Arquivo do mês: novembro 2015
TEATRO
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
“A suspeita sempre persegue a consciência culpada; o ladrão vê em cada sombra um policial” (William Shakespeare)
O Ministério Público e a Polícia Federal desenvolvem uma peça dramática sobre a corrupção que se enraizou no organismo estatal corrompendo o governo e pervertendo os atores políticos. A Justiça descortina o palco sombrio onde ela própria é protagonista atuando com os outros dois poderes republicanos.
A imagem foi inspirada nos tempos em que eu era aficcionado pelo Teatro, que freqüentei desde menino, guardando na lembrança o colorido esplendoroso das matinês das animadas “revistas” do Teatro Recreio.
Eu era levado pelas mãos de meus pais a estes espetáculos, onde a coreografia entrava em harmonia com a música meio circense, com dança rebolada e esquetes declamados com diálogos cheios de humor e presença de espírito. A sátira política ali apresentada caia na boca do povo e levava o presidente Getúlio Vargas para assisti-las.
Bons tempos aqueles em que o Chefe da Nação podia confraternizar com o público rindo de si mesmo; e ainda melhores quando tive a oportunidade de conhecer o teatro clássico, trazendo viva na memória a soberba interpretação de Romeu por Lawrence Olivier, que tive a felicidade de assistir em Paris nos anos 1950…
A trágica situação que assistimos no Brasil poderia fazer parte do acervo shakespeariano, cujas tragédias estudadas por Nathália Amadei e Vivi Mariox trazem “uma junção desconcertante da nobreza e do cômico-grotesco”.
A nobreza, fazendo parte do coro, é o povo brasileiro; e o tragicômico interpretado pelos atuais governantes lulo-petistas… Aqui, mesmo no sinistro infortúnio, temos até vontade de rir quando os corruptos agem, falam e se defendem acreditando que somos uma nação de idiotas.
Desfilam no palco de pervertida iniqüidade os aloprados com seus dossiês, os propineiros cobiçosos, os governantes infectados pela desonestidade, o Parlamento com seus 300 picaretas e uma Justiça muitas vezes cúmplice.
As “deixas” dos personagens centrais transmitem uma odiosa desfaçatez. Atestam seu gritante amoralismo. Que dizer de Eduardo Cunha justificando uma conta bancária de cinco milhões de dólares com a venda de carne enlatada? E de Delcídio Amaral traçando por “questões humanitárias” uma rota de fuga para um delator preso pela Lava-Jato?
Como avaliar o monólogo do personagem central da desmoralização política, Lula da Silva, ao considerar uma “burrice” do líder do governo no Senado em se deixar prender em flagrante, sem condenar o crime cometido?
Estas são – infelizmente – as representações que me são dadas a assistir, por que o horário dos teatros é impeditivo na minha idade, e os preços são pouco acessíveis para uma classe média, média, real… Então, me conformo com o cinema, onde tenho visto excelentes filmes nos últimos tempos, indicando dois, “De Volta para Casa” e “Ponte dos Espiões”.
No cinema também me agrada trazer Shakeaspeare de volta. Ele é o autor mais filmado de todos os tempos, com mais de 400 filmes de longa metragem reproduzindo as suas peças ou inspirados nelas. Pelo vídeo, podemos ver Romeu e Julieta, Hamlet, Júlio César, Antonio e Cleópatra, Macbeth e Otelo…
E é dele, Shakeaspeare, uma lição inesquecível, que transmito aos jovens: “Ser grande, é abraçar uma grande causa”. E a grande causa atual é a luta pelo Brasil que nos arranca da assistência passiva para nos tornarmos atores enfrentando os vilões que roubam o patrimônio nacional e traem a Pátria.
Não deixemos os criminosos ficarem apenas com a consciência culpada e amedrontados por sombras. Incentivemos os procuradores, policiais e os juízes a dar um fim ao drama brasileiro fechando as cortinas e encerrando a tragédia da corrupção.
MÁSCARAS
Miranda Sá (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
“A máscara, metáfora do anonimato, impede o olhar social que reconhece e amarra cada um ao seu próprio lugar, à sua própria identidade e ao que dela se espera”. (Claudia Cruz Lanzarin)
A máscara tem origem antiquíssima. Pode-se dizer, com base científica, que o seu uso nasceu no início do processo civilizatório da humanidade. De madeira, metal ou tecido, representando animais ou seres fantásticos, disfarçaram feiticeiros e xamãs em rituais mágico-religiosos.
Os museus, pelo mundo afora, exibem ornamentos belíssimos dos astecas, da China, do antigo Egito, dos incas e dos maias. Nossos pagés, tupis e tapuias, exibiam maravilhosas plumagens.
Adivinhos charlatães e falsos médiuns até hoje abusam do uso de máscara, cuja palavra vem do latim mascus, “fantasma” e do árabe maskharah, “homem disfarçado”. Além do Teatro, onde o uso é freqüente, encontramos nas festas tradicionais como carnavais e Halloween, as pessoas se mascarando para manter o anonimato.
Freud estudou a representação que os indivíduos criam psiquicamente para si próprios, escondendo o verdadeiro ‘eu’ diante da sociedade; mas nem o pai da psicanálise nem o seu discípulo rebelde Jung – criador do arquétipo “persona” -, explicaram porque esse disfarce pretende, na maioria das vezes, esconder verdades e propósitos escusos.
O discurso político é uma máscara. Desde os primeiros tempos, a eloqüência, muita vez, ocultou intenções e projetos, como a História registra na atuação oratória do grego Demóstenes e dos romanos Catão e Cícero; e, modernamente em plano internacional, tivemos Gandhi, Hitler, Mussolini, Churchill, e mais recentemente Martim Luther King.
Distinguiram-se no Brasil, o padre Antônio Vieira, Joaquim Nabuco, Ruy Barbosa, Getúlio Vargas, Carlos Lacerda, Antonio Vieira de Melo e Ulysses Guimarães.
É inesquecível o “Último Discurso” do filme “O Grande Ditador”, com Chaplin fazendo uma sátira em plena tirania nazista, imitando Hitler e ao contrário deste, defendendo os direitos humanos ao realçar: “Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio… negros… brancos…”
A persuasão discursiva real ou demagógica, nesses tempos paupérrimos em oradores, é suplantada pelo disfarce, com lobos vestindo a pele de cordeiro. Quem não se enganou com a fisionomia de Demóstenes Torres, irascível com a corrupção e mergulhado nela?
E agora, com Delcídio Amaral, cuja fisionomia e lhaneza nos enganaram por tanto tempo? A revelação do gangsterismo dele gravadas pelo ator Bernardo Cerveró é chocante. Nas suas intervenções malignas só faltou sugerir o assassinato do juiz Moro, como projetou o articulista Vinicius Torres Freire.
Para os lulo-petistas, que cultuam os criminosos do partido presos por assaltos ao patrimônio público, esse comportamento deve ser um arrebatamento de heroísmo. É o que se deduz na exaltação de bandidos pela juventude petista, um dos focos metastáticos do câncer da corrupção que corrói o organismo nacional.
Na análise das máscaras que impedem o olhar social como metáfora, como estudou nossa epigrafada, professora Claudia Cruz Lanzarin, cabe uma pergunta: Os petistas honestos (ainda os deve haver) reconhecem que foram enganados por João Paulo Cunha, Delúbio, Dirceu, Genuíno e Vaccari?
Será que há alguém neste País que honestamente acredita que os hierarcas do PT roubaram dinheiro público em nome de um ideal? Será que a subtração de valores nas verbas ministeriais e o recebimento de propinas foram feitos pelo bem do Brasil?
O certo é que se popularizou no País a sentença reconhecendo que quem apóia um bandido, não o faz ideologicamente, mas se acumplicia com ele.
METÁSTASE
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
“O fanatismo é a única forma de vontade Que pode ser incutida nos fracos e nos tímidos (Friedrich Nietzsche)
Chama-se de metástase a evolução expansionista de um tumor maligno produzindo o surgimento de focos secundários no corpo. Este processo conduzido politicamente com intenção totalitária ocorre também nas organizações de Estado e de governo, nos movimentos sociais e trabalhistas.
Com o projeto executado, constrói-se um imã para atrair os fracos e os tímidos, cooptando-os, comprando-os e submetendo-os a uma lavagem cerebral que os torna fanáticos.
Assistimos essa seqüência na implantação do sistema que vigora no Brasil a partir da dita redemocratização e as promessas de um partido de “novo tipo” – o Partido dos Trabalhadores – criado pelo general Golbery do Couto e Silva para barrar a influência do PCB e do PTB que, de certa maneira, atraiam as massas.
Assim surgiu Lula da Silva – pelego da Volkswagen ligado à ditadura através de Romeu Tuma –, orador treinado nas disputas sindicais que, com discursos agressivos e mentirosos atraiu professores obreiristas da USP e a juventude empolgada pelo socialismo.
Eleito presidente da República por um estelionato eleitoral, incentivou a mitologização da própria existência através da propaganda massiva que financiou um filme biográfico ficcional. E assim nasceu o culto à personalidade.
Nos primeiros anos de governo colheu os frutos do Plano Real, a estabilidade das economias mundiais e os exemplos europeus dos governos “de bem estar social”.
Logo vieram as contribuições das empreiteiras, convenientemente relacionadas com as obras públicas. Para consolidar o poder, introduziu-se um sistema de recolhimento de propinas que abarrotaram os cofres do PT e o bolso dos hierarcas do partido.
Então começou a metástase política. Altamente financiados, os lulo-petistas aparelharam o governo, os bancos públicos, as estatais (principalmente a Petrobras, controlada por sindicados influenciados pelo PCdoB) e os fundos de pensão.
O serviço público dominado tornou-se progressivamente ineficiente, os gestores indicados eram despreparados e corruptos, como se viu no “Mensalão”.
Aí, Lula apelou para o arsenal de mentiras dos pelegos. Anunciou uma política externa que elevaria o País à potência mundial com assento no Conselho de Segurança da ONU, inventou a quitação da dívida externa e a independência do FMI, fantasiou um MERCOSUL isolacionista e, aliado aos bandidos que assaltavam a Petrobras, quimerizou a existência do “pré-sal” que nos igualaria aos sheiks árabes…
O mais terrivelmente demagógico foi quando Lula – que havia se afastado da memória de Getúlio Vargas e do Trabalhismo para agradar os intelectuais udeno-trotskistas que lhe cercam – apropriou-se da personalidade e do comportamento nacional-populista de Vargas.
Para deleite dos movimentos sociais e populares cooptados, Lula se submeteu à orientação de Fidel Castro e aliou-se a Chávez, pondo o Itamaraty a serviço do narco-populismo e anulando a ação militar nas fronteiras, atenuando sua obediência à doutrina da soberania nacional.
Confiante na fidelidade ao seu projeto de poder dos 300 picaretas do Congresso comprados e a infiltração de juízes nas altas cortes de Justiça, o lulo-petismo aderiu à “Pátria Grande Bolivariana” arrastando consigo os grupamentos metastáticos fanatizados para a traição ao Brasil.
Este governo fictício e o Estado fantasma mesmo enrolados em papel celofane e laços de fitinhas vermelhas, mostram uma desorganização geral pela incompetência e a corrupção. A degenerescência moral se alastrou.
O melhor exemplo está na depravação da “juventude petista” exaltando assaltantes do patrimônio nacional Cunha, Delúbio, Dirceu, Genuíno e Vaccari, ladrões condenados pela justiça, como “heróis”. Esta reprodução de focos cancerígenos exibe painéis com a efígie deles e saúda histericamente a cleptocracia maligna instalada no PT-governo.
Sem ocorrer metástase, a medicina consegue estabilizar e até regredir a doença em seres humanos. No caso deste câncer político, porém, as drogas ideológicas e a pajelança sindicalista nada resolvem; está condenado à morte.
MORTE (2)
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
“Morte, morte, morte que talvez seja/ o segredo desta vida…”
(Raul Seixas)
O homo sapiens surgiu de um animal especial, um primata antropomorfo, o único entre os demais que não tinha ciclos periódicos de cio relacionando-se sexualmente quando lhe apetecia. Talvez tenha sido isto que libertou o mecanismo cerebral de memorização para outras resoluções além do sexo.
A humanização do antropóide foi um processo de evolução por mutação que fortaleceu mentalmente as leis da vida, e a mais forte entre elas é a lei da sobrevivência; romper com ela, por exemplo, pelo suicídio, é insanidade mental.
Esta observação compõe a recente teoria das mutações que observa as variações físicas e mentais do homo sapiens produzidas inconscientemente por substituições gradativas e contínuas.
Um sermão do pastor inglês John Donne, conhecido como “Meditação 17” faz a elegia da morte, legando-nos um pensamento que emociona: “Nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”. Dois séculos depois, o notável escritor norte-americano, Ernest Hemingway, tirou daí o título do seu livro mais famoso, “Por Quem os Sinos Dobram”.
A visão filosófica da morte repercutiu no Brasil, no 9º álbum de canções do cantor e compositor Raul Seixas, nosso epigrafado. No disco, Raul inseriu uma faixa com “Canto Para a Minha Morte”, reverenciando a morte com a linda poesia. “… vou te encontrar vestida de cetim/ Pois em qualquer lugar esperas só por mim/ E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,/ mas tenho que encontrar…”.
Entretanto, não desejavam morrer os moradores de Mariana e adjacências, afogados pelas ondas da irresponsabilidade governamental e submersos sob o lodo dos rejeitos minerais de uma mineradora culposa.
Não queriam morrer os parisienses e os turistas que se divertiam na noite de terror promovida por assassinos fanáticos, formados satanicamente pela seita fundamentalista do califado islâmico jihadista.
Os refugiados do Oriente Médio e da África subsaariana também não pretendem defrontar-se com o dilema ficar, sofrer e morrer, mas enfrentam a morte tentando chegar à Europa civilizada e rica. O instinto primitivo da sobrevivência é negado aos fugitivos da guerra e do arbítrio dos ditadores do Oriente Médio e da África.
Isto nos leva a compartilhar com a tragédia trazida pelas correntes do Mar Egeu para a praia de Bodrum, na Turquia: o inerte corpo de Aylan, uma criança síria de 3 anos, tornado símbolo do drama promovido pelos bandidos do Estado Islâmico.
Na emigração forçada muitas outras crianças também enfrentaram a fúria dos titãs do Mediterrâneo, somente derrotados pelo herói semideus Perseu.
Uma matéria da agência internacional de notícias France Press atesta friamente que os protagonistas dessa desgraça “pagaram com suas vidas para escapar da guerra”; mas não é em vão, seu infortúnio convulsiona o mundo, principalmente os países europeus. Entre os governantes do Brasil, não sei, pois a presidente Dilma defendeu na ONU o diálogo com o Isis…
Como amante da Paz, evocação da vida, rememorei a foto de crianças vietnamitas correndo, fugindo da sua aldeia bombardeada por Napalm. Uma menina do grupo, Kim Phúc, queimada, foi a imagem que se sobressaiu na famosa e comovente fotografia do repórter Nick Ut.
Foi tão grande a repercussão dessa imagem nos EUA que a voz rouca das ruas nas grandes cidades do país ecoou em protesto contra a injusta guerra mantida pelo Pentágono e contribuiu para o seu fim.
Que o sacrifício dos que suplantam o amor à vida fique na nossa memória como ensinou Rui Barbosa: A morte não extingue, transforma; não aniquila, renova; não divorcia, aproxima.
Marianne
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
“Na alegria ou na dor/ Mariana para sempre meu amor” (Seu Jorge compôs e canta)
Abatido e revoltado com a brutal agressão do Estado Islâmico contra a República Francesa, reverencio seu respeitável símbolo, Marianne, figuração de mulher com o barrete frígio que personifica o liberalismo e valoriza a conquista da Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Marianne, a mãe pátria dos franceses sofre com o ataque terrorista que ceifou 129 vidas e deixou feridas 350 pessoas, das quais 99 em estado grave. O banditismo horrorizou o mundo, promovendo atos de solidariedade e repúdio em centenas de países.
Tristemente, no Brasil, cuja política exterior se alinha ideologicamente com ditaduras africanas e latino-americanas e o uso sistemático do terror por guerrilheiros e pelo fanatismo islâmico, o PT-governo fez unicamente acenos hipócritas de apoio à França.
Isto reflete o que vimos, não faz muito tempo, a amostra de presidente, Dilma Rousseff, discursar na Onu propondo o diálogo com o Estado Islâmico repudiado pela maioria das nações livres.
O apego ao poder pelo poder do lulo-petismo também ficou demonstrado com a nossa Mariana, a cidade mineira devastada pelo mar de lama provocado pelo rompimento das barragens Fundão e Santarém, da mineradora Samarco.
Marianne e Mariana são gêmeas univitelinas na tragédia. Seu sofrimento é o sofrimento de todos humanistas. Mortos, feridos e desaparecidos reclamam a indignação dos corações e mentes constrangidos pela irresponsabilidade dos mandatários; uns, por tolerar a existência de um bando de criminosos; outros, pela incompetência de gerir a coisa pública.
Sabemos que pela cobiça do petróleo no Oriente Médio, a aliança dos Estados Unidos com países europeus, manteve e fortaleceu o Califado, mais preocupada em derrubar o governo sírio, deixando o preço a pagar para as populações civis indefesas.
Aqui, a ocorrência funesta em Mariana é fruto da irresponsabilidade dos governantes que se conformam em manter 14 fiscais para verificar a segurança de 750 barragens nas Minas Gerais; e, além desse visível desleixo, não tem um plano de alerta e proteção para as comunidades vizinhas ao represamento dos rejeitos de minério de ferro.
Na França, Marianne enlutada chora seus mortos; no Brasil, Mariana vive um sofrimento proporcionalmente idêntico, com oito mortos e mais de 500 pessoas desabrigadas e outras tantas por resgatar.
Temos uma dívida intransferível para as gêmeas na dor, Marianne e Mariana. A francesa, no seu país, padece sob o fanatismo desesperado do terrorismo islâmico; no Brasil, a nossa Mariana é vítima do terrorismo da incompetência, irresponsabilidade e roubalheira do lulo-petismo.
Para as duas Marianas, com sotaque ou sem sotaque, dedico a alegoria do Seu Jorge, “na alegria ou na dor, para sempre o meu amor…
GÊNERO
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
“Cuando uma sociedade se corrompe, lo primero que se grangrena es el linguaje”
(Octavio Paz)
O nosso Rui Barbosa já alertava para isto e foi seguido por Machado de Assis, ambos aplaudidos pela intelectualidade da sua época. Em nosso tempo poucos se dão conta do perigo da distorção do idioma, considerando de menor importância ceifar a última flor do Lácio…
A desfiguração da linguagem faz parte de uma estratégia subversiva a serviço do narco-populismo bolivariano. Esta configurada traição nacional começou com a exaltação dos obreiristas da USP ao analfabetismo de Lula.
Com o discurso político do esperto Pelegão esta coisa não aparecia muito, e os bem informados em vez de combater os atentados à língua, faziam pilhérias com a criação do “lulês”, um palavreado chulo, mas sem dúvida hilário.
Quando Dilma – o poste de Lula –, assumiu a presidência da República, transpareceu mais a tática antinacional da divisão social pelo racismo, religião, posição geográfica e gênero. Esta última, soprada nos ouvidos da personalidade psicopática presidencial, levou as extremistas do feminismo ao orgasmo mental.
Ela impôs aos seus cortesãos e aos eternos oportunistas chama-la de PresidentA, tentando introduzir uma linguagem “revolucionária”. Para os intelectueiros lulo-petistas a definição de “gênero” é distorcida.
Com origem no latim, (genus/generis), a palavra tem múltiplo emprego e uso conforme o meio. Em biologia, por exemplo, serve a classificação cientifica e agrupamento de organismos.
Neste caso, Dilma mostrou-se ignorante quanto ao “homo sapiens”, que pertence ao gênero “homo”, designando a espécie humana independente do sexo. Mais ignorante ainda, com relação ao idioma, não sabe que se pluraliza palavras sempre no masculino e que as palavras têm gênero, mas não sexo, e os seres humanos têm sexo, mas não gênero…
Quando as palavras são diferentes referindo-se ao feminino e masculino, como “homem” e “mulher”, “rapaz” e “rapariga”, tudo bem; mas a plataforma “revolucionária” do lulo-petismo, porém, levam-nos ao besteirol de criar ‘almirantA”, “brigadeirA” e “generalA”… Será que pensam evitar um golpe militar? Ah, se tivéssemos muitas almirantas, brigadeiras e generalas!
Uma mulher no comando teria mais sensibilidade para enfrentar a imbecilidade (e os crimes) do PT-governo. Condenariam a arrogante insistência em controlar a linguagem escrita na escola, com a introdução totalitária de livros “dirigidos”. Uma mãe não permitiria a exigência do engajamento compulsório dos seus filhos à ideologia distorcida dos pelegos.
Na nossa realidade, vale o exemplo do ENEM. O concurso de 2015 clareou a ridícula pretensão de jogar mulheres contra homens, criando uma polêmica que envolve todos os setores da sociedade. A prova deste ano teve uma questão que incluiu a frase ‘Não se nasce mulher, torna-se mulher’.
Não difícil imaginar de que grupo saiu a ideia de usar um parágrafo do livro “O Segundo Sexo”, da filósofa francesa Simone de Beauvoir, que vem sendo contestado nos círculos acadêmicos e políticos.
Abriu-se uma discussão sobre ideologia de gênero nas escolas, bem a gosto daqueles que obedecem ao princípio de “dividir para dominar”. Nas redes sociais tivemos até pesquisas sobre Beauvoir e suas ideias estrambóticas, como a defesa da pedofilia e até simpatias pelo nazismo.
Essa psicopata veio a calhar para uso interno e externo das feministas profissionais e da facção político-partidária que quer manter o grosso da população na ignorância para submetê-la.
Felizmente, estas tentativas fascistóides não correm mais na frouxidão dos primeiros anos de deslumbramento com o PT. O povo sabe que contrariam a Constituição Federal, a Convenção Americana de Direitos Humanos e o Plano Nacional de Educação.
Chamadas de capa das revistas semanais
Veja
Capa – Teori do Casamento: Um ministro do STF pode confraternizar com advogados e lobistas do caso que ele relata?
Época
Capa – A primavera das mulheres: As mulheres tomam as ruas e as redes sociais e criam um movimento que agita o país.
ISTOÉ
Capa – As mulheres dizem não: Não ao assédio sexual; Não ao racismo; Não à perda de direitos civis; Não à intolerância; Não ao Eduardo Cunha.
ISTOÉ Dinheiro
Capa – A Hyper compra da Coty: A gigante global de beleza pagou R$ 3,8 bilhões pela divisão de cosméticos populares da Hypermarcas. Conheça os bastidores do negócio e saiba por que a fabricante de perfumes de luxo Calvin Klein, Davidoff e Marc Jacobs investiu essa bolada no Brasil.
Carta Capital
Capa – Assim caminha o Brasil: Projetos contra mulheres e índios e a favor da posse de armas coroam o ano mais reacionário da história do Congresso.
EXAME
Capa – Um país mais pobre: A crise atingiu uma nova fase — a da escassez do dinheiro. O lucro dos negócios cai. Famílias perdem as conquistas dos últimos anos. O crédito está mais caro. A renda per capita entrou em declínio. A recuperação pode levar uma década — e deixar mais distante o sonho de um Brasil rico.
MORTE
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
“O homem é o único animal que sabe que vai morrer um dia. Triste destino!” (Voltaire)
É fascinante o mistério da morte. A gente pode adotar qualquer concepção filosófica, idealista, como ocorre a quem acolhe uma crença religiosa, ou sem ter alguma fé, no ateísmo materialista ou no agnosticismo hesitante do apóstolo Tomé que “precisava ver para crer” e mesmo com a sua incredulidade virou santo.
Mesmo no seu ceticismo, São Tomé mostrou-se corajoso conclamando os demais discípulos de Jesus a morrer com ele, ameaçado de apedrejamento. Este destemor incrédulo encontrei no mestre Darcy Ribeiro que me confidenciou um dia: “Gostaria de possuir a religiosidade de minha mãe, que crê na vida eterna. Mas não posso”.
No judaísmo a reencarnação fazia parte dos seus dogmas, sob o nome de ressurreição; apenas os saduceus, judeus da classe dominante, pelo dinheiro ou pelo prestígio político, defendiam a tese de que tudo acabava com a morte. A Igreja Católica, no seu Credo, profissão de fé em Deus Pai, Filho e Espírito, reza: “Creio na ressurreição da carne”. O pai do espiritismo ocidental, Alan Kardec, sem dúvida influenciado pelo budismo, adotou a reencarnação no seu “Evangelho, Segundo o Espiritismo”.
O hino luterano canta “Cristo já ressuscitou”, e as igrejas ortodoxas grega e russa festejam na Páscoa a ressurreição do Cristo; mas o pensamento da maioria das religiões e seitas não assumem a definição com clareza essa convicção.
A morte, seja como for, está presente no cotidiano da sociedade humana. Até na política. E na poesia de Afonso Romano de Sant Anna, a quem muito admiro e gostaria de conhecê-lo pessoalmente, mas o nosso amigo comum Chico Paula Freitas, também poeta, se recusa a apresentar-me dizendo que ele é “muito chato”.
Santana canta: (Os que governam) “Não percebem que já estão mortos, que já começam a mal cheirar. Mas se recusam a se deitar no caixão”. Não a nada que defina melhor o cadáver insepulto do lulo-petismo e sua representante na Presidência da República.
Quem tem percepção olfativa – não precisa ter um faro animalesco –, sente o cheiro rançoso e adocicado dos cadáveres que ocupam o poder neste infeliz Brasil na Era do Lulo-petismo. A incompetência e a corrupção já fediam, mas o cinismo putrefato de Lula e de Dilma, acompanhado por seus parceiros, está insuportável.
O bando que governa o país sob a batuta de Lula tem o mau cheiro das barracas de peixe em fim de feira. Não tem cartão corporativo que compre perfumes para subtraí-lo. Podem ser os mais famosos, francês ou italiano, ou a criação mexicana pouco conhecida e de fragrância suave e permanente.
A morte do PT-governo, não é igual á despedida de um ente querido que parte exalando flores e velas que também acompanham nossos adeuses. A morte inexorável do PT apodrece sem rigidez cadavérica. E não há velório, e sim uma manifestação festiva do povo nas ruas e nas praças exigindo deixe logo o caixão e seja sepultado com urgência.
É dessa maneira que assistimos o encontro dos patriotas em Belo Horizonte, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Natal e Porto Alegre. A luta alegre do acampamento no “Ocupa Brasília” e dos jovens paulistanos no vão do MASP.
A batalha pelo impeachment de Dilma – a morte conjunta e definitiva da claque “Cinismo, Corrupção, Incompetência e Mentira” exige a participação de todos, que reine entre nós a bravura e a tenacidade exigida no verso de Affonso R. de Sant’Anna: “Não há cova funda que sepulte a covardia; não há túmulo que oculte os frutos da rebeldia”
Chamadas de capa das revistas semanais
Veja
Capa – Os “chaves de cadeia” que cercam Lula: Ele sempre escapou dos adversários, mas quem o está afundando agora são os parentes, amigos, petistas e doadores de campanha investigados por corrupção.
Época
Capa – Exclusivo – O dinheiro suspeito: Um relatório da agência do governo que combate lavagem de dinheiro revela movimentações milionárias nas contas de Lula, Palocci, Pimentel e Erenice.
ISTOÉ
Capa: Exclusivo – “A lei é para todos”: O ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, diz que não vai interferir no trabalho da Polícia Federal e que comete crime quem tenta controlar as investigações.
ISTOÉ Dinheiro
Capa – O bilionário popstar: Com 2,6 milhões de seguidores nas redes sociais e a ambição de transformar o site meusucesso.com no netflix do empreendedorismo, Flávio Augusto da Silva virou o guru de quem sonha em criar o próprio negócio
Carta Capital
Capa – Discussão errada, obras certas: Do Porto de Mariel à barragem em Moçambique, o Brasil só tem a ganhar
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