NEM MITO NEM SANTO

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Por Carlos Chagas

 Até que enfim um diagnóstico sereno, justo e necessário sobre o presidente Lula. Seu autor foi o deputado Ciro Gomes, em conversa com a jornalista Cristiana Lobo.

Ao anunciar que mantém sua  candidatura à presidência da República, Ciro reafirmou-se “um aliado indiscutível de Lula”, que continua tratando como um líder político, jamais como um mito, um santo ou alguém inquestionável. Deu um exemplo ao dizer que discorda da avaliação do presidente quanto ao processo sucessório. Ao contrário dele, sustenta   a existência de mais de um candidato saído do bloco governista como a melhor solução.  

Ciro acrescentou não receber recados do Lula, “porque conversa diretamente com ele”. Combinaram encontrar-se em março. Pretende manter sua candidatura “até quando der”, ou seja,  o dia 4 de outubro, quando da realização das eleições.

Seria bom se  o PT raciocinasse como o ex-ministro e ex-governador. Menos na questão das duas candidaturas, mais na evidência de que o Lula não é um mito, nem um santo, muito  menos inquestionável. Bom para o partido, bom para o país e, acima de tudo, bom para o próprio Lula.

É perigoso imaginar o presidente como acima do bem e do mal, guia genial do povos e todo-poderoso condutor dos destinos nacionais. As tempestades começam assim.   Uns por interesse, outros por ingenuidade, faz tempo que os companheiros  levaram seu chefe  para o altar. No passado, essa prática não deu certo, fosse com Getúlio Vargas, fosse com o general Garrastazu  Médici. Resta saber se o vírus já inoculou o paciente atual.

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