Imprensa ausente, Internet presente

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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br )

No seu inestimável livro “Eu Acuso” o grande defensor da Justiça e da Liberdade, Vitor Hugo, escreveu: “À medida que a verdade avança, multiplicam-se as mentiras para negar-lhe a marcha”.

Sem qualquer acanhamento, aposso-me deste pensamento para usá-lo 117 anos depois, nestes dias das denúncias de assalto à Petrobras com mentiras execráveis, repetidas impunemente.

Os bem informados conscientizaram-se desta traição ao País que ainda é o Brasil, o Brasil dos nossos amores, a Pátria enternecida que se envergonha; mas os filhos seus não fogem à luta em sua defesa, custe o que custar.

Ameaças rondam a Democracia e a República. Vê-se no esforço dos que estão no poder para impedir a criação da CPI da Petrobras no Senado Federal. É a torrente de lama que transborda dos escândalos da compra das refinarias nos Estados Unidos e no Japão, e a negociata na Argentina com um dos sócios de Cristina Kirchner.

Assiste-se diariamente o excesso de iniqüidades e prejuízos na Petrobras, refletindo a ação criminosa dos agentes governistas que agem para enterrar a CPI.

De frente com eles, cara a cara, vemos o medo de Dilma, a covardia de Renan, a mediocridade de Mantega, o exibicionismo vulgar de Gleise, a obtusidade de Inácio Arruda e o sumiço contumaz de Lula quando se vê acossado. Estes personagens comprovam a cumplicidade governista com a corrupção.

Ainda inspirado no “Eu acuso”, acho que “um povo que não procura sua razão de ser, é um povo condenado”; por isso, nós, das redes sociais, representando o povo, fazemos ouvidos moucos ao grito desesperado dos sabujos do poder, dos argentários exaltados pelo tilintar de moedas e dos oportunistas sempre prontos à rapinagem.

Nessa situação crucial para o País, eu gostaria muito de contar com a oposição da imprensa brasileira, nascida em 1706 em Pernambuco, em 1747 no Rio de Janeiro, e em 1807 nas Minas Gerais, frutos da luta pela liberdade de um povo. Essa imprensa que atravessou o Atlântico com a família real, em 1808, e firmou-se no Império no debate da oposição republicana com o oficialismo.

Como antigo jornalista, amador por vocação aos 14 anos, e profissional aos 22, continuo apaixonado pelo idealismo de Hipólito da Costa, Cipriano Barata, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Machado de Assis e, mais recente, de Prudente de Morais, neto, Barbosa Lima Sobrinho, Gondim da Fonseca e Danton Jobim.

Eles se foram, e com eles a imprensa sadia, independente e patriótica. Com raras exceções, o que temos é uma imprensa imunda, que mal conseguimos acessar sem sermos tomados de indignação.

Os poderes republicanos são maculados e a “grande imprensa” silencia. O Legislativo se avilta com o mandato popular desvirtuado; o Judiciário manqueja, capengando com as muletas do Executivo; este, dominado por pelegos, transformou-se em asilo de corruptos e corruptores, extorsionários e ociosos ‘ideológicos’…

Há 12 anos firma-se no País este cenário iníquo, e o bando que se apossou do poder por um estelionato eleitoral, perambula impunemente, assaltando o Erário. A investida deles levou a Petrobras, orgulho dos brasileiros, do 12º lugar entre as maiores empresas do mundo, para o 112º no ranking internacional.

Felizmente, em confronto com omissão suspeita da ‘grande imprensa’, temos as redes sociais para defender o Brasil e exigir que a CPI da Petrobras vá fundo nas investigações.

A intelligentsia da Rede Social nos Blogs, Facebook, Twitter está firme, com seus participantes sem temer o julgamento da História, nem pretender o paraíso artificial do poder; nós queremos somente defender o Brasil, Pátria amada, idolatrada…

11 respostas para Imprensa ausente, Internet presente

  1. #POLITICOCORRUPTONAOMEREPRESENTA

  2. Sergio disse:

    Miranda Sá
    Seu artigo é muito bom
    Que bom ter amigos cultos que podem nos deliciar com uma citação de Vitor Hugo
    Casa dia entendo que por mais que os anos passem, a politicagem permanece a mesma.
    Sua visão dos Renan Gleises e demais políticos desta república é perfeita.
    O país está sendo assaltado não só a Petrobras.
    Com uma imprensa vendida pois só sobrevive com verbas publicitárias públicas nos resta as redes sociais que cada dia ganham mais espaço e força

  3. Maria Lucia Gouveia disse:

    Lindo texto. Me faz sentir de novo orgulho de ser brasileira.

  4. Parabéns pela matéria publicada. Trata-se de um belo artigo que tem objetividade e coerência. Não é invenção nossa quando afirmamos que a corrupção, a incompetência, o desrespeito ao cidadão e a impunidade são os males que estão destruindo as finanças públicas e levando o país ao total descrédito, já que o povo não se conforma com o fato de ter que pagar tantos impostos em troca de um serviço público de péssima qualidade, como o que é oferecido pela rede pública de saúde e pelas escolas publicas.

    Não poderia haver nome mais apropriado para o Brasil de que País do Carnaval. Aliás, pensando bem, talvez fosse melhor País Carnaval, não com aquele sentido que se diz normalmente, de festa, de alegria, de fantasia. Carnaval é o que os corruptos fazem com o dinheiro do trabalhador honesto, que todos os meses tem uma grande fatia do seu minguado salário abocanhado pelo Imposto de Renda. São tantos os escândalos que são denunciados diariamente que ninguém sabe mais quais dele são os piores. O último artigo que publicamos no nosso blog trata das propinas na Petrobras. Se alguém desejar ler, acesse http://www.ideiasefatostucujus.blogspot.com.br

  5. clovis disse:

    Infelizmente , por conta da grande maioria de eleitores comprados ao preço do “bolsa voto” , nós , politizados e conscientes da real situação do país estamos sendo obrigados à engolir sem digerir a quadrilha instalada pelo PT .

  6. Antônio Dantas disse:

    BOM DIA:Adorei a maneira correta, porém firme de expressar a sua indignação, com tantos desmandos acontecendo o a mesmo tempo no BRASIL. Parabéns. Para editar

  7. Vera Ramos disse:

    Muito bom, alias como todos os seus artigos são. Quem sabe deve contar a história.

  8. A vergonha se foi assim como a caráter, no momento que o país se deixou enganar pela carta mentirosa de lulla e seu partido. Essa foi a cereja do bolo Granscista Cultural que veio sendo cozido ao forno de nossas universidades e, principalmente, de nossa imprensa “golpista”. O golpe desta imprensa na verdade é o inverso do que pregam os militantes comunistas, pois seguem fielmente a cartilha Stalinista. Invertem os valores, a fim de criarem debates retóricos de pouca praticidade.
    Nossos principais meios de informação foram aparelhados por colaboradores engajados na luta que foi interrompida em 64. Desta vez, deixaram o modelo bélico revolucionário pelo modelo do italiano Antonio Gransci e da escola de Frankfurt. Corações e mentes é que são os alvos, não das bombas, mas dos discursos infamantes contra um “inimigo externo”, uma elite má (que adora socialistas), uma força direitista inexistente que conspira todo dia, um colonialismo estrangeiro, etc. Contra a miséria e a ignorância, basta um salvador da pátria. E o populismo ganhou cores vermelhas em sua totalidade.
    Hoje a imprensa conta com duas pernas tortas, jornalistas militantes disfarçados e acionistas ávidos pelas graças de um governo central popular (na verdade populista). Nunca o capital foi tão bem manipulado a favor do comunismo como no caso da imprensa tupiniquim!

  9. Perdão, onde se lê infamantes, leia-se inflamantes… no sentido de apaixonantes.

  10. encok g. de sousa disse:

    Gostei boa colocação! E tudo verdade.