Mário de Andrade

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Eu Sou Trezentos…

 

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,

As sensações renascem de si mesmas sem repouso,

Ôh espelhos, ôh ! Pirineus ! Ôh caiçaras !

Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro !

Abraço no meu leito as milhores palavras,

E os suspiros que dou são violinos alheios;

Eu piso a terra como quem descobre a furto

Nas esquinas, nos táxis,

nas camarinhas seus próprios beijos !

 

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,

Mas um dia afinal toparei comigo…

Tenhamos paciência, andorinhas curtas,

Só o esquecimento é que condensa,

E então minha alma servirá de abrigo.

 

Biografia de Mário de Andrade aqui.

 

 

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