Guilherme Fiúza escreve

Comentários desativados em Guilherme Fiúza escreve
Compartilhar

Obama, ouça o cara

 

Barack Obama vai continuar perdendo eleições se não ouvir o cara. Não dá para entender o que o presidente americano está esperando para importar o SUS, e resolver de uma vez o problema da saúde pública nos Estados Unidos.

Lula já declarou que empresta a tecnologia. Num evento em Olinda, expôs sua piedade do colega americano. Um sujeito que tem só 54% de aprovação e governa um país em crise realmente precisa de ajuda.

Obama é um coitado. Não tem pré-sal, não tem Olimpíada, não tem Copa do Mundo, não tem filme sobre a vida dele, não tem Dilma, não tem saúva, não tem jabuticaba, não tem SUS.

É óbvio que um país assim vai sofrer com o desemprego. O Sistema Único de Saúde brasileiro oferece milhares e milhares de vagas para fraudadores primários. É um ofício tão corriqueiro, que golpe contra o SUS nem sai mais no jornal.

São quadrilhas que vivem tranqüilas, bem alimentadas com as verbas que sugam do nosso maravilhoso sistema, com sua cobertura universal para guias falsas, pacientes fantasmas e outras modalidades de vista grossa. É bem verdade que, sob o SUS, os médicos comem o pão que o diabo amassou. Mas quem mandou escolher o ramo errado?

Obama só não pode querer que Lula exporte também a mão-de-obra especializada no 171 hospitalar. Isso é patrimônio nacional. Os americanos são preguiçosos, querem tudo de mão beijada. Eles que criem os seus próprios sanguessugas.

Depois de “Lula, o filho do Brasil”, possivelmente Michael Moore e Oliver Stone desembarcam no Ministério da Saúde para rodar um longa sobre a revolução do SUS. Será mais uma chance para Barack aprender o caminho das pedras.

E, por favor, nada de imagens de máquinas de raio-x enferrujadas, CTIs com 40 graus de temperatura ambiente, bactérias em festa e doentes terminais largados nos corredores. Os tempos são outros. Na dúvida, peçam ajuda aos publicitários caixa dois do PT. Eles sabem o que é para mostrar.

 

Que Deus abençoe o pobre Obama.

 

Guilherme Fiúza é cineasta e jornalista

Os comentários estão fechados.