Silvia Plath

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ARIEL



Estancamento no escuro

E então o fluir azul e insubstancial

De montanha e distância.

Leoa do Senhor como nos unimos

Eixo de calcanhares e joelhos!… O sulco

Afunda e passa, irmão

Do arco tenso

Do pescoço que não consigo dobrar.

Sementes

De olhos negros lançam escuros

Anzóis…

Negro, doce sangue na boca,

Sombra,

Um outro vôo

Me arrasta pelo ar…

Coxas, pêlos;

Escamas e calcanhares.

Branca

Godiva, descasco

Mãos mortas, asperezas mortas.

E então

Ondulo como trigo, um brilho de mares.

O grito da criança

Escorre pela parede.

E eu

Sou a flexa,

O orvalho que voa,

Suicida, unido com o impulso

Dentro do olho

Vermelho, caldeirão da manhã.



Silvia Plath

(tradução de Ana Cândida Perez e Ana Cristina César)

Leia aqui a biografia da poetisa.

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