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Gol contra e reserva ajudam a Holanda a desencantar

Ainda que o forte da seção de esportes do “New York Times” não seja o futebol, o seu título desta segunda sobre a seleção da Holanda é um achado: “Os holandeses parecem ótimos de novo. Ai, não”. O título exprime muito bem a expectativa positiva que volta a cercar esta seleção, como tem ocorrido nas últimas décadas, e o medo que ela volte a frustrar a todos, como também tem acontecido com frequência.

A julgar pela estreia dos “laranjas” na Copa, contra a Dinamarca, o título do jornal americano parece estar certo. A Holanda, de quem se esperava muito, fez uma partida decepcionante, vencendo por 2 a 0 graças ao zagueiro Poulsen, que cabeceou com vontade contra o próprio gol, e à ótima entrada do atacante Elia na metade do segundo tempo.

Um lance resume bem o que foi o primeiro tempo. Passa dos 30 minutos e a Dinamarca comete mais uma falta no meio de campo. Sneijder ajeita a bola com carinho, como se estivesse na entrada da área. Um solitário jogador dinamarquês resolve formar a barreira. Sneijder toma distância e chuta… em cima da barreira.

Uma partida disputada no meio de campo, com muitas faltas, e pouco talento. Da parte dos dinamarqueses, que chegaram à Copa sob desconfiança, depois de perderem para a África do Sul num amistoso, pode-se dizer que até surpreendeu, conseguindo fazer boas jogadas de contra-ataque com Rommedahl e Bendtner.

O gol contra de Poulsen, a 1 minuto do segundo tempo, não mudou muito o ritmo sonolento da partida. Só a entrada de Elia, atuando como um ala pela esquerda, deu algum ânimo à Holanda. O atacante do Hamburger SV criou alguma das principais jogadas ofensivas dos “laranjas” no segundo tempo. Aos 40, depois de receber um ótimo passe de Sneidjer, Elia tocou com cuidado na saída do goleiro, a bola bateu na trave e sobrou para Kuyt apenas empurrar para o gol.

Fonte: Uol Notícias

Defesa uruguaia e passividade francesa levam ao primeiro 0 a 0 da Copa

Toda a tradição e os três títulos mundiais das equipes não entraram em campo. Em um jogo que até o final da Copa deverá ser considerado um dos mais insossos de todo o torneio, França e Uruguai protagonizaram o primeiro 0 a 0 do Mundial da África do Sul.

O placar em branco se deveu principalmente pela postura das duas equipes. Os uruguaios mostraram sua tradicional força defensiva desde os primeiros minutos. Já a França pareceu não estar preparada para esse posicionamento do adversário. Com isso, mostrou-se passiva em campo, ainda mais no segundo tempo, depois de tanto bater de frente com a retranca rival.

A partida começou com o embate de dois conceitos táticos muito bem definidos. Os uruguaios não tinham nenhum pudor em ficarem bem postados na defesa. Não foram poucos os momentos em que havia seis sul-americanos dentro da própria grande área.

Esse ferrolho complicava a vida da seleção da França, que apostava mais em toques rápidos e na habilidade individual de seus atletas. Jogadores como Ribery e Diaby até conseguiam o primeiro drible, mas no segundo lance trombavam com um uruguaio.

Mas o Uruguai não foi apenas defesa. Mesmo isolado na frente, Fórlan buscava a bola e acelerava o jogo, quando sua equipe conseguia ficar com a bola. Só que o camisa 10 não conseguia fazer tudo sozinho, o que até gerou uma reclamação na ida para o intervalo.

O segundo tempo iniciou com ainda menos emoção que o primeiro. Esbarrar tantas vezes na defesa adversárias fez com que a França diminuísse seu ímpeto para chegar à frente. Rodando a bola próxima da área adversária, a seleção europeia ficava mais com a posse de bola, mas não levava perigo ao gol de Muslera.

Essa redução de ritmo dos franceses fez com que o Uruguai controlasse as ações da partida. O equilíbrio do jogo era vantagem para os sul-americanos e o goleiro Lloris trabalhou mais em 15 minutos da etapa que em todo o primeiro tempo.

Os técnicos ainda tentaram modificar o panorama da partida com substituições, mas pouco ousaram, sempre trocando jogadores das mesmas posições. Com isso, o placar em branco era quase inevitável.

A seleção francesa ainda esboçou uma pressão nos minutos finais de partida, principalmente após a entrada de Thierry Henry e a expulsão de Lodeiro, que havia entrado poucos minutos antes. Satisfeito com o único ponto que o empate lhe renderia, o Uruguai se fechou ainda mais e garantiu o 0 a 0.

Fonte: Uol Notícias

África do Sul e México empatam na estréia do Mundial

O Soccer City cumpriu a risca o roteiro da data histórica. O maior e mais importante estádio da Copa de 2010 se pintou de amarelo, foi tomado pelo som incessante das vuvuzelas e de euforia pela tão esperada abertura do Mundial. E, depois de 45 minutos iniciais de marasmo técnico, o 1º dos 64 jogos do Mundial fez jus a toda expectativa que cercava a partida entre África do Sul e México. Um gol do incansável Tshabalala e um arremate de Rafa Marquez na etapa final fez o palco da festa tremer no empate por 1 a 1 que abriu o torneio.

Carlos Alberto Parreira sofreu com a ansiedade de sua equipe no primeiro tempo, com os erros de passe e a precipitação na definição de jogas. Foi à beira do campo e perdeu por alguns instantes a sua ilustre calma. No segundo tempo, o técnico brasileiro dos Bafana Bafana primeiro comemorou a vantagem no placar e depois lamentou o empate cedido, em vacilo de sua defesa.

Talvez tenha sido o nervosismo da estreia, misturado com excesso de confiança. Talvez o time tenha sentido a ausência de Nelson Mandela, que Parreira considerou a grande inspiração do time na vitória contra a Dinamarca, há seis dias. O fato é que a África do Sul só estreou na Copa no segundo tempo e correu sério risco de começar a sua trajetória com uma derrota.

Com mais objetividade ofensiva dos adversários, dois gols fizeram o Soccer City balançar na etapa final. Principalmente o primeiro deles, de Tshabalala, que motivou segundos de pura euforia na arena de Johanesburgo. Depois, um balde de água fria com o gol de Rafa Marquez, na falha da zaga. Assim, o empate de mexicanos e sul-africanos honra a reputação do grupo A de ser o mais equilibrado da primeira fase do Mundial – a chave ainda conta com França e Uruguai.

O placar de igualdade no Soccer City ainda manteve a sina mundialista de Carlos Alberto Parreira, que, apesar de ter se tornado nesta sexta-feira o técnico recordista em participações em Copas (com seis), jamais venceu uma partida do torneio por uma seleção estrangeira – triunfou somente à frente do Brasil.

Nas arquibancadas, mesmo confinados em espaços pequenos, em meio à multidão sul-africana, os mexicanos se fizeram notar. Mas, no placar da influência no jogo, as famosas olas astecas perderam de goleada para o som incessante das cornetas vuvuzelas, barulhento símbolo do futebol dos donos da casa.

Fonte: Uol Notícias