CRÍTICAS
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem” (Santo Agostinho)
Fico extremamente feliz quando recebo críticas aos meus textos, divulgados pelas redes sociais. Desta vez desejo responder com este artigo a avaliação, quase uma censura, apontando-me como agressor dos muçulmanos para proteger os israelenses.
Como tento despir-me de qualquer partidarismo com relação aos conflitos do Oriente Médio, faço críticas indistintamente a judeus e árabes, primos irmãos, cujas desavenças são muitas vezes inexplicáveis.
Sou contra, por exemplo, a adoção de Israel à doutrina nazista do “espaço vital”, ocupando militarmente territórios em detrimento dos palestinos; e condeno o tratamento nada civilizado que alguns países árabes dão às mulheres.
Tomo posição, igualmente, contra o militarismo israelita, o apoio dos árabes a terroristas e sua omissão quando da criação do Califado pelo ISIS.
Não faz muito tempo, quando o deputado Roberto Freire ocupava o Ministério da Cultura, defendi-o ao ser criticado por patrocinar uma exposição sobre a cultura árabe e, repeli mais tarde os ataques feitos ao Clube Hebraica por patrocinar um debate com o deputado Jair Bolsonaro.
Esses dois fatos têm semelhanças nas suas diferenças. O Clube Hebraica sempre teve um comportamento mais liberal do que os seus críticos sectários da Confederação Israelita do Brasil, defensora do expansionismo territorial em Israel promovido por extremistas da direita religiosa.
Nada obscurece a minha admiração pelos primeiros ocupantes do pequeno território do Estado de Israel cedido pela ONU por proposta brasileira do chanceler Oswaldo Aranha.
Exultei com a criação dos kibutzim, a luta heroica dos pioneiros pela coletivização da terra e o progresso obtido apesar da adversidade natural em menos de três décadas. Reconheço e admiro o desenvolvimento econômico democrático em pouco mais de 50 anos, primeiro no campo e depois na indústria, ambos sustentáveis, permitindo ao governo garantir subsídios ao desemprego, seguridade social e rendimento mínimo.
De outro lado, não posso negar o meu encanto e respeito pela cultura árabe, noves fora a intolerância do califa Omar que queimou 700 mil livros da Biblioteca de Alexandria, das ditaduras ainda vigentes e da escravocracia.
Entretanto, reservo o meu elogio ao que o Império Árabe ocupante da metade do mundo nos legou. Sua herança cultural excedeu todas demais civilizações na arquitetura, nas ciências e na Medicina. Na literatura, contribuiu com as lendas maravilhosas das Mil e Uma Noites.
Enquanto a Europa católica proibia a dissecação de cadáveres pelos estudiosos da anatomia humana, a medicina árabe mantinha atendimento clínico e criava a hospitalização; obteve notável avanço na cirurgia usando a anestesia.
Deve-se ao sábio Maomé-Ibn-Mousa a invenção do zero, um salto qualitativo e insuperável na Matemática, e, na Química, o Islã nos deixou o álcool, os ácidos cítrico e sulfúrico e o nitrato de prata.
Balanceando estas duas contribuições para os povos, a antiga e a contemporânea, somos obrigados a demonstrar que não agrido nem protejo árabes e judeus; eles nasceram como irmãos, semitas e camitas, e, com a sua origem étnica se bipartiram como canaanitas, israelitas, moabitas, amonitas e fenícios.
Mesmo sob críticas, sugiro que Jerusalém seja dividida entre judeus e palestinos; porque não? Aprendi com Aristóteles que só existe uma maneira de se evitar as críticas: “não fazer nada, não dizer nada e não ser nada”; e fui educado desde a tenra infância a não me meter em briga de família…
Caríssimo, desde minha tenra idade leio, vejo e escuto sobre essa desavença familiar milenar entre palestinos e judeus; sempre acreditei que nessa briga de irmãos, os primos, as cunhadas e as fofoqueiras jamais deixariam que a família se entendesse pois todos ganhavam com a briga.
O mundo assiste de camarote este perreio e sempre que pode dá os seus pitacos. Me parece não haver interesse real em se resolver essa briga. Parece que mesmo os envolvidos de alguma forma ganham com ela; principalmente seus líderes que mantém seus povos unidos aos seus comandos.
Em termos religiosos a coisa fica pior ainda. Um povo se declara dono da terra prometida, o outro quer seu legado. O povo judaico se emancipou, desenvolveu e hoje é uma das nações mais ricas e poderosas militarmente.
Uma saída (impossível) seria a lá Alemanha Oriental QUE SE UNIU A Alemanha ocidental e hoje UNIDAS é a potência mundial, comercial e bélica que se apresenta.
CRONOLOGIA DA DISPUTA:
638 d. C.O Califado Ortodoxo alargou a sua soberania para Jerusalém. Neste momento, Jerusalém foi declarada a terceira cidade mais sagrada do Islã após Meca e Medina
FINAL SÉCULO VII: O historiador do século X Mocadaci escreveu que Abdal Malique construiu um santuário, a fim de competir na grandeza das monumentais igrejas de Jerusalém.[32] Durante as quatro próximas centenas de anos, a proeminência de Jerusalém foi diminuída pelos poderes árabes na região que brigavam pelo controle da cidade.
1099: Jerusalém foi conquistada pelos Cruzados, que massacraram a maior parte dos habitantes muçulmanos e os resquícios dos habitantes judeus. A maioria dos cristãos foram expulsos e a maioria dos habitantes judeus já tinha fugido, no início de junho de 1099, a população de Jerusalém tinha diminuído de 70.000 para menos de 30.000.[35
Os sobreviventes judeus foram vendidos na Europa como escravos ou exilados na comunidade judaica do Egito.[36] Tribos árabes cristãs estabeleceram-se na destruída Cidade Velha de Jerusalém
1187: Jerusalém foi arrancada da mão dos Cruzados por Saladino permitindo que os judeus e os muçulmanos pudessem voltar e morar na cidade
1244, Jerusalém foi saqueada pelos tártaros corásmios, que dizimaram a população cristã da cidade e afastou os judeus, alguns dos quais foram reinstalados em Nablus.
1250 até 1517: Jerusalém foi governado pelos mamelucos, que impuseram um pesado imposto anual sobre os judeus e destruíram os lugares sagrados dos cristãos no Monte Sião.[
1517, Jerusalém e região caiu sob domínio Turco Otomano, que permaneceu no controle até 1917.
os turcos muçulmanos trouxeram muitas inovações: sistemas modernos de correio usado por vários consulados, o uso da roda para modos de transporte; diligências e carruagens, o carrinho de mão e a carroça, e a lanterna a óleo, entre os primeiros sinais de modernização da cidade.
1831: Com a ocupação de Jerusalém por Muhammad Ali missões do Egito e consulados estrangeiros começaram a se estabelecer na cidade.
1840: O controle turco foi reinstalado, mas muitos egípcios muçulmanos permaneceram em Jerusalém. Judeus de Argel e da África do Norte começaram a instalar-se na cidade, em um número cada vez maior. Ao mesmo tempo, os otomanos construíram curtumes e matadouros perto dos lugares sagrados judeus e cristãos “para que um mau cheiro, sempre pesteie os infiéis”.
1840 a 1850: Os poderes internacionais iniciaram um “cabo-de-guerra” na Palestina, uma vez que tentaram ampliar sua proteção ao longo do país para as minorias religiosas, uma luta realizada principalmente através de representantes consulares em Jerusalém. De acordo com o cônsul prussiano, a população em 1845 era de 16.410, 7120 judeus, 5.000 muçulmanos, 3390 cristãos, 800 soldados turcos e 100 europeus
1917: Após a Batalha de Jerusalém, o exército britânico, liderado por General Edmund Allenby, capturou a cidade
1922: A Liga das Nações sob a Conferência de Lausanne confiou ao Reino Unido a administração da Palestina.
1922 a 1948 a população total da cidade passou de 52.000 para 165.000, sendo dois terços de judeus e um terço de árabes (muçulmanos e cristãos)
1947: A ONU, a pedido do Reino Unido, criou o UNSCOP (United Nations Special Committee on Palestine), para elaborar o plano de partição da área do Mandato Britânico da Palestina. O plano consistia na partição da banda ocidental do território em dois Estados – um judeu e outro árabe -, ficando as áreas de Jerusalém e Belém sob controlo internacional. 53% do território seriam atribuídos aos 700 mil judeus, e 47% aos 1 milhão e 400 mil árabes sendo desses 900 mil que imigraram durante o inicio do século XX e 500 mil viviam no local (antes desse acontecimento, judeus provenientes da Europa Ocidental e do norte da África também já haviam imigrado a Palestina se juntando a outros poucos milhares de judeus que viviam historicamente ali, anteriormente à publicação dos Livros Brancos, e comprado 65% das terras daquela região, do antigo mandato turco-otomano, por isso essa proporção de terras)
Excelente, Miranda! A alienação não combina com você. Somos seres pensantes, incomodamos demais.
My lord,
Na Bíblia diz : O verdadeiro templo de Deus não é feito de pedra nem madeira e é nisto que acredito A briga entre Israelenses e palestino é fomentada pelos radicais , na prática não há muitas diferenças entre eles È um jogo de interesses econômicos e quem perde sempre são aquelas pessoas que não desejam essa guerra Sou a favor de dar a metade do templo a cada um
Meus parabéns mestre Miranda Sá pela perfeita desenvoltura literária; mas uma grande apresentação de um excelente texto, “CRITICAS”
Em relação a Israel e Palestina, de acordo com minha crença, entendo que todo este conflito de décadas e séculos, é profético e só findará através da inevitável Intervenção Fivina
Vamos torcer para que não aconteçam “TRAGÉDIAS”.
Belas análise … Do escritor e comentaristas.
Caro Miranda , nem Jesus Cristo deu conta de seus conterrâneos, pelo jeito eles vão continuarem até o fim dos tempos e com isso o povo humilde sofrendo com a ambição dos humanos , seria tão belo se os governantes pensassem mais nos irmãos por parte de Deus e não crescessem os olhos em acumular riquezas.