GALARDÃO

[ 4 ] Comments
Compartilhar

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

“O galardão das boas obras é tê-las feito de fato. Por isso, não pode haver melhor prêmio” (Sêneca)

Viciado na leitura da poesia, intoxico-me muitas vezes relendo Carlos Drummond de Andrade, de quem guardo uma lição: “Penetra surdamente no reino das palavras, / Lá estão os poemas que esperam ser escritos”. Por isso sou incansável no aprendizado do vocabulário.

Outro dia, procurando uma palavra, encontrei em estado terminal na UTI da Gramática, o termo “Galardão”. Não o via mais nos escritos, nem o ouvia nas conversas desde os meus anos escolares. No Aurelão está classificado como substantivo masculino, sinônimo de prêmio. Só.

Aprendi agora que o termo aparece diversas vezes na Bíblia, que fala de um galardão nos céus que cada crente receberá de acordo com o seu trabalho aqui na Terra. O escritor Silvino Candido Da Silva diz que nas Escrituras não foi revelado aos homens o que seria o galardão, mas segundo ele, deve ser coisa boa.

Então resolvi usar o verbete Galardão para falar sobre a briga entre pessoas e entidades para serem reconhecidas como os únicos responsáveis pela vitória eleitoral do presidente Jair Bolsonaro.

Sinceramente, eu não dedicaria este prêmio a nenhum deles, ao presidente do PSL e à própria sigla, nem o filósofo de si mesmo, Olavo de Carvalho; nem o pastor dos políticos Silas Malafaia; nem os generais da reserva. Muito menos, como querem os analistas da grande imprensa, restrita ao Facebook…

Com mais de 70 anos de observação do cenário político, esbanjando experiências à esquerda e à direita, não caio nesta cantilena personalista de cabos eleitorais e, no caso específico da campanha de Bolsonaro, deixar de dizer que a vitória conquistada se deveu quase exclusivamente ao povo.

A adesão popular foi superior a que assistimos com Jânio Quadros e depois com Fernando Collor, uma conquista inolvidável. Buscando na memória, e pesquisando a História, o suporte dos brasileiros recebido pelo Capitão, só pode ser comparável com a volta de Getúlio Vargas em 1950.

Nas campanhas de um e de outro pouco valeram os partidos e personalidades das finanças, da mídia e da política, mas uma tarefa coletiva do eleitorado farto da politicagem; e, com Bolsonaro, combatendo a incompetência e a corrupção dos governos lulopetistas.

Como os tempos são outros, registrou-se a presença espontânea dos revoltados nas redes sociais, surpreendendo a imprensa tradicional e atropelando a minoria ruidosa do narcopopulismo bolivariano.

Foram milhares de participantes do WhatsApp que conquistaram o espaço dantes monopólio dos jornalistas e artistas famosos; do rádio e da televisão; e, principalmente, da tradicional influência dos Institutos de pesquisas de opinião pública.

A livre opinião individual e voluntária foi usada nas redes sociais e aprimorada pelos “zés ninguém”, empunhando a ferramenta no sistema de intermídia da Internet. Esta ferramenta, como ensina o autor da “Reinvenção da Política”, Diego Beas, subtrai dos poderosos o domínio sobre a opinião pública.

Assim, o Facebook e o Twitter enfrentaram mercenários, pagos para repetir slogans, os preguiçosos aparelhados em cargos públicos, ataques sorrateiros das fake news e os empanturrados com a mortadela ideológica apodrecida sob os escombros do Muro de Berlim.

Não se pode minimizar também a força do antipetismo já referida, uma repulsa nacional a quase tudo o que representou o governo fraudulento de Dilma Rousseff, dolosamente mentiroso e corrupto.

… E é igualmente inegável a força idealista do Centro Democrático, entrando na campanha antes da definição eleitoral e, sem dúvida, colaborando e fortalecendo a candidatura Bolsonaro. Os liberais continuam mantendo o apoio ao Governo, sobretudo pela participação de Paulo Guedes e Sérgio Moro, fundamentos que se põem acima das picuinhas desprezíveis do carreirismo. É deles o “Galardão”.

 

4 respostas para GALARDÃO

  1. MarileneMG disse:

    No dia a dia de leitura bíblica e nas igrejas usamos muito a palavra GALARDÃO, não que esta seja fruto de nossas vontades, no porvir, pois quem julgará não somos nós e nem sabemos como se dará, além das ilustrações, na simbologia espiritual. Há sim referências bíblicas sobre o que se dará no pós morte. Coisas que ainda não vimos, mas que muitos SANTIFICADOS insistem em dizer que já foram arrebatados e encontraram coisas insignificantes, tais como usos e costumes.
    Embora cristã praticante, felizmente minha família e eu estão aquém dos ditames de certos pastores acentuadamente religiosos e que conquistaram uma grande bancada no CN.
    O maior poder da Terra continuará sendo a Política e depois dela, a Religião.
    Muito importante que ninguém se engrandeça, tanto com o galardão terrestre quanto com o esperado galardão porvir, pois o segundo é para sempre.
    O Seu artigo Miranda Sá, não deixou a desejar!!!
    Avante!

  2. MarileneMG disse:

    No dia a dia de leitura bíblica e nas igrejas usamos muito a palavra GALARDÃO, não que esta seja fruto de nossas vontades, no porvir, pois quem julgará não somos nós e nem sabemos como se dará, além das ilustrações, na simbologia espiritual. Há sim referências bíblicas sobre o que se dará no pós morte. Coisas que ainda não vimos, mas que muitos SANTIFICADOS insistem em dizer que já foram arrebatados e encontraram coisas insignificantes, tais como usos e costumes.
    Embora cristã praticante, felizmente minha família e eu estão aquém dos ditames de certos pastores acentuadamente religiosos e que conquistaram uma grande bancada no CN.
    O maior poder da Terra continuará sendo a Política e depois dela, a Religião.
    Muito importante que ninguém se engrandeça, tanto com o galardão terrestre quanto com o esperado galardão porvir, pois o segundo é para sempre.
    O Seu artigo Miranda Sá, não deixou a desejar!!!

  3. MarileneMG disse:

    “E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis”.
    Colossenses 3:23-24
    São mais de 40 citações sobre o galardão celestial.

  4. “Prefiro afirmar que continuo sendo um eterno aprendiz”.