Comentário (I)
Comprando porcos por lebres
Obama usou contra Sarah Palin e eu aqui peço emprestada a metáfora: políticos são porcos. E o período eleitoral, através de um serviço publicitário muito bem remunerado, diga-se (e pergunte-se: por quem?), é utilizado para marquiar-se os porcos até que pareçam eles coelhinhos fofos. Coloca-se orelhas e pés de coelho, pinta-se de branco, afofa-se o rabo, enfia-se uma cenoura em sua boca e joga-o em cima de uma cama elástica para que pareça saltitante. Mas não passará de um porco fantasiado de coelho. Assinando um contrato verbal onde jura, por intermédio de sua saliva, que sim: é ele um coelho. Uma vez eleito, a fantasia é devolvida, os publicitários são pagos e alguns ganham até cargos no governo. Se perguntados sobre onde foi parar aquele pêlo branquinho, a resposta é fácil: “Sou uma metamorfose ambulante”. E ele não está mentindo. Estava lá, nas letras miúdas do contrato verbal. Você não pegou a sua cópia?
Marlos Ápyus, jornalista e escritor
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