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Homem trabalhando

 

Extinta a fartura, o presidente Luiz Inácio da Silva começa a querer vender bravura no mercado eleitoral. O problema é que o outro mercado examina a mercadoria sob critérios mais objetivos: reage de acordo com o que as coisas lhe parecem ser e não conforme o governo diz que as coisas são.

 

Lula quis dar à demissão de Antonio Lima Neto da presidência do Banco do Brasil a conotação de uma guerra santa contra os juros altos com ele no papel de santo guerreiro. Não levou em conta um dado: nessa seara, ninguém acredita em almoço grátis.

 

A reação negativa deveu-se à percepção nítida de que há uso político de um tema complexo, numa decisão cuja única medida de consequência é a popularidade do presidente.

 

Se o gesto for lido como heróico pela massa e servir de barreira de contensão a novas quedas nos índices de aprovação, Lula terá atingido seu objetivo. Esta, e não a ” queda do spread”, é sua verdadeira – e, dependendo do que mais vier por aí, desatinada – obsessão.

 

Dora Kramer, dora.kramer@grupoestado.com.br

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