Poesia

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O poema do deserto

 

 

– Dá-me a beber, que a sede me agonia –

 

pedi ajoelhado e balbuciante.

 

E deixei em tua ânfora vazia

 

saciado o meu desejo alucinante.

 

E seguiste. . . No teu olhar havia

 

da luz que morre, o lucilar cambiante.

 

Cantavas ao partir. . . Tua voz trazia

 

 um líquido frescor de água distante.

 

Nunca mais eu te vi. . . E em qual estrada,

 

de tuas mãos beberei, ó minha amada?

 

Do meu lábio febril, o ardor mataste;

 

mas agora, ao redor de que cisterna.

 

 conseguirei saciar esta ânsia eterna,

 

que no fundo do peito me deixaste?

 

 

VILLAESPESA

 

(Trad. de José Augusto Cesar Salgado)

 

O Poeta

 

Francisco Villaespesa Martín (1879-1936) Poeta, dramaturgo e narrador espanhol do Modernismo.

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