LOUCURA

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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“A ira começa com a loucura e acaba com arrependimento” (Textos Judaicos)

Tive a honra de conviver com um dos maiores jornalistas da minha época, o paraibano José Leal, ganhador do Prêmio Esso com a reportagem “180 dias na fronteira da loucura” saída nos tempos áureos d” O Cruzeiro”.

Na redação em que trabalhamos juntos, José Leal era mais velho do que nós e muito contribuiu para a formação dos mais moços do que eu e a maioria da redação. Ele sabia de tudo e tinha fontes que pareciam inesgotáveis. Para sacanear o pessoal, chamava-nos de “ratatúia”…

O apodo era uma referência a uma mistureba francesa – ratatouille – muito conhecida nos círculos gastronômicos. Diz-se tratar-se de uma receita provençal rústica, do século 18, uma mescla de legumes e ervas aromáticas, fácil de fazer, um quebra-galho para uma refeição feita em minutos.

Um filme norte-americano de animação intitulado “Ratatouille” popularizou a iguaria, e teve em Portugal o nome de Ratatui. Acho que ratatúia – como divulgamos entre os amigos agradou mais, e o Zeca Pagodinho saiu com a batucada Ratatúia…

Trago esta alegoria, como de costume, para homenagear um grande profissional de imprensa e expressar-me no contexto da excelente reportagem premiada “180 dias na fronteira da loucura”.

A loucura, como enfermidade, sofre divergências entre clínicos e psiquiatras, mas há uma convergência quanto aos diagnósticos descritivos que a Psiquiatria adota.

Os dicionários tratam o verbete loucura, substantivo feminino, como a alteração mental de um indivíduo caracterizada pela fuga do controle da razão; um distúrbio do comportamento e a maneira habitual de pensar.

Que é uma doença, é, e me parece endêmica (e epidêmica) entre os fanáticos do lulopetismo. Não há exemplos maiores do que a expressão de hierarcas do PT, em particular, da senadora Gleise Hoffman, sobre o julgamento do arqui-corrupto Lula da Silva.

A senadora paranaense disse publicamente que — “Para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar”. Tal declaração sofreria uma condenação num País sério, tratando-se de uma afronta à Justiça e ao Estado de Direito.

Infelizmente os nossos poderes republicanos não passam de uma ratatúia…  Senão tomariam as devidas providências para impedir um incitamento da subversão da ordem democrática contra a sentença de um crime sobejamente provado pelo Ministério Público e condenado pelo juizado de 1ª Instância.

Os salpicos da manifestação da parlamentar incitadora recaem sobre a manada de búfalos cegos que fazem o culto da personalidade do Pelegão, criminoso que usou a administração pública com conveniência e abusiva prática corrupta.

Nas redes sociais os descerebrados, movidos por uma ideologia distorcida, postam mensagens violentas contra magistrados e defensores da legalidade jurídica, com ameaças de agressão, sabotagem e até de assassinato.

Como se trata de uma minoria ruidosa, tomada de histeria coletiva próxima da loucura, não assusta a imensa maioria dos brasileiros que lutam contra a corrupção e a impunidade dos corruptos e corruptores.

Machado de Assis ensinou que “a loucura é uma ilha perdida no oceano da razão” e nos dá medo é que como doença, contagie grupos políticos desesperados com a situação reinante, buscando soluções heterodoxas para o futuro do Brasil.

8 respostas para LOUCURA

  1. Dalcio A Araujo disse:

    Assusta-me a cobertura da imprensa que tempera os acontecimentos Conforme a conveniência da agenda esquerdista. Vi jornalismo mais independente durante o regine militar. Essas declaracões irresponsáveis dão o tom do que será a campanha desse ano, um jogo sujo onde não poderemos acreditar na imprensa oficial, ainda bem que temos profissionais de gabarito no Twitter.

  2. A Insanidade conduziu totalmente a militância e os representantes políticos do PT, que sem razão, Problematizam O iminente fato a ocorrer no dia 24 de Janeiro. Resta agora , um posicionamento serio por parte das autoridades quanto as ameaças contra a Ordem Nacional declaradas em entrevistas pelos petistas. Parabéns pelo artigo Mestre Miranda.

  3. Margot Cardoso disse:

    “…e nos dá medo é que como doença, contagie grupos políticos desesperados com a situação reinante, buscando soluções heterodoxas para o futuro do Brasil.” Justamente o que penso, é um vírus incontrolável que se dissemina entre os ávidos ao poder pelo poder, e não tem cura. Quem sabe uma eventual prisão do chefe da quadrilha (da qual tenho dúvidas) amenize o efeito virótico.
    Obrigada por partilhar mais esse magnífico artigo, Miranda Sá.

  4. Irene Mattos Felix disse:

    Miranda, numa postagem do Ricardo Amorim li o seguinte: ” As pessoas por quem sinto pena são aquelas que insistem em continuar a fazer o que sempre fizeram, mas querem que os resultados sejam diferentes do que sempre foram “Thomas Sowell”
    Penso que é o que mais se aproxima da loucura Gleisi é uma louca, o mantra do PT é o mesmo , Lula é inocente Parece que eles decoraram o que Goebbels falou sobre a mentira ser repetida até virar verdade Pena que só decoraram a célebre frase Se tivessem lido a biografia, entenderiam que não é verdade, mesmo com dois neurônios apenas Abraços, guri!

  5. iara kern disse:

    Dentre todas as loucuras dos petistas, a que mais me espanta é a de tentar defender o petismo utilizando como “argumento” as prisões dos próprios petistas e comparsas.

    Tal elasticidade moral – e lógica – representa o ápice das bizarrices cognitivas causadas pela alienação ideológica.

  6. Maria de Lourdes disse:

    Nossa realidade os loucos guiam os cegos!
    Infelizmente.

  7. MaRy de Paula disse:

    Tudo que eles mais querem é um mártir. Capaz deles matarem e dizer que foi a direita louca, como nos chamam.

  8. Manuel Carlos Lopes disse:

    Ótimo artigo.A reportagem da revista O Cruzeiro fazia uma denúncia das condições sub-humanas dos enfermos. Hoje em dia temos “enfermopetistas” gritando palavras de ordem e incitação a violência,como se isso fosse algo natural.Nossas instituições se calam em uma era das barbáries.