Arquivo do mês: abril 2011
Edward Elgar – Pomp And Circumstance
Música para os príncipes
Nesta sexta feira, um ar de contos de fadas envolveu o mundo, por conta do casamento real. E a trilha sonora do enlace ficou por conta, claro, dos compositores britânicos. Na Abadia de Westminster, tocou a London Chamber Orchestra, sob a regência de Christopher Warren-Green, reforçada pelos corais da Abadia e da Capela Real, além de uma fanfarra da Banda da Royal Air Force.
Warren-Green é useiro e vezeiro das cerimônias reais: regeu a LCO no casamento de Charles com Camilla e nas celebrações dos aniversários de 60 anos do Príncipe e dos 80 da Rainha.
Ao longo da semana, choveram tentativas de adivinhação – britânicos amam apostas – em torno do menu musical do casamento. Um ponto era praticamente certo: as escolhas seriam feitas na área mais conservadora. O crítico do Globe J.D. Considine apostou na peça de Hubert Parry, Jerusalem, cuja letra é uma adaptação de um poema de William Blake – provavelmente, disse ele, “o mais famoso hino anglicano, e uma exaltação à nação britânica”. O crítico também jogou fichas na encomenda de alguma peça – “de John Rutter, acredito, o mais famoso compositor contemporâneo de música coral, ou John Taveners”. Considine listou ainda peças de Handel, William Byrd, Henry Purcell com boas chances de serem escolhidas. Laura Trevelyan, correspondente da BBC em Nova York, levantou a possibilidade da escolha ser baseada no programa do casamento de Charles e Diana, que tinha – uma escolha da noiva – o hino I Vow to Thee My Country.
E a divulgação oficial da programação saiu, confirmando o caráter mais tradicional da escolha e a encomenda de algumas obras – tudo de compositores britânicos, com exceção de Bach e de Handel, alemão que viveu na Inglaterra a maior parte de sua vida e que está sepultado na Abadia de Westminster.
Antes da cerimônia, peças para órgão de Bach, Elgar e do atual compositor da corte (sim, existe um!), Sir Peter Maxwell Davies. Em seguida, sete obras para orquestra, de Elgar, Britten, Ralph Vaughan Williams, Frederick Delius, Gerald Finzi; na entrada dos noivos e da familia real, March from The Birds de Sir Charles Hubert Hastings Parry, e Prelude on Rhosymedre de Ralph Vaughan Williams. A entrada de Kate foi marcada por outra peça de Parry, I was glad. Depois dos hinos – entre os quais esteve, sim, Jerusalem – vieram as peças especialmente encomendadas a John Rutter (um especialista em música coral) e Paul Mealor (um escocês que vive na Ilha de Anglesey, ou seja, é vizinho do casal real). A cerimônia prosseguiu com outra peça de Parry, Blest pair of Sirens, com letra de John Milton.
Ricardo Prado, do Blog Site do Maestro
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Primeiras páginas_30.abr.11
O GLOBO – Quase 14 milhões de brasileiros analfabetos
FOLHA DE SÃO PAULO – Governo altera as regras para quem troca de plano de saúde
O ESTADO DE SÃO PAULO – Governo prepara alternativas para o Código Florestal
CORREIO BRAZILIENSE – Servidores dão golpe de R$ 30 milhões na Receita
ESTADO DE MINAS – ANS facilita a migração entre planos
JORNAL DO COMMERCIO (PE) – Novas regras facilitam troca de plano de saúde
ZERO HORA – ANS amplia regras de portabilidade de carências
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Florbela Espanca
Ao Vento
O vento passa a rir, torna a passar,
Em gargalhadas ásperas de demente;
E esta minh’alma trágica e doente
Não sabe se há-de rir, se há-de chorar!
Vento de voz tristonha, voz plangente,
Vento que ris de mim, sempre a troçar,
Vento que ris do mundo e do amar,
A tua voz tortura toda a gente!…
Vale-te mais chorar, meu pobre amigo!
Desabafa essa dor a sós comigo,
E não rias assim!… Ó vento, chora!
Que eu bem conheço, amigo, esse fadário
Do nosso peito ser como um Calvário,
E a gente andar a rir p’la vida fora!…
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Primeiras páginas_29.abr.11
O GLOBO – Acusado de vazamento de dossiês presidirá PT
FOLHA DE SÃO PAULO – Ata do BC aponta taxas de juros mais altas e por maior tempo
O ESTADO DE SÃO PAULO – Senador que preside Conselho de Ética assinou atos secretos
CORREIO BRAZILIENSE – Mensalão? que Mensalão? Delúbio voltará ao PT
VALOR ECONÔMICO – Divisão do 1º de Maio reproduz disputa de centrais por R$ 102 milhões
ESTADO DE MINAS – Xeque-mate nos ‘borrachudos’
JORNAL DO COMMERCIO (PE) – PT ri do mensalão e festeja Delúbio
ZERO HORA – Delúbio prestes a voltar ao PT
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Cecília Meireles
NOTURNO
Quem tem coragem de perguntar, na noite imensa?
E que valem as árvores, as casas, a chuva, o pequeno transeunte?
Que vale o pensamento humano,
esforçado e vencido,
na turbulência das horas?
Que valem a conversa apenas murmurada,
a erma ternura, os delicados adeuses?
Que valem as pálpebras da tímida esperança,
orvalhadas de trêmulo sal?
O sangue e a lágrima são pequenos cristais sutis,
no profundo diagrama.
E o homem tão inutilmente pensante e pensado
só tem a tristeza para distingui-lo.
Porque havia nas úmidas paragens
animais adormecidos, com o mesmo mistério humano:
grandes como pórticos, suaves como veludo,
mas sem lembranças históricas,
sem compromissos de viver.
Grandes animais sem passado, sem antecedentes,
puros e límpidos,
apenas com o peso do trabalho em seus poderosos flancos
e noções de água e de primavera nas tranqüilas narinas
e na seda longa das crinas desfraldadas.
Mas a noite desmanchava-se no oriente,
cheia de flores amarelas e vermelhas.
E os cavalos erguiam, entre mil sonhos vacilantes,
erguiam no ar a vigorosa cabeça,
e começavam a puxar as imensas rodas do dia.
Ah! o despertar dos animais no vasto campo!
Este sair do sono, este continuar da vida!
O caminho que vai das pastagens etéreas da noite
ao claro dia da humana vassalagem!
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Primeiras páginas_28.abr.11
O GLOBO – Ministro diz que INSS vai cortar pensões
FOLHA DE SÃO PAULO – Aneel autoriza energia a subir mais que o pedido
O ESTADO DE SÃO PAULO – Falta de remédio de alto custo gera ações
CORREIO BRAZILIENSE – Suplente é de coligação, decide STF
VALOR ECONÔMICO – Conselho de Ética é instalado sob descrédito
ESTADO DE MINAS – Supremo decide que vaga de suplente é da coligação
JORNAL DO COMMERCIO (PE) – Falta leito até em hospital particular
ZERO HORA – Conselho de Ética tem 13 aliados de Sarney
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Manuel Bandeira
Testamento
O que não tenho e desejo
É que melhor me enriquece.
Tive uns dinheiros – perdi-os…
Tive amores – esqueci-os.
Mas no maior desespero
Rezei: ganhei essa prece.
Vi terras da minha terra.
Por outras terras andei.
Mas o que ficou marcado
No meu olhar fatigado,
Foram terras que inventei.
Gosto muito de crianças:
Não tive um filho de meu.
Um filho!… Não foi de jeito…
Mas trago dentro do peito
Meu filho que não nasceu.
Criou-me, desde eu menino
Para arquiteto meu pai.
Foi-se-me um dia a saúde…
Fiz-me arquiteto? Não pude!
Sou poeta menor, perdoai!
Não faço versos de guerra.
Não faço porque não sei.
Mas num torpedo-suicida
Darei de bom grado a vida
Na luta em que não lutei!
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Primeiras páginas_27.abr.11
O GLOBO – Dilma abandona dogma do PT e privatiza aeroportos
FOLHA DE SÃO PAULO – Ex-investigado, Renan vai cuidar de ética no Senado
O ESTADO DE SÃO PAULO – Renan Calheiros no Conselho de Ética do Senado
CORREIO BRAZILIENSE – Dilma vai privatizar aeroporto de Brasília
VALOR ECONÔMICO – Governo abriga demandas ruralistas no texto do Código
ESTADO DE MINAS – Mais rigor na Ficha Limpa
JORNAL DO COMMERCIO (PE) – O bullying na visão de Requião
ZERO HORA – Investigados passam a zelar pela Ética do Senado
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Vinícius de Morais
O POETA E A LUA
Em meio a um cristal de ecos
O poeta vai pela rua
Seus olhos verdes de éter
Abrem cavernas na lua.
A lua volta de flanco
Eriçada de luxúria
O poeta, aloucado e branco
Palpa as nádegas da lua.
Entre as esfera nitentes
Tremeluzem pelos fulvos
O poeta, de olhar dormente
Entreabre o pente da lua.
Em frouxos de luz e água
Palpita a ferida crua
O poeta todo se lava
De palidez e doçura.
Ardente e desesperada
A lua vira em decúbito
A vinda lenta do espasmo
Aguça as pontas da lua.
O poeta afaga-lhe os braços
E o ventre que se menstrua
A lua se curva em arco
Num delírio de luxúria.
O gozo aumenta de súbito
Em frêmitos que perduram
A lua vira o outro quarto
E fica de frente, nua.
O orgasmo desce do espaço
Desfeito em estrelas e nuvens
Nos ventos do mar perpassa
Um salso cheiro de lua
E a lua, no êxtase, cresce
Se dilata e alteia e estua
O poeta se deixa em prece
Ante a beleza da lua.
Depois a lua adormece
E míngua e se apazigua…
O poeta desaparece
Envolto em cantos e plumas
Enquanto a noite enlouquece
No seu claustro de ciúmes.
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Primeiras páginas_26.abr.11
FOLHA DE SÃO PAULO – Presidente diz que inflação traz ‘imensa preocupação’
O GLOBO – Bancos desafiam BC e abrem guerra por crédito a servidor
O ESTADO DE SÃO PAULO – Projeção de inflação sobe de 4,8% para 6,3% em 1 ano
CORREIO BRAZILIENSE – O dragão da inflação contra a ex-guerrilheira
VALOR ECONÔMICO – Cientistas querem adiar votação do Código Florestal
ESTADO DE MINAS – Cesta fica mais cara em BH
JORNAL DO COMMERCIO – Previdência ainda deve benefício a aposentados
ZERO HORA – Tumulto e atrasos no Salgado Filho
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