Artigo semanal de livre expressão

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Atrevida contribuição ao estudo da estratégia política

Miranda Sá (E-mail: mirandasa@uol.com.br) 

 

Não sei explicar como resolvi escrever esta atrevida contribuição à estratégia política. Pode ter sido uma “cosmovisão filosófica” de quê falava do general Meira Matos ou a “ultra-inquisitorial clarividência de todas as neurona acordada” como poetizava Augusto dos Anjos. Sei que tive vontade de levar aos meus selecionados leitores esta idéia.

Já conto com quase 3.000 seguidores que me envaidecem e me orgulham por terem discernimento e cultura; brasileiros teem régua e compasso para medir e aferir as análises que recebem no planeta da Informação.

É, acima de tudo, esta companhia letrada, que me leva a registrar – na tipologia gutemberguiana – como vejo a conjuntura sócio-política do Brasil. E, garanto, faço-o como patriota e amante das liberdades individuais.

Antes mais nada assumo com repugnância a recusa em aceitar a visão simplista da bi-polarização partidária no nosso País. Não sinto, nem vejo o povo brasileiro servil ao esquema dicotômico PSDB – PT; a minha análise é de que nossa realidade política é um caleidoscópio de legendas, tendências e facções configurando interesses variados sejam individuais ou coletivos.

Sigo o velho princípio de que as coisas são como são, e não como queríamos que fossem. E assim, vejo que a repartição do Brasil entre dois partidos é tática comum dos ideólogos petistas e tucanos para convencer a opinião pública dessa fantasia. O que querem é atingir seu objetivo ambilateral, o poder. Simplesmente o poder; nada mais do que o poder.

No campo restrito das conferências, notícias plantadas em jornais e deduções pretensiosas não aparecem discrepâncias… Se diferenças há no passo de ganso do PT e na tímida marcha do PSDB, encontramos somente a divergência em relação à estratégia.

Auto-assumidos sociais-democratas, petistas e tucanos terminam caindo no famigerado populismo. Para alcançá-lo, o PSDB criou uma porção de bolsas-auxílio, penduricalhos esmoladores que o PT aproveitou, unificou, maquiou e dessa maneira abriu um curral eleitoral de novo tipo. Com eleitores do “Bolsa-Família”.

O feudalismo político do PT-governo é que surpreendeu. O partido que propunha mudar o Brasil, adotou a política da surpresa, da terra arrasada, da contra informação, do uso de mercenários, do favoritismo político e, a mais diabólica de todas, a nomeação de suseranos ministeriais, com descarada corrupção em benefício próprio e do grupo político.

O Ministério do PT-governo é um Frankenstein com órgãos aproveitados de Clausewitz, Cesar Bórgia, Stálin, Mussolini e algum DNA de Al Capone. Com isso, os tucanos se assombraram e começaram a improvisar enquanto oposição.

Os acadêmicos do PSDB parecem seguir as lições de Sun Tzu, espelho intelectual da paciência chinesa, que ensinou: “O bom estrategista é aquele que é capaz de derrotar o inimigo sem atacá-lo, de conquistar a cidade inimiga sem destruir seus bens e ocupar um território sem combates sangrentos”.

… E foi assim que os tucanos quiseram fazer oposição. Poupando o adversário, dando-nos como exemplo a campanha de José Serra, derrotado por um poste… Isso não é oposição nem aqui nem na China. A réplica política tem que ser imediata, requerendo uma sincronia de inteligência e agilidade; a contestação deve aproveitar o descontentamento do povo.

Como não faz nenhuma coisa nem outra, o PSDB deve se contentar conseguindo manter o domínioem São Pauloe Minas Gerais, um café com leite no sentido literal. E chistoso.

Os funcionalismo está sem reajustes salariais; os aposentados continuam desprezados, os industriais discordam da política econômica; os estudantes estão insatisfeitos com as suas representações assumidas por pelegos.

A oposição se omite preguiçosamente diante deste quadro. O PT, negligente, compra consciências com o dinheiro do contribuinte. Duas táticas para a social democracia…

3 respostas para Artigo semanal de livre expressão

  1. Caríssimo,

    A questão de fundo é que como não temos tradição democrática, com um povo que parece ter mais do “ser corrupto” que os próprios que elege, a configuração partidária fica mesmo à mercê dos populismos, das compras de voto que tão mal fazem à nação.
    Relembrando o saudoso Jeferson Peres, o congresso corrupto que temos nada mais é do que reflexo do povo corrupto que o elege.

    Grande abraço!

  2. roberto ferrara disse:

    Amigo,SENSACIONAL
    O espelho exato das minhas conviccoes!
    Parece q vejo lideres do PT e do PSDB,num jantar Babilonico rindo muito da cara dos brasileiros.A farsa das legendas grande abc. Me informe sempre sobre seus novos post

  3. Colocação bem lúcida e inteligente. Se vc me permite, em 140 caracteres do TT, tentarei reproduzí-la em liinguagem do povão. Vc pode notar nas minhas opiniões, evito citar partidos, a não ser em situações incortornáveis. Acho que a polarização se dá no terreno moral. Homes e mulheres do bem ou do mal. Parabéns! @sakamori10