Yves Bonnefoy

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O POÇO

 

Escutas a corrente a bater na parede

Quando o balde desce no poço que é a outra estrela.

Vésper às vezes, solitária estrela,

Fogo sem raio as vezes a esperar à alva

Que saiam o pastor e suas reses.

 

Mas sempre a água está presa, no fundo do poço.

A estrela fica sempre ali selada.

É possível ver sombras, sob os galhos.

São viajantes que de noite passam

 

Curvados, carregando às costas massa negra,

Hesitantes, diria, numa encruzilhada.

Uns parecem que esperam, outros se apagam

No faiscar que vai sem luz.

 

A viagem do homem, da mulher é longa, mais longa do que a vida,

É uma estrada no fim do caminho, um céu

Que se pensou ter visto brilhar entre as árvores.

Quando o balde toca a água, que o levanta,

É uma alegria, então a corrente o esmaga.

 

Biografia de Yves Bonnefoy  aqui.

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