NÃO FUI EU

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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Se alguém me perguntar/ Irei dizer que não fui eu/Não fui eu” (Paula Fernandes)

A frase “Não fui eu” tem pichação pelo Brasil afora e a não ser o seu autor, ou autores, muitos ignoram tratar-se de uma composição da cantora e compositora mineira, de Sete Lagoas, Paula Fernandes.

Divulgar a música sertaneja de raiz é enfrentar a corrupção dos costumes vexatórios atuais, em que se vê uma mulher defecar em manifestação política (e se orgulhar disso), ou ouvir aplausos na exibição de uma ciranda de pessoas nuas, de quatro, cheirando o ânus umas das outras.

A boa música é uma luz nesses tempos sombrios, em que a arte foge do padrão da beleza e da harmonia, e a cultura é um produto de anomalias cerebrais, de distorções que exprimem o definhamento dos costumes sociais.

Foi o que se deu na decadência de todos os impérios. A História da Civilização capitula a ascensão e o apogeu de estados poderosos, cuja queda se deve à perversão da ordem pública e a degenerescência dos costumes, da ética e da moral.

Conhecemos os antigos exemplos da China, Índia, Suméria, Assíria, Pérsia, Egito, Grécia e Roma, todos desmoronando econômica e politicamente, com as insubordinações sociais, a falência da religião, a discórdia familiar e a falta de perspectiva das novas gerações.

Antigamente este fenômeno de decadência imperial se restringia aos limites do país que passava por esse processo histórico; hoje, a consumação que ocorre nos Estados Unidos da América, por exemplo, é planetária.

A expansão e amplitude dos meios de comunicação e a velocidade das redes sociais, levam ao conhecimento do mundo todos os sintomas do apodrecimento da sociedade americana. O que ocorre na (ainda) poderosa Nação do Norte se espalha pelo mundo e é imitado como caricatura nos países subdesenvolvidos.

Os fascistas de lá, como os daqui, viraram antifascistas, como previu Winston Churchill, o racismo é ambivalente, os sentimentos religiosos são opostos, a exaltação das drogas e a sexualidade é uma constante na mídia.

Com o povo norte-americano visivelmente dividido pelos “antifas”, os seus imitadores do 3º mundo, embora uma minoria ruidosa, se esforçam para substituir a pátria por uma patranha – com a imitação malévola da finada União Soviética –, a URSAL – União das Repúblicas Socialistas da América Latina.

A URSAL apareceu na televisão pela primeira vez no debate dos presidenciáveis da TV-Bandeirantes. Foi uma denúncia do Cabo Daciolo, a quem Dora Kramer chamou de “doido” na Rádio Bandeirantes por pura cretinice ideológica. Este é  o exemplo dos narcopopulistas infiltrados na imprensa brasileira, a negação do jornalismo…

O debate da Band espelhou a triste realidade política que atravessamos numa campanha eleitoral que queima como fogo de monturo; mostrou a indigência dos homens públicos, com raras e honrosas exceções.

“Não fui eu” somente que viu desse jeito. Encontro nas redes sociais numerosas pessoas que veem assim também. Salvaram-se neste modo de ver no encontro dos presidenciáveis, alguns flashes dignos de registro, como a resposta dada pelo presidenciável Bolsonaro à raivosa agressão do invasor de prédios Guilherme Boulos: – “Não vim aqui bater boca com um desqualificado”.

E tivemos Alckmin, com a calma lexotan que o caracteriza, respondendo a Marina Silva que o acusava pela companhia dos apoiadores do Blocão: – “Eu nunca fui do PT, sou de outra linhagem”.

Este “não fui eu”, leva-me às insinuações de Álvaro Dias de que convidaria o juiz Sérgio Moro para ministro da justiça, juntando-se à declaração de Bolsonaro de que indicaria o magistrado da Lava Jato para o STF. Moro comentou:

Reputo inviável no momento manifestar-me, de qualquer forma e em um sentido ou no outro, sobre essa questão, uma vez que a recusa ou a aceitação poderiam ser interpretadas como indicação de preferências políticas partidárias, o que é vedado para juízes“.

7 respostas para NÃO FUI EU

  1. Alvaro Santos disse:

    Caríssimo, os fins dos tempos sempre estiveram na mente do ser humano dimensionado de forma coerente com nossos momentos de tribulações atuais, externa e internamente; a Bíblia Sagrada nos deixa a par nos evangelhos de Mateus e Timóteo bem como em Apocalipses.
    Não, não fui eu; não fomos nós que provocou os terremotos econômicos, sociais e morais nestes anos de escuridão onde uma esquerda asquerosa nos dizimou os sonhos?
    Não, não fui eu, não fomos nós quem depositamos nossas vidas de bom grado a especuladores da fé, a experientes e malfadados políticos que se congratulam nas nossas costas enquanto gememos no limbo?
    Não, não fui eu. Fomos nós…
    Agora quem estiver esperando um único capaz, está apostando errado e feio. Ou olhamos quem tem equilíbrio e coesão de ideias ou aceleramos o nosso fim. Tenho dito…

  2. WELTON REIS DOS SANTOS disse:

    Belíssima visão do momento que ora vivemos. Embustes estão mais claros. O Brasil dos coitadinhos, um excelente trabalho do saudoso Emir Farhat nos traz de volta as mesmas inteligências populistas a querer nos enganar. Fico com o ex capitão por pura teimosia em combater os mágicos que sabem ilusionar

  3. Neide Soares de Freitas disse:

    Como é difícil entender que num País que exigem segundo grau para prestar concurso público ou para trabalhar em determinadas empresas aceita candidatos analfabetos para Presidente da República , vereadores , senadores , deputados .Isso precisa mudar , tem que ter um basta, pq se não é isso que vamos ver

  4. Irene Mattos Felix disse:

    Confesso que esperava mais do debate da Band .
    Não me surpreendeu a “retranca” dos candidatos Ao vivo as mentiras ficam mais óbvias e todos pareciam temer não encontrar respostas a elas
    Se fosse o último debate antes das eleições , eu sairia ainda mais indecisa do que antes de assisti-lo . Muita imundice ainda surgirá no caminho, até o final da campanha, mas senti que no primeiro turno os debates continuarão no mesmo tom do primeiro . Quem assistiu a ele, não perderá nada se não assistir aos demais Abraços, Miranda

  5. “A História é rica de exemplos como: China, Índia, Suméria, Assíria, Pérsia, Egito, Grécia e Roma, todos desmoronando econômica e politicamente, com as insubordinações sociais, a falência da religião, a discórdia familiar e a falta de perspectiva das novas gerações”. Miranda Sa
    Religião: Um dos principais motivos de conflitos da atualidade. É possível até que seja uma das principais razões de guerras desde que se tem conhecimento da história do homem. A religião vem diretamente ligada a uma crença, seja ela qual for. São muitas as religiões na atualidade, e já foram incontáveis as crenças que passaram pelo mundo durante os anos.
    A religião é um dos principais temas debatidos por historiadores. As civilizações antigas baseavam seus costumes na religião. Romanos, Gregos, Egípcios, Mesopotâmicos, cada um desses grandes impérios tinha suas crenças e religiões (ao). Os costumes de povos antigos estão diretamente ligados a sua religião. Desde o modo de vestir, comer, trabalhar, a caridade no trato com o próximo….. Enfim, o viver de uma sociedade.
    Nas civilizações antigas, acreditavam na força de deuses supremos que castigavam as populações se não cumprissem o que lhes era prometido.

  6. Frederico da Costa Pinto disse:

    Debate tão emocionante como um filme biográfico de Cesar Lattes, sem nenhum demérito ao grande físico, contraparente de meu pai e frequentador de nossa casa. Mais valiam dois minutos de prosa com Cesar que duas horas com os olhos fixados na tv assistindo e escutando, sem ouvir, bazófias inconclusivas, todos na retaguarda, meio campo inexistente, atacantes medíocres. Em determinado momento, cansei e retomei a leitura de “O sábio jovial” do escritor, filósofo, poeta e orador chinês Lin Yutang que versa sobre a vida e a época do sábio chinês Su Tungpo (1036-1101), uma obra-prima a mim deixada por meu pai. Meu exemplar, em perfeito estado, data de 1933. Penso que, agora, quiçá possa ser encontrado em um bom sebo. Um abraço Miranda, é sempre um prazer ler suas crônicas.

  7. ALEXSANDRO FERNANDES disse:

    Ou nasce um realmente novo Brasil depois das eleições e de toda essa putaria ou seremos uma velha Venezuela.