Laura Riding

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ABRIR DE OLHOS

 

Pensamento dando para pensamento

Faz de alguém um olho.

Um é a mente cega-de-si,

O outro é pensamento ido

Para ser visto de longe e não sabido.

Assim se faz um universo brevemente.

 

A suposição imensa nada em círculos,

E cabeças ficam mais sábias

Enquanto notam a grandeza,

E a dimensão imbecil

Espaça a Natureza,

 

E ouvidos reportam primeiro os ecos,

Depois os sons, distinguem palavras

Cujos sentidos chegam por último ─

Vocabulários jorram das bocas

Como por encanto.

E assim falsos horizontes se ufanam em ser

Distância na cabeça

Que a cabeça concebe lá fora.

 

O maravilhar-se, que escapa dos olhos,

Regressa a cada lição.

O tudo, antes segredo,

Agora é o conhecível,

A vista da carne, a grandeza da mente.

 

Mas e quanto ao sigilo,

Pensamento individido, pensando

Um todo simples de ver?

Essa mente morre sempre instantaneamente

Ao prever em si, de repente demais,

A visão evidente demais,

Enquanto lábios sem boca se abrem

Mundamente atônitos para ensaiar

O verso simples e impronunciável.

 

tradução: Rodrigo Garcia Lopes

Biografia de Laura Riding aqui.

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