Arquivo do mês: novembro 2014

Brecht

O Analfabeto Político (Bertold Brecht)

O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia
a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,
o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo

CULTURA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Após tomar conhecimento da “estarrecedora” opinião do ministro José Eduardo Cardozo (pasmem, ele é da Justiça!) afirmando que “A corrupção no Brasil é cultural”, senti-me na obrigação de relembrar e revisar antigos estudos sobre cultura.

A pesquisa sempre traz uma sensação agradável, agregando coisas novas ao conhecimento; é como a releitura de livros ou assistir filmes pela segunda vez, a terceira ou mais, oferecendo exposições originais e cenas singulares que antes passaram despercebidas.

Descobri agora, por exemplo, que “agricultura” precedeu à “cultura”.  A palavra provém do latim (cultus), e na velha Roma referia-se ao cultivo da terra e o gado, um conceito que se manteve na Europa durante toda Idade Média.

O século XVIII – conhecido como o Século das Luzes – foi o big-bang das mudanças, graças ao movimento enciclopedista, de antigas versões filosóficas, políticas, religiosas e da lingüística educacional e estrutural. As transformações começaram com o abandono do latim e a adoção das línguas nacionais na divulgação do saber.

Foi àquela época, que se constituíram e se fortaleceram os estados modernos; e também que a cultura, tal como conhecemos hoje, se destacou nos círculos letrados e passou a ser vista como expressão dos costumes e da erudição, das heranças nacionais e populares, da linguagem, dos mitos, das crenças religiosas, das festividades, dos alimentos, e até no que se convenciona chamar “comportamento educado”…

Este conjunto de expressões e condutas da sociedade mantém-se por práticas comuns, regras, normas, códigos e valores espirituais. Darcy Ribeiro registrou, por exemplo, entre os indígenas brasileiros o culto à honestidade, acima da autopreservação.

O princípio de pureza e dignidade dos nossos selvagens persistiu e se ratificou pelo respeito aos bens alheios e aos princípios da verdade. Isto, a despeito dos primeiros colonizadores brancos, degredados infratores portugueses, e da migração perversa dos escravos africanos, trazendo com eles ódio e revolta.

A qualidade de caráter dos brasileiros teve, sem dúvida, o amálgama da educação jesuíta. No Brasil, pela sua formação, a cultura não se apóia somente nos costumes populares, requer também erudição, noções de humanismo, informações científicas e conhecimentos adequados à realidade.

É claro que isto não convém ao pensamento dos eventuais ocupantes do poder;  para a pelegagem governamental estudar, pensar com a própria cabeça e defender princípios, é uma característica da “elite branca” – limitação indefinida e racista para nossa sociedade miscigenada. Trata-se da importação ideológica do “socialismo bolivariano” andino, onde regionalmente persistem desigualdades raciais, como não é o nosso caso.

O assassinato da cultura nacional é o divisor entre o oficialismo militante e os brasileiros alfabetizados, informados e pensantes. O lulo-petismo faz a louvação do analfabetismo, como conseqüência do culto à personalidade do apedeuta Lula da Silva. Assim, o apagão da inteligência passou a ser etiqueta da “Era Lula”, onde “quadro intelectual” é qualquer pelego de sindicato ou de “conselho popular”.

Dessa maneira, a ignorância e a falta de instrução dominam o aparelho de Estado. O Ministério da Cultura dedica vultosas verbas para desfiles de modas em Paris; e o maior feito cultural do Governo Dilma foi tornar a Capoeira patrimônio imaterial da humanidade… Bah!

Finalmente, chegamos ao conto do vigário de José Eduardo Cardozo: Para justificar os escândalos do Petrolão e da roubalheira institucional do PT-governo, o Ministro da Justiça (!?) ensina que os brasileiros crescem e aprendem em casa e na escola que roubar é natural; que milhões de brasileiros são corruptos, e que ser honesto é uma deformidade cultural…

Triste, é que Cardozão não está só. O mentor de tudo, Lula da Silva, faz a mesma pregação; e o mamulengo que ocupa o Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, mobiliza a sua base política para impedir as investigações sobre a corrupção na Petrobras.

Felizmente, o Brasil civilizado não virou a lixeira moral como querem os lulo-petistas. Por isso, a resistência contra mais este crime de lesa-pátria, nivelando a Nação com os ladrões, o povo se agiganta e vai às ruas exigindo o fim da República dos Pelegos!

 

Caetano Veloso – Desde que o samba é samba

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Djavan – Doidice

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DELAÇÃO

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br )

O instituto da delação premiada está para a Justiça como o teclado do computador está para a velha máquina de escrever… Com a intervenção do aderente, todo crime será desvendado e comprovado; pode ser comissivo, doloso ou permanente. No caso do Petrolão, chega a ser um crime de lesa-pátria.

É tão indigno o assalto à Petrobras e traz tantas consequências funestas, que nunca neste País viu-se coisa semelhante, comparado ao Mensalão apenas pela repugnância de ser praticado por autoridades governamentais, do Executivo e do Legislativo.

Com a delação pessoal do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa – o Paulinho da intimidade de Lula e de Dilma –, e do doleiro Alberto Yousseff – que personifica o lavatório de dinheiro dos políticos – vieram comprovar-se antigas desconfianças e denúncias, que sempre foram rechaçadas pela arrogância atrevida dos cúmplices da bandalheira, ocupantes do Palácio do Planalto.

Espera-se mais delações, das empreiteiras e de muitos dos executivos cozinhados no banho-maria dos contratos ilegítimos, das licitações fraudulentas, das propinas por debaixo do pano ou “legalizadas” através de doações em campanhas eleitorais.

Das revelações de indivíduos e das empresas, a administração criminosa da Petrobras será condenada, abrangendo os tentáculos que alcançam outras empresas estatais e fundos de pensão. E a projeção do espectro aterrorizador da Justiça, precipitará o pavor dos que teem culpa em cartório…

A 8ª etapa da Operação Lava-Jato vai escancarar os nomes de políticos com ou sem mandato. Inicialmente falou-se de uma lista de 43 nomes, que subiram para 67 e há insinuações de que passarão de cem… No Senado, já apareceram petistas de proa, a senadora Gleise Hoffmann e o líder do partido Humberto Costa, de antigo envolvimento com os sanguessugas…

Em toda extensão geopolítica do Brasil, do Oiapoque ao Chuí, aguarda-se a punição da bandidagem que privatizou o monopólio estatal do petróleo em proveito do Partido dos Trabalhadores e da pelegagem corrupta dos círculos petroleiros. Condenação dos “consultores” e “lobistas” que tiveram a sua parte, e dos parlamentares picaretas que se empanturraram com os restos do banquete da devassidão lulo-petista.

Veio tardiamente a revelação das manobras criminalizadas da Petrobras, que precisavam ter um fim, como ocorreu com o Mensalão. Para engrandecer a Justiça, surgiu no Paraná outro caçador de corruptos, juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, seguindo o exemplo da participação elogiável de Joaquim Barbosa.

Apoiado na corajosa e eficiente atuação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal da Terra dos Pinheirais Moro comanda a Operação Lava Jato com destemor e, sobretudo com o senso de justiça, tão raro nos dias de hoje.

Os primeiros efeitos da caça aos corruptos levaram empreiteiros à prisão, sem esperar o julgamento final, como ocorreu com a cúpula do PT no processo do Mensalão. São fantasmas apavorantes que rondam Ministérios, empresas estatais e o Congresso Nacional, amedrontando os que mamaram nas tetas do Petrolão.

A espera da lista dos políticos cria uma temerosa expectativa para os corruptos, corruptores e corrompidos, que estão morrendo de medo, o que nos presenteia com o antegozo da vingança patriótica…

Este medo pânico nos traz à lembrança um conto do fabulário beduíno que li ou ouvi não sei quando, nem aonde, impedindo-me de dar-lhe crédito:

“Em pleno deserto, uma caravana de mercadores se encontra com a Peste a caminho de Bagdá. – ‘Por que tens tanta pressa para chegar à cidade dos califas? ’, perguntou o chefe dos cameleiros.

“Vou à busca de cinco mil vidas”, retrucou a Peste.

“Na volta, novo encontro. – ‘Mentiste’, disse o caravaneiro. ‘Ouvimos dizer que em vez de cinco mil, levaste quase cinquenta mil. ’

“A Peste, aborrecida, disse: – ‘Falo a verdade, pois não minto; fui buscar cinco mil, nenhuma a mais’. E acrescentou sorrindo: – ‘As outras, matou-lhes o Medo. ’”

Tomara que o Medo nos poupe do pecado de desejar a morte dos canalhocratas que estão acabando com o País, mesmo que mereçam a forca…

Geraldo Azevedo – Adoro Você

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João Gilberto – Insensatez

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MAQUIAGEM

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br )

Maquiar é um verbo de origem francesa, maquiller, que chegou ao idioma português como maquilar ou maquiar. Como verbo transitivo direto é mascarar ou disfarçar, e como verbo pronominal, mascarar-se ou disfarçar-se… Maquiar resultou o substantivo “maquiagem”, que, dicionarizado, é aplicar cosméticos no corpo, principalmente no rosto, para embelezamento, realce ou disfarce.

A palavra, como estrangeirismo, é nova; mas a prática de maquiar-se, segundo arqueólogos, tem mais de 400 mil anos, com o uso de pigmentos com finalidade estética de enfeitar-se ou como tática guerreira para assustar os inimigos.

Objetos para pintura da pele foram encontrados na China, Oriente Médio, México e Peru. Os Incas usavam pó de ouro como blush no rosto e nos cabelos, prática levada às cortes européias com a abundância do precioso metal roubado das colônias americanas.

Há dúvidas históricas sobre a palavra. É indiscutivelmente francesa, mas pode ter vindo do relevo montanhoso do norte da França, ou de um arbusto mediterrâneo, ou, ainda, do “Maquis”, nome dado à resistência francesa antinazista na 2ª Guerra. Seja lá como for, consagrou-se.

A maquiagem é empregada no teatro desde a Grécia Antiga, e também na China, Coréia, Índia e Japão; no cinema, tornou-se tão essencial e importante que foi criado o Oscar de melhor maquiagem… Atualmente, com a tecnologia digital, a maquiagem encontrou no photoshop efeitos em fotografias e na televisão.

Os bandidos, desde sempre, costumam servir-se de maquiagem e de máscaras. A meia máscara dos Irmãos Metralha está consagrada nas histórias de quadrinhos… E, como não poderia deixar de ser, os Irmãos Petralhas, que ocupam o governo central, usam-na para encobrir os números negativos de sua gestão econômica.

A última e funesta mascarada do lulo-petismo é o projeto de Lei enviado por Dilma para descumprir a meta fiscal deste ano, inatingível pela incompetência, gastança e corrupção da pelegagem. Esta enganação alcança a cifra de R$ 67 bilhões a serem abatidos das contas públicas!

O já batizado de “Projeto-Maquiagem”, é um disfarce indecoroso que permite abaixar do superávit primário as despesas do PAC e as desonerações fiscais, muitas delas aplicadas para ajudar à reeleição da Presidente… É a desonestidade que orienta um governo cercado de escândalos por todos os lados.

Do Reinado da Mentira e do Cinismo criado satanicamente pelos pelegos do PT-governo não se pode esperar outra coisa senão vê-lo fantasiar números e estatísticas, enquanto seus sabujos rosnam palavras de ordem chavistas e emporcalham as calçadas de jornais e revistas independentes do governo corrupto e corruptor.

Neste avesso carnaval da mediocridade astuta é visível o desprezo pela Nação; tentam convencer o povo, como uma massa imbecilizada, de que agem corretamente; e pressionam o Congresso para modificar a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a meta fiscal aprovadas pelos próprios congressistas.

Felizmente, os brasileiros e seus representantes estão conscientes de que a deterioração das contas públicas é fruto da incompetência, do esbanjamento perdulário e da roubalheira; e atentos no enfrentamento do governo medíocre, gastador e devasso. É por isso que já se compara este festival de bandalheiras do PT-governo ao último baile da Ilha Fiscal.

Realizou-se na Ilha Fiscal a festança terminal de um regime, com o valsar oitocentista dos monarquistas já condenados pela intelligênsia nacional; do mesmo modo em que o requebrado irresponsável da mascarada dos lulo-petistas dança ao ritmo do seu fim…

 

 

Tim Maia – Essa tal felicidade

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Alceu Valença e Orquestra Ouro Preto

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