COMO A FÁBULA
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
“Pode-se enganar algumas pessoas todo o tempo. Você pode também enganar todas as pessoas algum tempo. Mas você não pode enganar todas as pessoas todo o tempo”. (Abraham Lincoln)
Nos tempos em que a imprensa ainda era o “espelho comum de todos os fatos e de todos os talentos” no dizer de Machado de Assis, jornalista Carlos Heitor Cony tendo convivido e atuado profissionalmente nos jornais, afirmou num belo artigo que “a literatura começou com as fábulas”.
Eu diria que as fábulas também orientam a boa imprensa, pois encontro na fábula “O Lobo e o Cordeiro”, de Esopo, atualizada por La Fontaine e abrasileirada por Monteiro Lobato, uma interpretação do que fazem os lobos pelados do lulopetismo, famélicos de vingança pela vitória eleitoral de Jair Bolsonaro.
A simplicidade da historieta tem um peso de muitas toneladas de intenções maléficas:
“Um cordeirinho estava matando a sede num riacho quando, vazante acima, ouviu um lobo, que também bebia água, gritar: – “Como é que você tem a coragem de sujar a água que eu bebo? ”
Amedrontado com a figura sinistra do canídeo, o cordeiro respondeu tremendo: – “Senhor, não tenha raiva, estou a vinte passos descendente, não posso estar sujando nada… “ O lobo se fez desentendido: – “Mas eu sei que você andou falando mal de mim no ano passado…”
– “Não pode, senhor, eu nasci este ano… “ Rosnando como nunca o lobo retrucou: “Se não foi você, foi seu irmão, o que dá no mesmo”. Ainda mais amedrontado, o cordeiro se justificou: – “Não tenho irmão, sou filho único…”
Mostrando os dentes, o lobo se achegou gritando: – “Não importa, foi alguém que você conhece, outro cordeiro, ou os cachorros que pastoram o seu rebanho! ” E pulou sobre o cordeiro e matou-o a dentadas.
Não é isto que ocorre com a minoria raivosa do PT, derrotada nas urnas, vivendo uma realidade paralela antagônica aos anseios do povo brasileiro?
Jair Bolsonaro ainda nem tomou posse e o lulopetismo já mobiliza os fanáticos cultuadores da personalidade do corrupto Lula da Silva para manifestações de protesto contra um governo que não começou.
Quando o astronauta Marcos Pontes, embaixador da NASA, com credenciais acadêmicas e técnicas é indicado para o Ministério de Ciências e Tecnologia, é esnobado pelos burocratas incorporados às pesquisas financiadas pelo governo.
Ao escolher para o Ministério da Defesa o general Augusto Heleno, reconhecido e condecorado estrategista pela segura pacificação do Haiti, que comandou, ladravazes oposicionistas contestam, por que acham que deveria ser um civil no cargo.
Ataques violentos são lançados contra o atuante parlamentar gaúcho, Onyx Lorenzoni, escolhido para a Casa Civil da Presidência da República, que coordena a transição para a posse.
Assim chegamos à esperada indicação do bravo, competente e íntegro juiz Sérgio Moro, aplaudida pelo povo brasileiro quase à unanimidade (noves fora os militantes descerebrados do narco-populismo). Então, é foi um “Deus nos Acuda! ”
Esbravejam por que Moro dizia que não se meteria na política, e não se meteu, pois, para assumir um Ministério, não precisa obrigatoriamente ser político, como nos tempos do “toma lá, dá cá” do Império da Corrupção Lulista.
E o pior de tudo é o bando antidemocrático e antinacional lulopetista ser atemporal nas acusações que faz. Uivaram que o general Mourão fora torturador em 1969, quando tinha 16 anos e não ingressara na escola militar, agora rosnam que Moro condenou o corrupto Lula da Silva dois anos atrás para ajudar Bolsonaro a se eleger presidente.
Na época da condenação nem se falava em eleição, e a sentença do Chefe da Orcrim política foi confirmada e ampliada pelo TRF- 4, sucedida pelo STJ e pelo STF.
Como na fábula, depois de ter metido os dentes na Nação Brasileira por mais de uma década, a alcateia de lobos narco-populistas queria mais; mas nós, o povo brasileiro, a enxotamos pelo voto.
Excelente abordagem, mestre.