J. G. de Araújo Jorge

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À ESPERA

Ela tarda… E eu me sinto inquieto, quando
julgo vê-la surgir, num vulto, adiante,
– os lábios frios, trêmula e ofegante,
os seus olhos nos meus, linda, fitando…

O céu desfaz-se em luar… Um vento brando
nas folhagens cicia, acariciante,
enquanto com o olhar terno de amante
fico à sombra da noite perscrutando…

E ela não vem…Aumenta-me a ansiedade:
– o segundo que passa e me tortura,
é o segundo sem fim da eternidade…

Mas eis que ela aparece de repente!…
– E eu feliz, chego a crer que igual ventura
bem valia esperar-se eternamente!…

 

2 respostas para J. G. de Araújo Jorge

  1. Em resumo a incerteza só nos trás desgastes.

  2. Irene Mattos Felix disse:

    Há duas semanas , meu marido procurou um livro do J. G. de Araújo Jorge e não encontrou , não estão publicando Acho que apenas na Internet podemos encontrar Enfim, o poema está apropriado aos nossos dias Estamos à espera de que mudanças virão e nós poderemos saborear o grito que ainda não conseguimos soltar