CAIXA PRETA

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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Não há nada em que paire tanta sedução e maldição como num segredo”.(Soren Kierkgaard)

Não sei qual foi o branquelo preconceituoso, misógino e racista, que batizou de “caixa preta” o estojo que revela segredos de desastres, indecifráveis a olho nu. O nome foi usado inicialmente para o sistema de registro de voz e ruídos nos aviões e agora também em ônibus e locomotivas no Japão e nos Estados Unidos.

A expressão “caixa preta” é contraditória, porque a caixa é cor-de-laranja com tiras fosforescentes refletindo luz para ser facilmente vista no escuro… É um equipamento com uma inscrição eletrônica de tempo, fundamental para colimar ou superpor os eventos de voz com eventos de performance.

O escritor israelense Amós Oz foi quem amplificou a expressão além das gravações de informes, sons confusos e gritos de horror no seu romance “Caixa Preta”. A expressão é também usada na Internet como teste de software para verificar dados; e, no Teatro, para um espaço cênico básico retangular com os lados pretos.

Na política e na mídia encontramos uma inflação de referências à caixa preta no mundo inteiro e no Brasil é presença obrigatória nas denúncias feitas ao BNDES quando atuava nos tempos de Lula e do seu fantoche.

Na campanha de Jair Bolsonaro, eleito presidente da República, ele prometeu que ao assumir o poder abriria a caixa-preta do BNDES e “revelar ao povo brasileiro o que foi feito com seu dinheiro nos últimos anos”.

O BNDES, apesar das mudanças ocorridas no Governo Temer, ainda mantém muitos dados em segredo, alegando “proteção ao sigilo bancário” e “operações secretas”, como o empréstimo para o Porto de Mariel em Cuba, operação realizada no segundo mandato de Dilma.

É por isso fundamental que se revele os segredos e se acabe com os sigilos para mostrar principalmente aos nordestinos, o que a sua Região perdeu (ou deixou de ganhar) se fossem financiadas na região as obras da Odebrecht no Exterior e as propinas reservadas para os hierarcas do PT.

A nova direção do BNDES, recém assumida, deve enfrentar a sua burocracia que no Governo Temer se recusou a fornecer informações, como a divulgação da lista de devedores e os empréstimos bilionários concedidos a juros camaradas para “amigos do lulopetismo”.

O presidente do BNDES, Joaquim Levy, indicado por Paulo Guedes e aprovado por Bolsonaro, recebeu a recomendação de que deve abrir a “caixa-preta”, ou pedir o boné…  Ele tem uma larga experiência no serviço público. Foi economista-chefe do Ministério do Planejamento no Governo FHC, secretário do Tesouro no Governo Lula e ministro da Fazenda no Governo Dilma. Não é um inocente, nem incapaz de atender o Presidente.

É isto o que querem os 54 milhões de eleitores do Bolsonaro: ver a real interpretação do termo “caixa preta”, como uma botija que esconde o produto de um roubo. Esperam que seja divulgado o que realmente ocorreu no reinado lulopetista da corrupção.

… E os 54 milhões exigem mais: se for comprovado o crime, como se desconfia, que os responsáveis sejam julgados, presos, e devolvam aos cofres públicos o que de lá foi subtraído.

 

 

4 respostas para CAIXA PRETA

  1. José Augusto Cordeiro disse:

    Antes da invenção da luz elétrica, a noite era tida como o manto do mistério, do oculto, do desconhecido, do ignaro, do não saber. Assim a noite negra era símbolo do que não se podia enxergar, saber e conhecer, enquanto a luz do dia, o sol era tido como símbolo do saber, do conhecer, do que se podia enxergar.
    Daí se dizer que quando uma coisa que se passa dentro de uma câmara qualquer é ignorada e se sabe apenas o que entra e o que sai é uma CAIXA-PRETA. Como o teste de sistema de informática cujas entradas são conhecidas, e os resultados esperados são verificados, sem entrar no detalhe do que acontece dentro dos programas, por exemplo.
    A comparação da ignorância e do mistério com o manto negro da noite em oposição à luz do dia vem dessa mesma percepção e nada tem a ver com a cor das nossas peles.

  2. MarileneMG disse:

    Caixa preta. Lista negra…

    Lista negra é uma lista, ata ou registro de alguma entidade ou pessoa física, que por qualquer razão nega algum privilégio, serviço, participação ou mobilidade de alguém ou de alguma entidade em determinada situação, período de tempo ou lugar.

    O termo é famoso historicamente, e se tornou de uso comum, por denominar a relação de pessoas que foram perseguidas ou proibidas de exerceram sua profissão sob a acusação de serem comunistas, pelo Comitê de Investigação de Atividades Anti-Americanas do Senado dos Estados Unidos, no período de “caça as bruxas” do Macartismo, nos anos 1950 nos Estados Unidos, no auge da Guerra Fria.

    A mais famosa destas perseguições se deu entre a comunidade da indústria do cinema e do entretenimento. Todos aqueles que se negavam a depor ou eram considerados suspeitos de afinidade ideológica com o comunismo, ou mesmo confessavam sua filiação ao Partido eram proibidos de trabalhar para os grande estúdios.

    OS DEZ DE HOLLYWOOD!

    Uma cor, uma raça!

    A Guerra Fria!

    As cores da caixa preta!!!

  3. Independente de raça , cor e religião vamos torcer e que realmente tenhamos tempo de ver todas as CAIXAS – PRETAS abertas e depois de abertas que as atitudes sejam tomadas.

  4. #DizALenda Interessante é que a expressão “caixa preta” é usada para definir objetivos que são antagônicos. Caixa preta.
    Por exemplo, em aviação, a expressão “caixa preta” se refere a um equipamento cujo objetivo é fornecer informações que ajudem na compreensão real de fatos ocorridos. Caixa preta.
    Na política, a expressão “caixa preta” se refere à prática de se ocultar provas de ilícitos. Para isso, usam-se de diversos outros elementos. Caixa preta.
    Por exemplo, na política não se extrai suco de laranja… A cueca não acomoda apenas passarinhos… Quartos de hotéis não são usados para dormir… Malas não são usadas para levar roupas… Caixa preta.
    Conta em banco suíço não tem nome do dono… Não se abre uma empresa, abre-se offshores… Consultorias e Assessorias e Serviços não prestados valem milhões de dólares… Obras mal feitas ou inacabadas custam dez vezes mais que deveriam… etc. Caixa preta.