CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
UM HOMEM E SEU CARNAVAL
Deus me abandonou
no meio da orgia
entre uma baiana e uma egípcia.
Estou perdido.
Sem olhos, sem boca
sem dimensões.
As fitas, as cores, os barulhos
passam por mim de raspão.
Pobre poesia.
O pandeiro bate
é dentro do peito
mas ninguém percebe.
Estou lívido, gago.
Eternas namoradas
riem para mim
demonstrando os corpos,
os dentes.
Impossível perdoá-las,
sequer esquecê-las.
Deus me abandonou
no meio do rio.
Estou me afogando
peixes sulfúreos
ondas de éter
curvas curvas curvas
bandeiras de préstitos
pneus silenciosos
grandes abraços largos espaços
eternamente.
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CECÍLIA MEIRELES
CARNAVAL
Com os teus dedos feitos de tempo silencioso,
Modela a minha máscara, modela-a…
E veste-me essas roupas encantadas
Com que tu mesmo te escondes, ó oculto!
Põe nos meus lábios essa voz
Que só constrói perguntas,
E, à aparência com que me encobrires,
Dá um nome rápido, que se possa logo esquecer…
Eu irei pelas tuas ruas,
Cantando e dançando…
E lá, onde ninguém se reconhece,
Ninguém saberá quem sou,
À luz do teu Carnaval…
Modela a minha mascara!
Veste-me essas roupas!
Mas deixa na minha voz a eternidade
Dos teus dedos de silencioso tempo…
Mas deixa nas minhas roupas a saudade da tua forma…
E põe na minha dança o teu ritmo,
Para me conduzir…
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MANUEL BANDEIRA
BACANAL
Quero beber! cantar asneiras
No esto brutal das bebedeiras
Que tudo emborca e faz em caco…
Evoé Baco!
Lá se me parte a alma levada
No torvelim da mascarada,
A gargalhar em doudo assomo…
Evoé Momo!
Lacem-na toda, multicores,
As serpentinas dos amores,
Cobras de lívidos venenos…
Evoé Vênus!
Se perguntarem: Que mais queres,
Além de versos e mulheres?…
— Vinhos… o vinho que é o meu fraco!…
Evoé Baco!
O alfanje rútilo da lua,
Por degolar a nuca nua
Que me alucina e que eu não domo!…
Evoé Momo!
A Lira etérea, a grande Lira!…
Por que eu extático desfira
Em seu louvor versos obscenos,
Evoé Vênus!
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Carlos Drummond de Andrade
UM HOMEM E SEU CARNAVAL
Deus me abandonou
no meio da orgia
entre uma baiana e uma egípcia.
Estou perdido
Sem olhos, sem boca
sem dimensões.
As fitas, as cores, os barulhos
passam por mim de raspão.
Pobre poesia.
O pandeiro bate
é dentro do peito
mas ninguém percebe.
Estou lívido, gago.
Eternas namoradas
riem para mim
demonstrando os corpos,
os dentes.
Impossível perdoá-las,
sequer esquecê-las.
Deus me abandonou
no meio do rio.
Estou me afogando
peixes sulfúreos
ondas de éter
curvas curvas curvas
bandeiras de préstitos
pneus silenciosos
grandes abraços largos espaços
eternamente.
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DOS ASSISTIDOS
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)
Criei uma “fake news” abrindo uma brecha no rigor que me leva à busca da verdade dos fatos. Nasceu da comemoração do aniversário do PT, partido fundado pelo general Golbery do Couto e Silva e entregue ao pelego da VW, Lula da Silva, seu informante, segundo Tuma Jr., e ainda não desmentido…
Na festa, entre as louvaminhas à Lula, que sempre rebusca na memória ideias antigas, ainda do tempo de pelegagem para enriquecer a sua demagogia, houve discursos com propostas de renovação do partido; entre esses, um “cumpanhero” da antiga (aliás todos dirigentes são “da antiga”) sugeriu que se fizesse um broche com a inscrição “PT-40 Anos”. É dos mais inteligentes.
A minha “fake” se faz presente, imaginando que alguém deveria propor, na verdade, a troca da legenda “PT” por “PA”, já que o partido não é mais dos trabalhadores, mas dos “assistidos” pela bolsas eleitorais populistas…
Comprova-se isto numa notinha saída distraidamente na imprensa mercenária vendida à Secom, informando sobre a filmagem de uma quilométrica fila de pacientes de baixo poder econômico numa Unidade Básica de Saúde. São os trabalhadores sem condição de ir ao Sírio Libanês.
Muitos trabalhadores também formaram fila esta semana em frente ao Sindicato dos Trabalhadores Terceirizados do Distrito Federal, nesta semana, para dar uma declaração a fim de não pagar a taxa de assistência sindical, instituída pelo Governo Lula.
E há um geral inconformismo pela volta do famigerado imposto sindical, que a novilíngua lulopetista batizou de “Contribuição” (agora teremos uma contribuição obrigatória). Foi anunciado um projeto de Lei diretamente pelo petista ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que deve ser apresentado neste primeiro semestre instituindo esta deformidade por “acordo” ou “convenção coletiva”.
Há uma revolta surda entre os petroleiros e engenheiros da Petrobras pela má gestão impressa por Lula à empresa. Recrudesce igualmente entre os acionários com o recente anúncio do prejuízo do último trimestre do ano que, de acordo com o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo que foi diretor da Previ, ocorreu por causa de “um item de natureza contábil”.
Ocorre que a Petrobrás perde inexplicavelmente R$ 10 bi vendendo combustível mais barato no Exterior, e pagando antecipadamente aos fornecedores. Também as despesas operacionais aumentaram no quarto trimestre do ano passado, 31,9% maior do que no mesmo período de 2023…. Deixando um cheiro gasoso de Petrolão.
Dos Correios, entregue aos lulopetistas nem vale a pena repetir o desastre, em verdade prejudicial aos que na empresa prestam serviço. É o único monopólio do mundo que dá prejuízo, que não é pequeno; no ano passado foi de R$ 3,2 bilhões.
São os trabalhadores que vão pagar a conta, porque é impossível reverter o rombo que até agora não recebeu uma observação do Governo Petista, e muito menos teve uma proposta para resolver o problema.
Assim, o mundo do trabalho é pisoteado pelo Partido dos Trabalhadores, onde o populismo que venceu a ideologia atende a execrável Bolsa Família e o inoperante há 20 anos Fome Zero; e mais o Auxílio Reconstrução, o Seguro Defeso, o Gás Social, o novo Pé-de-Meia, e outros que não lembro…. Somam-se aos programas invejosos de estados e municípios.
Desta maneira, os trabalhadores trabalham para sustentar que não trabalha, graças ao Partido dos Assistidos. É a mentirosa ideologia socialista do Partido dos Assistidos; uma mera ficção que tem a ver com a realidade que vivemos e observamos.
Esta “fake news” é uma caricatura do que ocorre, e parece que o mais nojento de tudo torna-se viva no cenário político nacional de uma ideologia distorcida e enganadora para os que sonham com o respeito a quem produz.
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DA LIBERDADE
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)
Nos tempos em que Pátria, patriotismo e patriota, não eram palavras vãs, hoje usadas somente na demagogia populista, crianças e adolescentes cantavam hinos nas escolas, e, entre eles, o da Proclamação da República, de Medeiros e Albuquerque e Leopoldo Américo Miguez.
“Liberdade!/ Liberdade!/ Abre as asas sobre nós!” um verso que foi um grito de guerra na minha juventude, o sonho de uma terra livre de livres irmãos. De coração, garanto que ainda ecoa no meu nonagenário com mais se 70 anos de exercício jornalístico.
Já adulto e me iniciando no saudoso jornal “A Manhã”, escrevendo sobre o futebol amador, fuçando as estantes do meu pai encontrei a curiosa figura do arcebispo católico, escritor, filósofo, pedagogo e teólogo francês, François Fénelon, cujas ideias valeram-lhe uma forte oposição tanto da Igreja quanto do Estado.
A História registra que foi nos finais do século 17 que vieram de Fénelon as noções de liberdade, igualdade e fraternidade, usadas mais tarde como consigna da Revolução Francesa. Tiveram um alvo perfeito, atingindo o absolutismo monárquico no Estado e o arbítrio clerical na Igreja. É interessante registrar que François Fénelon é um dos espíritos da codificação espírita como um dos Espíritos da Verdade que se comunicou com Allan Kardec.
Mais tarde como bandeira revolucionária, a Liberdade teve grande relevância na França, surgindo na insurreição popular de 1871, conhecida como Comuna de Paris, evento estudado com afinco por Karl Marx, precedendo a publicação do Manifesto Comunista. Vivia-se naquela época a chamada Primavera dos Povos por causa da brisa da Liberdade que cobria a Europa e influenciou a Revolução Americana.
Dos ventos soprados do norte do continente americano, tivemos em 1817 a Revolução Pernambucana, um levante independentista que defendia a República e as liberdades de credo e de expressão. Foi lindamente romanceada no livro “Dezessete”, do escritor, jornalista e poeta paraibano, Eudes Barros.
“Dezessete” precedeu o último levante pela independência do Brasil em 1824, a Confederação do Equador, que também eclodiu em Pernambuco e recebeu a adesão de quase todas províncias do atual Nordeste.
Este conflito teve as raízes do liberalismo iluminista de François Fénelon; defendeu uma Constituição que promovesse a descentralização política do governo, concedendo às províncias autonomia política, administrativa e financeira.
Seu idealizador e líder foi o frade Joaquim do Amor Divino Rabelo, popularmente conhecido como Frei Caneca, uma personalidade que expressava ideias liberais e republicanas. Sua formação ideológica nasceu na subversiva Academia do Paraíso, entidade que reunia admiradores da Revolução Francesa e da independência dos Estados Unidos da América.
A Confederação pouco durou; sofreu a violentíssima repressão de numerosas tropas terrestres e de uma esquadra de mercenários ingleses financiada pelo governo imperial.
Derrotado o movimento, Frei Caneca foi condenado à morte por enforcamento, indiciado como um dos chefes da rebelião. Terminou, porém, sendo fuzilado num muro vizinho ao Forte das Cinco Pontas em Recife, parede que continua de pé com o busto dele e uma placa alusiva promovidos pelo Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.
A minha homenagem ao Herói e Mártir da brasilidade é deixar patente que o seu ímpeto revolucionário foi além do autoritarismo monárquico e da crise econômica que se abatia no país; defendeu acima de tudo, como princípio, liberdade, igualdade e justiça social.
O sonho de Caneca se insere num Estado Democrático de Direito. Atentar contra ele é fuzilá-lo outra vez; por isto, é um imperativo da consciência nacional condenar a trama golpista de Bolsonaro e das viúvas da ditadura militar que o cercavam.
A Liberdade é inegociável. O fundador da Filosofia Crítica, Immanuel Kant, considerou a liberdade como base do seu sistema filosófico, como ética e dever. Assim, a defesa da Liberdade se torna uma obrigação e exige rigorosa punição de quem a ameaça com um golpe ou com a censura….
DAS MEDIDAS
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
Lembro do tempo em que o alfaiate tomava a medida das pessoas e fazia um terno; e outro profissional tão antigo e, como o alfaiate, quase desaparecido, o chapeleiro, fazia um chapéu sem sequer conhecer o cliente, apenas com dados da cabeça dele.
Também o psicólogo – tira a medida do que está no interior do crâneo, revelando pelos medidores freudianos ou junguianos, verdades desconhecidas até pelo paciente…
Como verbete dicionarizado, “Medida” é um substantivo feminino de origem latina, particípio passado de Metire, “medir”. Define-se como uma determinada quantidade para avaliar dimensões ou frações mensuráveis.
Para medir grandezas físicas temos instrumentos, as unidades de medida que são: para o comprimento: metro (m), para a massa: grama (g) e para o volume: metro cúbico (m3).
Para quantificar a percepção humana, Platão nos trouxe um enunciado de Protágoras, filósofo e matemático grego, criador da corrente de pensamento conhecida como pitagorismo: “O homem é a medida de todas as coisas, das que são como são e das que não são como não são”.
Isto induz que se uma pessoa pensa que uma coisa é verdade, tal coisa é a verdade para ela; serviu de base filosófica para o dialética materialista de Heráclito, defensor de que o conhecimento humano pode ser alterado conforme circunstâncias mutáveis.
Heráclito formulou como exemplo que “ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não encontra as mesmas águas, e o próprio indivíduo já se modificou”.
Da sabedoria grega antiga concluímos que o ser humano tem o poder para determinar o valor ou significado das coisas, criando a sua própria realidade. E assim possuímos a representação cultural de medidas políticas. Com elas temos a formação dos governos autoritários dispondo restrições e controle para a cidadania.
Com referência a estes critérios, sabemos que tais ações provocam reação dos defensores da liberdade de expressão que assumem nas redes sociais a luta contra a censura que o Governo Lula e seus sabujos no Judiciário e Legislativo tentam implantar.
Pela contradição no exercício de suas funções, o Supremo Tribunal Federal, inoculou-se com o vírus da lerdeza coletiva, do interesse pessoal e permitiu a entrada da política no Tribunal, expulsando de lá a Justiça boa e perfeita.
É inegável que com isto fica escancarado o problema das decisões monocráticas. A questão é tão chocante que se põe à frente dos privilégios gozados pela magistratura – A mais cara do mundo –, e mantém nela um comportamento leniente enfermiço diante do crime e dos criminosos.
Neste campo, a febre do autoritarismo fica a serviço dos aspirantes da “Democracia Relativa” com tremores doentios que levam um ministro do STF a dizer que as redes sociais não têm regulamentação. Ele ignora por falta de estudo ou acumpliciado com o totalitarismo, que já temos o Marco Civil da Internet, permitindo que qualquer juiz peça a retirada do conteúdo das redes a qualquer tempo.
Aliás, não é falta de estudo. Acho proposital a fala equivocada do ministro Alexandre de Moraes, pois julgo impossível seu desconhecimento de que o código penal tipifica os crimes contra a honra, a fraude e o estelionato, punindo-os em qualquer contexto, em tempo e espaço.
Portando, qualquer crime cometido no mundo virtual pode e deve ser reprimido, investigado, e os culpados devem ser punidos. Não o fazer, alegando necessidade de repressão ou censura prévia, nada tem a ver com o Estado Democrático de Direito.
Por isto, é um dever da nacionalidade repudiar a volta da censura ditatorial, que só existe na cabeça de golpistas fanáticos de Bolsonaro ou defensores lulistas da Ditadura Maduro, que lhes inspira.
DA MENTIRA
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)
O título vem numerado porque já abordei outras vezes este tema; perdoem-me o teologismo sectário e a fé inocente dos justos, lendo-me a confissão de que não creio nas religiões, considerando-as as mães da Mentira.
Respeito os que adoram, cantam e louvam o deus barbudo de olhos languidos (geralmente azuis) uma imagem de homem em sacrifício…. Mas vejo nos primitivos mais verdade, adorando o sol na claridade do dia e louvando as estrelas no negro espaço da noite. É a energia universal a minha concepção de Deus, como viram Spinoza e Einstein.
Não posso crer que o deus egípcio Osíris, assassinado e esquartejado pelo irmão Set e teve o corpo recomposto pela esposa Ísis? É-me impossível acreditar que o Homem foi feito de barro e a mulher da sua costela! Não admito que uma loba alimentou Rômulo e Remo, fundadores de Roma e aceitar a infalibilidade dos papas….
Também não creio em pesquisas. Como profissional de imprensa, fui contratado e trabalhei em duas delas; aprendi então que basta que se queira e não é preciso falsificar números nem fraudar estatística; só estabeleça o universo da inquirição. Daí, a pesquisa limitada a um espaço e à frequência das pessoas, o resultado que se espera virá como se quer.
É assim que a Mentira, como as pesquisas e os livros “escritos por deus”, não precisa se fantasiar de verdade para frequentar os poderes republicanos, as igrejas e os partidos; e nesse avesso carnaval, saio no bloco de Afonso Romano de Sant´Anna, cantando como ele que: “De tanto mentir tão brava/mente constroem um país de mentira diaria/mente”.
Nesse cenário momesco recordo um texto de Anatole France transcrevendo uma milenar lenda chinesa para assistir ao desfile de “um gênio feioso, de cabeça grande e grandes olhos habita cavernas escuras, vagueia pelas noites em busca do prazer que consiste em divertir-se às custas dos mortais; a sua diversão é penetrar nas moradias e abrir cirurgicamente o crânio dos dorminhocos.
A operação se realiza com a extração do cérebro da pessoa, trocando-o pelo de outra; assim, percorre pelas cidades repetindo várias vezes a proeza. Ao amanhecer, volta para o subterrâneo e se alegra por saber que o militar acordará com o misticismo de um monge, a devassa terá o pudor de um virgem, os magistrados farão a justiça dos santos; o político despertará puro como um eremita e o moralista sofrerá a fissura de um drogado.
Reconto esta historieta lembrando que anteriormente gravei uma pergunta que me saiu da cabeça: – Já imaginaram se este gênio gozador se materializasse no Brasil e saísse fazendo o troca-troca de mentalidades?
Feito o transplante de cérebros, veríamos os picaretas do Congresso Nacional assumindo o papel de legisladores patriotas pensando na Nação; os togados do STF ministrando Justiça boa e perfeita condenando ladrões do dinheiro público, e os donos das legendas partidárias e pelegos sindicais dispensando dinheiro público, cobrando da militância das entidades o pagamento do seu trabalho.
Sem ser muito exigente, gostaria de ver o gênio cabeçudo fazendo o empresariado criar empregos com justa remuneração e intelectuais pensando um futuro promissor para as novas gerações….
O que faria o cirurgião fabuloso de cérebros visitando a fraudulenta polarização armada pela imprensa mercenária que cozinha a sopa de letrinhas dos partidos com o tempero da baba dos fanáticos cultuadores de personalidades Bolsonaro e Lula? São os dois, pra vergonha alheia, campeões da mentira, sempre prontos para se alternar no poder e servir ao sistema que reconheceram no Congresso, ao apoiar os picaretas do Centrão.
Eleger Alcolumbre e Motta foi uma manifestação explícita em favor do nojento orçamento secreto e ainda mais repugnantes as emendas parlamentares, ambos expostos no balcão de negócios sujos da politicagem.
Assim se mantém o vício corruptor das mamatas e dos privilégios pagos pelos imorais fundos partidário e eleitoral; e assim sobem ao palanque levando a Mentira discursiva: Lula com a treta descarada da “democracia relativa” em defesa da ditadura Maduro; e o outro, Bolsonaro, ávido por dinheiro como assistimos no caso das joias entrando clandestinamente no país.
A verdade é que não existe nem democracia nem honestidade relativas; são, na verdade, meias-mentiras, o caminho certo para se chegar à Mentira.
DO ESPELHO
MIRANDASA (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
Encadeando respostas coletivas (as individuais, respondo diretamente) trago aos que levantaram dúvidas sobre o pensamento de Baruch Spinoza citados no meio artigo “DA DEFINIÇÃO”. Em consideração aos que creem num Deus com imagem e semelhança do homem, reafirmo que embora divirja deles, os respeito…
Não poderia, entretanto, deixar de lado o que a História capitula sobre o cristianismo primitivo e o seu desvirtuamento pelo papado no Primeiro Concílio de Niceia, em 325 d.C., ao escolher quatro, entre dezenas de memórias sobre Jesus Cristo de diversas pessoas usando o nome de contemporâneos dele.
Além de dogmatizar os textos escolhidos dos pseudo João, Lucas, Marcos e Mateus, ao sabor de interesses da burocracia eclesial, desprezou-se diversos outros relatos que circulavam entre os crentes no Oriente Próximo e na África. Estes últimos foram considerados apócrifos, isto é, destituído de aprovação dogmática do Papado.
É interessante constatar que muitos dos textos exorcizados continuaram circulando nas igrejas Armênia, Copta, Etíope, Maronita, Siríaca, Siro-Malancar e na federação das igrejas ortodoxas Russa, Grega, Melquita, Rutena e Ucraniana. E, o que é importante para os cristãos, trazem informações que não constam dos Evangelhos Canônicos.
Algumas passagens literárias dos evangelhos apócrifos são tão importantes para o cristianismo que incentivaram a criação de festas adotadas pela Igreja Católica, em nome dos avós de Jesus, Joaquim e Ana. E detalhes como os nomes dos Reis Magos….
Muito piores foram as distorções surgidas na Idade Média sob o domínio imperial do papado. Ainda bem que os próprios jesuítas condenaram o revisionismo doutrinário e os abusos individuais dos papas; um deles, Gerard Manley Hopkins, conhecido e laureado como um dos maiores poetas da língua inglesa, escreveu: – “O mundo medieval foi aquele em que tudo teve sujeira e mal cheiro de gente”.
A nova realidade desfigurada de uma religião, felizmente, fica restrita aos teólogos que aceitam o dogmatismo sem discussão; curiosamente, somente encontramos a fraude vaticana em denominações evangélicas a gosto dos vendilhões do Templo…. A massa popular a ignora, mantendo a fé apenas nas crenças primitivas guardadas no inconsciente coletivo.
É por isto, que entre os missivistas aos quais respondo, veio a pergunta de como o Deus-Natureza disciplina a ética e a moral da humanidade; ora, até o budismo, uma religião sem deus, tem princípios que regem o comportamento humano. Lembro de fábula moderna condenando a usura que sequer consta nos mandamentos….
É de origem judaica. Conta que um milionário judeu acumulador de dinheiro foi à Sinagoga se queixar com o rabino das críticas ofensivas que sofre da comunidade; o sacerdote, de respeitada cultura humanista além da Torah, levou-o até a janela e perguntou-lhe o que via através da vidraça.
– “Vejo pessoas passando na calçada defronte”, disse o ricaço. O rabino pegou-o pelo braço e levou-o para frente de um espelho: – “O que vês agora?”, perguntou. E o reclamante respondeu que via a si mesmo.
O rabino, sentando-se e mandando-o sentar-se também, falou: – “Você comprovou, irmão, a diferença entre o vidro e o espelho, pelo vidro a gente vê os outros, mas quando este é revestido de prata só vemos a nós mesmos”.
A simplicidade humanista é como o cristal, através do qual se vê a solidariedade humana, razão da nossa existência social e política, enquanto a prata espelha o egoísmo egocêntrico dos corruptos, moucos aos gemidos lamentosos do povão.
É por isso que se vê embaciada a realidade brasileira da politicagem reinante, aqui está presente um espelho feiticeiro como aquele dos irmãos Grimm aproveitado do conto de fadas folclórico escandinavo “Schneewittchen” – Branca de Neve.
Como a rainha bruxa monitorou o crescimento corporal e a beleza da sua enteada, a princesinha, os polarizadores da política brasileira Bolso e Lula se olham no reflexo e veem um ao outro, sem se envergonhar de fazer a pergunta clássica, nas vésperas da eleição do candidato dos dois à presidência do Senado: “Há alguém no mundo mais corrupto do que eu?”
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DO WOKEÍSMO
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)
O globalismo rendeu na linguagem ocidental coisas boas e coisas ruins. Entre as que considero más são duas gírias que conquistaram principalmente a juventude desocupada (os nem-nem) e os filhinhos de papai. São “Vibe” e “Woke”.
Vibe é um substantivo feminino vindo da abreviação do inglês vibration, significando entusiasmo pessoal por alguma coisa ou sentimento abstrato; Woke, substantivo masculino, que abordei em textos anteriores, é mais do que um termo, mas uma cultura sinistra que evoca diversidades para valorizar minorias suspeitosamente perseguidas pelo “sistema”.
Considero que ambas expressões são facilmente acolhidas por pessoas obsessivas com tendência às interpretações distorcidas da realidade. No caso do wokeísmo – que restaurou o “Dabliú” para o Dicionário Brasilês do professor gaúcho José Carlos Bortoloti, e uso como título deste artigo e que considero sinistro, de mal agouro.
Peço perdão pela insistência do sinistro que os brasileiros usam como canhoto, assustador, trágico e, em termo jurídico, referindo-se a acidentes imprevistos cobertos por um seguro contratado e que a Seguradora obriga-se a pagar os danos.
O Woke, como sinistro não tem Companhia de Seguros que garanta os danos que causa. É uma falsa ideologia a serviço da propaganda hipócrita dos programas partidários e eclesiais; por isto, multiplicou ONGs interessadas em verbas governamentais ou servir como intermediárias das agências de propaganda para as empresas privadas.
Persisto no tema pelo conhecimento de um caso divulgado nas redes sociais e que não tive necessidade de checar porque está na cara, só não vê, não ouve, não sente quem não quer o que foi exposto.
Partiu de um ex-estagiário de apresentador da TV-Globo, com o perfil clássico do Cid Moreira, currículo acadêmico e, segundo o próprio, preparou-se para isto por vocação. Diz que foi despedido com a alegação de corte de despesas da empresa, e não se conformou; denuncia que os dirigentes da Globo adotaram a política identitária, escolhendo novas figuras para a telinha, representando minorias, gordos ou esquálidos, penteados afro ou descabelados, e preferencialmente pessoas engajadas em movimentos wokeístas.
Dá para constatar isto sem muito pesquisar; mas a Globo não ficou só. Band, CNN e como não poderia deixar de ser, a TV Brasil e o Canal Brasil aderiram e empresas como a Claro, a Natura, Tim e Shopee.
Nos Estados Unidos, empresas abandonaram essa paranoia; Boeing, Harley Davidson, Jack Daniel’s, John Deere. Target, Tractor Supply e Toyota fizeram questão de anunciar este desprezo. A Kimberly-Clark fabricante das fraldas Huggies e a Amazon abandonaram o besteirol nos EUA, mas o mantém aqui.
A economia capitalista que “capitalizou” quase revolucionariamente a moda wokeísta, aplicando-a na publicidade e usando agentes e funcionários de acentuado perfil minoritário tiveram no correr do tempo uma resposta negativa com suas marcas trazendo bandeiras arco-íris e logotipos censuráveis. Isto se esgotou pela população enfarada pelo estreitamento auditivo e visual.
No Brasil, porém, validou-se a ilação de Millôr dizendo que “quando uma ideologia fica bem velhinha lá fora, vem morar no Brasil”. Foi o que ocorreu com a cultura woke, hoje ignorada na Europa e banida nos Estados Unidos e vitoriosa aqui..
A falsa esquerda, populista, apadrinhou essa odienta “cultura”, na contramão de intelectuais marxistas norte-americanos que apoiaram as ideias da filósofa Susan Neiman no seu livro “A Esquerda Não É Woke” (publicado em 2023), dizendo que o woke mistura ‘sentimentos tradicionais de esquerda’ com ‘suposições filosóficas muito à direita’
Neiman sofreu de militantes agressivos a condenação acusada de reverter reivindicações populares”, invertendo a dialética do antirracismo e mesmo – sem qualquer referência-, condenando o movimento LGBTQIAPN+… Esta agressão contou com o apoio de políticos hipócritas e religiosos fraudulentamente progressistas. A Filósofa vive hoje na Alemanha como diretora do Fórum Einstein.
Na cena política brasileira, a falsa polarização faz uma trégua unindo-se para apoiar um perfil woke, Davi Alcolumbre, com as características exatas das “minorias”; tem nome bíblico, é corporalmente avantajado e, sobretudo, igualitário na corrupção praticada por Bolsonaro e Lula.
Esta convergência dos polarizadores comprova a aprovação ao Wokeísmo e o abandono dos princípios de justiça, patriotismo e principalmente, da moralidade.
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