“A ditadura perfeita terá as aparências de uma democracia, uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão sequer com a fuga” (Aldous Huxley)
Como explicar o resultado das eleições sem antes comprovar que o povo brasileiro despertou para a realidade, quarenta anos depois da redemocratização? Rebelou-se contra a politicagem e a corrupção como fez na passeata dos cem mil pedindo as diretas já.
Recordemos que o regime militar instalado com a derrubada do governo de João Goulart, teve altos e baixos, erros e acertos, mas foi intoleravelmente ditatorial. Era um sistema imperfeito, mas durou 21 anos.
Aplaudida pelos amantes da liberdade, a redemocratização veio, porém, incompleta: recuperou velhos políticos e suas ideias ultrapassadas, barrando a evolução para os novos tempos. A redemocratização errou ao promulgar uma Constituição desorientada, leniente e passiva, tanto na visão autoritária como na liberal.
A Carta de 88 permitiu – é difícil registrar quando começou – que se instalasse a inversão de valores morais e éticos. Este conceito de inversão social estabeleceu mais direitos do que deveres, num desequilíbrio que perverteu a Democracia, mantendo a força e a influência das minorias como ocorre nas ditaduras.
A “Constituição Cidadã” esqueceu que no regime democrático quem manda é a maioria, e banalizou a definição de ideologia e de partido, implantando a ideia de que “ideologia” é um princípio escrito e que partido é uma organização burocrática sem a necessidade de adotar uma ideologia de fato.
Nesta inversão de valores tudo que é incorreto, aético, desonesto e imoral é tratado como algo banal, conforme escreveu um observador da cena política no Brasil, de quem, infelizmente, não gravei o nome.
O pior de tudo é que a implantação da democracia capenga vulgarizou o desprezo pela correção, pela ética, pela honestidade e a moral. Mas isto não se deu pela força, através de uma revolução; se achegou sutilmente, sem pressa e sem que ninguém percebesse.
Dessa maneira, já temos uma geração formada pelo mecanismo da inversão de valores. Não é absolutamente por acaso que na administração pública reinam a amoralidade e a corrupção. As universidades e escolas públicas estão sob domínio de uma cultura infame, que investe contra a ordem, o patriotismo, o respeito ao próximo e a solidariedade humana.
As minorias fazem greve parando o sistema de saúde e a escola pública; e o povo, que necessita desses serviços, é o único prejudicado, pois no fim o salário dos grevistas é injustamente pago. A greve de empregado contra patrão é reconhecida historicamente; mas a greve de professores e pessoal da saúde contra o povo, é crime.
Comprovando esses desacertos, concluímos que escapamos do regime militar e caímos na esparrela de uma democracia onde o Estado sustenta com o dinheiro dos tributos associações corporativas, ONGs, partidos, sindicatos, cada qual defendendo interesses pessoais e grupistas. Esse reino da pelegagem minoritária atingiu o ápice durante a Era Lulopetista.
É com muita tristeza que constatamos isto. Ainda mais aflitivo e melancólico é ver que se trata de um projeto político, para a conquista do poder por um partido de formação totalitária.
Durante os mandatos presidenciais lulopetistas atravessamos uma caricata “revolução cultural” com os olhos oblíquos de Mao-Tse Tung na cabeça de Antônio Gramsci. O PT e seus puxadinhos agiram furtivamente em defesa do partido e da manutenção do poder a qualquer custo, sem respeitar a liberdade e a democracia. Por isto, pelo despertar do povo, estão sendo enxotados.
No Rio de Janeiro, o PSOL, frente “coxinha” do PT, convergiu com seus parceiros do PCdoB, desbotando suas bandeiras e escondendo seus símbolos para ludibriar o eleitor. Mas o eleitor não se deixou enganar.
A metamorfose fraudulenta não se expandiu; limitou-se ao discurso deles para eles mesmos, sem participação popular. Ficaram circunscritos aos guetos da Zona Sul. O povo preferiu os não-políticos e o não-voto como manifestação de repúdio à corrupção institucionalizada pelo lulopetismo, e derrotou-o.
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