DOS SIGILOS
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)
Como amante da Democracia e da Liberdade ponho-me decididamente contra a decretação de sigilos nos governos, sejam emitidos por quem quer que seja; considero esta medida criminosa, vindo da direita ou da esquerda, ou de um partido político qualquer. É uma delinquência esconder fatos para livrar a cara de alguém chegado ao poder, pessoa que é preservada pelo segredo por causa de ações danosas ao patrimônio público.
Fugindo dos sigilos, informo que pela primeira vez, desde que passei a divulgar textos nas redes sociais, invoquei a IA em pesquisa feita sobre a corrida dos nazistas sobre a bomba atômica, que, se descoberta por eles, teria mudado o curso da História…
É um segredo, mantido debaixo de sete chaves, que ocorreu na Segunda Guerra Mundial sobre a pesquisa feita pela Alemanha nazista para a desintegração do átomo, acumulando os materiais essenciais, como água pesada e o urânio. Foi a estupidez racista de Hitler que salvou a Humanidade; o ditador levou ao exílio e campos de concentração, cientistas, especialmente judeus.
A insanidade fascistóide submissa ao Führer passou a considerar a física nuclear uma “ciência judaica”, resultando em menor prioridade e financiamento insuficiente para as pesquisas. Assim, felizmente, para derrota do mal, deveu-se às disputas internas pelo poder político e a desorganização administrativa a incompreensão do alto comando militar e do próprio Hitler o fracasso do projeto.
Ficou em segredo e é pouco divulgada, rareando na literatura e nos documentários televisivos…. Manteve-se algum tempo o Sigilo que, como verbete dicionarizado, é um substantivo masculino de etimologia latina, “sigillum“, que significa “selo” ou “sinete”. Nos idiomas lusófonos, o Brasilês define como segredo o que se mantém oculto; o que não se mostra, nem se conhece; acontecimento ou coisa que não pode ser revelado ou divulgado.
Outro capítulo que assombrou no século passado, ocorreu na antiga URSS. Foi o “Relatório Secreto”, apresentado por Nikita Khrushchov no XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 25 de fevereiro de 1956. Revelou segredos pairavam sobre as repúblicas soviéticas e que o mundo desconhecia: as atrocidades do stalinismo, as repressões em massa, os campos de concentração, os expurgos de hierarcas da nomenclatura e o culto da personalidade.
O título do Relatório é uma verdadeira sinopse: “Sobre o culto à personalidade e suas consequências”. Dessa maneira, o discurso de Khrushchov, então secretário-geral do partido, marcou o início da desestalinização na URSS, levando à libertação de prisioneiros políticos e a uma maior abertura política.
Pelas repercussões internacionais, provocou a Revolução Húngara de 1956 e a cisão sino-soviética, terminando por instalar a glasnost (abertura política) promovida por Mikhail Gorbatchov.
Como repetição caricata da História, uma pesquisa inédita avaliou os 1.379 sigilos decretados entre 2015 e 2022, 80% deles impostos pelo Governo Bolsonaro. A maior quantidade de sigilos de cem anos foi decretada em 2021. É inegável que tais medidas representam um crime contra a nacionalidade escondendo o que devia ser público.
O êmulo de Jair na imunda polarização eleitoral, Lula da Silva, descondenado após prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, adotou medidas semelhantes decretando sigilos em diversos casos ao assumir a presidência da República. Como são iguais!
Não sei qual dos dois é pior. Comparando, vê-se que Lula criticou na campanha eleitoral os sigilos do antecessor, mas acrescentou aos segredos visitas dos filhos e os gastos da mulher amada.
E fez coisa que resvala no crime, escondendo a desenfreada corrupção ao decretar sigilo de R$ 600 bilhões em gastos que incluem ONGs amigas, segundo do Estúdio I da GNews…; e procura distorcer e esconder a roubalheira no INSS. Para impedir a divulgação dos segredos dos seus fantoches, o Sistema quer a censura nas redes sociais, e para isto, Lula pediu ao presidente chinês Xi Jin Ping, um especialista em repressão da Web.
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