Mário Quintana

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TORRE AZUL

É preciso construir uma torre

– uma torre azul para os suicidas.
Têm qualquer coisa de anjo esses suicidas voadores,
qualquer coisa de anjo que perdeu as asas.
É preciso construir-lhes um túnel
– um túnel sem fim e sem saída
e onde um trem viajasse eternamente
como uma nave em alto-mar perdida.

É preciso construir uma torre…
É preciso construir um túnel…
É preciso morrer de puro,
puro amor!…

(Poema do livro Baú de Espantos, retirado de Poesia Completa – Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005, p. 587)

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