Artigo
DA MENTIRA
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)
O título vem numerado porque já abordei outras vezes este tema; perdoem-me o teologismo sectário e a fé inocente dos justos, lendo-me a confissão de que não creio nas religiões, considerando-as as mães da Mentira.
Respeito os que adoram, cantam e louvam o deus barbudo de olhos languidos (geralmente azuis) uma imagem de homem em sacrifício…. Mas vejo nos primitivos mais verdade, adorando o sol na claridade do dia e louvando as estrelas no negro espaço da noite. É a energia universal a minha concepção de Deus, como viram Spinoza e Einstein.
Não posso crer que o deus egípcio Osíris, assassinado e esquartejado pelo irmão Set e teve o corpo recomposto pela esposa Ísis? É-me impossível acreditar que o Homem foi feito de barro e a mulher da sua costela! Não admito que uma loba alimentou Rômulo e Remo, fundadores de Roma e aceitar a infalibilidade dos papas….
Também não creio em pesquisas. Como profissional de imprensa, fui contratado e trabalhei em duas delas; aprendi então que basta que se queira e não é preciso falsificar números nem fraudar estatística; só estabeleça o universo da inquirição. Daí, a pesquisa limitada a um espaço e à frequência das pessoas, o resultado que se espera virá como se quer.
É assim que a Mentira, como as pesquisas e os livros “escritos por deus”, não precisa se fantasiar de verdade para frequentar os poderes republicanos, as igrejas e os partidos; e nesse avesso carnaval, saio no bloco de Afonso Romano de Sant´Anna, cantando como ele que: “De tanto mentir tão brava/mente constroem um país de mentira diaria/mente”.
Nesse cenário momesco recordo um texto de Anatole France transcrevendo uma milenar lenda chinesa para assistir ao desfile de “um gênio feioso, de cabeça grande e grandes olhos habita cavernas escuras, vagueia pelas noites em busca do prazer que consiste em divertir-se às custas dos mortais; a sua diversão é penetrar nas moradias e abrir cirurgicamente o crânio dos dorminhocos.
A operação se realiza com a extração do cérebro da pessoa, trocando-o pelo de outra; assim, percorre pelas cidades repetindo várias vezes a proeza. Ao amanhecer, volta para o subterrâneo e se alegra por saber que o militar acordará com o misticismo de um monge, a devassa terá o pudor de um virgem, os magistrados farão a justiça dos santos; o político despertará puro como um eremita e o moralista sofrerá a fissura de um drogado.
Reconto esta historieta lembrando que anteriormente gravei uma pergunta que me saiu da cabeça: – Já imaginaram se este gênio gozador se materializasse no Brasil e saísse fazendo o troca-troca de mentalidades?
Feito o transplante de cérebros, veríamos os picaretas do Congresso Nacional assumindo o papel de legisladores patriotas pensando na Nação; os togados do STF ministrando Justiça boa e perfeita condenando ladrões do dinheiro público, e os donos das legendas partidárias e pelegos sindicais dispensando dinheiro público, cobrando da militância das entidades o pagamento do seu trabalho.
Sem ser muito exigente, gostaria de ver o gênio cabeçudo fazendo o empresariado criar empregos com justa remuneração e intelectuais pensando um futuro promissor para as novas gerações….
O que faria o cirurgião fabuloso de cérebros visitando a fraudulenta polarização armada pela imprensa mercenária que cozinha a sopa de letrinhas dos partidos com o tempero da baba dos fanáticos cultuadores de personalidades Bolsonaro e Lula? São os dois, pra vergonha alheia, campeões da mentira, sempre prontos para se alternar no poder e servir ao sistema que reconheceram no Congresso, ao apoiar os picaretas do Centrão.
Eleger Alcolumbre e Motta foi uma manifestação explícita em favor do nojento orçamento secreto e ainda mais repugnantes as emendas parlamentares, ambos expostos no balcão de negócios sujos da politicagem.
Assim se mantém o vício corruptor das mamatas e dos privilégios pagos pelos imorais fundos partidário e eleitoral; e assim sobem ao palanque levando a Mentira discursiva: Lula com a treta descarada da “democracia relativa” em defesa da ditadura Maduro; e o outro, Bolsonaro, ávido por dinheiro como assistimos no caso das joias entrando clandestinamente no país.
A verdade é que não existe nem democracia nem honestidade relativas; são, na verdade, meias-mentiras, o caminho certo para se chegar à Mentira.
DO ESPELHO
MIRANDASA (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
Encadeando respostas coletivas (as individuais, respondo diretamente) trago aos que levantaram dúvidas sobre o pensamento de Baruch Spinoza citados no meio artigo “DA DEFINIÇÃO”. Em consideração aos que creem num Deus com imagem e semelhança do homem, reafirmo que embora divirja deles, os respeito…
Não poderia, entretanto, deixar de lado o que a História capitula sobre o cristianismo primitivo e o seu desvirtuamento pelo papado no Primeiro Concílio de Niceia, em 325 d.C., ao escolher quatro, entre dezenas de memórias sobre Jesus Cristo de diversas pessoas usando o nome de contemporâneos dele.
Além de dogmatizar os textos escolhidos dos pseudo João, Lucas, Marcos e Mateus, ao sabor de interesses da burocracia eclesial, desprezou-se diversos outros relatos que circulavam entre os crentes no Oriente Próximo e na África. Estes últimos foram considerados apócrifos, isto é, destituído de aprovação dogmática do Papado.
É interessante constatar que muitos dos textos exorcizados continuaram circulando nas igrejas Armênia, Copta, Etíope, Maronita, Siríaca, Siro-Malancar e na federação das igrejas ortodoxas Russa, Grega, Melquita, Rutena e Ucraniana. E, o que é importante para os cristãos, trazem informações que não constam dos Evangelhos Canônicos.
Algumas passagens literárias dos evangelhos apócrifos são tão importantes para o cristianismo que incentivaram a criação de festas adotadas pela Igreja Católica, em nome dos avós de Jesus, Joaquim e Ana. E detalhes como os nomes dos Reis Magos….
Muito piores foram as distorções surgidas na Idade Média sob o domínio imperial do papado. Ainda bem que os próprios jesuítas condenaram o revisionismo doutrinário e os abusos individuais dos papas; um deles, Gerard Manley Hopkins, conhecido e laureado como um dos maiores poetas da língua inglesa, escreveu: – “O mundo medieval foi aquele em que tudo teve sujeira e mal cheiro de gente”.
A nova realidade desfigurada de uma religião, felizmente, fica restrita aos teólogos que aceitam o dogmatismo sem discussão; curiosamente, somente encontramos a fraude vaticana em denominações evangélicas a gosto dos vendilhões do Templo…. A massa popular a ignora, mantendo a fé apenas nas crenças primitivas guardadas no inconsciente coletivo.
É por isto, que entre os missivistas aos quais respondo, veio a pergunta de como o Deus-Natureza disciplina a ética e a moral da humanidade; ora, até o budismo, uma religião sem deus, tem princípios que regem o comportamento humano. Lembro de fábula moderna condenando a usura que sequer consta nos mandamentos….
É de origem judaica. Conta que um milionário judeu acumulador de dinheiro foi à Sinagoga se queixar com o rabino das críticas ofensivas que sofre da comunidade; o sacerdote, de respeitada cultura humanista além da Torah, levou-o até a janela e perguntou-lhe o que via através da vidraça.
– “Vejo pessoas passando na calçada defronte”, disse o ricaço. O rabino pegou-o pelo braço e levou-o para frente de um espelho: – “O que vês agora?”, perguntou. E o reclamante respondeu que via a si mesmo.
O rabino, sentando-se e mandando-o sentar-se também, falou: – “Você comprovou, irmão, a diferença entre o vidro e o espelho, pelo vidro a gente vê os outros, mas quando este é revestido de prata só vemos a nós mesmos”.
A simplicidade humanista é como o cristal, através do qual se vê a solidariedade humana, razão da nossa existência social e política, enquanto a prata espelha o egoísmo egocêntrico dos corruptos, moucos aos gemidos lamentosos do povão.
É por isso que se vê embaciada a realidade brasileira da politicagem reinante, aqui está presente um espelho feiticeiro como aquele dos irmãos Grimm aproveitado do conto de fadas folclórico escandinavo “Schneewittchen” – Branca de Neve.
Como a rainha bruxa monitorou o crescimento corporal e a beleza da sua enteada, a princesinha, os polarizadores da política brasileira Bolso e Lula se olham no reflexo e veem um ao outro, sem se envergonhar de fazer a pergunta clássica, nas vésperas da eleição do candidato dos dois à presidência do Senado: “Há alguém no mundo mais corrupto do que eu?”
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DO WOKEÍSMO
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)
O globalismo rendeu na linguagem ocidental coisas boas e coisas ruins. Entre as que considero más são duas gírias que conquistaram principalmente a juventude desocupada (os nem-nem) e os filhinhos de papai. São “Vibe” e “Woke”.
Vibe é um substantivo feminino vindo da abreviação do inglês vibration, significando entusiasmo pessoal por alguma coisa ou sentimento abstrato; Woke, substantivo masculino, que abordei em textos anteriores, é mais do que um termo, mas uma cultura sinistra que evoca diversidades para valorizar minorias suspeitosamente perseguidas pelo “sistema”.
Considero que ambas expressões são facilmente acolhidas por pessoas obsessivas com tendência às interpretações distorcidas da realidade. No caso do wokeísmo – que restaurou o “Dabliú” para o Dicionário Brasilês do professor gaúcho José Carlos Bortoloti, e uso como título deste artigo e que considero sinistro, de mal agouro.
Peço perdão pela insistência do sinistro que os brasileiros usam como canhoto, assustador, trágico e, em termo jurídico, referindo-se a acidentes imprevistos cobertos por um seguro contratado e que a Seguradora obriga-se a pagar os danos.
O Woke, como sinistro não tem Companhia de Seguros que garanta os danos que causa. É uma falsa ideologia a serviço da propaganda hipócrita dos programas partidários e eclesiais; por isto, multiplicou ONGs interessadas em verbas governamentais ou servir como intermediárias das agências de propaganda para as empresas privadas.
Persisto no tema pelo conhecimento de um caso divulgado nas redes sociais e que não tive necessidade de checar porque está na cara, só não vê, não ouve, não sente quem não quer o que foi exposto.
Partiu de um ex-estagiário de apresentador da TV-Globo, com o perfil clássico do Cid Moreira, currículo acadêmico e, segundo o próprio, preparou-se para isto por vocação. Diz que foi despedido com a alegação de corte de despesas da empresa, e não se conformou; denuncia que os dirigentes da Globo adotaram a política identitária, escolhendo novas figuras para a telinha, representando minorias, gordos ou esquálidos, penteados afro ou descabelados, e preferencialmente pessoas engajadas em movimentos wokeístas.
Dá para constatar isto sem muito pesquisar; mas a Globo não ficou só. Band, CNN e como não poderia deixar de ser, a TV Brasil e o Canal Brasil aderiram e empresas como a Claro, a Natura, Tim e Shopee.
Nos Estados Unidos, empresas abandonaram essa paranoia; Boeing, Harley Davidson, Jack Daniel’s, John Deere. Target, Tractor Supply e Toyota fizeram questão de anunciar este desprezo. A Kimberly-Clark fabricante das fraldas Huggies e a Amazon abandonaram o besteirol nos EUA, mas o mantém aqui.
A economia capitalista que “capitalizou” quase revolucionariamente a moda wokeísta, aplicando-a na publicidade e usando agentes e funcionários de acentuado perfil minoritário tiveram no correr do tempo uma resposta negativa com suas marcas trazendo bandeiras arco-íris e logotipos censuráveis. Isto se esgotou pela população enfarada pelo estreitamento auditivo e visual.
No Brasil, porém, validou-se a ilação de Millôr dizendo que “quando uma ideologia fica bem velhinha lá fora, vem morar no Brasil”. Foi o que ocorreu com a cultura woke, hoje ignorada na Europa e banida nos Estados Unidos e vitoriosa aqui..
A falsa esquerda, populista, apadrinhou essa odienta “cultura”, na contramão de intelectuais marxistas norte-americanos que apoiaram as ideias da filósofa Susan Neiman no seu livro “A Esquerda Não É Woke” (publicado em 2023), dizendo que o woke mistura ‘sentimentos tradicionais de esquerda’ com ‘suposições filosóficas muito à direita’
Neiman sofreu de militantes agressivos a condenação acusada de reverter reivindicações populares”, invertendo a dialética do antirracismo e mesmo – sem qualquer referência-, condenando o movimento LGBTQIAPN+… Esta agressão contou com o apoio de políticos hipócritas e religiosos fraudulentamente progressistas. A Filósofa vive hoje na Alemanha como diretora do Fórum Einstein.
Na cena política brasileira, a falsa polarização faz uma trégua unindo-se para apoiar um perfil woke, Davi Alcolumbre, com as características exatas das “minorias”; tem nome bíblico, é corporalmente avantajado e, sobretudo, igualitário na corrupção praticada por Bolsonaro e Lula.
Esta convergência dos polarizadores comprova a aprovação ao Wokeísmo e o abandono dos princípios de justiça, patriotismo e principalmente, da moralidade.
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DO DESPERTAR
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)
Das lições que os democratas progressistas adotaram após a desestalinização na antiga URSS e a consequente queda do muro de Berlim, foi a convergência para o Centro Democrático, apoiando-se politicamente na defesa da paz entre os povos, do meio ambiente e de uma economia que proporcionasse ao mundo do trabalho o bem-estar.
Este quadro tecnocolorido foi pintado com traços vigorosos nas experiências vividas pela social-democracia do Norte Europeu. Isto nos faz lembrar dos esquerdistas atuais que se dizem marxistas, mas nunca estudaram Marx nem mesmo os trabalhos publicados pelos que cantam loas ao autor d’ “O Capital”.
O escritor e filósofo francês Jean Paul Sartre, pai do Existencialismo e dissidente do stalinismo, pensou dialeticamente e definiu com perfeição as duas principais correntes econômicas, dizendo que: – “Se o capitalismo é a realidade o marxismo é a melhor teoria”.
Esta dicotomia cabe perfeitamente no campo da Economia; quando envereda nas trilhas da filosofia e da sociologia, nada se vê de “melhor teoria” nas propostas coletivistas e no materialismo histórico. O coletivismo mata a individualidade e o “materialismo histórico” não passa de uma ilação ficcionista tendo como móvel a luta de classes.
À época em que foram levantadas, tais teorias convenceram de imediato um grupo de intelectuais preguiçosos no pensar, mas excelentes propagandistas de uma obra discutível e criando o culto ao seu ídolo.
No dizer de Bakunin “os propósitos ditirâmbicos desses personagens” impediram-nos compreender a evolução que o capitalismo delineava com o avanço da revolução industrial. Isto deu ao mundo trabalho novas perspectivas que não a ideia esdrúxula de uma sociedade identitária, sem classes, com um governo complexo para administrar a economia e a distribuição dos valores produzidos.
Viu-se, então, que para executar o projeto “comunista”, tivemos a primeira experiência na URSS, onde criou-se um “Estado Banqueiro” e o surgimento de uma nova classe para sustentar um governo hierarquicamente totalitário. O que se viu, e o Relatório Kruschev atestou, que o reino stalinista foi na verdade um regime ditatorial, abusivo, arbitrário e despótico.
A propaganda internacional alardeava outra coisa. Um paraíso artificial vivendo as benesses do “Pai do Povos Amantes da Paz”, para qualificar o Ditador como um dos mais simples designativos. Isto deixou seguidores enviuvados do “comunismo” soterrado nos escombros do Muro de Berlim”.
O marxismo-stalinista escondeu a realidade que se estabelecia na Europa, profetizada pelo notável pensador alemão Edouard Bernstein que desafiou os principais aspectos do pensamento de Karl Marx e é considerado o profeta da social-democracia.
Como ideólogo, Bernstein se diferenciou dos “apóstolos fiéis” da igreja stalinista, mas seus seminaristas atuais dessa igreja continuam rezando o credo stalinista.
Veem assim nas ditaturas populistas o extrato da utopia. Então, a teoria marxista cobriu-se de pó nas prateleiras nas prateleiras cedendo lugar à doutrina “woke”, não mais reconhecendo a “luta de classes”, mas a defesa de minorias injustiçadas supostamente pelo capitalismo.
O termo Woke, nascido na comunidade afro-americana significou inicialmente a ideia de “acordar, despertar” para “todas as injustiças”; ganhou mais tarde uma definição mais ampla ao ser adotado pela gíria novaiorquina com o atributo individual de “ser” ou “estar woke”, dependendo da condição social e política com as quais se identifica.
Surgiu então organizadamente uma expansão massiva com o propósito propagandista de atrair a massa das sociedades subdesenvolvidas como proposta socialista, submetendo as mentalidades colonizáveis.
Genialmente, Millôr disse que quando uma ideologia fica velhinha lá fora, vem morar no Brasil. E foi assim que a cultura Woke chegou aqui, após ser ignorada na Europa e repudiada nos EUA pelas grandes empresas e órgãos governamentais.
Entretanto encontrou aqui no campo fértil da polarização eleitoral do lulismo e o bolsonarismo, a sua existência, mostrada de um lado com a bandeira populista da pelegagem sindical e, do outro, no paternalismo surfando nas ondas do oportunismo da picaretagem parlamentar das rachadinhas.
É desta maneira que a massa ignara conduzida pela pelegagem lulopetista enxerga as maravilhas nas ditaduras populistas fantasiadas de marxismo. Os regimes bananeiros de Cuba, Nicarágua e Venezuela refletem apenas o fracasso da teoria marxista quando levada à prática.
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DA CENSURA
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)
No Brasil, com o fim da ditadura militar e chegada a sonhada redemocratização, os autênticos defensores da Democracia levantaram o slogan “Censura, Nunca Mais!”, amplamente divulgado e naturalmente seguido por diversos grupos ideológicos que estiveram entre os perseguidos pelo regime autoritário.
Hoje vemos que muitos seguimentos não eram tão democratas a ponto de defender a liberdade de opinião; namorados de ditaduras, auto-assumidos como “de direita” e “de esquerda” usaram a divisa nas suas propagandas, assumindo o poder abandonaram-na, aliás, deletaram-na dos seus programas.
Temos atualmente o mais-do-que-perfeito exemplo disto, vendo o Governo Lula, eleito com promessas de defesa da Democracia contra as ameaças fascistas do bolsonarismo, assumir a censura das redes sociais, onde participam pessoas livres da mídia corrompida pelo mercenarismo; são jornalistas ainda independentes, intelectuais progressistas, políticos(as) liberais e jovens defensores da Liberdade.
A resistência que assistimos de 76% da nacionalidade ao arbítrio totalitário dos hostis adjetivadores da Democracia, que qualificaram a ditadura chavista da Venezuela de “democracia relativa” é notável. O atentado à Democracia, movido pelo nefasto Consórcio Lula-STF-Picaretas tenta há dois anos implantar essa repressão fascistóide sem êxito.
Os brasileiros estão conseguindo barrar a marcha obscura da ditadura, coisa que os alemães não o fizeram na década de 1930, quando, ao conquistar o governo, os nazistas trouxeram um tsunâmi de decretos e regulamentos ameaçando graves punições para quem ousasse escrever críticas e denúncias ao novo regime.
A História nos leva a lembrar a sinistra figura de Joseph Goebbels que ocupou o Ministério da Propaganda e Informação do 3º Reich, usando a Câmara de Cultura para perseguir escritores, filósofos e poetas impedindo-os de exercer a livre manifestação do pensamento.
Foi do dr. Goebbels que nasceu e foi executada a ideia da queima de livros – a “Bücherverbrennung” – uma manifestação de nazistas que levou à fogueira obras de Brecht, Einstein, Erich Maria Remarque, Hemingway, Heine, Ibsen, Freud, Stefan Zweig e Thomas Man.
As novas gerações não ouvem falar disto. E por ignorar a História (que parece ocultar propositalmente este fato) permitiram que os nazistas ressuscitassem intitulando-se antifascistas, do modo como Churchill profetizou.
E é preciso combate-los, custe o que custar, lembrando os discurso-denúncia que o bravo paraibano José Américo de Almeida proferiu em 1937 empenhado na sua candidatura presidencial. Ele alertou a Nação antevendo o golpe de Vargas que cancelou as eleições e instaurou o Estado Novo, dizendo: – “É preciso que alguém fale, e fale alto, e diga tudo, custe o que custar!”
Esta divisa deveria ser uma tarefa dos amantes da Liberdade. Ninguém deve calar-se nestas antevésperas do julgamento do STF com seus ministros associados ao projeto populista de continuidade do lulopetismo no governo central.
Esta trama levará à criação de uma “Brazuela”, um país infelicitado por copiar a ditadura Maduro que Lula e seus sequazes reverenciam antidemocraticamente, envergonhando a Nação Brasileira perante o mundo.
Venho repetindo à exaustão o alerta memorável do importante independentista e liberal norte-americano John Adams, eleito sucessor de George Washington: “Liberdade, uma vez perdida, estará perdida para sempre.”
Mesmo com limitações para influenciar pessoas, lembro que, com o suicídio, Goebbels escapou do Tribunal de Nuremberg, mas os inconfidentes defensores da censura magistrados e políticos, serão julgados e sentenciados como assassinos da Democracia no Tribunal da História.
DO DESTINO
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)
Um dos meus queridos camaradas da Tribo do Bem – Comunidade virtual que vem dos tempos da primeira versão do Twitter – achou estranha a expressão “caçuá cheio de Esperança” que usei na primeira postagem de 2025.
Muito usado no Nordeste, o termo Caçuá se refere a um cesto de cipós que serve de cangalha dos jumentos para carregar mercadorias ou objetos de uso pessoal do dono do animal. Dicionarizado, o verbete é gramaticalmente um substantivo masculino de etimologia desconhecida.
Ainda hoje nos sertões, os caçuás além de servir de armação de transporte de cargas, é usado como berço, facilmente balançado para acalmar bebês chorões… E é como berço esplêndido que o Brasil vem deitado, o hino fala “eternamente”, sem reagir aos desmandos da política corrupta e corruptora.
Não creio que seja imorredoura a letargia nacional diante da criminosa polarização, que muda de contendores e agora confronta os políticos populistas e corruptos, Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Não é este o destino da nossa Pátria.
Embora o conceito de Destino seja antiquíssimo, sempre discutido, estudado e pensado pela civilização, na nossa cultura ocidental é herdeira da filosofia grega, a sua concepção tem a mesma visão filosófica dos antigos estoicos, Crispo, Posidônio e Zenão; “é uma ‘causa necessária’ de tudo”, ou, “a razão pela qual o mundo é dirigido”.
No panteão da Mitologia Grega havia três deusas primordiais, as Moiras, cujas decisões não podiam ser contestadas nem mesmo por Zeus, senhor de todas as forças da natureza e todos seres viventes. Eram irmãs, e traçavam o destino dos deuses e dos seres humanos.
A irmã mais velha, Cloto, se responsabilizava por tecer o fio da vida de cada pessoa a partir do nascimento; a do meio, Láquesis, media rigorosamente o fio da vida e determinava o tempo que a pessoa passaria na Terra; a mais nova, Átropos, se encarregava de cortar o fio da vida no momento da morte.
Como verbete dicionarizado, a palavra Destino é um substantivo masculino com vários significados, como fatalidade, determinando os acontecimentos superiores acima dos propósitos humanos; seus sinônimos são: Sina, Sorte, Futuro, Fatalidade, Fortuna; e “moira”, no singular, também significa destino.
Conforme observou Homero, o destino é um fio que se enrola em cada pessoa. E esse fio é tão inamovível quanto fiel ao comprimento que Láquesis mediu. A inevitabilidade de tudo que acontecia, acontece e vai acontecer.
No contraditório, para o budismo – uma religião sem deuses – não há destino, tudo é causa e consequência; o que vivemos numa vida se manifesta em outra vida, com outra identidade, com repercussões e efeitos. Na visão de Buda, o importante é que a pessoa pode mudar seu karma, pode modifica-lo pelo comportamento.
Tenho certeza que as Moiras respeitam o Destino da nossa Pátria, dedicando-lhe bons augúrios ao seu povo miscigenado pelo sangue de origem diversa, amarelo, branco, preto e vermelho, a brava gente que constrói o futuro do país a despeito da degenerescência política dominante.
Sob o pendão verde amarelo a maravilhosa Nação Brasileira, nos leva ao poeta Olavo Bilac, que com o seu ufanismo de patriotismo sincero e ingênuo, lembra que mesmo nos momentos de dor, tremula uma mensagem positiva de esperança, paz e grandeza.
Comungo com a declaração de amorosa esperança do poeta e como ele poetou, alguém via me inquirir: – “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso!”, ao que respondo que as ouço de olho nos espíritos dos nossos heróis vagando no espaço.
E, parodiando Charles Bukowski – o velho safado da poesia norte-americana, um pássaro azul que do meu peito quer sair cantará o destino radioso do Brasil.
DA DEFINIÇÃO
MIRANDA Sá (E-mail mirandasa@uol.com.br)
Quatro leitores do meu artigo “DA TRANSCENDÊNCIA” cobraram-me uma definição sobre a minha crença religiosa; três deles são novos no meu mailing list e assim é evidente não têm de acompanhado meus textos sobre a religião, assunto que abordei muitas vezes
Então vai: sou um a-religioso assumido. Depois de muitos, diversos e longos estudos; dei uma atenção preferencial às religiões monoteístas ocidentais, originárias do culto primitivo do sol e adotado com a burocracia e a hierarquia sacerdotais pelo faraó Akenaton, disciplinando o que já era reconhecido pelo seu bisavô, Amenófis II.
O historiador Will Durant escreveu que as reformas de Akenaton apareceram como “a primeira expressão clara do monoteísmo – setecentos anos antes do profeta Isaías –, um avanço intelectual gigantesco na Idade Antiga, por suplantar as velhas divindades tribais e o politeísmo controlado pelo poder estatal.
Esta “transformação religiosa dramática e revolucionária”, como aprendemos em salas-de-aula, não foi bem assim. Estudioso do tema, Freud reconheceu a existência anterior do culto de Aton; a novidade foi que Akenaton oficializou-o como organização monacal com o preceito até então desconhecido, o monoteísmo universal.
Compreendemos então que o que Akenaton fez foi levar adiante o projeto da 18ª Dinastia do Novo Império que teve com Amenófis II o início dos confrontos entre o faraonato e os sacerdotes de Amon que realmente governavam; ele recusou-se a à situação do “reina, mas não governa”.
Assim, conseguindo vencer a demanda, Amenófis II reduziu o poder dos patrocinadores de Amon e passou a cultuar nos círculo íntimos palacianos o culto deAton – o Disco Solar -; esses ritos influenciaram seu bisneto, Amenófis IV (1353-1336 a.C.) que assumiu o trono e, no quinto ano de reinado pôs o culto a Amon e divindades secundárias fora da lei e aboliu todos os privilégios dos seus sacerdócios.
Assim, condenando a devoção a Amon, Amenófis IV proclamou Aton como uma única divindade, fazendo-se seu intérprete como a encarnação viva dele. Trocou o próprio nome de Amenófis IV, assumindo-se como Aquenaton, faraó e sumo-sacerdote.
Então a religião estatal estabeleceu princípios éticos e rituais criando uma espécie de mandamentos, onde encontramos na primeira categoria – “Não reconhecerás nenhum deus além de mim, e outra, como – “Não cultuar objetos, animais ou estátuas”, e mais – “Não rezar à noite, nem usar o nome do deus nas horas de descanso”. Além do mais, condenou a mentira e o roubo com castigos físicos na terra e eternos após a morte.
Este cenário de um deus único e verdadeiro que iluminava os dias, abrangia toda a Natureza, animais, homens e plantas; o que levou estudiosos e pesquisadores fazerem uma comparação entre Aquenaton e Moisés, pelo abandono de deuses e mera ficção, adotando o monoteísmo.
Temos, por exemplo, uma curiosa teoria levantada pelo pesquisador e autor de obras históricas, Ahmed Osman, no seu livro “A História Secreta” levantando a hipótese de que Moisés e Akenaton foram a mesma pessoa. Diz que se baseou em descobertas arqueológicas, documentos históricos e estudos de Freud.
Osman relata que ambos personagens nasceram no Gósen, e lá foram iniciados nos mistérios de ATUM, a divindade primordial venerada no Templo de Om, em Heliópolis; e este aprendizado participativo incutiu-lhes a crença de um Deus Único.
Ocorre que Moisés foi reconhecido como patriarca na Torá – O Velho Testamento -, enquanto Akenaton sofreu uma queda misteriosa do trono e o seu nome foi apagado dos registros e proibido de ser pronunciado. As referências a ele eram: Grande Herege, Faraó Herético e Faraó Rebelde.
Foi tão forte, entretanto, a adoção do Disco Solar como divindade única e universal que a condenação sofrida por Akenaton persistiu, e há quem o encontre algo dela nos ensinamentos de Baruch Spinoza, *1632 – + 1677), filósofo de origem judaico-lusitana, filho de uma família perseguida pela Inquisição.
Spinoza nos legou a ideia de identificar Deus como Natureza como um ser cósmico de infinitos atributos; contradiz a visão católica (e tendências protestantes) de um deus sendo adorado com a imagem e semelhança do homem.
A concepção divina da Natureza spinoziana foi aceita por Einstein e Freud, aos quais me junto humildemente; e, assim, deixo respondido o quesito religião….
DA MÍSTICA
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)
Uma teoria científica do comportamento humano diz que os poderes republicanos no Brasil usam coletes à prova de denúncias aos seus feitos para ocultar a situação que o país atravessa, sem patriotismo entre legisladores, com exagerado personalismo dos juízes no STF e o inato despudor do presidente da República.
Entristece-nos esta situação que leva muitos às experiências místicas indescritíveis, envolvendo-se com a manta do escapismo, e como avestruzes, enterrando a cabeça na areia da abstração.
Para os estudiosos dos fugitivos da realidade a vivência mística é subjetiva, não passam de uma experiência psicológica mergulhada no individualismo avessa ao instinto social dos seres humanos, isolando-se.
Hoje pouco encontrada nas conversações, a palavra Mística é um verbete dicionarizado como substantivo feminino, relativo ao estudo das coisas espirituais; e também como adjetivo, visando mistérios e razões incompreensíveis. A origem é grega “mystikós” vinda do verbo “myo”, que significa “fechar” e, no caso, “fechar os olhos”.
Na Teologia Cristã, mística e misticismo levam às situações que fogem da compreensão por serem desconhecidas pela razão. O doutor da Igreja, Tomás de Aquino, ensina aos cristãos que Mística é “uma vista simples e afetuosa de Deus ou das coisas divinas”.
Do outro lado, Shakespeare em “Henrique IV”, dá uma definição no verso: – “O pensamento é escravo da Vida, e a vida, o bobo do Tempo; e o Tempo, que vigia o mundo inteiro, precisa ter um fim”.
Assim, sem nada enigmático e nem ininteligível, o grande poeta e dramaturgo inglês conclui com o fim, lembrado também pelo nosso Ulysses Guimarães ao dizer que “a Nação quer mudar, a Nação deve mudar, a Nação vai mudar”.
Traz uma proposta revolucionária, sem dúvida, porque nos obriga a fugir do misticismo conformista no caminho da paixão pela Liberdade. Vivemos atualmente a negação da Democracia arbitrariamente usada pelos ministros do STF, auto assumidos como “Guardiães da Democracia”.
Isso leva a cidadania a se encolher, fugindo da participação partidária militante e não expressando sua defesa dos princípios patrióticos. É lamentável que isto ocorra. A Ética e a Filosofia do Direito, tão importantes para o convívio social numa atmosfera democrática, estão em falta; e a culpa é, sem dúvida, do desânimo que grassa nacionalmente.
Os autênticos defensores da liberdade se obrigam a insistir no óbvio, como foi sugerido por Brecht, que alertou: – “Nos omitirmos da política é tudo o que os malfeitores da vida pública querem”, e cercam com a mística arames farpados de sigilos centenários.
Sitiando com essa aramada ignorância, estonteiam as pessoas de baixo QI, oferecendo condições para os “influencers” (em bom brasilês, influenciadores digitais), fazer-lhes a lavagem cerebral “Woke” de estúpida insensatez. Com ela influenciam o negativismo ideológico da paranoia identitária e, a partir daí, exigem submissão total aos interesses de organizações minoritárias.
Esta febre do diversionismo leva os “andares de cima” a se movimentarem para criar o conformismo aos seus desmandos, desviando as atenções do povo para realidade transformando-o numa claque para aplaudir ilusórias promessas de igualdade.
A partir daí, sobe ao palco das iniquidades a influência da mídia mercenária como vimos na anunciada contratação milionária de uma agência de propaganda para o Governo, comprovando a necessidade da baboseira woke para manutenção do poder.
O espírito de Goebbels persiste, provoca e pesa no proceder dos que têm o “espírito de rebanho.”
A mística do despertar para ver apenas coisas miúdas cria fantoches levando-os à cena da polarização eleitoral dos populistas corruptos; enfrenta-os aqueles que esperam esperançosos a verdadeira Filosofia do Amor, lembrando a poesia de Maiakóvski que cantou: – “Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor”
DO FASCISMO
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)
É fascista o grupo político que adota o slogan “Deus, Pátria, Família” da Ação Integralista Brasileira, partido criado por Plínio Salgado como uma cópia tupiniquim do Partido Nacional Fascista (Partito Nazionale Fascista), de Benito Mussolini. É também verdade que no Brasil as esquerdas lulopetistas se fascistizaram namorando com o totalitarismo.
Pela adoção de camisas pretas o mussolinismo, e depois seus imitadores nazistas ficaram conhecidos como “fascistas negros” e, pela adoção das tradicionais bandeiras vermelhas da esquerda, o lulopetismo pode ser batizado de “fascismo vermelho”.
O que vem a ser “Fascismo”? Pela História, é a representação de uma ditadura totalitária, de grupos políticos, econômicos e financeiros. Nasceu na Itália (1922) e teve a sua maior expressão na Alemanha com o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei, NSDAP). Daí teve seguidores em vários países, notadamente na Bulgária, Espanha, Hungria, Polônia, Portugal e Romênia.
Na Itália, atuou como imperialista levado pelo ímpeto personalista de Mussolini, querendo reviver o Império romano; e na Alemanha, pelo racismo e o conceito da “raça superior”, na Bulgária, Espanha e Finlândia com caráter militar; na Hungria e em Portugal, com base na mística do catolicismo ultramontano.
Aonde se estabeleceu no poder, o fascismo usou a máscara de “nacional socialismo” para disputar com a influência comunista, socialista e social-democrata entre os trabalhadores; e estes opositores ideológicos foram presos, torturados e assassinados.
Sob o manto nacional-socialista houve uma disposição comum, nacionalismo extremado, racismo e anticomunismo. Criou-se uma cultura própria que influenciou os círculos científicos, culturais e estudantis.
Seria exaustivo enumerar os malefícios trazidos pelo nazismo, estendendo-se do antissemitismo ao ódio letal aos ciganos, chegando ao horror dos campos de concentração, das câmaras de gás e a escravização de prisioneiros russos e de outros povos eslavos.
Hitler e Mussolini, divinizados e cultuados pelos seus seguidores discursavam para as massas verbalizando um “revolucionarismo verbal”, mas, na verdade, praticavam internamente, a corrupção e uma vida íntima próxima à oligofrenia mantida por drogas.
Encontramos nos discursos dos mandatários fascista e nazista, Mussolini e Hitler, coisas curiosíssimas. Em discurso o Duce vociferou: – “Muitos italianos ainda conservam o pensamento podre de uma Democracia; nego a estes senhores o direito de falar em liberdade”. Quanto ao Führer, temos no seu livro Minha Luta (Mein Kampf) a loucura:
“As causas exclusivas da decadência de antigas civilizações são a mistura de sangue e o rebaixamento do nível da raça” e chega a uma conclusão criminosa por quem tem cabeça de pensar: – “Só depois da escravização de raças inferiores será para eles ter a mesma sorte dos animais domesticados”.
A predisposição autoritária dos líderes do “Fascismo Negro” veio acompanhada de promessas de uma “ruptura radical com o passado”, e copiou a “Ditadura do Proletariado” da URSS stalinista.
Esta legenda de fachada foi, na verdade, uma ditadura unipessoal com juntou, assemelhou e misturou Hitler, Mussolini e Stálin. As atrocidades dos dois primeiros estão descritas acima e, do “Pai dos Povos”, é mostrada no livro “A Revolução Traída”, de Trotsky, publicado m 1937, e posteriormente, em 21 de junho de l955, no “Relatório Kruschev”, a personificação do Fascismo Vermelho…
Há cópias histriônicas e façanhudas dos dois tipos de fascismo pelo mundo afora, sempre danosas pelas práticas de mentiras e ameaças. A experiência histórica registra no Brasil a triste caricatura populista dos dois fascismos polarizando eleitoralmente com Bolsonaro e Lula. Só eleitoral, pois são iguais no avesso das cores….
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DO SOCIALISMO
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)
A minha visão do Socialismo é científica; vou ao laboratório e levo o prisma político e ideológico à mesa, com a luz da liberdade explodindo em cores…. Aí lembro 1864 e a fundação da AIT – Associação Internacional dos Trabalhadores, também conhecida como Internacional Socialista ou Primeira Internacional.
Abrindo as janelas, após uma tarde chuvosa, vejo uma cortina de poeira líquida também refletindo o arco-íris multicolorido do socialismo original pela convergência dos fundadores da AIT, representando diversas correntes ideológicas da Esquerda: anarquistas, blanquistas, comunistas, cooperativistas, democratas radicais, lassalianos, owenistas, sindicalistas revolucionários, socialistas agrários e reformistas.
Nada mais atraente para os jovens. Seis anos depois, em 1870, a organização possuía mais de 200 mil membros na Europa, verificando-se entre 1871 e 1872, 50 mil na Inglaterra, 35 mil na França e na Bélgica, 6 mil na Suíça, 30 mil na Espanha, 25 mil na Itália e 17 mil na Alemanha; atravessando o Atlântico, 4 mil nos Estados Unidos.
No interior da organização, com a crescente influência de Bakunin, ficaram explícitas as divergências entre seus partidários e os de Karl Marx. O anarquista foi veemente na defesa do individualismo contra o coletivismo proposto por Marx. O confronto atingiu o seu auge em 1872, após a realização do congresso de Haia, ocasionando a ruptura entre as duas correntes; os anarquistas continuaram na AIT e os marxistas, liderados pelo alter ego de Marx, Friedrich Engels, criaram a Segunda Internacional.
No correr dos anos, tanto a “Primeira” e a “Segunda” decaíram pela brutal reação dos governos e, internamente, pelas crises ideológicas e cisões organizativas. A decadência das duas entidades acabou o que havia de mais importante na época, a convivência para o debate entre as inúmeras tendências de esquerda.
E pior. Mais tarde, assistiu-se o fim do prisma ideológico sob as botas stalinistas contra a livre expressão do pensamento, fundou-se a Terceira Internacional. A partir de então imperou o chamado “centralismo democrático”, a voz de comando do PCUS para seus membros cativos, os partidos comunistas estipendiados por Stálin.
Aí, as correntes de opinião discordantes passaram a ser criticadas, os críticos foram chamados de “colaboradores do capitalismo” e execrados politicamente como “reformistas”. O mais destacado opositor do “pensamento único” foi Eduard Bernstein (1859/1932), um dos principais teóricos alemães. Revisionista do marxismo, foi o idealizador da social-democracia, e merece ter a suas teorias estudadas….
Os aprendizes das lições bernsteinianas adotaram a convergência do socialismo para o Centro Democrático, apoiando-se nos princípios pela paz entre os povos, a defesa do meio ambiente e por uma economia proporcionadora do bem-estar; com isto, traços tecnocoloridos e vigorosos pintaram o quadro da social-democracia no Norte Europeu.
Em contraposição, tristemente, ressuscitaram da putrefata ideologia stalinista, múmias vagueando mundo afora fazendo a cabeça dos Meninos Perdidos que não conseguiram sair da Terra do Nunca; metáfora para os que passaram dos 35 anos com o stalinismo na cabeça, em vez de assumir a vida adulta, pensante e realizadora.
O comportamento infantil dos herdeiros da “ditadura do proletariado” fechou-os numa bolha que descambou para a chula teoria “Woke”, nascida nos guetos afro-americanos de Nova Iorque significando “acordar, despertar”, usado contra o racismo sofrido dos encapuçados da progênie Ku-Klux-Klan….
A adoção de significados mais amplos do Woke pela boemia intelectual dos EUA, inspirou palavras-de-ordem de protesto contra “todas as injustiças”; e terminou se enredando nas causas das minorias, principalmente dos imigrantes ilegais, desempregados pontuais, LGBT+, descontentes em geral e peripatéticas sombras da contracultura. Deixaram para os pastores evangélicos a luta contra o racismo….
Assim, luta de classes e os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade do ideal socialista mergulharam sob o tsunami wokeísta e a esquerda de fancaria dividiu-se como “direita” e “esquerda” por discordâncias eleitorais, mas semelhantes pela intolerância acreditando serem intelectualmente superiores aos demais.
Infelizmente é este restolho politiqueiro do populismo ianque que desembarcou no Brasil trazendo na bagagem toda sorte dos malefícios em que a esquerda se envolveu e, por cretinice da militância lulopetista, acrescentou-lhes a linguagem neutra e o politicamente correto….
Desta maneira, temos triste fim dos policarpos quaresmas socialistas, convivendo e contribuindo com a grotesca polarização dos populistas corruptos Bolsonaro e Lula; e os Meninos Perdidos das tornozeleiras eletrônicas do baixo QI, fanáticos seguidores da dupla, alimentam com a ração Woke a fraudulenta disputa dos dois.
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