Crônica de viagem
6ª posição no ranking dos banqueiros
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br
Basta sair do País e ir logo ali, no Peru, Chile ou Uruguai para se convencer que a 6ª posição do Brasil na economia mundial nada tem a ver com o povo brasileiro: é uma posição assumida pelos banqueiros nacionais e estrangeiros que aqui agem.
Envergonha-me dizer que o Rio de Janeiro, imundo, de ruas e calçadas esburacadas, os ditos moradores de ruas, mendigos, psicopatas e drogados, afasta o olhar da linda paisagem natural para a miséria inflacionada por governos incompetentes e corruptos.
Não é só o Rio. São Paulo, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém, além de quase todas as capitais do Norte, Nordeste, Centro-Oeste nos envergonham, como p entorno de Brasília, que não sai nos cartões postais. Salvam-se algumas cidades do Sul, de ‘ouvir dizer’.
É triste a constatação do viajante brasileiro, vendo Lima – a capital do Peru – revelar-se urbanisticamente muito superior às nossas grandes cidades. Pessoalmente, fico consternado vendo os limenhos frequentando praças e parques, sentando-se nos bancos dos jardins e passeando nas calçadas de mãos dadas.
Não vi o lixo compondo a paisagem, nem tampouco a exibição da miséria, da loucura e do vício. Em seis dias, andando fora do esquadro da burguesia e até em bairros periféricos (‘não aconselháveis’) constatei apenas dois pedintes.
Tem mais. Com nove milhões de habitantes, as crianças até 10 anos estão na escola e não há filas à porta dos hospitais públicos e muito menos pacientes deitados em macas nos seus corredores.
Há informantes atenciosos e amáveis espalhados pelo Centro Histórico, museus e pontos turísticos; e humilhou-me o oferecimento gratuito de acesso à internet em muitos logradouros.
Finalmente, nesta Lima de San Martin de Porres, apesar da sua forte tradição católica, constata-se uma completa liberdade religiosa, com templos evangélicos, ortodoxos, budistas e xintoístas.
Como se não bastasse a qualidade de vida que a capital peruana nos oferece, fica a olhos vistos o reconhecimento da população alegre e orgulhosa do seu País.
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