Rainer Maria Rilke

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O Cego

 

Ele caminha e interrompe a cidade,

que não existe em sua cela escura,

como uma escura rachadura

numa taça atravessa a claridade.

 

Sombras das coisas, como numa folha,

nele se riscam sem que ele as acolha:

só sensações de tato, como sondas,

captam o mundo em diminutas ondas:

 

serenidade; resistência –

como se à espera de escolher alguém, atento,

ele soergue, quase em reverência,

a mão, como num casamento.

 

(Tradução: Augusto de Campos)

Biografia de Rilke aqui

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