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DA EXPERIÊNCIA

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Venho atender a curiosidade dos mais jovens, sobre as memórias que trouxe no artigo “Estupidez”, lembrando o tempo antigo, o “meu” tempo, muito diferente do que convivo atualmente.

As doces (e também amargas) lembranças de quando o futuro parecia traçado mesmo com obstáculos casuais, transmito sempre a quem interessar possa…. Até considero uma obrigação fazê-lo para as gerações posteriores.

Filosofando, vejo que o olhar para o passado começa a partir das palavras; da sinonímia defasada entre “juventude” e “mocidade” que divide gerações. Castro Alves falou de “Mocidade”; três gerações após falava-se de “Juventude”. Rui Barbosa nos legou a bela “Oração aos Moços” e mais tarde, contra a guerra que nos ameaçava, adolescentes cantávamos: – “Jovens do vasto mundo/ Nós cantamos o Hino da Paz…”

Entretanto, para relembrar o passado é preciso trazer a Experiência, o armazenamento mental de coisas, fatos e pessoas, como escreveu Bertrand Russel: – “A memória que prolonga a nossa personalidade, recuando-a no tempo, é a memória da nossa experiência”.

“Experiência” como verbete dicionarizado é um substantivo feminino vindo do latim, “experientia“, derivada do verbo “experiri“, que significa “testar, experimentar”. São muitos os seus conceitos, tal como bagagem, competência, ensaio, prática, prova, significados, traquejo, vivência.

O “eu” e as suas sensações para atos e fatos concretos, não é mera conjectura e impressão, mas a conservação de informações sobre os acontecimentos; mas, por falta de um aprendizado técnico ou do mimetismo natural para gravar o cotidiano, nem todos possuem a mestria do lembrar-o-que-ocorreu.

Os cérebros de todas as pessoas são dotados igualmente de alegrias e tristezas, aversões e desejos, dores e prazeres, mas a maioria destes sentimentos se manifestam despreocupadamente. Tais acontecimentos acumulam tudo o que a formação biológica pressupõe no sistema espaço-tempo.

Muitos carregam tais lembranças na mente pensante; mas, para não “academizar”, – olha o neologismo aí, @profeborto – vejo a necessidade e a obrigação de quem as viveu, transmiti-las a quem deseje ouvi-las.

A História da Humanidade registra que nas sociedades primitivas sem escrita, havia pessoas que transmitiam de memória às crianças mitos, genealogias e tradições pela oralidade. Eram os “contadores de histórias” que exerciam um papel fundamental na preservação da memória coletiva.

Nas primeiras civilizações mesopotâmias e egípcia surgiu a escrita, e o saber ancestral passou a ser registrado em argila, pedra e pergaminho e, pela experiência adquirida, os relatos foram aprimorados, como temos na Epopeia de Gilgamesh e mais tarde, na Ilíada. Assim, os “cantadores” foram substituídos mais refinadamente pelos escribas e poetas.

Da Grécia Antiga, herdamos a História do século 5 até o século 4, de Heródoto, Tucídides, Posidônio, Políbio e Zózimo.  Estudos e pesquisas revelam cerca de 856 historiadores gregos, incluídos os mitógrafos e cronistas.

As epopeias cederam lugar à História, numa transição que marca o nascimento da literatura. Passou-se a refinar a linguagem, criar personagens e refletir sobre o mundo, transformando antigas tradições orais em arte escrita. Conservou-se um rico acervo literário de contistas e fabulistas ocidentais e orientais.

Lembramos as alegorias de Esopo cujas fábulas com animais transmitem lições morais, e na Idade Moderna, La Fontaine, que adaptou esse legado à França do seu tempo. Da Índia nos chega o “Panchatantra“, coletânea de histórias de Vishnu Sharma, com forte teor pedagógico; e, na China, a adaptação da tradição oral nos “contos de sabedoria” de Zhuangzi.

Esta herança viva da literatura atende a curiosidade das novas gerações. Torna-se uma ligação temporal do presente com o passado, incorporada pela experiência reforçada pela memória e retocada pelo estilo.

Assim, mais do que palavras jogadas fora em mesa do bar nos tempos da brilhantina, no fim do trabalho ou após um filme avant garde, na madrugada, será preferível ir aos clássicos e neles encontrar lições como a que nos deixou Eleanor Roosevelt: “Se alguém trai você uma vez, a culpa é dele. Se trai duas vezes, a culpa é sua”.

Na filosofia cantada, que vem sendo lembrada no seriado que a Globoplay traz sobre Raul Seixas (embora fraca como biografia e rica de colagens repetitivas) também nos leva à experiência de enfrentar cantando o Sistema…

Muito me alegraria se a experiência conscientizasse que os jovens curiosos decidissem lutar contra a traição costumeira de Jair e Lula, e zumbizassem como a mosca de Raul na sopa desses fantoches do Sistema.

 

 

 

 

 

 

DOS TRIBUNAIS

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Ao longo da História encontramos tribunais, seus julgamentos e sentenças ilustrando o Direito. Isto, em várias culturas e épocas diferentes. Como verbete dicionarizado, Tribunal é um substantivo masculino de etimologia latina, “tribunal”, palavra originária de “tribus“, a jurisdição primitiva dos romanos.

Como órgãos decisórios, os tribunais se compõem de um ou de vários juízes que julgam conjuntamente; estes protagonistas intitulam-se magistrados que emitem sentenças; monocraticamente, coletivas em plenário ou atendendo a decisão de um júri especialmente convocado.

No perder dos tempos o Tribunal foi a cadeira onde se assentavam os monarcas. Ficou famoso então o julgamento das duas mulheres que disputavam a maternidade de um bebê pelo rei Salomão, ambas alegando ser mãe do mesmo filho após a morte do outro bebê. Salomão sacou duma espada e propôs dividir a criança ao meio; a mãe de verdade implorou pela vida da criança, propondo que se entregasse o bebê à outra; diante disto, o juízo do Rei viu o instinto amoroso materno revelado e entregou-lhe o filho. Este julgamento tornou-se o símbolo da Justiça relatado na Bíblia (1 Reis 3:16-28).

Os deuses mitológicos da Grécia Antiga também julgavam. Há o episódio em que Zeus, o rei dos deuses, julgou a desobediência do Titã Prometeu que roubou o fogo do Olimpo trazendo-o para a Terra a fim de ajudar os humanos; Zeus decidiu puni-lo com o máximo rigor como exemplo para refrear o ímpeto de alguns deuses em ajudar os mortais.

Prometeu foi acorrentado numa rocha, onde diariamente vinha uma águia para comer o seu fígado, órgão que se regenerava à noite estabelecendo um ciclo eterno de sofrimento.

A Justiça está igualmente presente nos Evangelhos que relatam o julgamento de Jesus Cristo no Sinédrio, presidido pelo sumo sacerdote Caifás; segundo o relato, consumou-se uma sentença irregular, com acusações de falsas testemunhas por blasfêmia, por declarar-se “Filho de Deus”.

Como os fariseus não tinham autoridade para aplicar a pena de morte, levaram Jesus a Pôncio Pilatos, governador romano. Pilatos, mesmo percebendo a ausência de crime contra o Estado, cedeu à pressão da multidão incitada pelos escribas, contemporizando ao transferir a decisão para o rei Herodes. Este fez apenas chacota com Jesus e o mandou de volta a Pilatos. Este, enfim, lavou as mãos e autorizou a crucificação.

O cristianismo imperial da Igreja Católica Apostólica Romana estabeleceu os tribunais do Santo Ofício da Inquisição, um grupo de instituições formando um sistema jurídico com a tarefa de combater heresias e castigar os hereges para manter a ortodoxia religiosa.

Os absurdos eclesiásticos atingiram o máximo quando, em 1633, Galileu Galilei foi julgado e condenado como herege pela “Santa Inquisição” por defender o heliocentrismo — a ideia de que a Terra gira em torno do Sol — uma verdade astronômica.

Conflitos entre a ideologia e a Ciência do Direito, registram os tribunais de exceção que deslustraram a Revolução Francesa, tão rica no idealismo libertário e na defesa dos direitos humanos. Estabeleceram a Era do Terror (1793–1794) julgando sumariamente suspeitos defensores da monarquia. A repressão jurídica se fez sob o argumento de consolidar a República.

Na contemporaneidade tivemos na década de 1920, dois exemplos degradantes: o julgamento que condenou à morte os sindicalistas Sacco e Vanzetti acusados falsamente de roubo e assassinato marcado pelo preconceito xenófobo nos EUA, aos imigrantes italianos.

Ao mesmo tempo, na URSS stalinista, registraram-se os Processos de Moscou entre 1936 e 1938. Estes tiveram o propósito de Stálin de eliminar antigos revolucionários companheiros de Lênin que lhe faziam oposição. Foram acusados de “sabotar” os planos econômicos e fuzilados para consolidar o poder absoluto de Stalin, feito em nome da defesa do socialismo…

O nazismo não poderia ficar de fora do arbítrio judiciário. Mal assumidos ao poder, em 1933, montaram o “Tribunal do Povo” mostrando a atuação fraudulenta após seus agentes incendiarem o Reichstag para acusar os opositores e legitimar a repressão gestapeana. Um dos Julgamentos, com o fito de defender o Reich dos Mil Anos, foi desmoralizado pelo sindicalista búlgaro, Georgi Dimitrov, tornado o símbolo do anti-nazismo como personagem do livro “A Defesa Acusa”.

Deve-se a um Tribunal, o STF, a volta da censura no Brasil; é triste constatar. Decidiu em reunião fechada um contradição dialética: uma sentença baixada com o argumento de “defender” a Democracia calando a opinião pública.

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DA ESTUPIDEZ

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Todas as exceções confirmam a regra de que toda regra tem exceção…. Não sei se vale para as conversas de bar, principalmente quando termina a última sessão do cinema e os cinéfilos discutem os “filmes de arte”, reconhecidos como tais por uma meia dúzia de três ou quatro críticos.

Bem. Estou falando de um tempo antigo, do “meu” tempo, quando também se macaqueou a “happy hour” dos gringos, com a desculpa para deixar o trânsito amainar. Então se começava com o Chopp apreciado devagarinho ou com whisky diluído em água com gás. E assim se iniciava um papo ameno que, aos poucos, se alteava num crescendo, e a conversa de bar virava conversa de bêbado.

Descrevo coisas do Rio, lembrando que o bom é que tudo terminava às gargalhadas, abraços e “atés amanhãs”.  … Saudades daqueles tempos….

Fico imaginando como se faz hoje em encontros protagonizados pelos extremistas bolsopetistas, assumindo-se fraudulentamente como de “direita” e de “esquerda” (entre aspas, pois me refiro a bolsonaristas e lulistas que não são conservadores nem progressistas). Estes assumem o que Stanislaw Ponte Preta considerou: – “Conversa de bêbado não tem dono”.

Uma coisa, porém, é certa. Com vistas à geopolítica física, comprovamos uma curiosa situação: nas conversas de bar desses “falsos adversários” dá-se um fim à hipótese matemática de que as paralelas se tocam no infinito. A estupidez leva-os a se juntar. Os dois lados defendem de uma maneira ou outra, a invasão russa na Ucrânia ou o ataque “preventivo” de Israel ao Irã.

Não podem esconder também alianças táticas em muitas outras situações. O bolsopetismo se iguala na política, seja internacional ou nacional; uma com base nas doutrinas da “guerra fria” há muito acabada, mas rediviva entre os semialfabetizados, e, de outro lado, remoem a visão anti-imperialista há muito ultrapassada….

Digladiando-se eleitoralmente para enganar os trouxas, arrebanhar fanáticos e recrutar mercenários, a obscena nudez do lulopetismo e do bolsonarismo está exposta além das conversas de bar. Está escancarada até nas redes sociais.

Não é para menos. Lembro o aforismo de Mark Twain afirmando que quatro quintos da humanidade é formada de desorientados. Fico imaginando este percentual de estúpidos pelo mundo afora…. No Brasil, pelas preferências eleitorais que as pesquisas divulgam, são milhões.

Para conhecer esta realidade que se hospeda nos quartos de fundo da política não é necessária uma observação acurada ou investigação policialesca; é transparente na mídia televisiva e na decadente mídia impressa.

Os “especialistas em tudo”, da Globo News e da CNN, chegam à insensatez de criticar a maior conquista da civilização, a Declaração dos Direitos do Homem; também os magistrados “garantistas” não se acanham de defender os políticos corruptos e chefes do tráfico, perdoando propinas e evitando prisões.

Até na Medicina se vê médicos que por ideologia distorcida ou falta dos estudos necessários ao profissionalismo, assumirem o negativismo científico, negando a eficácia das vacinas.

Temos também a tristeza de ver a cegueira fanática dos defensores da estúpida censura nas redes sociais, uma maquinação do Sistema para impedir críticas e denúncias ao poder, sufocando a liberdade de expressão.

O arbítrio repressivo vem acompanhado do argumento que aponta a presença na web de delinquentes, pedófilos e difamadores, ínfima minoria para quem a legislação vigente no código penal tipifica punições.

Os abusadores despóticos se qualificam como aqueles que enganam a si próprios, os que desvalorizam a liberdade, nostálgicos da escravidão, os que sofrem de ignorância histórica, e muitos que vendem opiniões. Todos vestindo igual camiseta da Estupidez.

“Elles” e “ellas” nos levam a relembrar máximas decoradas no curso secundário como o inesquecível enunciado do sábio Aristófanes: – “A juventude envelhece, a imaturidade é superada, a ignorância pode ser educada e a embriaguez passa, porém, a estupidez é eterna.”

DOS DRAGÕES

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

No plano internacional, lembro Dwight D. Eisenhower, quando presidente dos Estados Unidos, fez no fim do seu mandato uma autocrítica digna de citação, dizendo que um dos maiores erros e mais notáveis que cometeu foi em não ter dado prioridade à Educação.

O herói da guerra contra o nazifascismo conscientizou-se de que somente com a Educação poderemos manter a Democracia e programar o desenvolvimento econômico. Tivemos também um presidente que se preocupou com isto, presidente Epitácio Pessoa, semeador de escolas públicas Brasil afora. Mais tarde, não custa louvar Brizola e Darcy Ribeiro que com os CIEPs revolucionaram o Rio de Janeiro.

Estas personalidades nos ensinaram a eliminar os dragões da ignorância que se aninham ameaçadores ao lado de 60% de analfabetos funcionais no País; e são aliados dos populismos auto assumidos fraudulentamente como “de direita” e “de esquerda”.

Neste segundo milênio da era cristã, com o fervilhar de notáveis avanços científicos e o surgimento de grandiosos aparatos tecnológicos, a nossa Pátria Mãe acolhe na Praça dos Três Poderes, em Brasília, o ninho do dragão.

Era desconhecido entre nós; foi o populismo corrupto que trouxe o maligno, porque há dragões bons e maus. A palavra “Dragão”, dicionarizada em português, é um substantivo masculino de origem no grego antigo “δράκων” (drákōn), que significa “serpente” ou “grande serpente”.

Estas criaturas mitológicas ocupam importante referência em diversas culturas. Na tradição chinesa, o dragão, conhecido como “long” (龍), é uma criatura benevolente associada à água e ao controle das chuvas, simbolizando poder, sabedoria e prosperidade. No Japão, os dragões, chamados “ryū” (竜), compartilham semelhanças com os chineses.

Nas civilizações pré-colombianas da Mesoamérica, destaca-se a figura da Serpente Emplumada. Entre os astecas, era conhecida como Quetzalcóatl, e entre os maias, como Kukulkán; em ambas culturas, eram associados à fertilidade, ao vento, à chuva e à criação do mundo.

No reverso, os dragões eram geralmente vistos pelas antigas civilizações do Oriente Médio como encarnações do mal. Nos mitos sumérios, por exemplo, frequentemente cometiam grandes crimes; e, na antiga Mesopotâmia, havia também uma associação de dragões com o mal e o caos.

O nosso, escamado de ignorância e com os chifres da obtusidade, aqui chegou para mergulhar o Brasil no pântano do semianalfabetísimo. É preciso exterminá-lo pois mantêm o povo cego pelo apedeutismo como desejam os políticos que só sobrevivem graças à insciência e só com o iletrismo podem manobrar o País.

Quem tem olhos de ver e ouvidos de ouvir, sabe o que fazem os populistas que se revezam no poder; não reformulam cientificamente os currículos escolares adaptando-os à nova realidade; não estimulam o alunato e não qualificam os professores, nem os remuneram nos padrões mundiais (em Singapura o piso equivale a R$16 mil).

Sem que isto se faça, tudo continuará no mesmo ramerrão de uma política educacional de fachada, abandonando projetos futuros de desenvolvimento econômico como o mundo assistiu os Tigres Asiáticos fazerem com a sua revolução educacional.

É por isto que peço licença aos críticos de Leonel Brizola, para citá-lo novamente quando disse que “a educação é o único caminho para emancipar o homem; desenvolvimento sem educação é criar riquezas apenas para alguns privilegiados”.

Para liquidar o Dragão da Incultura e esmagar os seus ovos no serpentário do cenário político da distorcida concepção de Democracia, da corrupção desenfreada e da multiplicação dos impostos, é preciso seguir o conselho de José Saramago.

Ensinou o grande intelectual português, prêmio Nobel de Literatura, que: – “A única maneira de liquidar o dragão é cortar-lhe a cabeça, aparar-lhe as unhas não serve de nada” ….

 

 

DOS SIGILOS

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Como amante da Democracia e da Liberdade ponho-me decididamente contra a decretação de sigilos nos governos, sejam emitidos por quem quer que seja; considero esta medida criminosa, vindo da direita ou da esquerda, ou de um partido político qualquer. É uma delinquência esconder fatos para livrar a cara de alguém chegado ao poder, pessoa que é preservada pelo segredo por causa de ações danosas ao patrimônio público.

Fugindo dos sigilos, informo que pela primeira vez, desde que passei a divulgar textos nas redes sociais, invoquei a IA em pesquisa feita sobre a corrida dos nazistas sobre a bomba atômica, que, se descoberta por eles, teria mudado o curso da História…

É um segredo, mantido debaixo de sete chaves, que ocorreu na Segunda Guerra Mundial sobre a pesquisa feita pela Alemanha nazista para a desintegração do átomo, acumulando os materiais essenciais, como água pesada e o urânio. Foi a estupidez racista de Hitler que salvou a Humanidade; o ditador levou ao exílio e campos de concentração, cientistas, especialmente judeus.

A insanidade fascistóide submissa ao Führer passou a considerar a física nuclear uma “ciência judaica”, resultando em menor prioridade e financiamento insuficiente para as pesquisas. Assim, felizmente, para derrota do mal, deveu-se às disputas internas pelo poder político e a desorganização administrativa a incompreensão do alto comando militar e do próprio Hitler o fracasso do projeto.

Ficou em segredo e é pouco divulgada, rareando na literatura e nos documentários televisivos…. Manteve-se algum tempo o Sigilo que, como verbete dicionarizado, é um substantivo masculino de etimologia latina, “sigillum“, que significa “selo” ou “sinete”. Nos idiomas lusófonos, o Brasilês define como segredo o que se mantém oculto; o que não se mostra, nem se conhece; acontecimento ou coisa que não pode ser revelado ou divulgado.

Outro capítulo que assombrou no século passado, ocorreu na antiga URSS. Foi o “Relatório Secreto”, apresentado por Nikita Khrushchov no XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 25 de fevereiro de 1956. Revelou segredos pairavam sobre as repúblicas soviéticas e que o mundo desconhecia: as atrocidades do stalinismo, as repressões em massa, os campos de concentração, os expurgos de hierarcas da nomenclatura e o culto da personalidade.

O título do Relatório é uma verdadeira sinopse: “Sobre o culto à personalidade e suas consequências”. Dessa maneira, o discurso de Khrushchov, então secretário-geral do partido, marcou o início da desestalinização na URSS, levando à libertação de prisioneiros políticos e a uma maior abertura política.

Pelas repercussões internacionais, provocou a Revolução Húngara de 1956 e a cisão sino-soviética, terminando por instalar a glasnost (abertura política) promovida por Mikhail Gorbatchov.

Como repetição caricata da História, uma pesquisa inédita avaliou os 1.379 sigilos decretados entre 2015 e 2022, 80% deles impostos pelo Governo Bolsonaro. A maior quantidade de sigilos de cem anos foi decretada em 2021. É inegável que tais medidas representam um crime contra a nacionalidade escondendo o que devia ser público.

O êmulo de Jair na imunda polarização eleitoral, Lula da Silva, descondenado após prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, adotou medidas semelhantes decretando sigilos em diversos casos ao assumir a presidência da República. Como são iguais!

Não sei qual dos dois é pior. Comparando, vê-se que Lula criticou na campanha eleitoral os sigilos do antecessor, mas acrescentou aos segredos visitas dos filhos e os gastos da mulher amada.

E fez coisa que resvala no crime, escondendo a desenfreada corrupção ao decretar sigilo de R$ 600 bilhões em gastos que incluem ONGs amigas, segundo do Estúdio I da GNews…; e procura distorcer e esconder a roubalheira no INSS. Para impedir a divulgação dos segredos dos seus fantoches, o Sistema quer a censura nas redes sociais, e para isto, Lula pediu ao presidente chinês Xi Jin Ping, um especialista em repressão da Web.

DO HUMOR

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Estive passando a vista na excelente antologia História da Caricatura Brasileira onde o Humor está presente, lembrei-me da observação de Aldous Huxley ao constatar que as paródias e as caricaturas são as formas mais agudas de crítica.

E senti que o Humor está perdendo os caricaturistas, humoristas e menestréis temerosos de repressão sócio-política do regime judicial que infelizmente sofremos na atualidade brasileira.

Isto sempre ocorreu nos regimes ditatoriais que temem o potencial subversivo que o Humor provoca, com a História da Humanidade registrando que o nazismo na Alemanha criou uma rigorosa censura artística, proibindo obras consideradas “degeneradas” e deviam ser banidas ou destruídas.

É um importante capítulo histórico a “Bücherverbrennung” – queima de livros ocorrida em 10 de maio de 1933 -, no início da tomada do poder por Adolf Hitler. Teve apoio das SS e da Hitlerjugend, Juventude Nazista e Liga das Moças Alemães repugnando autores considerados “não-arianos”.

Foram à fogueira as obras de Brecht, Erich Maria Remarque, Erich Kästner, Freud, Hemingway, Heine, Ibsen, Ricarda Huch, Stefan Zweig e Thomas Man. Lamentando a desgraça o poeta Heinrich Heine alertou: – “Onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas”. O que veio a acontecer.

E, exilado em Londres, o grande Sigmund Freud lamentou a queima de livros pelos nazistas: “Os livros foram queimados nas chamas fumacentas do nosso ódio!”

Indo à minha infância e adolescência encontrei algo interessante: Getúlio Vargas, que como ditador do “Estado Novo” (1937-1945), manteve ferrenhas censura e repressão policial contra críticos ao regime, quando voltou em 1950, eleito pela imensa maioria do eleitorado, afagou artistas, cômicos, humoristas e intelectuais, rindo-se muitas vezes das próprias caricaturas e imitações cômicas em peças teatrais.

Vargas encontrou um seguidor deste abrandamento e convivência com a crítica. O presidente Juscelino Kubitscheck levou ao Palácio o compositor e intérprete Juca Chaves, autor da sátira mordaz e bem-humorada “Presidente Bossa Nova”.

Embora sustentando a censura sobre diversos setores culturais, a ditadura militar (1964-1985), fez vista grossa para “O Pasquim”, semanário humorístico que com o anedotário, caricaturas e quadrinhos fazia críticas gerais, tornando-se um dos símbolos da resistência cultural contra o arbítrio.

Afinal, o Brasil é o Brasil. O povo brasileiro é brincalhão, sempre bem humorado, com uma forma própria de ser ou de estar. Vê o Humor das marchinhas de carnaval e das comédias de teatro, televisão e rádio, como dicionário o define: este substantivo masculino de origem latina, humor,ōris, ‘fluido, linfa’, uma situação orgânica que produz um estado de ânimo nas pessoas.

É esta disposição que representa a aquiescência ao que é cômico ou que provoca riso ao longo da História. Desde a Antiguidade, o Humor é utilizado para satirizar costumes e comportamentos sociais. Como exemplo, temos na Grécia Antiga as comédias de Aristófanes, como “Lisístrata” e “As Rãs“, provocando risos ao criticar os políticos da época.

Vou repetir: vemos que entre nós, o humor perdeu a inspiração dos caricaturistas, humoristas e menestréis, acovardados com a repressão sócio-política do regime judicial instalado no Brasil.

É difícil manter publicações como foi o Pasquim e mesmo na sua expressão literária, como “As Farpas”, de Ramalho Ortigão e Eça de Queirós… É inimaginável publicar-se uma caricatura ou a imitação caricata dos semideuses de toga.

Os amantes da liberdade lamentam que se tornou quase impossível divulgar paródias ou piadas jocosas na mídia impressa, televisiva e radiofônica. Saem pontualmente nas redes socais que não dão acesso do povão, ficando este sem compreender o porquê do silêncio ensurdecedor do STF sobre as fraudes do INSS.

Fica dessa maneira coberto o roubo dos aposentados e pensionistas do INSS pelos pelegos sindicais lulopetistas sem que nenhum seja preso ou restitua os valores do saque; e assim, o Humor, como ferramenta poderosa para questionar e refletir sobre a sociedade, está silenciado.

DA VINGANÇA

MIRANDA SÁ Email: mirandasa@uol.com.br)

Chama-se Vingança qualquer ato danoso contra uma pessoa, castigando-a em desforra por lesões ou ofensa por ela praticados. A palavra tem origem no latim “vindicare“, que significa “reivindicar” ou “defender”, relacionada à “vindicta“, que significa “mostrar autoridade”; gramaticalmente em brasilês é um substantivo feminino usado para resignar uma retaliação praticada como represália.

Tomar uma vingança revela uma decisão pessoal ou coletiva para restaurar a justiça que faltou para punir legalmente alguém que causou um mal. Utiliza-se da força para castigar desgraças físicas ou morais causadas.

A Vingança tem uma presença emocional nas artes dramáticas, mergulhando nas profundezas da psique humana e nos princípios da moralidade ou repressão política. No teatro temos a digna referência com o poeta grego do século V a.C., Eurípides, e a tragédia grega “Medeia”, em que a protagonista, traída pelo marido, busca uma retribuição extrema, evidenciando a intensidade do desejo vingativo.

Na literatura, incluem-se os clássicos shakespearianos das peças Hamlet e “Otelo, o Mouro de Veneza”; e de Alexandre Dumas, o celebrado “Conde de Monte Cristo”. Um clássico no cinema, “Trono Manchado de Sangue”, de Akira Kurosawa, adapta “Macbeth” ao contexto japonês, enfatizando as consequências trágicas da ambição e da retaliação.

Também no cinema, “V” de Vingança tornou-se um clássico. É um filme de ação e suspense, trazendo a realidade virtual sobre o perigo do totalitarismo, da vigilância em massa e da perda da liberdade individual. Sob a direção de James McTeigue e produzido em 2005 por Joel Silver e pelas irmãs Wachowski, autores do roteiro, ambos  possivelmente inspirados no  “1984” de Orwell.

A sinopse descreve a Inglaterra sob uma ditadura impondo um sistema totalitário com táticas terroristas para reprimir qualquer manifestação opositora. Um herói solitário auto assumido como “V”, luta pela liberdade. A história é romantizada quando “V” salva da polícia secreta uma jovem chamada Evey e ela se torna sua aliada na luta pela liberdade e justiça.

No Brasil de hoje, vemos a Vingança adentrar na política brasileira com Lula da Silva, pelego da VW e informante do Dops, segundo Tuma Júnior, até hoje não desmentido, ser descondenado dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro pelos garantistas do STF.

Graças ao apoio dos democratas de Centro, temerosos de perder a liberdade ameaçada pelos golpistas Bolsonaro & Cia., elegeu-se o presidente da República. Empossado, trouxe de volta a gangue do Mensalão e do Petrolão, e com ela voltaram os corruptores das empreiteiras e os corrompidos dos sindicatos e dos movimentos sociais.

Cercado de fanáticos e mercenários, o Descondenado iniciou uma furiosa e irrefreável vingança contra a Operação Lava Jato, seus protagonistas da PF, do MPF e os juízes dos tribunais de primeira e segunda instâncias. Todas as medidas administrativas e reivindicações nacionais desceram ao segundo plano cedendo lugar às ações vingativas, translúcidas como água de esgoto. Quem ainda não observou como é transparente a água de esgoto?

Foi criada, então, uma temporada inimaginável de perseguições contra a Lava Jato, unindo lulopetismo e bolsonarismo como um eixo do mal, para vingar-se de quem mostrou à Nação a face horrenda da corrupção populista.

Assim, com este consórcio da falsa esquerda e da falsa direita formado para punir os inimigos da criminalidade, transparece claramente que a polarização que os confronta é apenas eleitoral. “Elles” agem da mesma maneira quando chegam ao poder: enquanto assaltam o Erário, tramam para subtrair as liberdades democráticas calando os reais opositores.

Estranhamente apoiado pelo sistema jurídico que domina o país, Lula atenta contra a soberania nacional ao dizer claramente que pediu a Xi Jinping um especialista em repressão das redes sociais. Esta censura, fralda de ditaduras nascituras, revolta os amantes da liberdade e impõe o desejo popular de Vingança; vingança que faz parte da obra prima de Lupicínio Rodrigues: “Vingança, vingança, vingança, aos santos clamar!”

 

 

DOS MILAGRES

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

O filósofo David Hume argumentou que milagres são violações das leis naturais e que os testemunhos sobre eles são geralmente pouco confiáveis. Ele afirmou que é mais provável que o testemunho esteja errado do que um milagre realmente tenha ocorrido. (Volume d’ Os Pensadores, editado pela Nova Cultural em 1989).

Hume enfrentou a crítica de alguns teólogos com tímidas referências diversionistas, um deles, Eugen Drewermann, considerando-os “simbólicos” como expressão da psique humana mais do que eventos sobrenaturais…. Outro, Richard Swinburne, defende que a ocorrência dos milagres deve ser defendida pelos crentes como uma cosmovisão teísta…

O campo da religião esquematiza mais ou menos o que expressam estes pensadores da   teologia sistemática (ou dogmática). Como organismos burocraticamente constituídos, o cristianismo, o judaísmo e o islamismo usam relatos de milagres como base das suas crenças.

Com isto, enfrentam a visão naturalista de Spinoza que no seu Tractatus Theologico-Politicus sustenta que tudo ocorre conforme as leis imutáveis da Natureza, e o que chamam “milagres” são eventos pontuais cuja causa desconhecemos.

O Catolicismo medieval exagerou, realçando os milagres de Jesus para dogmatizar a sua divindade; aproveitou-se dos relatos evangélicos pouco confiáveis, mas eficientes para fortalecer a fé dos seus seguidores.

Entre muitas descrições, destacamos milagres porventura praticados pelo Carpinteiro de Nazaré quando vivia entre pescadores no lago da Galileia; fazia-os em nome do “Pai”, como se referia a Deus. Para um evangelista, alimentou com eles milhares de pessoas com alguns poucos pães e peixes (Mateus 14:13-21)… E andou sobre as águas, para acalmar os discípulos em meio à tempestade (Mateus 14:22-33).

A palavra Milagre, como verbete dicionarizado, é um substantivo masculino de etimologia latina “miraculum“, que significa “prodígio, maravilha, coisa extraordinária”; e no nosso brasilês refere-se a um ato ou acontecimento fora do comum, inexplicável pelas leis naturais. Na religião, é qualquer referência de participação divina na vida humana.

Como a Ciência procura entender o mundo pesquisando ocorrências que não deixam dúvidas pela evidência concreta, esbarra na convicção de eventos inexplicáveis que são aceitos convictamente pela crença em coincidências pontuais aceitas pela fé sem ser comprovadas.

Será razoável depositar numa hipotética caixa que recolhe dúvidas, todas as questão discutíveis. Assim ouviríamos Orson Welles sabiamente alertando para a necessidade impositiva de duvidar, dizendo: – “Só os estúpidos têm uma confiança absoluta em si mesmos”.

Cedendo à teoria e apelando mais uma vez para Hume, temos dois níveis explicativos da causalidade; a precisão de uma explicação para fenômenos, e o esclarecimento para a relação entre o fato e o desejo de crer em algo sem comprovar a sua existência.

Concordo que é preciso guardar dúvidas sobre os antigos milagres praticados pelo Deus judaico-cristão, mas gostaria que se Ele os teria feito antigamente, seria razoável que viesse a fazê-los na contemporaneidade.

Isto levou-me à surpresa em saber que na PUC/RJ existe uma cadeira “Ciência da Religião”, e considero importante ver que os teólogos de hoje aceitam a Ciência como a busca para atitudes racionais conforme as leis que a Natureza oferece.

Assim, gostaria de encontrar condições objetivas para que os milagres voltassem a ocorrer; e que fossem através de um Deus cósmico, atemporal e onipresente, para nos encher de alegria fazendo um milagre com os togados do STF que se metem e falam em tudo, quando não deviam. O miraculoso os faria romperem o silêncio (que seria normal não fora a sua parlapatice) diante do roubo tsunâmico no INSS pelos pelegos lulopetistas.

Sem fugir da lógica e sem intervenção divina, eu voltaria a crer em milagres também, se a omissão da Suprema Corte perante a criminalidade fosse considerada por todos brasileiros e brasileiras.

Com esta unanimidade comprovar-se-ia dessa maneira o repúdio nacional ao terrorismo dos corruptos e corruptores instalados nos poderes republicanos….

HABEMOS “CHANCELERA”

mirandasa@uol.com.br

Como ninguém elegeu Janja para coisa alguma ela se assumiu como “Chancelera”, uma virtual e ridícula posição governamental, inexplicavelmente aceita pelos semideuses do STF e sob aplausos da galera do “Aposentão” …

Na China, entre outras besteiras feitas, criou uma rebordosa tal que conseguiu irritar os pacientes milenários chineses, impacientando o presidente Xi Jinping e a 1ª dama chinesa Peng Liyuan, lembrando que anteriormente, diplomatas chineses haviam pedido a ausência dela nas reuniões de cúpula.

Inafastável pela submissão de Lula, durante um encontro do Marido e o Presidente, Janja pediu a palavra para criticar a rede social TikTok, uma das principais plataformas digitais da China (críticas que Trump faz nos EUA).

Recebeu de Xi Jinping uma abrupta e seca resposta: Disse esperar que o Brasil, se considerar necessário, tenha mecanismos legais para regular ou até banir a plataforma.

Segundo os correspondentes que cobrem a visita brasileira na China, este diálogo forçado pela Chancelera criou um constrangimento geral entre os anfitriões e a própria delegação brasileira.

Aqui entre nós pegou tão mal que o comentarista global, Otávio Guedes, sempre comedido em críticas a Lula, disse ao vivo e a cores na GNews que “a primeira-dama do Brasil, Janja protagoniza “climão” em encontro com Xi Jinping. “Simplesmente vontade de exibir poder. […] O brasileiro não deu poder a ela. O Brasil deu poder ao Lula.”

DAS PROCISSÕES

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

A canção de Gilberto Gil, “Procissão”, é um clássico da MPB cuja letra por pressão e covardia do autor, foi modificada três vezes, mas não se perdeu a original que começa assim: “Olha lá vai passando a procissão/ Se arrastando que nem cobra pelo chão/ As pessoas que nela vão passando/ Acreditam nas coisas lá do céu…”

As procissões religiosas são atos de fé e devoção com raízes antigas, remontando ao longo da História manifestações multifacetadas que refletiam a cultura popular das sociedades em que ocorreram.

No antigo Egito, a festa de Opet compreendia uma grande procissão ao longo da avenida das esfinges, onde o deus Amon, sua consorte Mut e filho Khonsu, cada um sobre uma barca dourada, eram levados do templo de Karnak até Luxor.

O budismo leva os seus seguidores a dar voltas silenciosas em torno de uma Árvore Bodhi, invocando forças espirituais para apoio ou proteção. Segundo a tradição, foi sob a árvore sagrada que o primeiro ser humano alcançou a iluminação e onde Siddharta Gautama no século VI antes de Cristo, tornou-se Buda.

Os gregos e romanos as apresentavam em homenagem a Dionísio ou Baco, ao final da colheita das uvas. Do outro lado do Atlântico, os maias realizavam procissões com dança, música, e mesmo sacrifícios humanos, para comemorar diferentes períodos do calendário maia, como o ano novo e eclipses solares.

Também faziam procissões os antigos judeus, na Páscoa, em Pentecostes e na Festa do Tabernáculo. Na Torah são relatadas diversas procissões: (Êxodo 25:10-15, Josué 3:5-6;14-16, Josué 4:4-5;15-18, Josué 6:4, Números 10:33-34).

Este Velho Testamento deixou a tradição de procissões como herança para cristãos, e com o catolicismo elas se multiplicaram, eclodindo na Idade Média com a exibição de imagens e suspeitas relíquias….

Dicionarizado, o verbete Procissão é um substantivo feminino que se refere a um cortejo com pessoas caminhando na mesma orientação de crendice e de roteiro. Este desfile em diversas religiões é organizado pela burocracia sacerdotal com versificadas orações cantadas em refrão.

A etimologia da palavra é latina, “processĭo, -ōnis“, proviniente de “procedere”, no sentido verbal de “ir adiante”, “avançar”, “caminhar”, mencionando pessoas em grupo caminhando de maneira formal ou cerimonial.

Émile Durkheim, psicólogo, filósofo e sociólogo francês que emancipou a Sociologia como autônoma, argumenta que as procissões reforçam a solidariedade entre os membros de uma comunidade.

E esta observação nos leva aos desfiles políticos, marchas cívicas e cortejos religiosos; manifestações que passaram a ser exploradas eleitoralmente nas democracias ou como demonstração de apoio nos regimes totalitários.

Durante muitos anos, assistimos as Marchas de 1º de Maio, em desfiles de protesto e propostas sindicais em defesa dos trabalhadores. Muitas vezes iam às ruas enfrentando a repressão dos governos a serviço do patronato reacionário.

As conquistas do Mercado de Trabalho, lentas, graduais, mas sempre revitalizando e atendendo reivindicações, esvaziaram os slogans revolucionários, afastando os extremistas da movimentação; e a última pá de cal sobre o túmulo do anarco-sindicalismo, foi a criação fascista da pelegagem que mercenarizou os líderes de classe vendidos aos governos ou ao patronato.

Neste Ano do Senhor de 2025, o 1º de Maio trouxe o exemplo mais-do-que-perfeito da degenerescência sindical no Brasil, com os pelegos roubando os aposentados e pensionistas com ajuda governamental, uma ação criminosa que impediu a presença demagógica de Lula da Silva nos comícios esvaziados.

Em verdade, diante da enxurrada de corrupção em seu governo, o traidor da classe trabalhadora, corrompido, corrupto e corruptor nada tinha a dizer a não ser as mentiras marqueteirizadas de sempre.

Isto nos leva à realidade seguindo uma Procissão compromissada em ajudar o novo papa, Leão 14, agostiniano, que quer construir pontes para relacionar toda a gente sem distinção, em defesa da Paz; e assim vislumbra  um mundo melhor.