Arquivo do mês: setembro 2014

Carlos Lyra, Pedro Luis, Leo Gandelman & Bossacucanova – Influência do Jazz

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Elis Regina – Na Batucada da Vida

Luiz Carlos Guimarães

Segredo 

No tom mais velado
conto o segredo
ao fundo do poço.
Como se fosse gravada
com um ferro em brasa,
nunca se apagará
no rosto da água
a cicatriz da poesia. 
Biografia de Luiz Carlos Guimarães aqui

IDEOLOGIA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uo.com.br)

                                                              “Meus inimigos estão no poder
                                                               Ideologia
                                                               Eu quero uma pra viver
                                                                Ideologia
                                                                Eu quero uma pra viver”
                                                                               Cazuza/Roberto Frejat

Os curtidores do rock brasileiro, não esquecem a “Ideologia” dos anos 1980; mas a palavra “ideologia” nunca esteve tão presente como agora, compondo artigos, textos e discursos, na expressão analítica da política.

O idealista Hegel e o materialista Marx foram convergentes na concepção da ideologia. Hegel viu-a como uma separação da consciência em relação a si própria, e Marx apontou-a como causadora da alienação do homem.

Intelectuais da direita ou da esquerda despertaram para a presença permanente e eficaz da ideologia exprimindo idéias econômicas, jurídicas, políticas e religiosas no confronto de pensamentos que agita a sociedade.

Na minha juventude os professores de Filosofia (que adentravam na Sociologia) inculcavam a ideologia como produto das relações de produção. Prendiam-se à visão alemã de que era o trabalho, artístico, intelectual ou manual que originava a consciência da realidade. E apontavam os improdutivos com o termo “lupen-proletariat”, uma fração social alienada.

A contemporaneidade ampliou o conceito de ideologia. Ensina que há muitas ideologias, tantas quanto às estrelas do céu… Hoje, são limitados os que não vêem a ideologia como um conjunto de idéias individuais ou de grupo, olhando-a só pelo seu aspecto político, e rotulando-a.

É por isso que nos deparamos com anúncios luminosos indicadores de ideologias, anarquista, capitalista, comunista, conservadora, fascista, democrática, progressista, enfim, apenas faccionárias, como bandeiras de partidos.

Tal concepção impede-nos a ver o surgimento de “aparelhos ideológicos” como braços institucionais, e que o Estado se mantém através deles… Numa República, os aparelhos ideológicos de Estado são os três poderes e seus inumeráveis tentáculos; e no caso de surgirem governos ditatoriais ou populistas, as ventosas desses tentáculos alcançam a sociedade civil, cooptando organizações ou se infiltrando nelas.

O filósofo Louis Althusser observou o uso de “aparelhos ideológicos” para a conquista do poder, assumindo-o paralelamente ao Estado como um governo paralelo. Tornam-se representações artificiais constituindo e impondo o domínio sócio-político; é com eles que entra em campo a teoria gramsciana de usar a ideologia para mascarar a realidade.

No Brasil da Era PT assistimos a atuação desses grupos, introduzindo-se nas organizações civis. É o lulo-petismo abrindo caminho para a implantação de uma ditadura bolivariana narco-populista.

Começam pela escola, distorcendo a História e deletando os valores da nacionalidade para facilitar a cooptação das entidades estudantis, como a UNE; infiltram-se nos meios de comunicação e nas artes; e estendem-se aos movimentos sociais, controlando associações, conselhos, corporações, sindicatos e até centros religiosos.

É nesse quadro que se desenha a atraente “democracia direta” proposta pelo decreto fascista 8243.  Prepara-se a entrega do poder a organizações sem autenticidade nem independência. Serão indicados de cima para baixo os conselhos sob controle do PT e seus satélites.

É ai que mora o perigo de submeter-se a Nação a uma ditadura populista apátrida, que subtrairá a livre escolha da autêntica representação democrática e republicana. Por isso, é fundamental que os brasileiros acordem com a cadência da marcha batida do PT e a pressão dos seus “aparelhos ideológicos”.

É preciso impedir o golpe tramado contra a Democracia, sufocando as liberdades constitucionais.

 

Zila Mamede

ONDE

Entre a ânsia
e a distância
onde me ocultar?

Entre o medo
e o multiapego
onde me atirar?

Entre a querência
e a clarausência
onde me morrer?

Entre a razão
e tal paixão
onde me cumprir?

(Corpo a Corpo, 1978)

Biografia de Zila Mamede aqui

Badem Powell – Tristeza

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DEFINIÇÃO

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

                                                  “Não são os homens, mas as idéias que brigam.”
                                                                                                                      Tancredo Neves

Tancredo Neves foi um político brasileiro, patriota e democrata. Segurou o leme da resistência pelas liberdades. liderando ao lado de Ullysses Guimarães, o MDB, e foi eleito, pelo voto indireto, presidente do Brasil. Infelizmente, morreu antes de tomar posse.

Um texto de Vladi Olivier sobre essa tragédia que se abateu sobre os brasileiros sedentos de liberdade, é emocionante. Escreveu Olivier: “Há quase trinta anos me lembro de ter chorado diante do monitor de tevê. Antonio Britto acabava de anunciar a morte do Dr. Tancredo Neves. Recebi aquela notícia num misto de desesperança e abandono cívico. Muitos não entendiam a extensão de minha tristeza”.

Eu também sofri com a morte de Tancredo e aprendi com ele a não levar para o pessoal a questão política. Defendo somente as minhas idéias. Nada tenho contra a pessoa natural de nenhum dos candidatos que disputam a presidência. Meu voto veio sendo construído pela observação, análise e definição. Repito: das minhas idéias não abro mão.

Nestas eleições, sinto renascer na minha consciência o espírito cívico e a esperança de libertar o Brasil da Ditadura dos Pelegos, um infortúnio que afunda a nossa Pátria no mar de lama da corrupção.

Por isto, sinto-me na obrigação patriótica de assumir uma posição de forma incontestável, apoiando-me num enunciado político, acima dos partidos e distante de opções no varejo das ideologias. Faço-o em memória e homenagem ao meu pai, exemplo de patriota, que defendia a unidade nacional para o Brasil se impor como o País do presente, sem empurrá-lo com a barriga grávida de promessas para um futuro virtual.

Papai tinha como modelo Juscelino Kubitschek eleito em 1955, admirando-o pela sua primeira declaração ao assumir o governo expondo um Plano de Metas. JK foi o oposto do que é o PT-governo.

Assiste-se, com o lulo-petismo no poder, a incompetência e a paralisação, sem planos nem credibilidade para cumprir o lema da nossa bandeira “Ordem e Progresso”. Não vê quem não quer, o engessamento nacional. Escandaliza e envergonha constatar-se que o único projeto dos pelegos é a manutenção do poder nas mãos de um grupo corrompido, corrupto e corruptor.

Esta gente acanalhada nos roubou, inclusive, o orgulho de ver o Estado Brasileiro fluindo e circulando no concerto das nações, com áreas prioritárias voltadas para o desenvolvimento econômico, com a Educação em primeiro lugar, e estradas fluviais, ferroviárias e rodoviárias, portos e aeroportos, e produção de energia. É isso que garantirá o pleno emprego, a Saúde e a Segurança.

A política do poder pelo poder nos subtraiu também a alegria de viver, como a que JK trouxe, e que Aécio Neves promete; por isso, dou-lhe um crédito de confiança. Como ele, quero a entrada de capitais internacionais e investimento maciço na indústria e no agro-negócio.

Como Aécio, desejo ter as Forças Armadas fechando nossas fronteiras para o tráfico de drogas e de armas, e garantindo a soberania nacional. Como ele, acredito numa diplomacia confiável pairando acima de ideologias degeneradas, à sombra do grande Barão do Rio Branco.

Esta é a minha definição político-eleitoral. Parece tardia, mas só vejo na vitória de Aécio Neves a materialização deste sonho impresso na História do Brasil. É a História que grava os destinos de uma Nação.

É a História que registra e nos recorda as vitórias do general e cônsul romano Júlio César, na ampliação e consolidação do seu Império, submetendo os helvécios, a confederação belga, os nérvios e os venécios, ufanando-se ao vencer Vercingetórix na decisiva batalha de Alésia. E após o triunfo, proferiu para o mundo uma frase retumbante: “Veni, vidi, vici” (“Vim, vi, venci”).

Este é o grito que os resistentes brasileiros gostaríamos de gritar após eleger Aécio Neves, presidente da República do Brasil!

 

 

Rainer Maria Rilke

– Que farás tu, meu Deus, se eu perecer?

 

Que farás tu, meu Deus, se eu perecer?

Eu sou o teu vaso – e se me quebro?

Eu sou tua água – e se apodreço?

Sou tua roupa e teu trabalho

Comigo perdes tu o teu sentido.

 

Depois de mim não terás um lugar

Onde as palavras ardentes te saúdem.

Dos teus pés cansados cairão

As sandálias que sou.

Perderás tua ampla túnica.

Teu olhar que em minhas pálpebras,

Como num travesseiro,

Ardentemente recebo,

Virá me procurar por largo tempo

E se deitará, na hora do crepúsculo,

No duro chão de pedra.

 

Que farás tu, meu Deus? O medo me domina.

 

(Tradução: Paulo Plínio Abreu)

 

Biografia de Rainer Maria Rilke aqui

 

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Vladimir Maiakóvski

A FLAUTA VÉRTEBRA

 

A todos vocês,

que eu amei e que eu amo,

ícones guardados num coração-caverna,

como quem num banquete ergue a taça e celebra,

repleto de versos levanto meu crânio.

 

Penso, mais de uma vez:

seria melhor talvez

pôr-me o ponto final de um balaço.

Em todo caso

eu

hoje vou dar meu concerto de adeus.

 

Memória!

Convoca aos salões do cérebro

um renque inumerável de amadas.

Verte o riso de pupila em pupila,

veste a noite de núpcias passadas.

De corpo a corpo verta a alegria.

esta noite ficará na História.

Hoje executarei meus versos

na flauta de minhas próprias vértebras.

 

(tradução:  Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman)

 

Biografia de Maiakóvski aqui

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Abel Ferreira

http://youtu.be/3vdv7NyTm2w