PF e MP reagem contra às críticas de Lula da Silva
Na solenidade que reempossou o Procurador-Geral da República, Antonio Fernando de Souza, o discurso de Lula da Silva não poderia ser pior. Referiu-se, embora com alusões genéricas, à crise no Conselho de Ética do Senado, defendendo o seu parceiro Renan Calheiros. Chegou a ser ridículo na ocasião quando se dirigindo ao chefe do Ministério Público Federal chamou-o de “meu caro” – abandonando as formalidades – e fez críticas infundadas à Polícia Federal e ao Ministério Público, atribuindo a essas instituições o prelevantamento da execração pública de acusados antes do julgamento.
As injustas referências produziram fortes reações entre delegados e procuradores da República. O presidente do Sindicato dos Delegados da PF em São Paulo, Amaury Portugal, repeliu as insinuações declarando que “o Presidente não deve censurar a PF e o Ministério Público para manifestar seu apoio ao senador Renan Calheiros, aliás, ele deveria se colocar acima destas questões”. Portugal acrescentou que “o Presidente deveria ter se preocupado também com o delegado Edmilson Bruno, que, em setembro de 2006, prendeu um grupo ligado ao PT com R$ 1,7 milhão no caso “dossiê Vedoin” e foi execrado pelo governo e pelo PT, e ainda punido pela administração.
O presidente da Associação Nacional dos Delegados Federais, Sandro Avelar, afirmou: “Não há excessos da PF, as operações que realizamos têm respaldo em decisões judiciais, que autorizam interceptações, buscas e prisões. A PF deveria merecer reconhecimento do governo e não seu descrédito. O Presidente foi infeliz.” O caso é que quando uma personalidade política é investigada fala-se sobre a necessidade de respeitar as prerrogativas e lembrar o respeito às garantias individuais; quando é um ladrão de galinhas, o julgamento, por falta de advogado de defesa, é sumário. Por isso as penitenciárias estão abarrotas de desamparados e Lula da Silva não levanta a voz para pedir uma tramitação policial e processual corretas. O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Marcos Vinício Wink, foi enfático: “quem pratica falcatrua e corrupção deve estar preparado para o risco da prisão e da exposição, é um risco assumido”.
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