DO WOKEÍSMO
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)
O globalismo rendeu na linguagem ocidental coisas boas e coisas ruins. Entre as que considero más são duas gírias que conquistaram principalmente a juventude desocupada (os nem-nem) e os filhinhos de papai. São “Vibe” e “Woke”.
Vibe é um substantivo feminino vindo da abreviação do inglês vibration, significando entusiasmo pessoal por alguma coisa ou sentimento abstrato; Woke, substantivo masculino, que abordei em textos anteriores, é mais do que um termo, mas uma cultura sinistra que evoca diversidades para valorizar minorias suspeitosamente perseguidas pelo “sistema”.
Considero que ambas expressões são facilmente acolhidas por pessoas obsessivas com tendência às interpretações distorcidas da realidade. No caso do wokeísmo – que restaurou o “Dabliú” para o Dicionário Brasilês do professor gaúcho José Carlos Bortoloti, e uso como título deste artigo e que considero sinistro, de mal agouro.
Peço perdão pela insistência do sinistro que os brasileiros usam como canhoto, assustador, trágico e, em termo jurídico, referindo-se a acidentes imprevistos cobertos por um seguro contratado e que a Seguradora obriga-se a pagar os danos.
O Woke, como sinistro não tem Companhia de Seguros que garanta os danos que causa. É uma falsa ideologia a serviço da propaganda hipócrita dos programas partidários e eclesiais; por isto, multiplicou ONGs interessadas em verbas governamentais ou servir como intermediárias das agências de propaganda para as empresas privadas.
Persisto no tema pelo conhecimento de um caso divulgado nas redes sociais e que não tive necessidade de checar porque está na cara, só não vê, não ouve, não sente quem não quer o que foi exposto.
Partiu de um ex-estagiário de apresentador da TV-Globo, com o perfil clássico do Cid Moreira, currículo acadêmico e, segundo o próprio, preparou-se para isto por vocação. Diz que foi despedido com a alegação de corte de despesas da empresa, e não se conformou; denuncia que os dirigentes da Globo adotaram a política identitária, escolhendo novas figuras para a telinha, representando minorias, gordos ou esquálidos, penteados afro ou descabelados, e preferencialmente pessoas engajadas em movimentos wokeístas.
Dá para constatar isto sem muito pesquisar; mas a Globo não ficou só. Band, CNN e como não poderia deixar de ser, a TV Brasil e o Canal Brasil aderiram e empresas como a Claro, a Natura, Tim e Shopee.
Nos Estados Unidos, empresas abandonaram essa paranoia; Boeing, Harley Davidson, Jack Daniel’s, John Deere. Target, Tractor Supply e Toyota fizeram questão de anunciar este desprezo. A Kimberly-Clark fabricante das fraldas Huggies e a Amazon abandonaram o besteirol nos EUA, mas o mantém aqui.
A economia capitalista que “capitalizou” quase revolucionariamente a moda wokeísta, aplicando-a na publicidade e usando agentes e funcionários de acentuado perfil minoritário tiveram no correr do tempo uma resposta negativa com suas marcas trazendo bandeiras arco-íris e logotipos censuráveis. Isto se esgotou pela população enfarada pelo estreitamento auditivo e visual.
No Brasil, porém, validou-se a ilação de Millôr dizendo que “quando uma ideologia fica bem velhinha lá fora, vem morar no Brasil”. Foi o que ocorreu com a cultura woke, hoje ignorada na Europa e banida nos Estados Unidos e vitoriosa aqui..
A falsa esquerda, populista, apadrinhou essa odienta “cultura”, na contramão de intelectuais marxistas norte-americanos que apoiaram as ideias da filósofa Susan Neiman no seu livro “A Esquerda Não É Woke” (publicado em 2023), dizendo que o woke mistura ‘sentimentos tradicionais de esquerda’ com ‘suposições filosóficas muito à direita’
Neiman sofreu de militantes agressivos a condenação acusada de reverter reivindicações populares”, invertendo a dialética do antirracismo e mesmo – sem qualquer referência-, condenando o movimento LGBTQIAPN+… Esta agressão contou com o apoio de políticos hipócritas e religiosos fraudulentamente progressistas. A Filósofa vive hoje na Alemanha como diretora do Fórum Einstein.
Na cena política brasileira, a falsa polarização faz uma trégua unindo-se para apoiar um perfil woke, Davi Alcolumbre, com as características exatas das “minorias”; tem nome bíblico, é corporalmente avantajado e, sobretudo, igualitário na corrupção praticada por Bolsonaro e Lula.
Esta convergência dos polarizadores comprova a aprovação ao Wokeísmo e o abandono dos princípios de justiça, patriotismo e principalmente, da moralidade.
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