Visita de Renan a Lula: o PAC da Impunidade
Nunca é demais recordar que o Palácio do Planalto, três dias atrás, já dava Renan como cassado e articulava o nome do seu sucessor. De repente, após uma visita e de longa conversa mantida com Calheiros, Lula da Silva mudou de posição passando a dar uma sustentação explícita ao Presidente do Senado. O favorecimento oficial de Lula a Renan ocorreu a partir do encontro no Palácio do Planalto, quando o senador pediu ajuda para livrar-se do processo que responde no Conselho de Ética. Há quem diga que o bate-papo foi curto e grosso: Renan tirou do bolso do paletó um caderninho e mostrou ao Presidente uma relação de fatos devidamente comprovados que, levados ao conhecimento público, acarretariam uma grave crise institucional.
Renan andava ressabiado com o PT-governo e com Lula em particular. Passou mais de 15 dias sem comparecer a uma só reunião formal no Planalto, mas logo depois do apoio recebido de Lula foi (simbolicamente) assistir à segunda posse do Procurador-Geral da República, ocasião em que o Presidente (também simbolicamente) disse no seu discurso que “uma coisa que me inquieta como cidadão, que me inquieta no comportamento da Polícia Federal e do Ministério Público, é muitas vezes não termos o cuidado de evitar que pessoas sejam execradas publicamente antes de serem julgadas”. Uma carapuça que caiu direitinho na cabeça do Senador alagoano.
Renan sorriu e deu duas tapinhas nas costas de Lula, autenticando a renovação da aliança entre os dois; e a partir daí não conteve a sua alegria, comemorando com os comparsas que lhe defendem no Senado a vitória sobre o PT-partido. Na euforia irreprimida abriu o diário de débito e crédito dizendo: “Quando houve a crise com Lula, eu o apoiei com a mesma compreensão”, e acrescentou que “o denuncismo não faz bem à democracia; ressuscita a UDN no momento em que todos querem que o Brasil trabalhe, gere renda, gere emprego e aumente o superávit”. Parece até que escreveu os “considerandos” do PAC da Impunidade…
Comentários Recentes