Arquivo do mês: abril 2015

Fernando Pessoa

Oração

Nossa Senhora das lágrimas vãs,

Dai ao meu coração o vosso ninho.

Adoeço em infindáveis manhãs

E me embebedo com o amargo vinho

De só conhecer  angústias mal sãs,

De não saber senão viver sozinho.

 

Reconheço que imploro a vós em vão,

Mas meu coração só conhece a dor.

Um vosso olhar seria a salvação,

Mesmo que seja um olhar de horror.

Concedei-me que eu volte a ser irmão

Do vosso menino, Nosso Senhor.

Meu sentido de mim é todo pranto,

De mim mesmo só tenho muita pena.

Oh colo dos meus medos acalanto

Agarro-me a vós, criança pequena.

Quisera vos ver viva por encanto

A minha mão na vossa mão serena.

 

Há muito tempo perdi o sabor

Da fé, e tenho ânsia de oração

Meu coração é um jardim sem flor,

Nos meus brancos cabelos, vossa mão

De mãe deixai repousar com amor

E deixai-me morrer por compaixão.

Tradução de Jorge Pontual

 

Boudha Stupa in Kathmandu Nepal to “Across the Universe” by the Beatles and Jim Sturgess

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Fim dos Tempos

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

 “Você está vendo todas estas grandes construções?”, perguntou Jesus. “Aqui não ficará pedra sobre pedra; serão todas derrubadas.” (NT)

A presidente Dilma reuniu-se por dez horas com 13 ministros e os presidentes dos bancos Central e BNDES, para criar uma agenda positiva e discutir investimentos em infraestrutura. A reunião se encerrou sem uma conclusão concreta, a maior prova de que para o PT-governo é o fim dos tempos…

Agonizando nos primeiros cem dias a partir da posse, a corroída e desacreditada administração federal busca desesperadamente uma sobrevida num cenário de inflação disparada e de expectativa de retração do PIB.

Lembrou-me o drama e suspense do filme norte americano com parceria indiana “O Fim dos Tempos” (“The Happening”) do escritor e diretor M. Night Shyamalan. No enredo tem a perspectiva de um acontecimento que ameaça o mundo, contra o instinto humano fundamental de sobrevivência.

Nostradamus nas suas profecias anunciou para o século 21 o fim dos tempos, sinais que nos levam à Bíblia, no alerta do Tessalonicenses 2.7-11: “Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém”.

Cada país, cada povo, por lendas míticas ou por escrúpulos religiosos – principalmente entre judeus, cristãos e islamitas – encontram vestígios dos dias finais. No Brasil, a coisa se prende ao desastroso governo do Partido dos Trabalhadores e os aliados que o apóiam por ideologia distorcida ou simplesmente para participar do butim acumulado pela corrupção.

Está no assalto ao patrimônio público o exemplo mais do que perfeito da degeneração que está levando o PT-governo ao seu fim. Há que se ver a ruína da maior empresa brasileira – que já foi um orgulho nacional, a Petrobras – apresentando vergonhosamente um balanço que admite a perda de R$ 21,6 bilhões com corrupção e má gestão.

A justificativa para o roubo, segundo a diretoria da estatal, deve-se a “atos ilícitos perpetrados por empresas fornecedoras, agentes políticos, funcionários da Petrobras e outras pessoas no âmbito da “Operação Lava Jato.” E nenhuma palavra sobre os erros cometidos.

É estarrecedor que, na realidade, a petroleira não apresentava prejuízo desde 1991, e agora contabiliza o pior resultado entre as empresas de capital aberto brasileiras desde 1986.

Nas mãos de corruptos e corruptores coordenando o script do partido que ocupa o poder, a empresa ficou refém de um esquema de corrupção, de fraudes e das mentiras dos seus dirigentes, inclusive da própria presidente Dilma, que comandou o seu conselho de administração.

Cobravam-se propinas de fornecedores que iam para o caixa do PT na forma de “doações legais de campanha”, Por isso, a estatal não perdeu apenas o seu valor de mercado, mais, sobretudo, a credibilidade.

Não é por acaso que este quadro de criminalidade provocou o ingresso na Justiça dos fundos de investimentos dos Estados Unidos e da Europa reivindicando indenizações pelos prejuízos causados aos investidores.

Isto acarreta o corre-corre do Palácio do Planalto, com reuniões que servem apenas para marcar novas reuniões, com novos encontros programados para o hilário bate-cabeça de ministros e assessores.

A História tem curiosos capítulos para registrar o declínio de uma Era. O fim dos tempos do Império ficou registrado no último baile da Ilha Fiscal… Na República dos Pelegos a fatídica reunião palaciana é sinal do fim dos tempos do poder petista.

Vamos apressar a falência deste desgoverno. Mobilizando, movimentando, protestando, indo às ruas para derrubar a bastilha do opróbrio e da desonra patrocinados pela pelegagem lulo-petista.

Jalal ul-Din Rumi

Momento de felicidade

 

Felicidade é este momento,

você e eu sentados na varanda –

duas formas, dois rostos,

mas uma alma,

você e eu.

 

A beleza das flores

e o canto dos pássaros

nos dão a água da vida

quando entramos neste jardim,

você e eu.

 

As estrelas do céu vêm nos ver,

e mostramos a elas a lua,

você e eu.

 

Você e eu,

unidos em êxtase de alegria,

livres do juízo e da razão –

você e eu.

 

Os beija-flores do Paraíso bicam açúcar

quando nós rimos,

você e eu.

 

Mais incrível ainda,

estamos aqui ao mesmo tempo

no Iraque, na Pérsia,

você e eu –

numa forma aqui na Terra,

e noutra forma, no Paraíso.

E na Terra do Açúcar, você e eu…

 

Saiba sobre   Jalal ud-Din aqui

 

(Tradução: Jorge Pontual)

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Matérias de capa das revistas semanais

Veja

Capa – “Empreiteiro arrasta Lula para o meio do escândalo”: Preso, Léo Pinheiro, da OAS, ameaça contar à Justiça o que sabe sobre o Petrolão — e seu alvo é o ex-presidente.

Época

Capa –  “E se comprar uma arma fosse tão fácil quanto comprar uma revista?”: Em uma década, o Estatuto do Desarmamento, que restringe a venda de armas de fogo, evitou 121 mil mortes.

ISTOÉ

Capa –  “A crise e a sua cabeça”: Aumenta o número de pessoas com depressão e ansiedade por causa das dificuldades financeiras, da pressão do dia a dia e das incertezas em relação ao futuro.

ISTOÉ Dinheiro

Capa –  “A hora de encher o barril”: A Petrobras perde R$ 21,6 bilhões com corrupção e má gestão e sofre um forte ajuste nas contas, mas continua sendo a maior empresa brasileira.

Carta Capital

Capa– “Recuperação no horizonte”: A situação da Petrobras é melhor do que a mídia gostaria e frustra quem sonha em devolvê-la ao projeto entreguista de FHC.

EXAME

Capa –  “Chefe, sou gay”: Surge a primeira geração de executivos brasileiros que tratam sem rodeios uma questão por muito tempo mantida como tabu nas empresas

“Dilma e os 40”

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Neste desastrado segundo mandato de Dilma Rousseff o governo conta com 39 ministros, que poderiam ser 40, afinal, um a mais, um a menos, nada representa comparado aos números maquiados da bilionária propaganda governamental ou no balanço da Petrobras…

O Brasil da Era dos Pelegos é campeão entre as nações em número de ministérios; tem mais do que a soma dos EUA (15) e o Chile (20). E a Inglaterra tem 18. Além disso, os 40 brasileiros são significativos, pois lembram o conto de “Ali Babá e os 40 ladrões”.

Figurativamente, Lula seria Qoja Hussein, chefe dos ladrões e dono do tesouro. Na sua gruta, ele acumulou cinco pastas a mais do que o ministério de FHC, pulando de 27 para 32 gabinetes. Foi uma bandalheira para comprar os picaretas do Congresso. Os titulares são figurantes como nas lendas das Mil e Uma Noites…

Quem não se lembra da coletânea dos contos populares pré-islâmicos tornada clássica na literatura mundial? Veio da Pérsia e chegou à Europa no século 18, traduzido pelo orientalista Antoine Galland em 1704, espalhando-se daí pelo Ocidente com o título de “Noites na Arábia”.

No livro, sobressaíram as aventuras de Ali Babá (em árabe: علي بابا), personagem fictícia que enganou Qoja Hussein, o chefe de uma quadrilha, a quem matou; e sua fiel escrava exterminou os outros 40 ladrões.

Hollywood filmou este enredo em 1944, uma linda fantasia que trouxe à tela a linda Maria Montez, e atores notáveis como Jon Hall e Kurt Katch. Levando para a comédia, temos o filme brasileiro de Renato Aragão, dirigido por Victor Lima, com o próprio Didi e Dedé Santana estrelando.

Os 39 ou 40 ministérios mantidos pelo PT-governo se notabilizam em sua maioria pela corrupção e inoperância. Segundo fontes palacianas, a própria Presidente não sabe o nome de todos os ministros – e nunca os reuniu com eles nesses primeiros 100 dias de gestão.

Este gabinete é uma Caverna de Ali-Babá, refletindo o quadro da irresponsável gastança que domina o País com 6.000 municípios e 70.000 secretários municipais, uma fonte de bandalheiras com raras e honrosas exceções.

Reflete-se no andar de cima os escândalos do andar térreo, e vice-versa; dessa maneira, vêem-se no Ministério da Educação os vazamentos do ENEM que ficaram impunes, e agora, a irresponsabilidade do FIES, prejudicando milhares de estudantes.

No Ministério da Saúde temos o seguimento daquele esquema de corrupção dos sanguessugas, que envolveu o atual senador petista Humberto Costa; e mais recentemente, o caso de propinas com dinheiro lavado em agências de publicidade.

O Ministério dos Transportes acumulou um rol de ações ilícitas no Dnit; e, nas Comunicações, assiste-se indecorosos casos envolvendo os Correios; no Ministério da Defesa, o Ministro em vez de olhar as fronteiras desguarnecidas advoga em favor de corruptos, e não explica os vôos irregulares de ministros, parlamentares, hierarcas do PT e aparelhados do partido na administração pública.

No Ministério do Trabalho se assiste desregramentos que culminaram com a demissão de um ministro; e, para ressaltar outros maus exemplos, o Ministério do Exterior mantém o Itamaraty ideologizado, envergonhando o Brasil no concerto das nações.

Nas Minas e Energia o exemplar escândalo da Petrobras, radiografia da corrupção e da inoperância dos titulares da empresa, confessada no balanço ora anunciado, reconhecendo o roubo de R$ 6 bi e o prejuízo de R$ 21 bi pela má administração. No balanço oficializou-se desvios de verbas e recebimento de propinas por altos dirigentes da empresa favorecendo o PT.

Recentemente, sem muito surpreender, a Operação Zelotes, na Receita Federaldescobriu, uma bandalheira no Carf, com 74 processos relacionados em fraudes nas autuações fiscais. Ainda no Ministério da Economia espera-se a abertura da caixa preta do BNDES que, segundo investigadores e delatores, suplanta em cem vezes o assalto realizado na Petrobras.

Tudo isso parece, mas não é uma fantasia das Mil e Uma Noites. Trata-se de um sinistro conto de terror que revolta e não pode continuar. Por isso, conclamamos os patriotas brasileiros irem às ruas gritando o “Abre-te Sésamo” a senha de Ali Babá para abrir a caverna e expulsar os 40 ladrões.

Konstantinos Kaváfis

À espera dos bárbaros

O que esperamos na ágora reunidos?

É que os bárbaros chegam hoje.

Por que tanta apatia no senado? 
Os senadores não legislam mais?

É que os bárbaros chegam hoje 
Que leis hão de fazer os senadores? 
Os bárbaros que chegam as farão.

Por que o imperador se ergueu tão cedo 
e de coroa solene se assentou 
em seu trono, à porta magna da cidade?

É que os bárbaros chegam hoje. 
O nosso imperador conta saudar 
o chefe deles. Tem ponto para dar-lhe 
um pergaminho no qual estão escritos 
muitos nomes e títulos.

Por que hoje os dois cônsules e os pretores 
usam togas de púrpura, bordadas, 
e pulseiras com grandes ametistas 
e anéis com tais brilhantes e esmeraldas? 
Por que hoje empunham bastões tão preciosos, 
de ouro e prata finamente cravejados?

É que os bárbaros chegam hoje, 
tais coisas os deslumbram.

Por que não vêm os dignos oradores 
derramar o seu verbo como sempre?

É que os bárbaros chegam hoje 
e aborrecem arengas, eloquencias.

Por que subitamente esta inquietude? 
(Que seriedade nas fisionomias!) 
Por que tão rápido as ruas se esvaziam 
e todos voltam para casa preocupados?

Porque é já noite, os bárbaros não vêm 
e gente recém-chegada das fronteiras 
diz que não há mais bárbaros.

Sem bárbaros o que será de nós? 
Ah! eles eram uma solução.

Sobre Konstantinos Kaváfis aqui

“Caixa 1.000”

MIRANDA SÁ (E-mail:mirandasa@uol.com.br

Talvez explique alguma coisa: O “socialista fabiano” Fernando Henrique Cardoso, encabulado com as críticas recebidas pelo esquerdismo uspeano pelas concessões do seu governo no setor petrolífero, dispensou a Petrobras de cumprir a disciplina imposta pela Lei das Licitações nos seus contratos.

Tudo previsto pelo arguto e erudito cientista norte-americano Michel Ross, que alertou para “o perigo da excessiva intervenção estatal no setor do petróleo”. E ainda, falando sobre os países produtores de petróleo, Ross lembrou que as divisas obtidas por eles costumam ser muito elevadas, e isto ocorrendo, os governos detêm fortunas que podem comprar apoio popular e caírem na tentação de impor uma ditadura.

Assim, tudo começou estimulando imoralidade da reeleição de FHC e se ampliando com a eleição de Lula da Silva. Então, a estatal ícone do nacionalismo brasileiro entrou na Era Faraônica da pelegagem, com aparelhamento, roubalheira, escravismo e para levar adiante o projeto fascistóide dos “20 anos de poder Petista”.

O ideólogo da ditadura petista, José Dirceu – primeiro ministro do Governo Lula, na Casa Civil da Presidência – escalou o secretário-geral do PT, Silvio Pereira para encontrar um funcionário da Petrobras, simpatizante, para ser seu agente corruptor na diretoria de serviços, que controla seis importantes áreas, de pessoal à compra de equipamentos.

O nome para montar o esquema de arrecadação para o PT foi descoberto por Silvinho “Land-Rover” na gerência de contratos, Renato Duque, habilitado, pela ambição e capacidade de trabalho, para assumir a tarefa.

De saída, Duque entregou uma gerência especial para Pedro Barusco, igualmente apto para implantar os caça-níqueis (caça-milhões, é melhor dito) e guardar um quinhão no próprio bolso.

O vôo da devassidão decolou em céu de brigadeiro, na presidência de Sérgio Gabrielli, do mesmo naipe. A suspeita gestão de Gabrielli acumulou a presença de Nestor Cerveró, Renato Duque e Paulo Roberto Costa ocupando diretorias; a desonesta compra de Pasadena, a formação do “Clube das Empreiteiras” e aplainou os campos de corrupção da Comperj e das refinarias Abreu e Lima, Premium I e II.

As sete empreiteiras do “Clube” enveloparam os projetos de Lula e Gabrielli e passaram a ser os doadores “seniores” das campanhas eleitorais do PT, abarrotando os cofres do partido e enchendo os bolsos dos pelegos aparelhados e dos hierarcas lulo-petistas.

Poder-se-á achar sectário ou para incitar o proselitismo oposicionista, lembrar que nesta época, a atual presidente Dilma Rousseff presidia o Conselho de Administração, assumindo tudo o que foi feito. Mas está registrado nos anais da empresa e num triste capítulo da História do Brasil. Entretanto, dizer ou escrever isto é perigoso, tão arriscado que nem os delatores da Operação Lava-Jato citam-na.

Duas verdades, porém, não podem ser escondidas muito tempo como a lua e o sol, no profundo pensamento de Buda. Uma delas é o sepulcral silêncio que se abateu sobre Pasadena; e a outra foi a enlouquecida e inexplicável defesa feita por Dilma blindando a presidente da estatal Graça Foster, sucessora de Gabrielli.

Dessa maneira, por indução (e delações posteriores), a ex-presidente Graça Foster escondeu os delitos dos companheiros petistas, ou acumpliciando-se com eles, ou significativamente incompetente no exercício do cargo.

Infelizmente, conto apenas com um pouco mais dos 140 toques do Twitter para falar dos bilhões que escoaram para o “Caixa 1.000” do PT. Mas fica dito que foram fundamentais na reeleição de Lula e nas duas eleições de Dilma Rousseff, tanto ou mais do que quanto às suspeitíssimas urnas eletrônicas.

Somando-se às investigações meticulosas da Polícia Federal e ao competente exame analítico do Ministério Público Federal na Operação Lava-Jato, o jornalismo investigativo publica para quem quiser conferir, esses valores estratosféricos da roubalheira que afundaram a Petrobras.

O assalto ao patrimônio nacional não se restringe às tenebrosas transações envolvendo a Petrobras. O esboço do “Caixa 1.000” cobriu também o Ministério da Saúde, a Eletrobrás, os Correios, fundos de Pensão e o BNDES, uma caixinha de Pandora, portadora de crimes antinacionais inimagináveis.

Estas razões expressam o meu apoio incondicional às manifestações populares das ruas contra a corrupção, e indicam reais motivos para o impeachment de Dilma, que a miopia da vista cansada de FHC não enxerga…

Barbosa Lima Sobrinho, de volta!

Miranda Sá (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Nunca se precisou tanto trazer Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho de volta, ressuscitando, para ressuscitar a ABI. Foi esta a brilhante idéia de formar uma chapa com seu nome para concorrer às eleições na combalida Casa do Jornalista.

Faz-se necessário um retorno à afirmação histórica da entidade máxima dos jornalistas brasileiros, após o falecimento de Maurício Azedo, que levou consigo os ideais da Chapa Prudente de Moraes. Será a síntese do que os amantes da ABI esperamos, uma virtuosa relação da independência política, da cultura como meio e da honestidade como um fim.

É preciso restabelecer as relações do respeito e, por que não dizer, a afetividade necessária a reintroduzir a fraternidade que a nossa entidade impôs, sem fúteis vaidades, sem afetações e sem interesses pessoais ou grupistas.

Inesquecíveis, Prudente e Barbosa foram ícones do jornalismo brasileiro, de importância ímpar para a nacionalidade; e Barbosa Lima, um referencial que inspirou várias gerações de brasileiros pelo seu patriotismo, acima da sua intimidade com o jornalismo, mas também como advogado, político e escritor de permanente e centenária atividade.

Homem de vanguarda autêntica, Barbosa Lima Sobrinho foi presidente da ABI antes de Herbert Moses e da Academia de Letras antes de Austregésilo de Athayde, e é hoje o patrono da chapa que conta com a presença do combativo Hélio Fernandes, lutador incansável pela liberdade de imprensa.

Confio que a nova ABI que preconizamos regresse à época em que foi um referencial entre os homens e mulheres dedicados ao bom jornalismo, e volte a entusiasmar os jovens estudantes de Comunicação.

Proponho que a Casa do Jornalista reassuma sua posição em defesa da liberdade de pensamento e sua expressão democrática, que reacenda a proteção dos valores da Ética e da Moralidade públicas; e que preserve a tradição de combater a corrupção, o despotismo, as perseguições injustas e o livre exercício do questionamento e da contestação.

Sinto-me honrado em participar de um movimento que tem Barbosa Lima tutelando. Fui conselheiro com Prudente, com Barbosa e com Azedo, e agora me candidato á reeleição. Ainda em atividade, como blogueiro e formador da opinião pública com mais de 15 mil seguidores nas redes sociais, peço um voto pessoal, que seja estendido coletivamente aos participantes da Chapa Prudente de Moraes.

 

 

 

Marcos Valle – Samba de Verão