Poesia

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Poema

 

Belos olhos que fingem não me ver

Mornos suspiros, lágrimas jorradas

Tantas noite em vão desperdiçadas

Tantos dias que em vão vi renascer;

Queixas febris, vontades obstinadas

Tempo perdido, penas sem dizer,

Mil mortes me aguardando em mil ciladas

Que o destino me armou por me perder.

Risos, fronte, cabelos, mãos e dedos

Viola, alaúde, voz que diz segredos

À fêmea em cujo peito a chama nasce!

E quanto mais me queima, mas lamento

Que desse fogo que arde tão violento

Nem uma só fagulha te alcançasse.

 

Louise Labé

Traducão de Sergio Duarte

A Poetisa

Filha de Pierre Charly, um rico cordoeiro, e de Étiennette Roybet, Louise viveu toda a sua vida em Lyon, recebeu uma educação refinada para a época, consistindo de latim, italiano, música, equitação e até mesmo esgrima.

Bonita e independente, aos dezesseis anos (1542) disfarçou-se de homem e sob a alcunha de “capitão Loyz” acompanhou um de seus amantes ao cerco de Perpignan e chegou mesmo a tomar parte de combates. Anos depois, novamente travestida, participou de um torneio de esgrima em Lyon.

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