Arquivo do mês: outubro 2014
SÁ & GUARABIRA – CHEIRO MINEIRO DE FLOR
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Gabriel O Pensador – Palavras Repetidas
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FONTES
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
“Em busca da verdade, toda fonte é legítima” (Paolo Mieli)
Paolo Mieli, jornalista italiano, defensor do jornalismo ético, foi diretor dos jornais La Stampa e Corriere della Será, e preside a editora RCS Libri em Roma; com inúmeros livros publicados sobre o papel da imprensa, defende a reportagem investigativa escrevendo: “uma fonte não pode ser descartada por ser criminosa”.
Outro respeitável estudioso do jornalismo, Vladimir Hudec, catedrático na Universidade de Praga, no seu opúsculo “O que é o Jornalismo” sobre o jornalista, expõe: “O jornalismo deve informar acerca de tudo e de todos os pontos de vista”.
Cito as duas opiniões por que teem origens ideológicas diferentes; o italiano, típico “democrata burguês” aberto ao ilimitado direito à informação; e o tcheco, “democrata popular” é da esquerda dissidente do stalinismo. Ambos convergem para a liberdade de informação e são a melhor defesa intelectual da revista Veja que publicou as revelações do doleiro Alberto Yousseff.
Entretanto, a hierarquia lulo-petista condenou a revista sem análise crítica, sem desmentidos, nem argumentos. De pronto, atacou o veículo, sem questionar o delator e as denúncias. O que fez?
– Uma ação extremista através dos office-boys stalinistasda UJS, organização semelhante aos camisas pardas de Hitler, depredando a revista da Editora Abril. Os “red-blocks” agiram como fariam (e fazem) os terroristas do Estado Islâmico, interlocutor da diplomacia engajada do PT-governo.
Não foi uma contestação republicana com protestos contraditórios e pacíficos. Trata-se de um atentado às liberdades constitucionais e à Democracia. A cumplicidade explícita da tropa de choque extremista impõe medo e a infelicidade geral da Nação.
Hostilizaram a imprensa escrita, que já não é mais a única antena da informação como no caso da Veja. Perseguem o rádio e a televisão, que cobrem um universo mais amplo, com mais rapidez.
O que farão com a mais adiantada e ousada transmissora de notícias e opiniões, a Internet? Esta ferramenta democrática de comunicação, à disposição de todos, conta com uma eficácia repercussiva incrível sendo para eles mais assustadora.
Temos visto mundo afora a importância das redes sociais nas revoluções da África do Norte e agora em Hong Kong. No Brasil, teve presença ativa nas manifestações de junho do ano passado, mobilizando e agitando o povo, acima dos partidos, sem chefes e sem bandeiras ideológicas.
Por isso torna-se indispensável estudar as fontes de informação. Surgem a todo o momento no Facebook, Instagram e Twitter, boatos de fakes anônimos e criminosas falsificações de titulares conhecidos e respeitados. Felizmente não é impossível investigá-los, mas é preciso tomar cuidado.
Devemos confirmar as fontes e a origem de quaisquer dados antes de divulgá-los. Na campanha eleitoral foram adulteradas um sem número de mensagens e imagens. O exemplo mais que perfeito é que os MAVs lulo-petistas fizeram com Neymar: a adulteração grosseira do recado virtual que ele fez para o filho, e foi trocado por um apoio a Dilma.
Para segurança da Rede Social, é preciso orientar seus usuários no sentido de que não retuítem mensagens duvidosas, que se bloqueiem os fraudulentos e denunciem a infiltração criminal. É um princípio democrático garantir a honestidade na internet, distinguindo as fontes verdadeiras das falsas.
Esta maneira de participar da Rede Social é a melhor forma de garantir a liberdade; e impedirá a censura governamental com a aplicação ditatorial do Marco Civil nos meios de comunicação. É obrigação da consciência livre e um imperativo patriótico barrar a marcha da ditadura do lulo-petismo.
Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção – Já deu pra sentir
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DISCURSO
MIRANDA SÁ (Email: Mirandasa@uol.com.br)
“Eu não troco a justiça pela soberba. Eu não deixo o direito pela força. Eu não esqueço a fraternidade pela intolerância. Eu não substituo a fé pela superstição, e a realidade pelo ídolo”. (Ruy Barbosa)
Parece que foi ontem que o “Diário do Rio” voltou às bancas e nós lemos um artigo de Machado de Assis com o trecho: “Não podemos furtar-nos a um sentimento de tristeza, vendo o estranho abuso que se faz da ficção constitucional, em virtude da qual o príncipe vem repetir uma série de falsidades e lugares comuns. E o governo nem sempre se limita às inexatidões; vai às vezes até as proposições absurdas e extravagantes”.
Essas palavras foram escritas há 147 anos, mas se coaduna com o pensamento nacional, após a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Realmente entristece aos brasileiros o abuso da representante do lulo-petismo prevalecendo-seda autoridade do cargo para repisar os clichês da terminologia partidária com absurdos e extravagâncias.
Faltou-lhe a dignidade de responder ao candidato da união nacional das oposições, Aécio Neves, que lhe desejou bons presságios no seu novo mandato. Até Pezão, eleito governador do Rio de Janeiro, tido como um ignorantão referiu-se ao adversário com palavras amáveis…
Vieram, depois, mais coisas dignas de crítica a quem traz, como a reeleita, o reprovável DNA lulista. Nas palavras iniciais fez um chamamento à união, como se os brasileiros se esquecessem facilmente que ela dividiu a Nação entre “nós” e “eles”, repetindo como um ventríloquo as provocações do seu mentor, o pelegão Lula da Silva.
Dilma falou de “diálogo”, palavra nada usual no vocabulário do seu partido autoritário. Qual o diálogo com quem traz no programa proposta para o controle da imprensa e disciplinamento dos jornalistas? E tem mais: se dispôs a buscar “um futuro melhor para o País”– depois de doze anos ocupando o poder.
Os “jornalistas” da TV-Globo esconderam, mas neste ponto a oradora foi interrompida por um coro unânime de “Fora a TV-Globo!”. Após a depredação da sede da revista Veja, em plena campanha, a histeria dos seus seguidores trazem o prenúncio do que já ocorreu na Venezuela “bolivariana” e do modelo cubano, onde os blogueiros são perseguidos e presos.
Que futuro podemos esperar de Dilma com sua folha corrida à frente do governo? Não nos deixaremos enganar pela propaganda falaciosa do “novo governo” e “idéias novas”, slogan mal digerido até pelos seus adeptos com escolaridade por soar falso. Uma oposição a si própria.
Reconduzido à presidência, o Poste desenergizado de Lula também falou em “mudança” e de “reforma política”. Qual mudança ética se pode esperar de quem está na lista dos envolvidos na delação premiada do doleiro Yousseff, e silencia sobre as propinas distribuídas entre os aliados pelo tesoureiro do PT?
Quanto à reforma política, referida na oração comemorativa da vitória nas urnas, já se sabe qual é: uma réplica dos narco-populistas latino-americanos. Uma constituinte exclusiva para desprestigiar o Congresso Nacional e um plebiscito para instalar o poder dos “conselhos populares”, tentáculos do partido hegemônico da falsa esquerda brasileira.
Difícil acreditar nas promessas lulo-petistas e no compromisso de Dilma assumidos perante a platéia de fanáticos e retransmitido pelas emissoras de televisão. Obrigou-se a combater a inflação e avançar no terreno da responsabilidade fiscal…
Ninguém melhor do que um petista sabe que palavras o vento leva, e o discurso, para a massa ignara, entra por um ouvido e sai pelo outro (se é que o som se propaga no vácuo).
Nunca é demais repetir e lembrar a verborragia de Lula desmentindo a si próprio, primeiro pedindo desculpas, e depois afirmando que o Mensalão era uma farsa. Olhem que naquele tempo tínhamos um Joaquim Barbosa na presidência do STF, íntegro, e que rendia ao culto do Direito Positivo.
Neste segundo mandato conquistado duramente com a oposição por 51,64% (54.501.118 votos) contra 48,36%, 51.041.155 votos, espera-se que além da logorréia discursiva, siga em frente o processo do Petrolão. Que não seja tratado como intriga da imprensa golpista ou da oposição raivosa.
Cinqüenta milhões de patriotas brasileiros querem salvar – se ainda há tempo – a Petrobras, privatizada pela quadrilha de partidos corruptos e empreiteiras corruptoras.
Anchieta Fernandes
MISTÉRIO
O homem que está perto
É objeto
O que está longe
É euforia
Assim como a noite
mais promete
quando é dia.
Biografia de Anchieta Fernandes aqui
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Octávio Paz
VISITAS
Através da noite urbana de pedra e seca
o campo entra no meu quarto.
Estende braços verdes com pulseiras de pássaros,
com fivelas de folhas.
Leva um rio à mão.
O céu do campo também entra,
com o seu cesto de jóias acabadas de cortar.
E o mar senta-se ao meu lado,
estende a sua cauda branquíssima no solo.
No silêncio brota uma árvore de música.
Na árvore pendem todas as palavras formosas
que brilham, amadurecem e caem.
Na minha testa, uma caverna onde mora um relâmpago…
Porém, tudo se povoou com asas.
Diz-me: é deveras o campo que vem de tão longe,
ou és tu, são os sonhos que sonhas ao meu lado?
(Tradução: Luis Costa)
Biografia de Octávio Paz aqui
konstantinos kavafis
Esperando os bárbaros
Mas que esperamos nós aqui n’Ágora reunidos?
É que os bárbaros hoje vão chegar!
Mas porque reina no Senado tanta apatia?
Porque deixaram de fazer leis os nossos senadores?
É que os bárbaros hoje vão chegar.
Que leis hão‑de fazer os senadores?
Os bárbaros que vêm, que as façam eles.
Mas porque tão cedo se ergueu hoje o nosso imperador,
E se sentou na magna porta da cidade à espera,
Oficial, no trono, co’a coroa na cabeça?
É que os bárbaros hoje vão chegar.
O nosso imperador espera receber
O chefe. E certamente preparou
Um pergaminho para lhe dar, onde
Inscreveu vários títulos e nomes.
Porque é que os nossos dois bons cônsules e os dois pretores
trouxeram hoje à rua as togas vermelhas bordadas?
E porque passeiam com pulseiras ricas de ametistas,
e porque trazem os anéis de esmeraldas refulgentes,
por que razão empunham hoje bastões preciosos
com tão finos ornatos de ouro e prata cravejados?
É que os bárbaros hoje vão chegar.
E tais coisas os deixam deslumbrados.
Porque é que os grandes oradores como é seu costume
Não vêm soltar os seus discursos, mostrar o seu verbo?
É que os bárbaros hoje vão chegar
E aborrecem arengas, belas frases.
Porque de súbito se instala tal inquietude
Tal comoção (Mas como os rostos ficaram tão graves)
E num repente se esvaziam as ruas, as praças,
E toda a gente volta a casa pensativa?
Caiu a noite, os bárbaros não vêm.
E chegaram pessoas da fronteira
E disseram que bárbaros não há.
Agora que será de nós sem esses bárbaros?
Essa gente talvez fosse uma solução.
Biografia de konstantinos kavafis aqui
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