Comentário (I)
O desafio da habitação não para
na construção de residências
O governo Lula anunciou um investimento de 34 bilhões de reais para construir um milhão de casas populares no País, no sentido de reduzir o déficit brasileiro de residências que oscila em torno de 7 a 8 milhões de unidades. Não será tarefa fácil, embora já tenha proporcionado efeitos no plano do marketing.
Não será tarefa fácil porque o desafio da habitação não reside somente na construção de residências. Em primeiro lugar, tem que existir mercado para pagar por elas. Se forem subsidiadas com recursos governamentais, se estará descapitalizando o FGTS, principal fonte de custeio do programa permanente de casa própria, ao lado das cadernetas de poupança.
Para isso elas existem, diz a lei no papel. Mas um programa de construção em massa tem que incluir investimentos simultâneos no saneamento, eletrificação, abastecimento d’água, rede de esgoto, sistema pluvial e sanitário. E as prestações não podem ser reajustadas acima dos aumentos nominais de salários.
PEDRO DO COUTTO, jornalista
Em primeiro lugar, a finalidade não é reduzir o déficit habitacional brasileiro. É criar palanque para a guerrilheirazinha. Segundo, para se construir uma casa, precisa-se de um terreno, o que não existe, a não ser que sejam palafitas na Baia da Guanabara, na Baia de Todos os Santos na enseada de Botafogo, na Lagoa Rodrigo de Freitas, na represa de Guarapiranga…