Indústria foi sábia ao premiar o pequeno “Guerra ao Terror”

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 A derrota de “Avatar” para “Guerra ao Terror” foi entendida por alguns comentaristas como “um tiro no pé” de Hollywood. Por esse raciocínio, a indústria cinematográfica deveria ter consagrado com o seu premio maior o filme mais caro da história (US$ 500 milhões), e também o que mais arrecadou (US$ 1 bilhão), e não um filme independente, cuja produção teve enormes dificuldades para se viabilizar, apesar do orçamento de US$ 11 milhões, e que não conseguiu se pagar nos Estados Unidos.

Entendo, ao contrário, que a indústria foi sábia ao optar pelo filme de Kathryn Bigelow. Não vejo esta vitória (mais uma) de um Davi contra um Golias como uma “condenação” ou “crítica” ao modelo de superprodução de “Avatar”, mas como sinalização de que Hollywood precisa voltar a irrigar os canais que viabilizam a produção cinematográfica independente. E quem está dizendo isso é a própria indústria – ao menos, uma parte considerável de seus integrantes.

Prefiro acreditar que a Academia tenha tido a sabedoria de dizer que “Avatar”, depois de propor novos padrões à indústria do entretenimento, não precisava de mais esta consagração. O filme já assegurou seu lugar no panteão de Hollywood, e não será o Oscar não recebido que o tirará de lá.

Alguém disse que no futuro ninguém se lembrará de “Guerra ao Terror”. Dor de cotovelo, ou não, pouco importa. O fato é que, para a sobrevivência do próprio negócio, as formas alternativas de produção precisam de espaço. E a premiação do pequeno e ótimo filme sobre a Guerra do Iraque está aí para mostrar que, de boba, Hollywood não tem nada. 

Fonte: Uol Cinema/Mauricio Stycer

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