Poesia

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Outono de 1961

Pra trás e prà frente, pra trás e prà frente,
vai o toc, toc, toc,
do rosto laranja, terno,
embaixadorial, da lua
no relógio de parede do avô.

Durante todo o Outono, o atrito e a discórdia
da guerra nuclear;
exaustivamente discutimos a nossa extinção.
Nado como um vairão
Atrás da janela do meu estúdio.

O nosso fim aproxima-se,
eleva-se a lua,
radiante de terror.
O estado
é um mergulhador sob um sino de vidro.

Um pai não é um escudo
para o seu filho.
Somos como aranhas
selvagens chorando juntas
mas sem verter lágrimas.

A Natureza ergue um espelho.
Uma andorinha faz um Verão.
É fácil marcar
os minutos
mas os ponteiros ficam presos.

Pra trás e prà frente!
Pra trás e prà frente, pra trás e prà frente, –
o meu único ponto de repouso
é o laranja e negro
oscilante ninho do oríolo!

Robert Lowell

(Tradução de Mário Avelar)

 

O Poeta

 

Robert Lowell nasceu no dia 1 de Março de 1917 em Boston. Aos 20 anos iniciou estudos superiores no sul. Em 1940 casou com a escritora Jean Stafford. Três anos mais tarde foi preso no Connecticut, em consequência de uma carta enviada ao Presidente Roosevelt onde se recusava a prestar serviço nas Forças Armadas.

Em 1944 publicou Land of Unlikeness. Sofre as primeiras crises psiquiátricas cinco anos depois, sendo-lhe diagnosticada uma personalidade maníaco-depressiva.

Entretanto iniciou uma relação com a escritora Elizabeth Hardwick com quem viria a casar. Viaja pela Europa, lê Freud, regressa a Boston como docente da Universidade dessa cidade.

Na década de 1960 manifestou-se contrário ao envolvimento americano no Vietnam, recusando um convite do Presidente Johnson para um encontro de escritores na Casa Branca. Traduz Baudelaire, Ésquilo e viaja para Inglaterra.

Aí iniciou uma nova relação com (Lady) Caroline Blackwood, de quem viria a ter um filho. Em 1975 sofreu um problema cardíaco.

No dia 12 de Setembro de 1978, ao chegar ao aeroporto JFK em Nova Iorque, apanhou um táxi no qual viria a falecer vítima de acidente vascular.

Uma resposta para Poesia

  1. Monsueto Araujo de Castro disse:

    Bolo do Bexiga em 2010

    Eu sou a favor do famoso Bolo do Bixiga nos festejos do aniversário da cidade de São Paulo em 2010. O Bolo deve ser servido no prato e garfinho, não no avançar e atacar o bolo. Prometo ajudar ao Senhor Walter Taverna na busca de patrocinadores e também ajudar a organizar o projeto “Bolo no Prato”, de outro modo, ou melhor, na selvageria, será muito difícil a volta do grande bolo.
    Monsueto Araujo de Castro
    monsuetodecastro@uol.com.br