipais para ONGs, que se dizem não-governamentais, mas mamam verbas do Erário para atuar em defesa de ideologias, partidos e políticos profissionais.

Alertamos para que a Nação repudie a existência de privilégios, sejam lá quais forem e para quem se destinem, lembrando que um povo que admite esta realidade que fere os princípios democráticos, torna-se cúmplice do crime.

Como pensador, Gandhi deixou lições das quais tem uma que adoto e sigo integralmente: “Odeio o privilégio e o monopólio. Para mim, tudo o que não pode ser dividido com o povo é tabu”.

4 respostas para PRIVILÉGIOS

  1. A classe política no Brasil é infestada pelas piores degenerações a que pode ser submetido um ser humano: são corruptos insaciáveis, dissimulados, mentirosos, hipócritas, egoístas, egocêntricos, cruéis, violentos, acomodados e burros.
    Alguns podem até dizer que os acomodados e burros são inofensivos. Mas não são. Os acomodados e burros exercem um papel importante na distribuição de poder entre os caciques: são eles que, entre uma ruminada e outra, murmuram: voto com o líder.
    A classe política no Brasil é um monstro com vida própria, constantemente alimentada por novos “membros”. Entra ano e sai ano, uns morrem, uns novos surgem, MAS A PODRIDÃO QUE PRODUZEM É SEMPRE A MESMA. Aliás, sempre tende a aumentar…
    A classe política no Brasil dedica quase que 100% do seu tempo a defender os próprios interesses, e os interesses de seus odebreches diários… São ferrenhos e intransigentes na defesa desses “interesses”.

  2. CELLY MATTOS disse:

    Parabens sempre…o Brasiuuu,,,a terra da FARTURA…precisa de mais escritores q pensam tao sabiamente…tao bem informado…culto e….fantastico…cmo vc meu amado kerido amigo…LUZ

  3. Seria maravilhoso se esses tais “privilégios” acabassem de vez! Excelente e oportuno artigo para que o povo que ainda está robotizado por essa corja de políticos canalhas , abram os olhos e reçassem tudo isso.

  4. Leandro disse:

    Verdade meu caro, na verdade somos marionetes nas mãos destes tais, e enquanto o povo cruza os braços e não se une, estaremos reféns da bandidagem dentro e fora dos presídios e dos palácios governamentais. Que Deus tenha Misericórdia de nós brasileiros.