Arquivo do mês: fevereiro 2025

DOS ASSISTIDOS

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Criei uma “fake news” abrindo uma brecha no rigor que me leva à busca da verdade dos fatos. Nasceu da comemoração do aniversário do PT, partido fundado pelo general Golbery do Couto e Silva e entregue ao pelego da VW, Lula da Silva, seu informante, segundo Tuma Jr., e ainda não desmentido…

Na festa, entre as louvaminhas à Lula, que sempre rebusca na memória ideias antigas, ainda do tempo de pelegagem para enriquecer a sua demagogia, houve discursos com propostas de renovação do partido; entre esses, um “cumpanhero” da antiga (aliás todos dirigentes são “da antiga”) sugeriu que se fizesse um broche com a inscrição “PT-40 Anos”. É dos mais inteligentes.

A minha “fake” se faz presente, imaginando que alguém deveria propor, na verdade, a troca da legenda “PT” por “PA”, já que o partido não é mais dos trabalhadores, mas dos “assistidos” pela bolsas eleitorais populistas…

Comprova-se isto numa notinha saída distraidamente na imprensa mercenária vendida à Secom, informando sobre a filmagem de uma quilométrica fila de pacientes de baixo poder econômico numa Unidade Básica de Saúde. São os trabalhadores sem condição de ir ao Sírio Libanês.

Muitos trabalhadores também formaram fila esta semana em frente ao Sindicato dos Trabalhadores Terceirizados do Distrito Federal, nesta semana, para dar uma declaração a fim de não pagar a taxa de assistência sindical, instituída pelo Governo Lula.

E há um geral inconformismo pela volta do famigerado imposto sindical, que a novilíngua lulopetista batizou de “Contribuição” (agora teremos uma contribuição obrigatória). Foi anunciado um projeto de Lei diretamente pelo petista ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que deve ser apresentado neste primeiro semestre instituindo esta deformidade por “acordo” ou “convenção coletiva”.

Há uma revolta surda entre os petroleiros e engenheiros da Petrobras pela má gestão impressa por Lula à empresa. Recrudesce igualmente entre os acionários com o recente anúncio do prejuízo do último trimestre do ano que, de acordo com o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo que foi diretor da Previ, ocorreu por causa de “um item de natureza contábil”.

Ocorre que a Petrobrás perde inexplicavelmente R$ 10 bi vendendo combustível mais barato no Exterior, e pagando antecipadamente aos fornecedores. Também as despesas operacionais aumentaram no quarto trimestre do ano passado, 31,9% maior do que no mesmo período de 2023…. Deixando um cheiro gasoso de Petrolão.

Dos Correios, entregue aos lulopetistas nem vale a pena repetir o desastre, em verdade prejudicial aos que na empresa prestam serviço. É o único monopólio do mundo que dá prejuízo, que não é pequeno; no ano passado foi de R$ 3,2 bilhões.

São os trabalhadores que vão pagar a conta, porque é impossível reverter o rombo que até agora não recebeu uma observação do Governo Petista, e muito menos teve uma proposta para resolver o problema.

Assim, o mundo do trabalho é pisoteado pelo Partido dos Trabalhadores, onde o populismo que venceu a ideologia atende a execrável Bolsa Família e o inoperante há 20 anos Fome Zero; e mais o Auxílio Reconstrução, o Seguro Defeso, o Gás Social, o novo Pé-de-Meia, e outros que não lembro…. Somam-se aos programas invejosos de estados e municípios.

Desta maneira, os trabalhadores trabalham para sustentar que não trabalha, graças ao Partido dos Assistidos. É a mentirosa ideologia socialista do Partido dos Assistidos; uma mera ficção que  tem a ver com a realidade que vivemos e observamos.

Esta “fake news” é uma caricatura do que ocorre, e parece que o mais nojento de tudo torna-se viva no cenário político nacional de uma ideologia distorcida e enganadora para os que sonham com o respeito a quem produz.

 

DA LIBERDADE

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Nos tempos em que Pátria, patriotismo e patriota, não eram palavras vãs, hoje usadas somente na demagogia populista, crianças e adolescentes cantavam hinos nas escolas, e, entre eles, o da Proclamação da República, de Medeiros e Albuquerque e Leopoldo Américo Miguez.

“Liberdade!/ Liberdade!/ Abre as asas sobre nós!” um verso que foi um grito de guerra na minha juventude, o sonho de uma terra livre de livres irmãos. De coração, garanto que ainda ecoa no meu nonagenário com mais se 70 anos de exercício jornalístico.

Já adulto e me iniciando no saudoso jornal “A Manhã”, escrevendo sobre o futebol amador, fuçando as estantes do meu pai encontrei a curiosa figura do arcebispo católico, escritor, filósofo, pedagogo e teólogo francês, François Fénelon, cujas ideias valeram-lhe uma forte oposição tanto da Igreja quanto do Estado.

A História registra que foi nos finais do século 17 que vieram de Fénelon as noções de liberdade, igualdade e fraternidade, usadas mais tarde como consigna da Revolução Francesa. Tiveram um alvo perfeito, atingindo o absolutismo monárquico no Estado e o arbítrio clerical na Igreja. É interessante registrar que François Fénelon é um dos espíritos da codificação espírita como um dos Espíritos da Verdade que se comunicou com Allan Kardec.

Mais tarde como bandeira revolucionária, a Liberdade teve grande relevância na França, surgindo na insurreição popular de 1871, conhecida como Comuna de Paris, evento estudado com afinco por Karl Marx, precedendo a publicação do Manifesto Comunista. Vivia-se naquela época a chamada Primavera dos Povos por causa da brisa da Liberdade que cobria a Europa e influenciou a Revolução Americana.

Dos ventos soprados do norte do continente americano, tivemos em 1817 a Revolução Pernambucana, um levante independentista que defendia a República e as liberdades de credo e de expressão. Foi lindamente romanceada no livro “Dezessete”, do escritor, jornalista e poeta paraibano, Eudes Barros.

“Dezessete” precedeu o último levante  pela independência do Brasil em 1824, a Confederação do Equador, que também eclodiu em Pernambuco e recebeu a adesão de quase todas províncias do atual Nordeste.

Este conflito teve as raízes do liberalismo iluminista de François Fénelon; defendeu uma Constituição que promovesse a descentralização política do governo, concedendo às províncias autonomia política, administrativa e financeira.

Seu idealizador e líder foi o frade Joaquim do Amor Divino Rabelo, popularmente conhecido como Frei Caneca, uma personalidade que expressava ideias liberais e republicanas. Sua formação ideológica nasceu na subversiva Academia do Paraíso, entidade que reunia admiradores da Revolução Francesa e da independência dos Estados Unidos da América.

A Confederação pouco durou; sofreu a violentíssima repressão de numerosas tropas terrestres e de uma esquadra de mercenários ingleses financiada pelo governo imperial.

Derrotado o movimento, Frei Caneca foi condenado à morte por enforcamento, indiciado como um dos chefes da rebelião. Terminou, porém, sendo fuzilado num muro vizinho ao Forte das Cinco Pontas em Recife, parede que continua de pé com o busto dele e uma placa alusiva promovidos pelo Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.

A minha homenagem ao Herói e Mártir da brasilidade é deixar patente que o seu ímpeto revolucionário foi além do autoritarismo monárquico e da crise econômica que se abatia no país; defendeu acima de tudo, como princípio, liberdade, igualdade e justiça social.

O sonho de Caneca se insere num Estado Democrático de Direito. Atentar contra ele é fuzilá-lo outra vez; por isto, é um imperativo da consciência nacional condenar a trama golpista de Bolsonaro e das viúvas da ditadura militar que o cercavam.

A Liberdade é inegociável. O fundador da Filosofia Crítica, Immanuel Kant, considerou a liberdade como base do seu sistema filosófico, como ética e dever. Assim, a defesa da Liberdade se torna uma obrigação e exige rigorosa punição de quem a ameaça com um golpe ou com a censura….

 

 

 

 

 

 

 

DAS MEDIDAS

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Lembro do tempo em que o alfaiate tomava a medida das pessoas e fazia um terno; e outro profissional tão antigo e, como o alfaiate, quase desaparecido, o chapeleiro, fazia um chapéu sem sequer conhecer o cliente, apenas com dados da cabeça dele.

Também o psicólogo – tira a medida do que está no interior do crâneo, revelando pelos medidores freudianos ou junguianos, verdades desconhecidas até pelo paciente…

Como verbete dicionarizado, “Medida” é um substantivo feminino de origem latina, particípio passado de Metire, “medir”. Define-se como uma determinada quantidade para avaliar dimensões ou frações mensuráveis.

Para medir grandezas físicas temos instrumentos, as unidades de medida que são: para o comprimento: metro (m), para a massa: grama (g) e para o volume: metro cúbico (m3).

Para quantificar a percepção humana, Platão nos trouxe um enunciado de Protágoras, filósofo e matemático grego, criador da corrente de pensamento conhecida como pitagorismo: “O homem é a medida de todas as coisas, das que são como são e das que não são como não são”.

Isto induz que se uma pessoa pensa que uma coisa é verdade, tal coisa é a verdade para ela; serviu de base filosófica para o dialética materialista de Heráclito, defensor de que o conhecimento humano pode ser alterado conforme circunstâncias mutáveis.

Heráclito formulou como exemplo que “ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não encontra as mesmas águas, e o próprio indivíduo já se modificou”.

Da sabedoria grega antiga concluímos que o ser humano tem o poder para determinar o valor ou significado das coisas, criando a sua própria realidade. E assim possuímos a representação cultural de medidas políticas. Com elas temos a formação dos governos autoritários dispondo restrições e controle para a cidadania.

Com referência a estes critérios, sabemos que tais ações provocam reação dos defensores da liberdade de expressão que assumem nas redes sociais a luta contra a censura que o Governo Lula e seus sabujos no Judiciário e Legislativo tentam implantar.

Pela contradição no exercício de suas funções, o Supremo Tribunal Federal, inoculou-se com o vírus da lerdeza coletiva, do interesse pessoal e permitiu a entrada da política no Tribunal, expulsando de lá a Justiça boa e perfeita.

É inegável que com isto fica escancarado o problema das decisões monocráticas. A questão é tão chocante que se põe à frente dos privilégios gozados pela magistratura – A mais cara do mundo –, e mantém nela um comportamento leniente enfermiço diante do crime e dos criminosos.

Neste campo, a febre do autoritarismo fica a serviço dos aspirantes da “Democracia Relativa” com tremores doentios que levam um ministro do STF a dizer que as redes sociais não têm regulamentação. Ele ignora por falta de estudo ou acumpliciado com o totalitarismo, que já temos o Marco Civil da Internet, permitindo que qualquer juiz peça a retirada do conteúdo das redes a qualquer tempo.

Aliás, não é falta de estudo. Acho proposital a fala equivocada do ministro Alexandre de Moraes, pois julgo impossível seu desconhecimento de que o código penal tipifica os crimes contra a honra, a fraude e o estelionato, punindo-os em qualquer contexto, em tempo e espaço.

Portando, qualquer crime cometido no mundo virtual pode e deve ser reprimido, investigado, e os culpados devem ser punidos. Não o fazer, alegando necessidade de repressão ou censura prévia, nada tem a ver com o Estado Democrático de Direito.

Por isto, é um dever da nacionalidade repudiar a volta da censura ditatorial, que só existe na cabeça de golpistas fanáticos de Bolsonaro ou defensores lulistas da Ditadura Maduro, que lhes inspira.

DA MENTIRA

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

O título vem numerado porque já abordei outras vezes este tema; perdoem-me o teologismo sectário e a fé inocente dos justos, lendo-me a confissão de que não creio nas religiões, considerando-as as mães da Mentira.

Respeito os que adoram, cantam e louvam o deus barbudo de olhos languidos (geralmente azuis) uma imagem de homem em sacrifício…. Mas vejo nos primitivos mais verdade, adorando o sol na claridade do dia e louvando as estrelas no negro espaço da noite. É a energia universal a minha concepção de Deus, como viram Spinoza e Einstein.

Não posso crer que o deus egípcio Osíris, assassinado e esquartejado pelo irmão Set e teve o corpo recomposto pela esposa Ísis? É-me impossível acreditar que o Homem foi feito de barro e a mulher da sua costela! Não admito que uma loba alimentou Rômulo e Remo, fundadores de Roma e aceitar a infalibilidade dos papas….

Também não creio em pesquisas. Como profissional de imprensa, fui contratado e trabalhei em duas delas; aprendi então que basta que se queira e não é preciso falsificar números nem fraudar estatística; só estabeleça o universo da inquirição. Daí, a pesquisa limitada a um espaço e à frequência das pessoas, o resultado que se espera virá como se quer.

É assim que a Mentira, como as pesquisas e os livros “escritos por deus”, não precisa se fantasiar de verdade para frequentar os poderes republicanos, as igrejas e os partidos; e nesse avesso carnaval, saio no bloco de Afonso Romano de Sant´Anna, cantando como ele que: “De tanto mentir tão brava/mente constroem um país de mentira diaria/mente”.

Nesse cenário momesco recordo um texto de Anatole France transcrevendo uma milenar lenda chinesa para assistir ao desfile de “um gênio feioso, de cabeça grande e grandes olhos habita cavernas escuras, vagueia pelas noites em busca do prazer que consiste em divertir-se às custas dos mortais; a sua diversão é penetrar nas moradias e abrir cirurgicamente o crânio dos dorminhocos.

A operação se realiza com a extração do cérebro da pessoa, trocando-o pelo de outra; assim, percorre pelas cidades repetindo várias vezes a proeza. Ao amanhecer, volta para o subterrâneo e se alegra por saber que o militar acordará com o misticismo de um monge, a devassa terá o pudor de um virgem, os magistrados farão a justiça dos santos; o político despertará puro como um eremita e o moralista sofrerá a fissura de um drogado.

Reconto esta historieta lembrando que anteriormente gravei uma pergunta que me saiu da cabeça: – Já imaginaram se este gênio gozador se materializasse no Brasil e saísse fazendo o troca-troca de mentalidades?

Feito o transplante de cérebros, veríamos os picaretas do Congresso Nacional assumindo o papel de legisladores patriotas pensando na Nação; os togados do STF ministrando Justiça boa e perfeita condenando ladrões do dinheiro público, e os donos das legendas partidárias e pelegos sindicais dispensando dinheiro público, cobrando da militância das entidades o pagamento do seu trabalho.

Sem ser muito exigente, gostaria de ver o gênio cabeçudo fazendo o empresariado criar empregos com justa remuneração e intelectuais pensando um futuro promissor para as novas gerações….

O que faria o cirurgião fabuloso de cérebros visitando a fraudulenta polarização armada pela imprensa mercenária que cozinha a sopa de letrinhas dos partidos com o tempero da baba dos fanáticos cultuadores de personalidades Bolsonaro e Lula? São os dois, pra vergonha alheia, campeões da mentira, sempre prontos para se alternar no poder e servir ao sistema que reconheceram no Congresso, ao apoiar os picaretas do Centrão.

Eleger Alcolumbre e Motta foi uma manifestação explícita em favor do nojento orçamento secreto e ainda mais repugnantes as emendas parlamentares, ambos expostos no balcão de negócios sujos da politicagem.

Assim se mantém o vício corruptor das mamatas e dos privilégios pagos pelos imorais fundos partidário e eleitoral; e assim sobem ao palanque levando a Mentira discursiva: Lula com a treta descarada da “democracia relativa” em defesa da ditadura Maduro; e o outro, Bolsonaro, ávido por dinheiro como assistimos no caso das joias entrando clandestinamente no país.

A verdade é que não existe nem democracia nem honestidade relativas; são, na verdade, meias-mentiras, o caminho certo para se chegar à Mentira.