Comentário (I)
Quarta-feira de cinzas
O Carnaval não é apenas tempo de folia. Certas minorias, na Igreja, aproveitam para revisões através de retiros espirituais e sucedâneos. Pode ter acontecido coisa parecida com algumas lideranças do PT, com o que sobrou da sua intelectualidade. Ficaremos sabendo em poucos dias, caso sobrevenham sinais de mudança.
O partido, uma vez, propôs-se a rasgar o País de alto a baixo, remodelando a economia, extirpando privilégios de berço e de bolso, priorizando o social, fazendo emergir a participação das massas e combatendo a corrupção, entre outros objetivos. Seria o instrumento da ruptura de uma sociedade dominada pelas elites financeiras e pelos vícios tradicionais do passado.
No governo, ou antes, mesmo de conquistá-lo, foi o PT que mudou. Deixou-se levar pela tentação dos contrários, de um lado curvando-se ao personalismo cada vez maior de seu líder, de outro se entregando às facilidades, delícias e pecados do poder.
CARLOS CHAGAS, jornalista
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