OS “12” MAIS
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
“Gente é para brilhar,/ que tudo mais vá para o inferno,/ este é o meu slogan/ e o do sol” (Maiakóvski)
Imaginei fazer este ano a lista dos “dez mais” – com pessoas que se destacaram neste ano do Senhor de 2017… Trata-se de uma escolha pessoal, sem pretensão de impingi-la a ninguém. Muito menos aos milhares de amigos do Twitter.
Não invento nada; não criei, apenas redescobri uma antiga fórmula do jornalismo para avaliar pessoas e até coisas que se projetaram em certo período.
O mérito de fazer sobressair fatos, nomes e instituições vem de longe, do século passado, mais propriamente dos anos 1940. Seu nascimento se deve a um fotógrafo, Ibrahim Sued, que fazia freelance nos jornais “A Vanguarda”, “Diário Carioca” e “Tribuna da Imprensa”, do Rio de Janeiro.
Com a sorte – Madrinha dos fotógrafos – flagrou um momento em que o líder da UDN, Otávio Mangabeira fez um gesto dando a impressão de beijar a mão do general americano Dwight D. Einsenhower que visitava o Brasil. E criou uma celeuma política bombástica.
Daí em diante, a sua carreira na imprensa se firmou e mesmo semianalfabeto, com brilhante inteligência (herdade de seus ancestrais libaneses) Ibrahim Sued tornou-se o inovador do colunismo social, explorando aquilo a que se refere Arnaldo Niskier a “fogueira das vaidades”. Escreveu para vários jornais, revistas, e teve um programa na TV-Globo.
As listas dos “dez mais” de Sued alcançavam surpreendentes personagens que iam do presidente Dutra ao sambista Ataulfo Alves e eram esperadas por todos, de todas as classes sociais.
Pela fama adquirida, o colunista social impôs bordões ao coloquial brasileiro, como “café society”, “champanhota”, “de leve” e inspirado nos ditados árabes, “os cães ladram e a caravana passa” e “cavalo não desce escada”… Foi citado numa crônica de Manoel Bandeira, entrou na letra de um samba de Jorge Veiga e numa paródia de Juca Chaves.
A divulgação de listas de “dez mais”, segundo pesquisas, foi inspirada nas colunistas da imprensa norte americanas Elza Maxuel e Louella Parsons, mas no Brasil quem as consagrou foi sem sombra de dúvidas Ibrahim Sued.
Mais tarde esta seleção de realce de personalidades ganhou o mundo, com os dez finalistas da UEFA, os dez jogadores mais festeiros do futebol do jornal esportivo Às, da Espanha, e os dez livros mais vendidos divulgados pela Editora Saraiva.
A revista Exame divulgou também os dez mais procurados pelo FBI por crimes de colarinho branco e por terrorismo, e o popular animador da televisão Silvio Santos apresenta a anos o Troféu Imprensa, lista anual dos destaques da tevê.
A minha lista inflacionou. Em vez de dez tem doze, não pude limitá-la. Trago-a à apreciação dos que leem os meus artigos:
1º) A professora Heley Abreu, 43, teve 90% do corpo queimado para impedir que crianças fossem queimadas, no incêndio criminosos provocado na creche da cidade de Janaúba, em Minas Gerais;
2º) Os juízes Sérgio Moro e Marcelo Bretas, que conquistaram o respeito nacional julgando os crimes de corrupção investigados pela Operação Lava Jato;
3º) A procuradora Raquel Dodge, cuja atuação à frente da Procuradoria Geral da República até agora não decepcionou como ocorreu no STF;
4º) A senadora gaúcha Ana Amélia Lemos que se projeta, como uma flor no pântano da mediocridade e da corrupção parlamentar;
5º) O humorista de apresentador de televisão Danilo Gentili, que ganhou a maior audiência no seu horário por mérito pessoal;
6º) O jornalista Fernando Gabeira pelas excelentes reportagens televisivas e artigos que refletem a visão equilibrada da política nacional;
7º) A repórter Andrea Sadi, uma revelação na nova geração de jornalistas, pela qualidade da sua atividade profissional;
8º) O fotógrafo Sebastião Salgado laureado internacionalmente pela sua dedicação ao trabalho artístico e educativo;
9º) A diva do teatro brasileiro Bibi Ferreira, incansável no seu afã de representar e produzir peças de real valor dramático.
10º) A cantora Anitta, pelo trabalho que vem realizando como artista e produtora de clipes de ótima qualidade;
11º) O técnico da Seleção Brasileira Tite, que arrumou o time pelo conhecimento do futebol e liderança pessoal
12º) O jornalista e escritor potiguar, Rubens Lemos Filho pelo excelente livro “Memórias Póstumas do Estádio Assassinado”, denunciando a demolição de uma obra de arte arquitetônica em Natal – O Machadão – pelos propineiros, e narrando a sua história futebolística.
Ademan que eu vou em frente! Anita é jovem e bonita, porém não concordo com a escolha, cada um tem seu gosto. Que 2018 nos traga serenidade e inteligência para enfretar a esperteza brasileira. Parabéns pela luta política e difusão de sabedoria!
Anita ficaria em minha opinião fora desta lista.
Existem talentos musicais com muito mais brilho que poderia substituí-la com certeza.
ótima atitude sua com essa divulgação.
FELIZ 2018 meu nobre e continue com sua retidão e clareza.
Ótimo artigo.Lembrar de Ibrahim Sued é voltar ao Rio boêmio,da alta sociedade carioca,onde Sued sem um tostão no bolso adentrou pelos salões, tornando o jornalismo social,destaque nos jornais da época.Quanto a lista, discordo apenas do ítem política,
pois não vi merecimento em ninguém. Parabéns!
Excelente como sempre!
Concordo com sua lista e quanto a Ibrahim Sued foi sensacional.
Parabéns pela excelência do texto com exímio português,algo raro hoje em dia.
Ah! Sadi com certeza tem um jeito novo no jornalismo com um toque muito pessoal e sem exagero.
Boa noite abençoada. Abraço.
Como esquecer Ibrahim Sued? Os anos passam e os bons, mesmo após a morte, ficam. Concordo também com os doze mais. Anita tem sim seu valor, se fosse estrangeira já teria “explodido” nas paradas de sucesso mundial. Não faz meu gênero, mas não a desmereço.
Sensacional! =)
Texto com a marca Miranda Sá. Não concordo com tudo. Mas é uma lição estilística para os jovens jornalistas, e um registro histórico para ler com encanto, tal a mestria. Meu abraço.
My lord,
Como contestar uma lista feita por ti ? A minha seria quase igual, três nomes apenas não constariam
Lembro de um ano, 2009, em que fiz a lista dos meus desejos Tentei não pensar em nada, deixar a mente solta para que eles surgissem à medida em que as minhas necessidades fossem reais O primeiro desejo foi o de saúde para uma irmã, depois foram surgindo os outros, como ler mais , a minha média é de dez livros por ano Pedi uma canção que adormecesse as crianças e acordasse os homens ,(Canção Amiga, do Drummond ), pedi para a Dilma não ganhar a eleição , achei que não tinha sido atendida, hoje sei que a vitória dela foi comprada com nosso dinheiro Enfim…Quero que a minha lista continue assim, que em 2018 tenhamos um resultado nas urnas que nos devolva a esperança de que o BEM sempre prevalecerá contra o MAL Abraços aqui do sul do RS e que em 2018 tuas paradas obrigatórias fiquem reduzidas , que tenhas a saúde que precisaremos para a luta ,Em 13 de março estaremos nas ruas , mostrando que podemos fazer a mudança com a qual sonhamos
Ninguém esquece de alimentar o corpo…. Pagam para exercitar os músculos em caras academias, enquanto Copacabanas, Ipanemas, Lagoas Rodrigos de Freitas e Ibirapueras no Rio e em São Paulo, estão de “pé e à ordem” para o deleite dos amantes da irmã Natureza. Os seres humanos gravitam em torno de seus semelhantes e por isso não posso deixar de ressaltar a beleza dessas palavras: ” Pedi uma canção que adormecesse as crianças e acordasse os homens”,(Canção Amiga, do Drummond ),
Eu Também não concordo pela escolha de Anita”.
Concordo com sua lista, exceto com o 10º item: a escolha da Anita.
Anita!!!Mais quem é essa Anita?Com todo respeito não concordo com sua escolha.
Mas tenho conhecimento de que “A LIBERDADE” sempre foi uma coisa cara. A história é um testemunho idôneo de que a liberdade raramente é conquistada sem sacrifício e abnegação.
Também deixo a Anita de lado.
Também eu deixo a Anita de lado.
11 mais, e um menos, Anita.