Arquivo do mês: julho 2018

NOVELA PORNOGRÁFICA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

      “Meus personagens são reconhecíveis, vocês os encontram nas ruas. O telespectador   brasileiro                               não precisa ser guiado através da história; ele percebe sozinho, e o que não sabe, deduz. ” (Aguinaldo Silva)

Como um folhetim do século XIX e a mesmice embaralhada da dramaturgia mexicana, o Brasil mal desperto do sonho que sonhava de conquistar o hexa campeonato na Copa da Rússia, assistiu uma novela pornográfica protagonizada pelo lulopetismo.

No primeiro capítulo, Zé Dirceu foi solto da prisão pelo seu eterno subordinado Dias Toffoli, togado por concessão de Lula ao analfabetismo; livre e solto para agir, Dirceu maquinou uma conspiração para ressuscitar o Pelegão contando com a cumplicidade de parlamentares sabujos e do desembargador petista Rogério Favreto.

Mesmo sabendo ter poucas chances jurídicas, o ideólogo da maldade e o comissariado lulopetista prepararam a trama para trazer Lula de volta à mídia e agitar o que resta de militância no partido, menosprezando o Estado de Direito.

Velho guerrilheiro de fancaria, o condenado de Justiça Zé Dirceu não hesitou em queimar o “companheiro” Favreto (que se desmoralizou nos meios jurídicos) e de usar enganosamente os cultuadores da personalidade de Lula para fazerem manifestação na Avenida Paulista, concentração em Curitiba e até uma feijoada no Rio de Janeiro.

Tudo foi intrigante no enredo: o desembargador Favreto recebeu o pedido fajuto de habeas corpus 32 minutos após assumir o plantão no TRF4, e poucos segundos depois não hesitou em intimar o juiz da 13.ª Vara Federal de Curitiba a manifestar-se sobre a soltura do chefe da Orcrim petista.

Depois, dando andamento ao golpe, com a antecipadamente preparada notificação de soltura na mão, já estavam na porta da PF em Curitiba os três deputados golpistas… Mas deram azar.

O juiz intimado era Sergio Moro que mesmo de férias, prontificou-se a atender à solicitação de Favreto. Cumprindo as determinações da Lei, o magistrado da Lava Jato em vez de expedir o alvará de soltura, negou-se a fazê-lo e registrou a incompetência do desembargador plantonista para atuar no processo.

Realmente; a decisão de Favreto trazia um erro básico: tendo a prisão de Lula sido determinada pela 8.ª Turma do TRF-4, não havia como o juiz de primeiro grau ser a autoridade coatora.

Assim, Moro não poderia ter agido melhor e recebeu o apoio do relator da Lava- Jato no TRF4, João Gebran Neto e as aprovações do procurador-geral em exercício, Humberto Jacques de Medeiros, do presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Thompson Flores, e da ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça.

A quadrilha desesperada diante da justiça boa e perfeita executada por Sérgio Moro, elegeu-o alvo de ataques previamente preparados pelo script traiçoeiro. Ao contrário, Moro recebeu o aplauso nacional e foi magistralmente defendido pela ex-ministra do STJ, Eliana Calmon, declarando que Favreto “enxovalhou o Judiciário” e “usou a magistratura para criar um fato político”.

Se o roteiro novelístico não visasse atingir exclusivamente a audiência de impotentes e mal-amadas, sua exibição de obscenidade e virulência deveria ser censurada ou proibida para menores de 16 anos…

Eles próprios se encarregaram de reprova-la, encenando flagrantes erros, da filiação partidária do desembargador nomeado por Dilma, e a comprovada mobilização prévia dos ativistas.

Ficou capitulada assim a conspurcação da magistratura nas falsas ações judiciais, na tentativa mais rudimentar do que as práticas heterodoxas da 2ª Turma do STF. Mas, felizmente, mostrou também que há juízes cumpridores da Lei no Brasil.

Fica triste, porém, sabermos que ainda não tivemos um final feliz. Lula manterá as pressões sobre os ministros do STF, cobrando-lhes suas nomeações; e deles já obteve o direito de furar fila nos processos com recursos reciclados em capítulos da novela sem-fim…

 

PÁ-DE-CAL

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

          “Antônio Palocci jogou definitivamente a pá de cal que faltava no cadáver insepulto de Lula”   (Joice Hasselmann)

Aliada a pesquisas arqueológicas, a antropologia registra que o salto civilizatório do homo sapiens se deveu ao seu trabalho manual e o uso de ferramentas, diferenciando-o dos demais homini, seus contemporâneos.

Junto à faca e seus derivados, a foice e a enxada, encontra-se a pá, empregada para amaciar a terra e cavar buracos, trincheiras e valas. De lá para cá surgiram vários tipos e até “pá de bolo” cortando fatias nas festas…

Dicionarizado, o verbete “Pá” é um substantivo feminino que consiste numa lâmina larga com cabo, para escavar ou remover terra, carvão, neve, lixo, etc. Figurativamente tem diversos significados, de exclamação (saudação em Portugal), complemento, quantidade, vocativo e até entre usuários de drogas, “dar um pá”.

Como nos interessa a “Pá-de-Cal”, encontramos no Dicionário de Termos e Expressões Populares de Tomé Cabral (Edição UFC), como “última medida”; e, recolhido pelo prolífero pesquisador potiguar Gumercindo Saraiva, é “assunto encerrado”.

Como “última medida” vamos chegando às provas de que Lula da Silva & Cia Ilimitada formaram uma quadrilha para assaltar o País e que esta atividade criminosa está perto do fim, após denúncias e prisões de diversos hierarcas petistas, e também Lula condenado e preso.

Assistimos a primeira condenação do Chefe do PT que, segundo os jornalistas Thiago Bronzatto e Felipe Frazão, sofre acusações por “ter praticado 236 vezes os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e obstrução da Justiça.

Após esta avaliação, surgiu outra bomba: a colaboração premiada do ex-todo-poderoso ministro dos governos petistas, Antônio Palocci, firmada com a Polícia Federal. Agora não sabemos o que sairá da cabeça dos togados 2ª Turma do STF simpáticos aos esquemas de corrupção.

Palocci está preso em Curitiba desde setembro de 2016, condenado a 12 anos, dois meses e 20 dias de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e só agora conseguiu fazer a delação. O seu testemunho é fundamental, pois participou das decisões mais importantes do PT e do Governo Federal nas últimas duas décadas.

Conforme vazamentos, o ex-ministro revela a atuação de Lula e Dilma nos escândalos da Petrobras, e abre condições para atestar isto por meio de ligações telefônicas com Lula e a posição dos aparelhos celulares no mapa das antenas. Listou datas e horários das entregas de dinheiro a Lula como parte do conteúdo probatório.

Para evitar a rebordosa desta delação do fim-do-mundo, Zé Dirceu mobilizou o que resta de militância no PT e articulou um golpe com os seus infiltrados na Justiça. A trama foi minuciosamente preparada, com prognósticos de resultados da Copa do Mundo e aguardando o plantão do desembargador petista Rogério Favreto no TRF4.

Se esqueceram apenas de combinar como os membros da Justiça Federal e do Ministério Público, que não tiram férias e dormem de olhos abertos; por eles, felizmente, a conspiração foi abortada e mantiveram Lula na cadeia, evitando o caos sócio-político que a soltura dele criaria.

Abortado o conluio criminoso pela decisão do presidente do TRF4, Thompson Flores, os advogados envolvidos apelaram para o STJ e de lá receberam a negação do pedido; a presidente da Corte, ministra Laurita Vaz, afirmou a invalidade e a incompetência nas decisões do desembargador Rogério Favreto.

E tem mais. A ex-corregedora nacional de Justiça e ex-ministra do STJ, Eliana Calmon, disse que Favreto “enxovalhou o Judiciário” e que usou a magistratura para criar um fato político.

Vê-se assim, com otimismo, que ainda há juízes no Brasil, e vale a pena homenagear estes amantes do Direito; e louvar a ação patriótica do juiz Sérgio Moro e da Polícia Federal, que jogaram a última pá-de-cal na cova do narcopopulismo e do defunto insepulto Lula da Silva.

 

 

 

CONTO-DO-VIGÁRIO

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Num país onde o vigarismo é tido como qualidade e sua vítima como otário, o melhor que se faz é ter ouvidos moucos ao se aproximar de um político (Anônimo)

É do folclore brasileiro a história da disputa dos vigários das paróquias de Pilar e da Conceição em Ouro Preto, nas Minas Gerais, por uma imagem de Nossa Senhora. Para os devotos das duas igrejas, um dos padres propôs que pusessem a imagem na cangalha de um burro que seria solto entre as duas igrejas e, para qual ele dirigisse, ali ficaria a santa. Foi aprovada e assim se dei: o animal se encaminhou para a igreja de Pilar. Descobriu-se depois que o jumento pertencia ao pároco de lá…

O conto-do-vigário é uma expressão usada em Portugal e no Brasil significando uma tramoia em que o malandro monta uma história que parece favorecer alguém que termina sendo logrado.

Nas páginas policiais dos jornais antigos (hoje nas editorias políticas) aparecem inúmeras versões de conto-do-vigário, todas convergindo para o uso de um golpe enganoso. Uma ficção do escritor e poeta Fernando Pessoa descreve a manha de um lavrador ribatejano, Manuel Peres Vigário, que se aproveitava da ganância alheia para trapacear.

É impossível ocorrer no mundo um conto-do-vigário maior do que o que os trotskistas sem rumo, os padres de batina vermelha e os obreiristas da USP passaram para lograr o povo brasileiro, criando artificialmente “um líder operário” que nunca passou de um pelego astuto e corrupto, Lula da Silva.

Este rufião, que transformou a Petrobras num bordel para os empreiteiros e fornecedores da empresa, agora preso por corrupção, ainda mantém o apoio da mídia mantida pelos restos das verbas bilionárias recebidas dos governos lulopetistas.

Lula personifica o conto-do-vigário quando se compara com Getúlio Vargas, Nelson Mandela, Tiradentes, e até com Jesus Cristo, sob o aplauso de plateias formadas com aproveitadores, cúmplices ou descerebrados.

No poder, este conto-do-vigário montou filiais em todos os setores da administração pública, infiltrando agentes nos três poderes da República para levar o país ao caos beneficiando “companheiros” e sabotando medidas de interesse nacional.

Os governos lulopetistas, do próprio Lula ou dele através do fantoche Dilma Pasadena Rousseff, institucionalizaram as fraudes do BNDES para alimentar as empreiteiras corruptas através de governos narcopopulistas que deixaram muitos milhões de dólares de propinas nos paraísos fiscais.

Quem antes denunciava os “300 picaretas do Congresso”, acrescentou-lhes, para assaltar o Erário, as bancadas do PT e dos seus puxadinhos, transformando o Poder Legislativo num cassino onde parlamentares põem a honra na mesa verde para ganhar o dinheiro público.

Foi este Congresso que criou o “fundo partidário” para pagar com o dinheiro do contribuinte a manutenção e as campanhas eleitorais das organizações político-partidárias “em nome da democracia”, o que caracteriza um conto-do-vigário, porque Democracia de verdade, quer partidos sustentados pelos seus apoiadores.

Pelos malfeitos no Executivo, os picaretas do PT e seus parceiros, provocam a revolta na consciência dos que não foram inoculados pelo vírus das “bolsas disto e daquilo”, não se acumpliciaram com a roubalheira, nem se fanatizaram cheirando a droga de uma ideologia deteriorada.

Pelo aparelhamento do STF, fotografa-se em grande angular quão prejudicial e antidemocrática foi a indicação dos ministros pelos lulopetistas, alguns cujos perfis não lhe dariam uma cátedra nas faculdades de Direito. Lá passa incólume a esperteza da politicagem, equivalente aos delitos praticados por vigaristas.

Agora, além da libertação de José Dirceu, condenado a 30 anos de cadeia, pelo seu advogado togado, Dias Toffoli, outra versão do conto-do-vigário no Supremo é a ocupação exclusiva dos seus ministros julgando prioritariamente os infinitos recursos de Lula que, por puro vigarismo, se diz “preso político”.