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DO CÉREBRO

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

A história do cérebro humano mostra que este órgão ficou gradualmente maior em relação ao tamanho do corpo, após a evolução dos primatas para os hominídeos e, finalmente, para o que nós somos hoje.

O caminho percorrido desde anteriores dois milhões de anos, progrediu a partir do Homo erectus, descoberto por Eugène Dubois em Java, na Indonésia, entre 1891 e 1892. Foi classificada como uma espécie asiática, embora tenham sido encontrados fósseis similares na África.

O Homo Erectus já caminhava de forma ereta (daí o seu nome); vivia em pequenos grupos familiares, usava ferramentas de pedra na caça e na coleta, e, provavelmente, dominou o fogo.

Progredindo na linha do tempo, esses ancestrais humanos tinham a capacidade de se comunicar, pois seu cérebro já funcionava comparável à dos humanos modernos; e as pesquisas científicas mostram o cérebro como o centro de controle do corpo, processando informações pelos sentidos, audição, olfato, paladar, tato e visão.

Como verbete dicionarizado, “Cérebro” é um substantivo masculino de etimologia latina “cerĕbru-idem”, órgão anatômico situado na parte anterior e superior do encéfalo, que assume as funções psíquicas, nervosas e a atividade intelectual.

O Cérebro é composto por dois hemisférios (esquerdo e direito) e cinco lobos cerebrais, ficando protegido pelo crânio, suspenso no líquido cefalorraquidiano e isolado da corrente sanguínea pela barreira hematoencefálica.

Atribui-se ao Cérebro a responsabilidade pela atividade natural e especial das emoções, da inteligência, comportamento, linguagem, memória, raciocínio e razão; recebe informações dos sentidos e as processa.

Com esta estrutura, o Cérebro é consequentemente responsável por transmitir os sinais de dor por todo o corpo, mas, em si, não sente dor, limitando-se a satisfazer movimentos corporais e dar pasto aos processos psíquicos que resultam na consciência individual.

É a consciência que leva a pessoa centrar-se na realidade em que vive, e escolher entre servidão ao pensamento dominante ou libertar-se das ilusões e superstições para alcançar a felicidade individual, como pregou Buda.

Como conceito filosófico, a consciência é uma qualidade psíquica, fundamento e modelo de todo o conhecimento, segundo Descartes e o seu truísmo: “penso, logo existo”.

Neste campo da mente e do pensamento humano, o Cérebro é fonte de estudos desde 1882, quando Freud, recém-formado, estudou no Hospital Geral de Viena com Theodor Meynert na clínica psiquiátrica; e, mais tarde, em 1885, com o médico francês Charcot, no Hospital Salpêtrière (Paris, França).

Então surgiu a Psicanálise como método científico descobrindo que os processos psíquicos passam e ficam arquivados de modo inconsciente e assim a Psicologia penetrou na “mitologia do cérebro”, revolvendo a vida psíquica pela análise deste mecanismo.

Todos estamos protagonizando as condições gerais da consciência, por isto, não foi por acaso que Freud escreveu que a humanidade em todo o seu conjunto, era paciente sua. E como pacientes, deitados no divã da curiosidade, estamos nós, conscientes, não integrando a base da massa predisposta ideologicamente à servidão política do culto às personalidades.

Produtos das relações sociais e das suas contradições, somos realmente conscientes das nossas aspirações, coerentemente defensores da liberdade, comportando-nos condizentes na luta contra o oportunismo político e o obscurantismo religioso.

São execráveis a direita reacionária bolsonarista e a enfermiça esquerda lulista, ambas assumindo a ideologia distorcida do populismo.

 

 

 

 

DAS FANTASIAS

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Um cristão autêntico que se destaca pela honestidade nas redes sociais, diferente dos oportunistas fraudulentos que se fingem de “religiosos”, comentou o meu artigo DO DILÚVIO, com uma leve crítica; para ele, não importam as fantasias bíblicas, aceita-as por uma questão de fé.

Com todo respeito, respondi-lhe lembrando a minha avó Zulma que tinha os joelhos calejados por ao pé de uma imagem da Santa Terezinha horas seguidas, demonstrando uma imensa fé na estátua de gesso.

Não quis ofendê-lo, pelo contrário, quis mostrar que as questões de fé vêm de tempos muito remotos, na origem das concepções religiosas, com os nossos ancestrais primitivos se relacionando estreitamente com a Natureza e os seus fenômenos.

Como sabemos, as crenças e práticas nunca são de um só homem, mas coletivas de uma sociedade. A Antropologia registra que os primeiros humanos se sociabilizaram; nunca caçaram ou colheram sozinhos, de maneira que o medo e a fé em objetos defensivos ou para “dar sorte” sempre foram comunitários. Assim constatou Freud no seu livro com os “Totens e Tabus”.

A escuridão noturna e os fenômenos fisiológicos do sono e dos sonhos inquietaram e exigiram uma explicação satisfatória; a explicação veio do matemático, escritor, filósofo e teólogo francês, Blaise Pascal, concebendo que tais preocupações levaram à invenção da alma.

Assim temos o Animismo, a “religião de fraldas”, nas tribos primitivas, limitando-se ideologicamente ao baixo desenvolvimento produtivo, que deu mais força às relações entre as pessoas e mais estreitas e ajustadas com a Natureza reinante.

A partir daí, a História mostra que paralelamente às manifestações religiosas surgiu a sua exploração comercial com a venda de artefatos, objetos de arte, monumentos funerários e imagens de barro ou madeira figurando deuses. Criou-se assim a indústria da idolatria.

Daí em diante a arqueologia vem revelando que o sentimento religioso tomou a direção subjetiva da transferência da divindade incorpórea e inatingível para os monumentos e as inscrições petróglifas (mais tarde pergaminhos e livros) atribuindo a estes um poder mágico aos fetiches.

O avanço civilizatório trouxe uma nova percepção na antiga Grécia nos anos 400 a.C., quando o filósofo e matemático Pitágoras imaginou e pregou a conexão e a união entre a alma individual e a alma divina, com a crença de uma “alma abrangente” de humanos, animais e até de objetos.

Assiste-se a partir de então a evolução vinda desde o primeiro estágio religioso da humanidade até a crença da alma, herança deixada pelos avoengos da cultura ocidental.

No Ocidente, porém, sofremos um processo regressivo da idolatria quando o cristianismo se tornou a religião imperial e a Igreja Católica Romana para atrair devotos, usou ídolos, inclusive apresentando a deusa Isis como se fosse Maria, mãe de Jesus, coroada como “rainha do céu”.

Constata-se mesmo assim que muitas pessoas já não se ajoelham diante de ídolos e imagens colocadas para serem venerados no lugar de Deus e dos santos. A imaterialidade da alma, pregada por Pitágoras, depois aceita e desenvolvida por Spinoza, ensina que Deus e a Natureza são a mesma e única coisa.

Na velha Grécia de Platão e Sócrates, Pitágoras foi condenado ao exílio e teve os seus escritos queimados; e Spinoza foi punido pelas autoridades religiosas judaicas sendo repudiado socialmente. Estas penas exemplificam a intolerância reacionária.

Intolerância presente ainda hoje, em pleno século 21, surfando ultrapassada sobre a massa ignara, e ainda vemos ídolos cultuados em lugar de Deus; o pior, muito pior mesmo, é que essa adoração totêmica se sobrepôs ao religioso, chegando ao culto à personalidade de políticos, como vimos no século passado nos países totalitários e, infelizmente, se estendeu à realidade atual.

A fantasia grotesca dessa decadência intelectual, deixada por Hitler, Mussolini e Stálin, idolatrados pela estupidez dos seus seguidores, revive no Brasil com o fanatismo de baixo QI por Bolsonaro e Lula….

 

 

DA INDULGÊNCIA

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Por sobrarem no porão do meu inconsciente estilhaços dos elétrons poéticos que bombearam poesia na minha juventude, dou um imenso valor às palavras; e sigo o conselho de Carlos Drummond de Andrade: “Se procurar bem, você acaba encontrando não a explicação (duvidosa) da vida, mas a poesia (inexplicável) da vida.

Então fui à UTI da Gramática, visitar a moribunda Indulgência, esquecida até pelos seus parentes próximos, Clemência, Tolerância e Perdão, que frequentam assiduamente o garantismo jurídico do STF…

Encontrei-a como verbete dicionarizado identificada como substantivo feminino de etimologia latina, “Indulgentĭa”, significando manifestar perdão aos erros cometidos pelos outros, indo das três ofensas individuais, calúnia, difamação e injúria até aos crimes hediondos.

A Indulgência é relacionada com a religião, como agente da Igreja Católica vestida de “Indulgência Plenária” para absolver todos os pecados cometidos, tanto em vida quanto na morte, por aquele que cumprir três condições sacramentais, confissão dos pecados; comunhão e orações pelas intenções do Papa.

Encontramos no campo do falso humanismo muita facilidade para perdoar os erros, incorreções, nada que corresponda à ética, a honestidade e a justiça. Da minha parte, recuso-me a ser indulgente com os juízes que não cumprem o seu dever de praticar a justiça boa e perfeita.

Não os perdoo pelas intrigas judiciárias, o favoritismo no julgamento e a politização das interpretações forenses, muitas vezes ilícitas, como a decisão monocrática do ministro Dias Toffoli perdoando as multas de empresários corruptos e corruptores condenados pela Lava Jato.

Não há perdão neste caso anteriormente condenado por Rui Barbosa que disse “O bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz covarde” e foi mais duro quando a covardia abrange todo tribunal, acusando-o: “A pior ditadura é a ditadura do poder judiciário. Contra ela não há a quem apelar!”

E é o que vem ocorrendo com os togados judicializando (ou legislando) segundo seus próprios interesses ao legalizar a participação advocatícia nepótica de parentes íntimos na Corte. Poderíamos correr o rosário dos malfeitos cometidos pelo STF, mas seria enfadonho e não aumentaria a minha punição pela crítica.

Prefiro contar uma historinha que li há tempos, mesmo sem lembrar o nome do autor que descreveu um passeio turístico em Paris, vagueando pelo Jardim de Luxemburgo cercado por prédios históricos que assistiram a Revolução Francesa e a Comuna, a decapitação e os fuzilamentos.

O Palácio da Justiça, ali situado, viveu nos dias de Terror os julgamentos do Tribunal Revolucionário e, defronte (atual Praça da Concórdia), erguia-se o palco onde a guilhotina era o principal protagonista na cena do sacrifício do rei Luiz 16, da rainha Maria Antonieta e cerca de 16.594 pessoas executadas entre junho de 1793 e julho de 1794.

Posteriormente, julgados pelo “Tribunal Revolucionário”, muitos dos revolucionários de primeira hora, como os jacobinos, incessantes denunciadores de oportunistas e corruptos; com eles subiram ao cadafalso os seus líderes, Robespierre, Saint-Just e Couthon….

Tal situação levou Georg Büchner a prescrever que “A revolução é como saturno, devora os seus próprios filhos”, alimento que mais tarde ocorreu na URSS após a morte de Lênin, quando Stálin condenou por “terrorismo trotskista” 14 dirigentes bolcheviques, entre eles Grigóri Zinoviev e Lev Kamenev.

E Hitler não deixou por menos, dirigiu pessoalmente o massacre dos oficiais das SSAA e Ernst Röhm, seu comandante, que exigiam transformações realmente socialistas na Alemanha. Röhm, oficial militar, foi um dos principais membros do Partido Nazista e amigo pessoal de Hitler.

Como vimos no turismo histórico sobre a Revolução Francesa em Paris, os tribunais de exceção passaram a atuar em todas as ditaduras para julgar opositores do regime. A América Latina assistiu em Cuba condenações ao “paredón” e atualmente na Nicarágua condena-se padres por sermões dominicais…

Na Venezuela, o ditador Maduro, ídolo do PT e amigo do presidente Lula da Silva, mantém o seu próprio tribunal para prender e fuzilar seus adversários. Ele merece Indulgência?

 

DO CÉREBRO

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

A história do cérebro humano mostra que este órgão é gradualmente maior em relação ao tamanho do corpo após a evolução dos primatas para os hominídeos e, finalmente, para o que nós somos hoje.

O caminho percorrido desde anteriores dois milhões de anos, progrediu a partir do Homo Erectus, descoberto por Eugène Dubois em Java, na Indonésia, entre 1891 e 1892. Foi classificada como uma espécie asiática, embora tenham sido encontrados fósseis similares na África.

O Homo Erectus já caminhava de forma ereta (daí o nome erectus); vivia em pequenos grupos familiares, usava ferramentas de pedra na caça e na coleta, e, provavelmente, dominou o fogo.

Progredindo na linha do tempo, esses ancestrais humanos tinham a capacidade de se comunicar, pois seu cérebro já funcionava comparável à dos humanos modernos; e as pesquisas científicas mostram o cérebro como o centro de controle do corpo, processando informações pelos sentidos, audição, olfato, paladar, tato e visão.

Como verbete dicionarizado, “Cérebro” é um substantivo masculino de etimologia latina “cerĕbru-idem”, órgão anatômico situado na parte anterior e superior do encéfalo, que assume as funções psíquicas, nervosas e a atividade intelectual.

O cérebro é composto por dois hemisférios (esquerdo e direito) e cinco lobos cerebrais, ficando protegido pelo crânio, suspenso no líquido cefalorraquidiano e isolado da corrente sanguínea pela barreira hematoencefálica.

Atribui-se ao cérebro a responsabilidade pela atividade natural e especial das emoções, da inteligência, comportamento, linguagem, memória, raciocínio e razão; recebe informações dos sentidos e as processa.

Com esta estrutura, o órgão é consequentemente responsável por transmitir os sinais de dor por todo o corpo, mas, em si, não sente dor, limitando-se a satisfazer movimentos corporais e dar pasto aos processos psíquicos que resultam na consciência individual.

É a consciência que leva a pessoa centrar-se na realidade em que vive, e escolher entre servidão ao pensamento dominante ou libertar-se das ilusões e superstições para alcançar a felicidade individual, como pregou Buda.

Como conceito filosófico, a consciência é uma qualidade psíquica, fundamento e modelo de todo o conhecimento, segundo Descartes e o seu truísmo: “penso, logo existo”.

Neste campo da mente e do pensamento humano, o Cérebro é fonte de estudos desde 1882, quando Freud, recém-formado, estudou no Hospital Geral de Viena com Theodor Meynert na clínica psiquiátrica; e, mais tarde, em 1885, com o médico francês Charcot, no Hospital Salpêtrière (Paris, França).

Então surgiu a Psicanálise como método científico descobrindo que os processos psíquicos passam e ficam arquivados de modo inconsciente e assim a Psicologia penetrou na “mitologia do cérebro”, revolvendo a vida psíquica através da análise deste mecanismo.

Todos estamos protagonizando as condições gerais da consciência, por isto, não foi por acaso que Freud escreveu que a humanidade, em todo o seu conjunto, era paciente sua. E como pacientes, deitados no divã da curiosidade, estamos nós, conscientes, não integrando a base da massa predisposta ideologicamente à servidão política do culto às personalidades.

Produtos das relações sociais e das suas contradições, somos realmente conscientes das nossas aspirações, coerentemente defensores da liberdade, comportando-nos condizente com a luta contra o oportunismo político e o obscurantismo religioso.

São execráveis a direita reacionária bolsonarista e a enfermiça esquerda lulista, ambas assumindo a ideologia distorcida do populismo.

DOS LIVROS(2)

MIRANDA SÁ (Email: mirandsa@uol.com.br)

Não se pode falar de livros sem dar uma volta ao passado e lembrar a Biblioteca de Alexandria fundada no Império Macedônico. Conforme historiadores, foi uma iniciativa do “faraó” Ptolomeu 1º (366 a.C. – 283 a.C.), sucessor de Alexandre no governo egípcio e fundador da dinastia ptolomaica do Egito.

A Biblioteca fez parte de um extraordinário complexo cultural ao lado do primeiro museu da História (assim chamado em homenagem às Musas), um observatório astronômico e um jardim zoológico. Esse conjunto arquitetônico tornou Alexandria o centro intelectual de sua época, atraindo gente de todo mundo civilizado.

A universalidade cultural deu lugar a fervilhantes debates de caráter filosófico, político e religioso, num raro momento histórico de liberdade do pensamento. Talvez em razão disto, após servir por quase 600 anos, foi destruída entre os anos 250 a 270.

Segundo estudiosos da cultura helênica disseminada mundo afora, o incêndio maligno teria sido provocado por uma guerra ou pela intolerância religiosa, com diferentes versões sobre a responsabilidade do fato.

Uma das opiniões credita a Júlio César a destruição após o fim do triunvirato romano. Para impedir o confronto marítimo com Pompeu, teria incendiado os navios aportados em Alexandria, e o incêndio se estendeu alastrando-se até à Biblioteca.

Outra variante, mais forte do que esta, aponta como incendiário Anre ibne Alas, o sunita conquistador do Egito. Registra-se que ele teria seguido instruções do califa Omar que o orientou argumentando que “se os livros estiverem de acordo com o Alcorão, não precisamos deles; e se eles se opõem ao Alcorão, destrua-os”.

Bernard Lewis, autor do livro “O que deu errado no Oriente Médio” diz que a história é falsa e foi reforçada na Idade Média por Saladino, quando se tornou sultão do Egito; e, como chefe militar, enfrentou cruzados europeus no Levante.

Lewis subscreve que Saladino decidiu acabar com a coleção de textos ismaelitas heréticos do Califado Fatímida no Cairo, e alardeou a intervenção de Omar no caso da Biblioteca para dar aparência legal às suas medidas destrutivas.

Ambas interpretações são duvidosas porque as datas não correspondem ao calendário apresentado. Também provoca incredibilidade responsabilizar o cristianismo imperial romano afirmando quando o imperador romano Caracala incentivou o saque da cidade de Alexandria pelo seu exército, a Biblioteca teria sido invadida e incendiada por cristãos fanáticos que destruíram os livros que não estavam de acordo com sua fé.

Com relação aos livros, considera-se que mais importante para o mundo é a herança deixada pela Biblioteca de Alexandria, registrada na História da Humanidade como a primeira universidade do mundo; um modelo seguido até os dias atuais.

Verifica-se tristemente que a queima de livros ocorrida no Mundo Antigo com milhares de papiros e outras formas de transmitir informações científicas, históricas, filosóficas e religiosas, foi aproveitada pelos nazistas…….

Joseph Goebbels, ministro nazista da Propaganda, para alinhar as artes e a cultura alemãs com os objetivos nazistas, determinou em 1933 à Gestapo levar professores universitários, reitores e estudantes a participar da – “Bücherverbrennung” – Queima de Livros, e levar à fogueira obras de Bertolt Brecht, Erich Maria Remarque, Ernest Hemingway, Heinrich Heine, Henrik Ibsen, Karl Marx, Sigmund Freud, Stefan Zweig e Thomas Mann, entre outros que não lembro.

O Tribunal de Nuremberg condenou o fato a pedido dos promotores franceses e soviéticos, mas negou a prisão dos responsáveis pelo assassinato da Cultura…

Talvez por falta desta punição, vê-se tristemente nesses inícios do século 21 pessoas que desejam imitar os nazistas proibindo livros, punindo autores e imprimir a censura! Esses zumbis fascistóides não dão valor ao legado da Antiguidade que a Biblioteca de Alexandria nos deixou.

Para defender verdadeiramente a Democracia, seus auto-assumidos guardiães do STF não os condena, relativizando os ataques à literatura que assistimos. Deveriam conhecer o pensamento do escritor, dramaturgo e poeta Oscar Wilde que gravou: “Não existem livros morais ou imorais. Os livros são bem ou mal escritos”

DOS FASCISMOS

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Antes de mais nada é preciso esclarecer que o fascismo não tem nada a ver com as “direita” e “esquerda”, posições políticas definidas e consagradas historicamente pela Revolução Francesa.

O fascismo, como sistema de governo, apareceu no século passado entre o stalinismo soviético e o mussolinismo italiano; na URSS pelo autoritarismo stalinista e, na Itália, pela proposta de Mussolini de um socialismo nacional.

Na Rússia czarista os bolcheviques fizeram a “revolução progressista” e na Itália o “Risorgimento” propôs a “revolução conservadora”; ambos críticos do capitalismo que explorava a industrialização atrasada dos seus países, e mantendo certa diferença com relação aos proprietários rurais.

As duas “revoluções” conquistando o poder, sofreram inicialmente a incapacidade de conciliar a proposta teórica com a realidade. Na URSS, decretou-se a extinção da propriedade privada e os proprietários (kulacs) foram obrigados a deixar suas terras que passaram a pertencer ao Estado. Sofreram o diabo.

Na Itália, Mussolini formou uma aliança com os grandes proprietários feudais do Sul, o que lhe permitiu realizar a venda dos bens rurais da Igreja Católica, o quê, na prática política transpareceu a semelhança programática do Partido Fascista e dos Socialistas Revolucionários na Rússia.

Finda a Primeira Grande Guerra (1914-1918) a Revolução Bolchevique despertou esperanças para os trabalhadores do mundo inteiro; esperanças que foram desfeitas com a morte de Lênin, e a implantação da “ditadura do proletariado”, eufemismo para substituir a participação pessoal de Stálin.

Isto decepcionou a intelectualidade revolucionária e repercutiu entre os partidos socialistas do mundo inteiro. Na Itália o PSI rachou, levando à formação do Partido Comunista obediente a Stálin.

Assim, enquanto socialistas e comunistas digladiavam, os italianos foram atraídos pela proposta da “Unione Socialista Italiana”, com a proposta de um “socialismo nacional”, substituindo o conceito da luta de classes pelo conceito de pátria-nação. Criou-se desta maneira uma relação com a dissidência socialista da Unione Italiana del Lavoro.

Este revisionismo era divulgado pelo jornal do Partido Socialista Italiano, o “Avanti”, defendido por Benito Mussolini, jornalista e agitador, que defendeu a formação de uma “santa vingança popular”, como vimos n’ “As origens do Fascismo”, livro de Robert Paris.

O PSI expulsou Mussolini do jornal; então, ele fundou o “Popolo d’Itália” que chamou de “o diário dos combatentes e dos produtores”; dali passou a patrocinar uma posição “antipartido”, com o quê recebeu milhares de adesões.

Contando com o apoio de antigos sindicalistas revolucionários, Mussolini propôs uma medida extrema, reconhecendo a “capacidade do proletariado em dirigir diretamente a fábrica”; e, após a formação de conselhos de trabalhadores, iniciou uma campanha entre amigos e simpatizantes para formar os “fasci di combattimento”, semente do Partido Nacional Fascista.

Na URSS, Josef Stálin assumiu o comando geral do partido e do governo na URSS, eliminando seus adversários através de processos fraudulentos, levando o ex-ministro da defesa de Lênin, León Trotsky, a fugir para o exílio, denunciando pelo livro “A Revolução Traída” a instalação de um governo atrabiliário, policialesco, totalitário e violento.

O desvio da revolução leninista serviu de lição para Mussolini já ocupando em 1922 o governo italiano, ocupado após a marcha dos “camisas negras” sobre Roma, o que determinou o fim da “monarquia constitucional” e do liberalismo econômico.

Iguais aos stalinistas, os fascistas aparelharam o Congresso, a Justiça, o Exército e a Polícia, controlando todas as instituições do Estado, e se apoiaram na burocracia partidária e policial sob o pretexto de acabar com os antagonismos sociais; e, como ocorreu na URSS, também eliminaram os seus oponentes.

Desta memória histórica vemos que as duas posições foram apenas ditatoriais e não “direitistas” ou “esquerdistas”; ambos são fascistas com a mesma ideologia autocrática inseparável dos ditadores.

Encontramos similitudes no Brasil com os exemplos que descrevemos, tendo de um lado, os fascistas de Bolsonaro, reacionários que defendem torturadores e, do outro lado, os fascistas de Lula, populistas alinhados com as teocracias do Oriente Médio, ditaduras africanas e defensores do ditador Maduro.

Fascistas, vermelho e negro, implantaram no país a imunda polarização eleitoral com ajuda da “grande mídia”; e acusam a resistência contra isto de “fascista”. Churchill tinha razão quando profetizou que “os fascistas do futuro chamarão a si mesmos de antifascistas”.

Hilda Hilst

Dez chamamentos ao amigo

Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse

Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.

Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta

Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.

DA ESQUERDA

MIRANDA SÁ (Emil: mirandasa@uol.com.br)

Herança ideológica da Revolução Francesa (1789–1799) atribui-se à Esquerda a posição das bancadas ocupadas pelos convencionais revolucionários, defensores de uma maior igualdade social e das liberdades democráticas. Distinguiam-se dos que se sentavam à direita, saudosistas da monarquia derrubada.

Os principais herdeiros da esquerda histórica foram os anarquistas e os sindicalistas revolucionários, e mais tarde, comunistas, socialistas, sociais democratas e trabalhistas, contrários às desigualdades sociais.

A Esquerda abrangeu também os movimentos sociais, pulverizando-se após a Revolução Russa, e foi do centralismo autoritário stalinista à sua maior falsificação, o populismo eleitoralista.

O termo “esquerda” atualmente, é o invólucro dos partidos populistas, que absorvem com oportunismo as manifestações populares espontâneas, como os movimentos pelos direitos civis, antiguerra, ambientalista, antirracista, anti-homofóbico e em defesa da mulher contra a violência doméstica e a discriminação no mercado do trabalho.

Este sistema que abrange diferentes posições políticas em relação umas às outras, traz o estabelecimento da burocracia partidária do populismo e o extremismo verbalizado – e apenas verbalizado – da “esquerda eleitoralista” – diferenciando a “esquerda” do “esquerdismo”.

A literatura marxista imprimiu o vocabulário leninista, apontando o esquerdismo como o revisionismo que adota um excessivo radicalismo; leva-nos à necessidade de um  estudo político-ideológico para distinguir a esquerda do esquerdismo. Ver, por exemplo, a obra “Esquerdismo, Doença Infantil do Comunismo”, de Lênin.

Uma visão superficial da teoria política sugere que quem leu o livro deveria revisitá-lo, e quem não leu, deveria lê-lo e comparar os seus conceitos com ideias atuais. Assim cotejando, observaremos a economia capitalista, e as especulações filosóficas atuais, fruto dos avanços científicos e tecnológicos.

Encontraremos dessa maneira as experiências das sociais democracias nórdicas e dos fragmentos propagandísticos deixados pela Guerra Fria influenciando os povos subdesenvolvidos. Este contexto nos leva a analisar as realidades nacionais.

As particularidades de cada Nação e de cada povo servirão, sem dúvida, para concluir como fez o economista Roberto Campos que verificando o desvio esquerdista do populismo na América Latina, escreveu: “O que os governos latino-americanos desejam é um capitalismo sem lucros, um socialismo sem disciplina e investimento sem investidores estrangeiros”.

Pela experiência com a conjuntura sócio-política brasileira, poderíamos acrescentar a este pensamento, o arrefecimento da esquerda entre nós, travestindo-a de populismo eleitoralista, deformidade que abandona a despe de princípios princípios, para defender ditaduras e agredir a livre expressão do pensamento; lembrando o que projeta John Henry Newman: “O mal prega a tolerância, até que se torne dominante. A partir daí, ele procura silenciar o bem”.

É por estas e muitas outras razões que defendo o centrismo contra a polarização das auto-assumidas direita e esquerda, apenas facções populistas. Acho preferível ver o embate mundial do capitalismo e do socialismo absolutos, e extrair disto as experiências positivas dos dois sistemas.

Já se encontram em cátedras universitárias mundo afora diversos economistas, filósofos e sociólogos que veem o confucionismo chinês ocupar o lugar do marxismo europeu e conciliar o conflito da polarização econômica mundial adotando um regime multiforme….

Observador que foi a realidade na sua época, Karl Marx possivelmente se estremece no túmulo, tendo acima de si do seu pensamento um mundo novo, cientifica e tecnologicamente diferente do que previu.

DO DILÚVIO

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Obrigo-me a responder a uma meia dúzia de três ou quatro tuiteiros que criticaram o meu último artigo postado no “X”, “DA VIDA”, desconsiderando a reflexão de que o Velho Testamento é fabulário, como as Mil e Uma Noites persas….

Deixaram-me triste apenas por insinuarem preconceito contra a religião, sem ter compreendido meu apoio à magistral concepção de Spinoza de que Deus é causa imanente, e não transitiva, de todas as coisas; e foi além, dizendo que – “É preciso conhecer a natureza, o máximo que pudermos, se quisermos conhecer Deus”.

Chega bem perto do Budismo, não é? Não há de minha parte nenhum ateísmo, mesmo criticando o Deus bíblico de semelhança humana, que quer ser louvado sempre para intervir e atender a necessidades pessoais.

Das fantasias que o dogmatismo religioso antigo impôs aos povos semitas e, consequentemente, aos seguidores do cristianismo, encontro a fictícia historieta da salvação humana por Noé, quando ocorreu o dilúvio. Quem tem cérebro para pensar não pode acreditar nisto.

Que houve um dilúvio, houve, mas limitado ao Mediterrâneo, que era um grande vale até o rompimento das águas do Atlântico. Os seres humanos ali se fixaram na Era Neolítica, e, segundo hipótese levantada por W. B. Wrigth, médico escocês, estudioso das eras glaciais, foi possivelmente ali que floresceram as primeiras bases da civilização.

Estudos geológicos mostram que a inundação do Vale do Mediterrâneo ocorreu entre 15 mil e 10 mil anos a.C e foi um extraordinário acontecimento da pré-história da humanidade.

Quando as águas do Atlântico rasgaram violentamente o istmo que ligava a África à Europa – hoje o Estreito de Gibraltar -, dia após dia as águas salgadas se espalharam inundando os campos e as habitações, impelindo um grande êxodo das pessoas que ali viviam.

As águas desconhecem obstáculos; correram aceleradamente surpreendendo muitas cidades, arrastando tudo que encontrava pela frente chegando às barreiras holocênicas da África e às montanhas da Arábia.

Foi desta imensa catástrofe, no dizer de H. G. Wells, que surgiu a narrativa do drama do dilúvio. Está na origem da religião babilônica com seus primeiros deuses nascendo do caos criado por um dragão que foi combatido pela Mãe Universal, Tiamat, (a água salgada do mar).

O marido da deusa, Marduk, para ajudá-la enfrentou o dragão e, ajudado pelo vento, o raio e o trovão, venceu-o cortando-lhe em dois pedaços, um deles constituindo o firmamento e a outra, Terra.

Com este cenário, a cosmogonia babilônica narra a história de um dilúvio e fantasiando-a fala da salvação dos seres humanos numa arca. A História das Religiões registra a influência da Babilônia sobre os povos semitas e, provavelmente esteve presente nos primeiros livros escritos pelos judeus em época mais tardia.

O mito do dilúvio é uma narrativa da grande inundação mediterrânea com o seu assentamento bíblico escrito em aramaico no Tanakh, chegando-nos através dos capítulos 6 a 9 do Livro de Gênesis no Antigo Testamento. A história conta que Deus decidiu retornar a Terra para o seu estado do caos aquoso, para refazê-la depois com uma reversão da criação.

Está escrito que o dilúvio durou 40 dias, um castigo para a humanidade, que se encontrava cheia de violência (Gn 7:17-24). As suas águas afogaram todos os humanos e animais, exceto aqueles que se refugiaram na arca de Noé, filho de Lamec e neto de Matusalém. Após seu feito, Noé, ao completar 500 anos gerou Sem, Cam e Jafé (Gn 5,25-32).

Somos os descendentes da humanidade sobrevivente, mergulhados num novo Dilúvio – o da iniquidade –, por culpa de governantes mundiais desqualificados, fomentadores de guerras. No Brasil restou o pântano imundo da polarização entre os populismos corruptos, auto-assumidos “de direita” e “de esquerda” …

 

DO SAUDOSISMO

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Chegou um tempo em que a chamada “grande mídia” não divulga, não investiga e ignora como e por quê irrompeu no cenário nacional o insano desejo dos magistrados e dos políticos pela volta ao passado sem Internet e sem as redes sociais.

Constata-se – não se pode esconder – que isto começou com o semideus do STF Olímpico, ministro Alexandre de Moraes, comentando que “antes da Internet a gente era feliz e não sabia”, frase divulgada pelos ‘especialistas’ da GNews, pouco afeitos a criticar o poder constituído.

Este pensamento do Máximo Defensor da Democracia condena explicitamente o direito de opinião, as críticas e as denúncias contra os governantes; e vem inoculado pelo vírus maligno do saudosismo contaminado pela ideologia pelega do lulopetismo.

Fui visitar o verbete “Saudosismo” que estava internado na UTI da Gramática, sem nem sequer ser lembrado pelos poetas simbolistas do século passado, militantes do Movimento Saudosista…

Nos alfarrábios encontramos Saudosismo, substantivo masculino de origem latina “Solitas”, solidão, retiro; originário de “Solus”, sozinho, significando a tendência pessoal de valorizar exageradamente coisas do passado. Em português a palavra define até o conluio de intrigantes ou interesseiros….

E é aí que mora o perigo. Por isto aconselho aos juristas, políticos e religiosos que antes de surfar na onda saudosista, leiam a Bíblia, onde encontrarão no Eclesiastes (7:10 NVT): “Não viva saudoso dos “bons e velhos tempos”; isso não é sábio”.

O Saudosismo criou vida na espetacular película de Woody Allen, “Meia Noite em Paris”, que aborda no cenário espaço-tempo da ficção os sonhos de uma volta ao passado. Já descrevi em outro artigo esta aventura vivida pelo roteirista americano Gil Pender (Owen Wilson) com Adriana (Rachel McAdams), estudante francesa de moda.

Deixando de lado as preliminares novelescas do filme, está no encontro casual dos dois personagens o sonho de uma volta ao passado, levando Gil Pender a viver a década dos anos 1920, convivendo com intelectuais idolatrados por ele, literatas, pintores e músicos.

No clima de realismo fantástico, Pender encontra os seus ídolos literários, Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald e T.S. Eliot, e tem o rascunho do livro que está escrevendo analisado por Gertrude Stein. Assiste ao vivo um recital de Cole Porter ao lado de Pablo Picasso…

A jovem Adriana vive o fascínio da “Belle Époque” conseguiu a oportunidade de ir a 1890 e tomar champanhe no “Moulin Rouge” em companhia de Toulouse Lautrec. À mesa ela é apresentada a Gauguin e Degas, que a encantam, fazendo-a decidir a ficar naquela época. Decepcionado, Gil Pender volta à Paris e ao presente.

A Nostalgia cinematográfica é comparável à literária, conforme li na crônica “Alegria de viver” do escritor ítalo-argentino Pittigrilli, um comentário sobre a revolta de antigos gozadores de privilégios contra os direitos conquistados pelo proletariado. Do garçom, da manicure, motorista e servidores da Saúde e dos empregados domésticos, que exigem tratamento igual ao dos burgueses.

Desenvolvendo com maestria o tema do saudosismo, Pittigrilli fala do chanceler francês Talleyrand que disse: – “Quem não viveu antes de 1789 não sabe o que é ser feliz”; e comenta que antes da Revolução Francesa a vida era mesmo maravilhosa para quem ostentava título de nobreza e mesmo quem possuía um moinho, um forno e um trigal, tendo camponeses para plantar e moer o trigo para si “de graça”.

Lembra o cronista que ainda na França, os que perderam privilégios resmungaram “Não se sabe como éramos felizes antes de 1848!”; esta data registra a Comuna de Paris, implantada pela revolução que ficou conhecida como “Primavera dos Povos”, pois se espalhou pela Europa em nome da liberdade e dos direitos dos trabalhadores.

Que se lembre também que resquícios da nobreza europeia e burgueses ociosos se diziam saudosos dos tempos anteriores à Primeira Guerra (l914-1918) e da Revolução Russa; estágio que os fazia felizes num sistema que lhes permitia viver-se às custas do trabalho alheio…

Agora, no Brasil, sabiam que eram felizes os que gozavam a Liberdade de Expressão, fazendo críticas e denúncias pelas redes sociais contra os políticos corruptos e os mamateiros com boquinhas no alto escalão do Governo Lula. Foram penalizados por isto, sem culpa nem participação no entrevero dos egos de Alexandre Moraes e Elon Musck.

Somos 21,4 milhões de brasileiros privados da rede social “X”, pagando pelo crime de observarmos o cenário dantesco que o poder oferece, no clima descrito pelo Marquês do Lavradio: “Aqui, não há nada que não se venda, de cousas a almas, de gente a favores”.