Comentário (I)
Gente desobediente
Pode ser só impressão, mas o presidente Luiz Inácio da Silva parece um tanto silencioso demais em relação à retomada da ofensiva em prol do terceiro mandato.
Já faz duas semanas – 14 dias exatos – que o senador Fernando Collor deu uma entrevista ao jornal Valor Econômico abrindo nova temporada de manifestações em favor da realização de um plebiscito ou de uma emenda constitucional a ser submetida ao referendo popular, e Lula até agora, nada. Quieto, não deu uma palavra a respeito.
Sua assessoria, sempre célere na distribuição de versões sobre a “irritação” do presidente com isso e aquilo, tampouco se movimentou. Os tradicionais arautos da tese, o deputado petista Devanir Ribeiro à frente da caravana, igualmente se abstiveram de pronunciar suspiro. Outros personagens assumiram a tarefa. A Collor seguiu-se o deputado cassado Roberto Jefferson, ambos do PTB.
É o único assunto que Luiz Inácio Lula da Silva permite que seja tratado pelo partido sem crivo. Mas ele preferia que o assunto tomasse maiores proporções só quando Patrus Ananias incluir o MST, moradores de rua, índios, traficantes desempregados,presidiários arrependidos todos, no bolsa família o que lhes daria mais uns 10 milhões de votos. Liquidando dessa maneira o restante do eleitorado que não está vendido.